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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A minha experiência com Maria do Pomar

 

A minha experiência com Maria do Pomar

Ando cada vez mais interessada em alimentação saudável, sem quaisquer fundamentalismos, mas porque acredito que é algo muito importante na nossa vida, consumirmos alimentos bons é essencial para a saúde do nosso corpo, da nossa mente e também pode contribuir para a saúde do planeta e dos pequenos produtores. Acredito que as nossas escolhas podem determinar e contribuir positivamente para a sociedade e para as nossas vidas também. 


Por todas estas razões tenho estado atenta às muitas pessoas que recebem em suas casas cabazes de fruta e legumes, enviados por produtores locais, com muita variedade e com um excelente aspecto. Infelizmente, nem todos entregam na minha área de residência por isso esse foi um grande critério na selecção do capaz que ia experimentar para começar a minha aventura nestas andanças. A eleita foi a Maria do Pomar, que entrega em todo o país e cujas entregas são gratuitas para encomendas a partir de 24,50€. 


A minha experiência com Maria do Pomar

Podes encomendar produtos individualmente ou, como eu, optar pelos cabazes. Sendo que tens cabazes para todos os gostos, de todos os tamanhos, adequados a famílias ou empresas grandes ou pequenas. Podes encomendar os cabazes só de frutas, só de legumes ou de frutas e legumes. Em suma, acredito que toda a gente consegue encontrar, entre as diferentes opções, o cabaz perfeito para a sua vida. Isto sem esquecer os cabazes sazonais, como já foi o caso do de Outono ou o especial de São Martinho. 


Podes descobrir também a minha experiência com a Too Good To Go


Dependendo da zona do país onde estás e do horário em que fazes a tua encomenda existem diferentes prazos de entrega, mas o máximo que te demora a chegar são dois dias úteis. É tudo feito de forma simples, no site Maria do Pomar, com opções de pagamento seguras e práticas, bem como a garantia de produtos frescos e de qualidade, entregues à tua porta, perfeitamente embalados e acondicionados. Se isto não é perfeição, não sei o que será. 


A minha experiência com Maria do Pomar

Como empresa sustentável, não utilizam plásticos descartáveis, apenas sacos de papel e cartão e as caixas são de esferovite, que conserva a temperatura dos produtos, garantindo que chegam em perfeitas condições a nossa casa. O cuidado é notado em cada detalhe e percebe-se que tudo é feito com muito amor e carinho. Na minha primeira encomenda, recebi ainda alguns miminhos e um código de desconto para a encomenda seguinte o que, aliado à qualidade do que recebi, contribuiu muito para voltar a encomendar. 


Fica a conhecer ainda a minha experiência com a Glovo


Desde que iniciei esta aventura com a Maria do Pomar, já encomendei três cabazes, um por mês, e não pensei em procurar outra empresa de tão bem servida que me tenho sentido. Aliás, já não me imagino a viver sem as frutas e os legumes desta marca portuguesa de sucesso e só compro no supermercado coisas pontuais quando ainda não se justifica encomendar outro de novo. Portanto, posso assegurar a qualidade, a confiança e o valor, convidando a que experimentes também e vejas com os teus olhos a veracidade de tudo o que aqui disse. 


Como costumas comprar as tