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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Desafio de Escrita dos Pássaros #15 - O Pai Natal decidiu reformar-se...


Desafio de Escrita dos Pássaros #15 - O Pai Natal decidiu reformar-se...

#15 - O Pai Natal decidiu reformar-se e as entrevistas começam esta semana. Descreve uma dessas entrevistas na perspectiva do recrutador de recursos humanos: A Rena Rudolfo. 

Mas querem lá ver que o molengão do velho das barbas brancas foi decidir pela reforma antecipada logo quando faltam poucos dias para a noite de Natal e deixa-nos a todos agarrados com milhares de presentes prontos para entrega e sem ninguém para o fazer. É preciso muita irresponsabilidade, não achas?

Por causa desta insanidade do velho, cá estou eu a ter de fazer entrevistas de emprego à última da hora. Uma simples rena, muito popular, eu sei, mas, ainda assim, uma mera rena a ter de lidar com os recursos humanos do Natal, correndo o risco de, não encontrando a pessoa certa, acabar a ter de descer pelas chaminés por este mundo a fora daqui por uns dias.

Ainda por cima, em Dezembro, não há quem queira começar a trabalhar, sobretudo num emprego como este, que implica passar a consoada num trenó puxado por renas. Só me têm aparecido candidatos alucinados que nem sabem que o Natal é na próxima semana e me dizem que só estão disponíveis em Janeiro. Dá para acreditar?

Assim sendo, só me restam duas opções. Ou convenço o velho das barbas a adiar esta coisa da reforma por um mês ou terei mesmo de contratar o rapaz confuso que acreditava estarmos na Páscoa e que andava a alucinar com coelhos a pôr ovos de chocolate. Será que ele vai dar conta do recado? Foi o único candidato que se mostrou disponível para começar imediatamente, isso há-de ter o seu valor, não é? Será possível sair deste dilema sem arruinar o Natal da criançada? Quer-me parecer que não... 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Desafio de Escrita dos Pássaros #13 + #14


Desafio de Escrita dos Pássaros #13 - Reescreve o final dum filme #14 - Não nasci para isto

#13 - Reescreve o final dum filme
#14 - Não nasci para isto 

A vida tem sido complicada e na semana passada foi-me impossível cumprir o desafio, coisa que muito me irritou, devo dizer. Entretanto, esta semana não foi mais fácil e, como tal, decidi juntar os dois temas, o anterior e o actual e com eles criar um único texto. Eu sei que é um pouco batota, mas tenho a certeza que me vão perdoar. 

Alterar o final dum filme não é coisa que me ocorra com muita frequência. Já com livros isso acontece muitas vezes. Mas ao pensar em histórias que gostas mas que gostarias que tivessem terminado de outra forma, logo me ocorreu um filme que revi recentemente e sobre o qual falei aqui. É O Casamento do Meu Melhor Amigo, filme dos anos 90, com a popular Julia Roberts e que sempre deixou uma impressão incómoda em mim. 

Talvez porque o tenha visto pela primeira vez quando ainda acreditava que, quando duas pessoas se amam, isso seria suficiente para ficarem juntas e felizes. Hoje, aprendi a lição e sei que o amor nem sempre chega para unir duas pessoas. No entanto, é-me impossível ficar indiferente quando acho que aquelas pessoas seriam certas uma para a outra. Era o caso da Jules e do Michael. 


Para mim, esta é a cena onde tudo poderia ter sido diferente. Mais do que esquemas para separar o casal, a Jules só tinha que ter aberto o seu coração e exposto os seus sentimentos pelo melhor amigo. A cena do barco, uma despedida da amizade a dois, era o momento perfeito para o ter feito. Quando estão a passar debaixo da ponte, depois do Michael dizer que deveriam dizer quando se ama alguém, antes do momento passar, aquele era o momento dela e ela deixou-o passar. 

Claro que, se o tivesse feito, estaríamos perante outro filme que não este. Até porque acredito que, se ela tivesse dito o que lhe ia no coração, ele não casaria com a outra. Teria ficado com ela, a mulher que amou durante nove anos e com quem partilhava tanta história e tantos gostos. Aliás, com essa conversa parecia mesmo que era isso que ele estava a pedir, que ela mostrasse se tinha sentimentos por ele ou não. 

Como se pode perceber, não nasci mesmo para isto de rescrever finais de filmes. Primeiro, não escolhi alterar o final. Depois, percebi que, ainda mais difícil que escrever uma história, é alterar uma já existente e desvirtuar a mensagem. Até porque se o filme tivesse acontecido como eu gostaria, não estaríamos perante um filme diferente. Seria mais uma comédia romântica óbvia e pouco original. 

Assim sendo, é melhor deixar isto dos roteiros cinematográficos para quem sabe e limitar-me a piar com os pássaros, não é verdade? 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

#Livros - O Último Tudor, de Philippa Gregory


#Livros - O Último Tudor, de Philippa Gregory

Sinopse

Três irmãs. Três vidas. Três formas de poder. 
A história de Joana Grey e suas irmãs que ousaram desafiar as suas rainhas.

Joana
O pai de Joana Grey e os seus conspiradores convencem o rei Eduardo VI a nomear Joana, sua prima, para o trono, em vez da sua meia-irmã Maria. Joana é aclamada rainha e reina durante nove dias. Maria rapidamente reuniu um exército e reivindicou a coroa encarcerando a prima na Torre. Quando Joana se recusa a trair a fé protestante, Maria manda executá-la. 

Katherine
"Aprende a morrer" são as palavras que Joana escreve numa carta para a irmã. Katherine só tem intenção de desfrutar da sua beleza e juventude e encontrar o amor. Mas a linhagem torna-a uma ameaça para a insegura e infértil rainha Maria e, quando esta morre, para a irmã, a rainha Isabel, que nunca permitirá que Katherine se case e produza um potencial herdeiro real antes dela. Quando o casamento secreto de Katherine é revelado pela sua gravidez, também ela vai para a Torre.

Mary
"Adeus minha irmã", escreve Katherine para a irmã mais nova. Mary está consciente da posição perigosa como possível herdeira do trono, mas está determinada a comandar o seu destino, enfrentando a desconfiança e a crueldade da sua prima Isabel.

Opinião

Hoje vamos falar de uma novidade literária que muito me surpreendeu mas que me agradou ainda mais. Estive quase para comprar este livro em inglês, tanto que estava a tardar a chegar em português. A única razão para estar triste é que este poderá ser o último livro desta época histórica fascinante que a autora escreveu. Foi uma viagem incrível por um longo período da História da Inglaterra, narrada por esta autora de talento mais que reconhecido.

A proposta continua a ser colocar o foco nas mulheres enquanto protagonistas e peças fundamentais nas engrenagens da História que todos conhecemos. Numa época em que não tinham existido rainhas inglesas a herdar o trono de forma directa, seguiram-se três de uma só vez. Este livro irá focar-se na primeira rainha, Joana Grey, curiosamente a menos conhecida, e nas suas irmãs com direito ao trono Tudor.

Podes ler também a minha opinião sobre A Espia da Rainha

O livro está dividido em três partes onde conta com uma narradora diferente, as três irmãs Grey. Começamos com a Joana e com o percurso que a leva ao trono, onde permanece por apenas nove dias. A ambição da sua família e o desejo de Eduardo VI de não permitir que a Inglaterra regresse ao Catolicismo, faz com que se tente afastar as irmãs do rei de herdar.

"A rainha Maria pode ter idade para ser minha mãe, mas sinto que poderia dizer-lhe: é isto que os homens fazem. Casam com uma mulher que é sua superior e no mesmo instante invejam-lhe a posição, e no mesmo instante tentam usurpá-la."

É assim que Joana surge como a opção perfeita para os protestantes e é levada para a Torre após a morte do rei, seu primo. Mas esse plano cai por terra após nove dias, quando Maria entra em Londres com todo o apoio do povo e os membros do Conselho passam para o seu lado apressadamente, deixando Joana à mercê da nova rainha.

Podes ler ainda a minha opinião sobre A Senhora dos Rios

A sua entrada na Torre foi de glória e repleta de esperança, mas sairá de lá em desgraça para a morte por se recusar a renegar a sua fé protestante. O legado e o peso da sua herança passa para a irmã Katherine que nos conta a sua vida na corte leve e alegre até que se apaixona e o drama se adensa. Afinal de contas, estamos perante princesas que não foram capazes de produzir um filho para lhes suceder, logo não poderiam aceitar de ânimo leve que a prima o fizesse diante dos seus olhos.

"Estou de verdade numa situação impossível, pois quem é capaz de provar a uma rainha Tudor que não está em perigo? Todos os monarcas Tudor pensam que estão num perigo mortal, muitas vezes sem causa."

É precisamente por se ter casado em segredo e estar grávida que acaba presa na Torre, como a sua irmã. Destino semelhante tem a irmã mais nova, Mary, que acaba presa por também se ter casado às escondidas e sem autorização da sua rainha. Aliás, a irmã mais nova é a personagem mais obscura da História mas no livro é, sem margem para dúvidas, a mais interessante e cujo relato é mais estimulante.

Podes descobrir mais sobre Joana Grey neste documentário

A verdade é que o trono dos Tudor sempre foi frágil e essa fragilidade só aumentou com a incapacidade de produzir herdeiros do sexo masculino e encontrou o fim da dinastia nas mulheres que existiam para suceder a Henrique VIII. Mas é curioso perceber que existiram outras opções para além dos Stuart e fiquei com muita vontade de saber o que terá acontecido aos filhos de Katherine Grey, sobretudo porque fui acompanhando o que acontecia a todos os pretendentes rivais ao trono inglês.

Este é mais um livro fascinante que nos transporta para uma época tumultuosa e repleta de mudanças determinantes para a formação do Reino Unido conforme o conhecemos. Quanto mais leio sobre os Tudors mais vontade tenho de viajar no tempo e visitar a corte destes monarcas icónicos cuja memória perdura cinco séculos depois, povoando o nosso imaginário de uma forma incomparável.

Já leste algum livro de Philippa Gregory? Costumas ler romances históricos? 

"Todos pensam que é uma mulher avassalada pela paixão, que põe o coração à frente de tudo. Mas não é verdade. É uma mulher que sente as suas paixões mas não se deixa influenciar por elas. É determinada e egoísta. Nunca renunciará ao Roberto Dudley, mas também nunca casará com ele. Ama o trono mais do que a ele. O Dudley continua convencido de que ela não consegue resistir-lhe, mas está enganado. Há-de descobrir que vai ficar com a pior parte do negócio: sempre perto de Isabel, mas nunca no trono." 

Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 20% de desconto imediato e portes grátis, ou a versão em inglês na Book Depository, com 6% de desconto imediato e portes gratuitos para todo o mundo. 

Outros livros de Philippa Gregory com opinião publicada no blog:


A Senhora dos Rios
A Rainha Branca
A Rainha Vermelha
A Filha do Conspirador
A Princesa Branca
A Maldição do Rei

Catarina de Aragão
Três Irmãs, Três Rainhas
Duas Irmãs, Um Rei
A Herança Bolena
A Espia da Rainha
O Amante da Rainha
A Outra Rainha

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

#Compras & Recebidos - Novembro/2019


#Compras & Recebidos - Novembro/2019

A contenção de despesas continua a imperar por aqui mas ainda assim sabes que não sou pessoa capaz de resistir a uma boa promoção, sobretudo quando se tratam de livros a bons preços. Deste modo, não resisti às promoções do site da Bertrand e encomendei duas novidades com desconto imediato de 20%. Vamos ver o que comprei? 

#Compras & Recebidos - Novembro/2019 - Astrologia e Guia do Amor 2020

Este livro, Astrologia e Guia do Amor 2020, foi comprado para oferecer à minha mãe, pessoa que muito aprecia o trabalho do Paulo Cardoso. Claro que, estando o livro a morar cá em casa, também o consulto para ter uma ideia das previsões para o novo ano que se avizinha para o melhor signo do Zodíaco, Aquário. Uma leitura interessante para todos os interessados nestes temas mais esotéricos. 

Podes ver também as Compras & Recebidos de Outubro

#Compras & Recebidos - Novembro/2019 - O Último Tudor

Já é do conhecimento geral a minha paixão por Philippa Gregory e pela época dos Tudors, o que significa que não poderia ter ficado mais feliz pela publicação do livro que faltava da autora em Portugal. Por isso mesmo, sabia bem o que comprar nesta promoção das novidades e tratei logo de encomendar o meu exemplar de O Último Tudor, que até já terminei de ler. 

Podes ver também a minha opinião sobre A Espia da Rainha

O que achaste das minhas compras de Novembro? Tens aproveitado as promoções para comprar novidades literárias? 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

A Banda Sonora da Semana #73


A Banda Sonora da Semana #73 com um filme sobre o Marquês de Sade e música de Maria Callas

Eis senão quando estamos em Dezembro e o ano de 2019 está a dar as últimas. É chegado o momento de pensar seriamente não só no Natal, mas também na passagem de ano. Além de analisar o ano que termina e estabelecer novos objectivos para 2020. Mas não resulta só te limitares a estabelecer as metas e não procurares criar um plano para a sua realização, não é mesmo? O que andas a planear para o final de 2019 e para 2020? 

Efemérides de 2 de Dezembro


Dia do Samba
1804 - Napoleão Bonaparte autoproclama-se imperador de França na presença do papa Pio VII. 
1825 - Nasceu D. Pedro II do Brasil. 
1923 - Nasceu Maria Callas, cantora lírica norte-americana de origem grega. 
1814 - Morreu Marquês de Sade, escritor francês.

A Banda Sonora da Semana #73 com um filme sobre o Marquês de Sade e música de Maria Callas

Acho que nunca li nada do Marquês de Sade mas é uma figura incontornável e que rompeu com preconceitos e com os padrões estabelecidos. E foi assim que me lembrei que existia um filme sobre esta personagem da literatura que tem a incrível e talentosa Kate Winslet. Quills - As Penas do Desejo é um filme forte e que deixa marcas na memória dos que assistem. É o teu caso? Conheces este filme? 


Eu fiquei muito tentada para escolher como música da semana um samba bom, até porque sou uma grande fã da boa música brasileira. Só que não podia ignorar Maria Callas e a sua voz inesquecível. Ainda por cima este é um género musical ao qual damos pouca atenção, na minha opinião, e por isso deixo-te com a apresentação mais famosa desta cantora lírica. Gostas? Que outros cantores líricos acompanhas ou conheces? 

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Desafio de Escrita dos Pássaros #12 - Aqueles pássaros não se calam


Desafio de Escrita dos Pássaros #12 - Aqueles pássaros não se calam

Quando se tem uma casa no coração de uma aldeia, como eu tenho a sorte de ter, não nos ocorre mandar calar os pássaros. Haverá melhor forma de acordar do que com os pássaros a cantar à nossa janela? Até me ocorrem algumas, que não envolvem pássaros, mas que não vêm agora ao caso. 

Por outro lado, se estivermos a falar dos pássaros que têm lançado os temas deste desafio, confesso que esse pensamento já me passou pela cabeça. Só que é um pensamento motivado pelos temas inacreditáveis que os ditos têm proposto ao longo das últimas semanas. Só que, na verdade, ainda não me arrependi de ter aceitado este desafio que coloca à prova a minha criatividade e me tem proporcionado a leitura de muitos textos incríveis dos outros participantes. 

Seremos loucos? É bem capaz que seja verdade, mas o que seria a vida sem um pouco de loucura? Dizem que é o tempero e o colorido dos nossos dias e tenho muito prazer em continuar a cultivá-la por estas paragens por mais algumas semanas. 

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

#Filmes - Variações


#Filmes - Variações

Sinopse

António Joaquim Rodrigues Ribeiro nasceu a 3 de Dezembro de 1944, numa pequena aldeia do concelho de Amares, distrito de Braga. Sendo um dos 12 filhos de um casal de camponeses, fez a escola primária e desde cedo se habituou a ajudar no campo. Com 12 anos partiu para Lisboa, onde trabalhou como aprendiz de balconista e caixeiro. Mais tarde cumpriu serviço militar em Angola e, em 1975, viajou por Londres e Amesterdão, onde se descobriu e aprendeu a profissão de barbeiro. 

Regressa a Lisboa em 1977, onde durante o dia trabalha como cabeleireiro e à noite estuda e dedica-se à música. Em 1981, participa no conhecido programa O Passeio dos Alegres, de Júlio Isidro. A sua sonoridade diferente e o seu estilo inigualável fazem-se notar. Em 1982, edita o primeiro single, com os temas Povo que lavas no rio, de Amália Rodrigues (a sua grande inspiração), e Estou além. No ano seguinte, grava o LP Anjo da Guarda, com dez faixas da sua autoria, onde se destacam os êxitos É p'ra amanhã e O corpo é que paga

Um ano depois lança o seu segundo e último álbum, Dar & Receber, com, entre outras, a sua inesquecível Canção de engate. Variações morreu em Lisboa, a 13 de Junho de 1984, devido a uma broncopneumonia. Tinha 39 anos. 

Projecto a que o realizador João Maia se dedicou durante mais de 15 anos, este é um filme biográfico que segue os últimos anos de vida de António Variações, um dos mais aclamados e criativos cantautores em língua portuguesa, que abriu caminho e deixou marcas em várias gerações de artistas.

Opinião

Estávamos no Verão, no calendário pelo menos, quando aqui sugeri este filme e manifestei a minha muita curiosidade sobre ele. Afinal de contas, António Variações é uma figura incontornável da música portuguesa e, claramente, estava muito à frente do seu tempo, o que lhe permitiu deixar-nos um legado intemporal como o que se encontra na sua arte.

Tanto assim é que, apesar do cantor ter morrido em 1984 e eu ter nascido em 1986, o meu imaginário está repleto da sua música e das suas letras com as quais, tantas vezes, me identifico. Numa época em que está tanto na moda revisitar a vida de artistas mundiais, parece-me muito apropriado que se tenha feito o mesmo com o nosso melhor exemplar a romper com os paradigmas e os limites de um Portugal acabado de sair da ditadura.

Podes ver também a minha opinião sobre Bohemian Rhapsody

O aspecto mais incrível da sua vida artística é que durou apenas seis anos e é lamentável que o tenhamos perdido quando ainda estava no auge da sua criatividade, aos 39 anos de idade. O filme começa na sua infância e na sua terra natal, revelando um pouco do que teria sido a sua vida e as suas inspirações. Essas imagens aparecem como se de um sonho de António se tratasse e ficamos perante o artista adulto e já estabelecido.

#Filmes - Variações com Sérgio Praia

Antes de falar do que gostei ou não gostei no filme, quero enfatizar o brilhantismo de todo o elenco. Sobretudo, o trabalho do Sérgio Praia, como Variações, é espectacular e, por vezes, ficamos com a sensação de que estamos a ver o próprio. Por outro lado, não posso ignorar o talento do Filipe Duarte e a sua capacidade para me fazer apaixonar por personagens. Não poderia ter gostado mais da combinação destes dois actores ao retratarem uma relação nada aceitável na época.

Podes ver ainda a minha opinião sobre Rocketman

O guarda-roupa é incrível e retrata bem os anos 80 e o quanto António Variações era excêntrico e detinha um estilo próprio que não deixava ninguém indiferente. A banda sonora não poderia ser melhor ou não fosse uma viagem pelos grandes êxitos do cantor. Mas confesso que esperava mais deste filme.

Os saltos temporais, apesar de imprimir dinâmica, tornam-se confusos por não serem perfeitamente claras as datas. Fica difícil acompanhar estas alterações na cronologia da narração e gostaria de ter visto mais aspectos da sua vida ou os mesmo aspectos mas mais explorados. É tudo contado de uma forma pouco profunda, sem ficar claro o seu percurso pessoal e profissional como efectivamente terá acontecido.

Vê ainda a minha opinião sobre Refrigerantes e Canções de Amor

Por outro lado, a relação de António com a sua mãe é muito bem representada, bem como com as suas raízes minhotas. O facto de estarmos perante um homem que não bebia, não fumava, não consumia drogas, muito responsável com as suas contas, mostra que a criatividade lhe vinha da alma, sem precisar de aditivos de nenhuma espécie. Em suma, é um filme que vale a pena ver, especialmente como forma de mostrar a gerações mais novas o trabalho incrível deste artista que tanto batalhou para poder fazer a sua música.


Quanto ao rigor biográfico, depois de ver o Variações, fiquei com ainda mais vontade de ler o livro de Manuela Gonzaga e descobrir mais factos sobre a vida desta figura portuguesa. Foste ver este filme ao cinema? O que achaste? Conta-me tudo sobre as tuas impressões nos comentários! 

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

#Review - Starbucks Chilled Classics


#Review - Starbucks Chilled Classics

No final de Setembro, recebi um pacote recheado das novas bebidas da Starbucks, no âmbito de uma campanha da trnd. Tratam-se de bebidas, que devem ser consumidas frias, com diversas variedades de café e chocolate. Já me tinha apercebido que a marca tinha lançado uma série de cápsulas de café, compatíveis com as máquinas mais populares em Portugal, mas confesso que estas bebidas foram uma total novidade. 

Mas uma novidade muito agradável de descobrir e experimentar, posso garantir-te. Deste modo, recebi cá em casa três exemplares de cada especialidade que foram Cappuccino, Caffè Latte, Caramel Macchiato, Skinny Latte e Signature Chocolate. Assim que lhes pus a vista em cima tive uma vontade imensa de provar tudo e nem sabia bem por onde começar, tão apetecíveis todos me pareciam. 

#Review - Starbucks Chilled Classics - Cappuccino

O meu favorito foi claramente o clássico e delicioso Cappuccino. Devo dizer que não sou uma grande apreciadora de café frio, preferindo apreciar este sabor quente e acabado de fazer. Mas foi uma agradável surpresa perceber o quanto estas variedades conseguem ser incríveis e viciantes. O Caramel Macchiato também ficou muito bem qualificado nesta competição pessoal, bem como o Signature Chocolate. 

Podes ver também a minha review e comparação entre Delta Q e Dolce Gusto

Para o pequeno-almoço, estas bebidas não funcionam para mim porque prefiro o meu café quente e intenso para acordar e ganhar energia para começar o dia. No entanto, adorei torná-las no meu lanche da tarde ou na bebida que tomo antes de dormir, enquanto leio o meu livro na cama. Todos os que provaram estas bebidas que recebi, adoraram e ficaram fãs imediatos. 

#Review - Starbucks Chilled Classics - Skinny Latte

Contudo, a maior surpresa que tive foi quando provei o Skinny Latte. Sem açúcar adicionado e sem lactose, não tinha muita expectativa nesta especialidade até a provar e perceber que o sabor é tão bom quanto o Caffè Latte e ainda mais leve. Para quem, como eu, tem alguns preconceitos com estas variedades saudáveis, foi um prazer descobrir que isso não é sempre assim. 

Podes ver ainda a minha review às Cápsulas Dolce Gusto Ristretto

A Starbucks invadiu os supermercados e podes encontrar estas bebidas facilmente, como tenho feito sem lhes conseguir resistir sempre que as vejo. Sei que existem outras variedades que ainda não provei, mas tenho-me ficado pelas que conheço e adoro para matar saudades, mas conto em breve aventurar-me por esses novos sabores. 

Já experimentaste os Chilled Classics da Starbucks? Qual o teu favorito? 

terça-feira, 26 de novembro de 2019

#Livros - Mensagem, de Fernando Pessoa


#Livros - Mensagem, de Fernando Pessoa

Sinopse

Mensagem é o único livro publicado em vida por Fernando Pessoa. Uma obra repleta de simbolismo, «realmente um só poema» numa sequência de quarenta e quatro composições imersas num certo sebastianismo. Questão que só o próprio Pessoa poderia decifrar: até que ponto essa construção saudosista e sebastianista não é apenas e só mais uma das máscaras do poeta, mais uma das facetas do seu fingimento? 

A História de Portugal é o tema, ainda que o intuito não seja propriamente narrar os grandes feitos portugueses. Com Pessoa, revisitamos o passado lendário e mítico, a saga dos Descobrimentos, na busca de um sentido para essa antiga grandeza contraposta à decadência actual. Estaremos diante do plano para regenerar Portugal, incutido nesse desígnio divino e espiritual - o Quinto Império? Ou será que, como disse Jorge de Sena, a Mensagem é apenas a criação poética, e por isso, lúdica, de um Portugal mítico? 

Embora Pessoa seja muito conhecido pelos seus heterónimos, o livro Mensagem foi publicado sob o seu próprio nome - o ortónimo. Uma obra-prima essencial para a compreensão da visão poética de Pessoa, com múltiplas e infindáveis interpretações, inclusivamente contraditórias. O mais importante é que o sonho, o sonho poético e não necessariamente político de Pessoa, se cumpra: «É a Hora!»

Opinião

Fernando Pessoa é aquele autor português do qual é impossível fugir. Todos já lemos qualquer coisa dele ou dos seus inúmeros heterónimos na escola, ou num blog, ou numa qualquer página no Facebook ou Instagram. Sem mencionar aquelas coisas que lhe são atribuídas e que o próprio nunca escreveu. Em suma, é incontornável e o seu talento é reconhecido por todos que dedicam algum tempo a conhecer melhor a sua obra.

Actualmente, tenho o Livro do Desassossego na minha mesa de cabeceira e tenho lido todos os dias o que tem sido uma experiência incrível, mas que conto partilhar melhor no próximo ano. Mas foi no decorrer desta leitura que fiquei com ainda mais vontade de ler mais coisas de Fernando Pessoa e nada como começar pelo único livro que publicou em vida em língua portuguesa, não achas?

Podes ler ainda a minha opinião sobre o conto O Alienista

Mensagem marca o início do percurso que Pessoa traçou para si próprio no caminho para se tornar o supra-Camões, ou seja, para criar uma obra ainda mais sublime que a do nosso poeta mais famoso. Não existe qualquer margem para dúvidas de que conseguiu marcar a sua época e registar o seu nome como um dos imortais escritores em português.

"Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?"

Neste livro vamos percorrendo uma série de poemas épicos e que exaltam a pátria e os feitos dos nossos maiores heróis. Não apenas os mais famosos e badalados Descobrimentos, mas os heróis anteriores, como Viriato e Ulisses, por exemplo. Nessa viagem são descritas as qualidades mais notáveis do povo português e considera que a época de ouro se encerrou com a morte de D. Sebastião.

Podes ler também a minha opinião sobre o livro O Homem Duplicado

No entanto, esta não é uma mensagem de derrota ou de saudosismo puro. Pelo contrário, procura mostrar a grandeza de Portugal de tempos idos, apontar a sua queda e revelar que existe esperança para que o Quinto Império seja conquistado. Um Império que não se refere a terras conquistados ou povos subjugados, mas que se trata dum império espiritual onde Portugal irá recuperar a importância e o protagonismo de outros tempos.

Para uma análise mais completa podes ver o vídeo do Literatura Fundamental da UNIVESP

É uma leitura rápida, mas deliciosa, ou não se tratasse da poesia brilhante de Fernando Pessoa, e onde vamos encontrar alguns poemas bem famosos como «O Mostrengo»  e «Mar Português» - o meu favorito. Agora conta-me, também és fã de Fernando Pessoa? Qual o teu heterónimo favorito? 

"E ao imenso e possível oceano 
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano
O mar sem fim é português."

Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 10% de desconto imediato. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A Banda Sonora da Semana #72


A Banda Sonora da Semana #72 com Eça de Queirós e música nova do Diogo Piçarra e Carolina Deslandes

Não sei se já terás reparado, mas faltam apenas 30 dias para o Natal. É assustador, não te parece? Se fores uma pessoa organizada, aposto que já tens os presentes para a família e amigos prontos para entregar. Se fores como eu, tens a tua lista pronta, mas ainda não te decidiste a ir comprar o que precisas. Por outro lado, como tenho alguma fobia a centros comerciais nesta época do ano, provavelmente vou tentar comprar online o máximo que me for possível. Como está a correr a tua saga dos presentes de Natal este ano?

Efemérides de 25 de Novembro


Dia Nacional da Bósnia Herzegovina 
1975 - Em Portugal, um golpe militar põe fim ao PREC.
1844 - Nasceu Karl Benz, engenheiro alemão.
1845 - Nasceu Eça de Queirós, escritor português.
2016 - Morreu Fidel Castro, ex-presidente de Cuba.

A Banda Sonora da Semana #72 com Eça de Queirós e música nova do Diogo Piçarra e Carolina Deslandes

Como fugir do intemporal Eça de Queirós? Nem que fosse possível, não o desejaria. Sei que lemos Os Maias na escola por obrigação e que muitos detestam, mas é certamente o melhor do seu tempo e quando crescemos a sua obra torna-se ainda mais interessante de se ler. Para fugir ao óbvio, deixo-te com O Primo Basílio, livro que pretendo reler tendo em conta que já se passou tanto tempo e não me lembro de quase nada. E tu? O que já leste de Eça? Qual o teu favorito? 

A Banda Sonora da Semana #72 com Eça de Queirós e música nova do Diogo Piçarra e Carolina Deslandes

Sabes que O Crime do Padre Amaro é também um excelente livro para leres e assimilares o quanto Eça era crítico da sociedade em que vivia. No entanto, a sugestão neste momento é mesmo o filme que conta com um elenco de luxo e com as mamas da Soraia Chaves. Pessoalmente, esta última parte não é grande incentivo para mim, mas certamente será para muita gente, não é verdade?


Estava a pensar seriamente começar a alimentar o espírito natalício com belas músicas de Natal, mas o Youtube mostrou-me esta música acabadinha de sair dos talentosos Diogo Piçarra e Carolina Deslandes e não fui capaz de lhe resistir. Não é um doce? Aprovas a minha decisão de adiar o espírito natalício por uma semana? 

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Desafio de Escrita dos Pássaros #11 - Um dia na tua família... do ponto de vista do teu animal de estimação


Desafio de Escrita dos Pássaros #11 - Um dia na tua família... do ponto de vista do teu animal de estimação

Quando saí de casa da minha mãe já tinham levado todos os meus irmãos e estava convencido que iria ficar por lá. Até que me vieram buscar e me levaram num passeio de carro até uma nova casa onde encontrei aquele que viria a ser o meu melhor amigo. Apesar de ser uma criança e ele ser maior do que eu e já morar nesta casa, recebeu-me com muito entusiasmo e sempre pronto para as minhas brincadeiras. 

O tempo passou e eu continuo menor do que o meu amigo, mas as nossas rotinas familiares estão instaladas e é disso que me pediram para hoje falar. Não é incrível que tenham sido uns pássaros a pedir a um cão para fazer o seu relato de um dia em família? Parece estranho, mas não são as pessoas que andam sempre a dizer que têm animais que só falta falar? É o meu caso, claro está. 

Para começar, nós temos duas humanas que vivem connosco e que nos estragam com mimos ou, pelo menos, é o que elas acham. Quando acordo, uma delas deixa-me ir ao quintal na esperança que vá fazer xixi mas eu entretenho-me a ladrar como se não houvesse amanhã para tudo o que mexe e o que não se mexe também. Em seguida, vai o meu amigo que, sabe-se lá porquê, anda sempre à procura de uma maneira de sair do quintal. 

Realmente não entendo esta ideia dele de fugir de casa, quando aqui tem tudo o que precisa. Eu sei que ele foi abandonado e andou muito tempo nas ruas antes de vir morar aqui, mas mesmo assim não compreendo o que pode existir de interessante lá fora. Eu, particularmente, não gosto do barulho e de pessoas estranhas e sinto-me muito mais seguro no sossego do meu quintal onde ninguém me pode fazer mal. 

O resto dos meus dias é passado entre brincadeiras com o meu amigo ou com as minhas amigas-humanas, em longas sonecas no meu sofá preferido e longas corridas no quintal. Uma vida pacata que me parece muito mais agradável do que a delas que saem de casa de carro por tempos sem fim ao ponto de ficarmos preocupados e achar que nos abandonaram para aqui sozinhos à nossa sorte. 

Mas a verdade é que elas sempre voltam para casa e para nós, coisa que me deixa muito feliz e contente. E assim se passam os meus dias em família, sempre com ração e água disponíveis e muito carinho e atenção. Sou um cão de sorte, não achas? 

Desafio de Escrita dos Pássaros #11 - Um dia na tua família... do ponto de vista do teu animal de estimação

terça-feira, 19 de novembro de 2019

#Livros - O Alienista, de Machado de Assis


#Livros - O Alienista, de Machado de Assis

Sinopse

Simão Bacamarte, médico, decide dedicar-se inteiramente ao estudo da loucura. Em Itaguaí, sua terra natal, funda um hospício - a Casa Verde. Apresentado o alienista, quem serão os alienados? Autorizado pelas autoridades, passa a internar todos aqueles a quem aponta sinais de insanidade. Ninguém escapa: os que têm a mania de orar, os vaidosos, os que são demasiado gentis, os que emprestam dinheiro e até a sua própria esposa. A população revolta-se. É tempo do Dr. Bacamarte mudar o diagnóstico: afinal, loucos são os de mente equilibrada, as pessoas modestas e honestas. E se, afinal, o alienista for o alienado? 

Quais as fronteiras entre a loucura e a razão? Este é um livro em que, uma vez mais, Machado de Assis conquista o leitor pela sua maestria de escrita, com recurso à ironia, à metáfora, à sua visão pessimista e ao seu cepticismo. 
O Alienista é uma das narrativas mais célebres de Machado de Assis, um dos autores essenciais da literatura universal. As fronteiras entre a sanidade e a loucura, numa prosa absolutamente fascinante. 

Opinião

Este é certamente o conto mais famoso de Machado de Assis e aquele que mais me despertava a curiosidade, até porque é muitas vezes recomendado como porta de entrada para a obra deste autor brasileiro. E, apesar de já ter começado com os romances, não poderia estar mais de acordo, especialmente para quem não tem a certeza de que irá gostar ou perceber a sua escrita e para todos os que não têm ainda o hábito de leitura bem estabelecido. 

Aviso já que, caso a vossa edição tenha algum prefácio, tenham cuidado para evitarem spoilers indesejados. Regra geral, não é coisa que me incomode muito, sobretudo quando se tratam de livros escritos há mais de cem anos, só que, neste caso particular, saber o final acaba um pouco com a descoberta que vamos fazendo ao longo das páginas de forma mais subtil ou mais óbvia. 

Podes ler a minha opinião sobre Dom Casmurro

Sou uma fã declarada da cultura brasileira mas dou por mim cada vez mais rendida ao talento de Machado de Assis e sempre com a vontade dobrada de ler mais e mais. Com O Alienista, fica clara a fina ironia que usa nos seus textos e como consegue tornar divertida qualquer narrativa, por mais insana que seja, sem perder qualquer credibilidade com o que quer contar. 

A ironia começa com a descrição da cidade onde tudo vai acontecer e com a apresentação do nosso protagonista, acabado de chegar à sua terra natal, sem esquecer o episódio do seu casamento, até à implementação do seu projecto para tratar os loucos da cidade, criando a Casa Verde com a ajuda e apoio financeiro da autarquia. 

Vê também a minha lista de 20 Clássicos que me faltam ler

O nosso médico peculiar começa por internar os que estavam diagnosticados com problemas de saúde mental e não tinham onde se tratar, ficando obcecado por descobrir as causas da loucura o que o leva a começar a instalar na sua Casa todos os que perdiam o controlo de alguma forma e, desse modo, fugiam da norma e do comportamento que se espera em sociedade. 

Depois de ter à sua guarda quase a totalidade dos habitantes da cidade, incluindo a sua mulher, e sem conseguir chegar a nenhuma conclusão, decide libertar os ditos loucos e abraça outro ponto de vista para esse desafio de doidos. É assim que acaba por internar os habitantes que antes eram considerados normais e saudáveis, numa total inversão da ordem anteriormente estabelecida. Nesse ponto, só conseguimos pensar, onde irá parar esta busca pela causa da loucura nos Homens? 

Conhece o vídeo do Ler Antes de Morrer sobre O Alienista

Que livro espectacular e perfeito para ler num só dia! Tenho uma edição antiga e que, embora seja muito porreira, não me impede de desejar muito pela que está na foto, da Guerra e Paz. Aliás, pudesse eu e fazia esta colecção completa de clássicos da literatura. Quanto a ti, que livros já leste de Machado de Assis? Qual o teu favorito? 

"Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatómicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista: estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, - únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte." 

Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 10% de desconto em cartão.  

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Desafio de Escrita dos Pássaros #10 - Já chegamos? Já chegamos?


Desafio de Escrita dos Pássaros #10 - Já chegamos? Já chegamos?


Já chegamos? Já chegamos?

Memórias que todos partilhamos de viagens intermináveis, no banco de trás do carro do pai, onde o destino não era assim tão importante, porque a diversão acontecia no trajecto. Ainda que infernizássemos a vida dos adultos com este «já chegamos?», repetido até à exaustão, o melhor acontecia enquanto inventávamos jogos para passar o tempo ou brincadeiras parvas com coisa nenhuma que não a fértil imaginação das crianças que fomos.

Talvez esta seja a metáfora perfeita para as nossas vidas. Afinal, mais importante do que o destino é o caminho que percorremos para lá chegar. É nessa viagem que crescemos, aprendemos e nos tornamos em pessoas melhores. Isto, claro, quando percebemos e aceitamos essa verdade.

É evidente que alcançar os sonhos e objectivos é fantástico e provoca uma sensação de realização e nos faz sentir o sabor do sucesso. No entanto, quanto mais longa e difícil for a jornada, melhor será esse sabor, maior o prazer obtido.

Assim sendo, só me resta dizer-te para aproveitares a viagem da vida, saboreando cada momento com a consciência da sua unicidade, e retirando o máximo de proveito desta jornada tumultuosa mas divertida que é viver. E se ainda não tens filhos, aproveita enquanto podes porque não irás escapar ao clássico «já chegamos?», podes ter a certeza.


Vê tudo na Apresentação Desafio dos Pássaros

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

#Filmes - Quatro Casamentos e Um Funeral


#Filmes - Quatro Casamentos e Um Funeral

Sinopse

Esta é a história de um homem que não consegue manter nenhuma relação amorosa enquanto vê todos os seus amigos a casarem. Quatro Casamentos e Um Funeral foi um inesperado sucesso do cinema britânico e criou culto do outro lado do Atlântico, onde foi nomeado para os Óscares. É uma tentativa de conciliar a tradição da comédia romântica americana com os resquícios do realismo social britânico, numa história cheia de bom humor britânico e excelentes diálogos. O enredo gira em torno de Charles, o único de um grupo de amigos de infância que continua solteiro. Até ao dia em que, num casamento (o primeiro do filme), conhece a mulher da sua vida: uma americana chamada Carrie.

Opinião

Em Setembro, sugeri este filme numa Banda Sonora da Semana e não resisti a revê-lo e a relembrar dos encantos do Hugh Grant. Afinal de contas, este filme foi um sucesso incrível e fez verdadeira concorrência aos filmes de Hollywood e com muito mérito dos britânicos. 

Tudo começa, como não poderia deixar de ser, num casamento de amigos de Charles. Nesse casamento, conhece uma americana por quem sente uma atracção imediata e irresistível. Inevitavelmente, passam a noite juntos e no dia seguinte Carrie volta para a sua vida, longe de Charles. Apesar do rapaz romântico continuar a pensar na rapariga, a vida segue até que se voltam a encontrar num novo casamento. 

Podes ver também a minha opinião sobre Amor Sem Aviso

O casal continua a sentir-se irremediavelmente atraídos um para o outro, ainda que Carrie tenha um novo namorado e até fique noiva. Charles está profundamente apaixonado por Carrie, embora esta não lhe dê esperanças amorosas. O pobre coitado acaba, inclusivamente, a ajudar a amada a escolher o vestido de noiva para se casar com outro. 

#Filmes - Quatro Casamentos e Um Funeral

Esta comédia romântica destaca-se das outras não só pelo cenário britânico, mas pelos diálogos bem elaborados sempre apimentados com aquele toque de humor que só os ingleses sabem imprimir às coisas. Já para não falar nos protagonistas que têm um charme inigualável. 

Podes ver também a minha opinião sobre o filme O Casamento do meu Melhor Amigo

Este é mesmo um filme muito especial e é sempre um prazer rever, ainda que o tenha visto inúmeras vezes quando estava sempre a passar nos canais generalistas. Também fazes parte dessa geração? Quantas vezes viste Quatro Casamentos e Um Funeral? 


terça-feira, 12 de novembro de 2019

#Livros - As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino


#Livros - As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino

Sinopse

«As Cidades Invisíveis apresenta-se como uma série de relatos de viagem que Marco Polo faz a Kublai Kan, imperador dos tártaros. [...] A este imperador melancólico, que percebeu que o seu poder ilimitado conta pouco num mundo que caminha em direcção à ruína, um viajante visionário fala de cidades impossíveis, por exemplo, uma cidade microscópica que se expande, se expande até que termina formada por muitas cidades concêntricas em expansão, uma cidade teia de aranha suspensa sobre um abismo, ou uma cidade bidimensional como Moriana. [...] Creio que o livro não evoca apenas uma ideia atemporal de cidade, mas que desenvolve, ora implícita ora explicitamente, uma discussão sobre a cidade moderna. [...] Penso ter escrito algo como um último poema de amor às cidades, quando é cada vez mais difícil vivê-las como cidades.»

Italo Calvino

Opinião

Este ano está a ser o ano dos Clássicos e tem sido um investimento de tempo muito bem empregue. Existem livros intemporais e que nunca irão passar de moda, por muito que os anos passem. É certamente o caso deste livro de Italo Calvino que fiquei a conhecer através da talentosa Tatiana Feltrin, embora seja inegável que as edições brasileiras são um caso sério de qualidade. Eu sei que também existem em Portugal, mas são bem mais raras.

Estamos perante um livro peculiar porque não nos conta nenhuma história comum, como as que estamos habituados. Acompanhamos uma conversa entre os famosos Marco Polo e Kublai Kan, onde as cidades tomam o protagonismo como verdadeiras personagens. Os relatos das suas viagens fazem Marco Polo contar com detalhes sobre as cidades por onde passou.

Podes ver também a lista de 20 Clássicos que me faltam ler

Cada cidade tem a sua descrição repleta de fantasia e poesia, embora seja escrito em prosa. Tudo se passa muito mais perto da imaginação do que dos objectos reais que vemos com os olhos nas cidades que conhecemos. No fundo, está mais perto da crítica social dos comportamentos que se encontram nos lugares e que se concretizam em consequências para quem por lá passa.

"As cidades como os sonhos são construídas de desejos e de medos, embora o fio do seu discurso seja secreto, as suas regras absurdas, as perspectivas enganosas, e todas as coisas escondam outra."

Não é um livro fácil nem de compreensão óbvia. É preciso encarar esta leitura com abertura de espírito e ser capaz de viajar pelos caminhos que o autor nos propõe. É um exercício muito agradável mas para o qual temos pouca prática. Tudo isto nos obriga a sair das nossas zonas de conforto e procurar pensar fora da norma.

Podes ler também a minha opinião sobre Orgulho e Preconceito

É importante não esquecer que estamos perante um diálogo entre duas pessoas que, no início, apenas se comunicavam por gestos e através dos objectos. Talvez isso mesmo potencie as descrições fantásticas e ao mesmo tempo vagas sobre as cidades. Porque a cada leitura tenho a certeza de que irei perceber esses textos de forma diferente, tal como cada pessoa o fará.

Para uma análise do autor, da obra e deste livro em particular podes ver o vídeo Literatura Fundamental da UNIVESP

Não fiquei imediatamente apaixonada por este livro, mas adorei o desafio de o ler e tenho a certeza de que voltarei a pegar neste livro e outras perspectivas serão encontradas. E tu? Já leste algum livro de Italo Calvino? O que pensas sobre este autor italiano? 

"O viajante reconhece o pouco que é seu, descobrindo o muito que não teve nem terá."

Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 10% de desconto em cartão. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

A Banda Sonora da Semana #71


A Banda Sonora da Semana #71 com castanhas, Dostoiévski e Michael Bublé

Como é, pessoas? Já comeram muitas castanhas? E esse Verão de São Martinho está a fazer-se sentir? Aqui nem por isso, antes pelo contrário. Mas confesso que acho muito mais agradável deliciar-me com as castanhas assadas com um pouco de frio do que num calor tremendo. E tu? Como preferes as tuas castanhas? 

Efemérides de 11 de Novembro


Dia de São Martinho
1918 - É assinado o Armistício de Compiègne, dando fim à Primeira Guerra Mundial. 
1975 - Angola torna-se independente de Portugal. 
1821 - Nasceu Fiódor Dostoiévski, escritor russo. 
1855 - Nasceu Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque, militar e político português. 
1861 - Morreu D. Pedro V de Portugal. 

A Banda Sonora da Semana #71 com castanhas, Dostoiévski e Michael Bublé

Nada como um belo calhamaço e um clássico da Literatura para começar a semana, não achas? Deixo-te com Os Irmãos Karamázov, obra-prima russa e que quero muito ler assim que seja possível acrescentá-lo à minha estante. Já leste algum livro de Dostoiévski? Qual o teu favorito? 


Esta semana quero me sentir inspirada por esta música, muito bem interpretada pela voz de Michael Bublé, que me faz querer viver da melhor forma possível. Que me dizes? Feeling Good? 

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Desafio de Escrita dos Pássaros #9 - Acordaste nu, sem te recordar de nada, numa ilha deserta


Desafio de Escrita dos Pássaros #9 - Acordaste nu, sem te recordar de nada, numa ilha deserta

Abri os olhos lentamente, ainda confusa e sem saber onde estava nem tão pouco como ali fui parar. Sento-me e olho ao redor. Só vejo árvores exóticas e um mar incrível à minha frente. Quando me observo com mais atenção, reparo que estou nua e não faço a menor ideia do que me aconteceu. A única coisa que me resta é uma Natureza em estado bruto e a total ausência de memórias passadas. Sinto-me como uma folha em branco. Perdi a noção de passado, presente e futuro. Perdi até a noção de mim própria.

Como terei ido parar neste lugar? Quando me disponho a explorar o meio envolvente, descubro que me encontro numa ilha, aparentemente deserta, e sinto a solidão como um peso nos ombros. Não sinto falta de ninguém em particular, vantagem de não ter recordações na bagagem. Mas sinto falta da companhia que só um ser vivo te pode proporcionar. O que fazer nestas condições?

Será que existe alguém à minha procura? Serei lembrada por alguém? Estarão pessoas preocupadas com o que me aconteceu e desejosas de saber o meu paradeiro? Irá alguém encontrar-me nesta ilha deserta e paradisíaca? Tantas perguntas sem resposta à vista e que me invadem a mente sem que as possa evitar.


Assim se passou uma semana e quando já estava habituada à minha nudez e à ausência de memórias, eis que acordo sobressaltada e tomo consciência que se tratou apenas de um sonho dos muitos que daqui a umas horas não guardarei qualquer lembrança…

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

#Livros - D. Teresa, de Isabel Stilwell


#Livros - D. Teresa, de Isabel Stilwell

Sinopse

Esta é a história de Teresa, uma mulher de armas, à frente do seu tempo, que governou num mundo d homens e de conspirações. 

Filha de Ximena Moniz do Bierzo, de quem herdou os olhos verdes e a astúcia, e de Afonso VI de Leão e Castela. Viúva aos 25 anos do Conde D. Henrique de Borgonha regeu com pulso de ferro o que era seu por direito. Em 1116, o Papa Pascoal II reconheci-a como Rainha. 

Pelo Condado Portucalense confrontou a meia-irmã e rival Rainha Urraca de Castela, o pai, a igreja Católica, os nobres portucalenses e até mesmo o seu próprio filho D. Afonso Henriques, na lendária Batalha de São Mamede. Trinta e três anos depois de ter chegado ao condado, via-se obrigada a fugir, derrotada e traída. Restava-lhe o consolo de ter a seu lado o seu amado, Fernão Peres de Trava, e a certeza de que Alberto, seu fiel amigo, escreveria, com verdade, a sua história. 

Isabel Stilwell é a autora de romances históricos mais lida em Portugal. D. Teresa - Uma Mulher que Não Abriu Mão do Poder é um romance emocionante sobre esta personagem fundamental da nossa história - mãe de D. Afonso Henriques, amante de Fernão Trava e Rainha de Portugal. 

Opinião

A minha paixão pelo romance histórico levou-me a descobrir esta autora portuguesa e a render-me ao seu talento, especialmente porque retrata figuras da nossa História que estudamos na escola e que nem sempre compreendemos devidamente. Sobretudo, quando se tratam de mulheres que não se submeteram ao papel secundário a que os homens achavam ser o que lhes era devido.

Comprei este livro em Julho e mal podia esperar para me dedicar à leitura sobre esta personagem tão mal-amada da nossa História. Em D. Teresa, fazemos uma viagem até ao reinado de Afonso VI e ficamos a conhecer o envolvimento amoroso dos seus pais, o afastamento da sua mãe após ter dado à luz duas filhas, os primeiros anos no campo e a chegada das filhas bastardas à corte do seu pai e o início da rivalidade com a irmã legítima, D. Urraca.

Lê ainda a minha opinião sobre o livro Filipa de Lencastre

Fiquei muito intrigada com a fase complexa que se vivia nesse reinado aqui ao lado, num tempo em que ainda éramos vassalos dessas paragens, onde um rei tratou de afastar os seus irmãos, de forma a unificar o território até se auto-intitular Imperador. São sempre fascinantes os mistérios que se escondem e que nunca serão totalmente respondidos.

"Era dura a sina das mulheres, desprezadas desde o momento do nascimento, sem posses ou poder, filhas, depois esposas, de quem se esperava apenas que engravidassem e dessem à luz rapazes."

Essa primeira fase mostra bem o que precedeu a formação do nosso reino e as motivações para o desejo de independência. Depois de passearmos pela corte de Leão e Castela, o casamento de Teresa com D. Henrique tem como dote o Condado Portucalense onde ambos se estabelecem e criam a sua família e lançam as raízes para a ambição de se tornar rainha e suplantar a irmã.

Vê as sugestões para oferecer livros no Natal

Ao ficar viúva aos 25 anos de idade, agarra o seu destino nas mãos e decide lutar pelo que lhe pertence e que será a herança do seu filho, Afonso Henriques. O que mais me fascinou foi perceber a forma como nos é apresentada D. Teresa nos livros da escola, como uma mulher ambiciosa que lutou contra o filho, como se fosse uma usurpadora ou como não tivesse interesse na independência do Condado. Na verdade, já se intitulava rainha de Portugal e era assim tratada até por papas.

"À tia Elvira choraram-na genuinamente, era a princesa dos pobres, mas o que os fascinava na tia Urraca era o facto de ser uma mulher de poder, rainha como o meu pai, tão poderosa, dizem, como ele. Não gostavam dela, ninguém gosta de mulheres poderosas."

Claro que este livro é fruto de muita suposição, tendo em conta a distância temporal dos factos relatados e os relatos tendenciosos da época. Cada cronista respondia ao seu rei e, portanto, relatava os acontecimentos de forma a agradar a quem lhe pagava. A independência é uma coisa moderna e talvez até hipócrita. O olhar dos homens para com mulheres que estavam à frente do seu tempo seria sempre de censura e reprovação.

Apesar do romance, fiquei com uma imagem muito mais positiva acerca de D. Teresa e do seu legado como filha e mãe de reis, sempre com o objectivo de assumir o poder para si própria, por se considerar legítima herdeira de seu pai e perfeitamente capaz de ser mulher e rainha. Que leitura espectacular, fluída e cativante, num livro muito bem cuidado e com imensas imagens ilustrativas dos factos relatados.

"Fugia, trinta e três anos depois de ter chegado ao Condado Portucalense, com tanta esperança, tantos projectos, tantos sonhos. Ao lado de Henrique, entrara aos 15 anos na posse do reino que o pai lhe dera, num reino que seria seu para sempre."

Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 10% de desconto em cartão e portes grátis.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

#Compras & Recebidos - Outubro/2019


#Compras & Recebidos - Outubro/2019

Este mês de Outubro que já terminou foi muito curto em termos de itens comprados e recebidos. A verdade é que até ao final do ano estarei em contenção de custos e as compras serão reduzidas apenas ao que não conseguirei resistir. Foi o caso dos objectos que hoje te vou apresentar. Vens comigo? 

#Compras & Recebidos - Outubro/2019 - Boneca Halloween

Esta foi A compra do mês, sem qualquer margem para dúvida. Esta obra de arte vem directamente d'O cantinho da Silvana, especialmente para o Halloween. Já te apresentei outros trabalhos desta página incrível e posso adiantar que já se encontram peças especiais para o Natal. Visita a página e rende-te ao talento da artista. 

#Compras & Recebidos - Outubro/2019 - Imortal de José Rodrigues dos Santos

Tenho de dizer que a foto usada é a do site da Wook, apenas porque este novo livro não se encontra em minha casa, mas na do meu pai. Trata-se do mais recente livro de José Rodrigues dos Santos, Imortal, e mal posso esperar para lhe pôr as mãos em cima em Dezembro. Já tens este livro na tua estante? 

Vê também as minhas Compras & Recebidos de Setembro

O que achaste das minhas compras deste mês? 

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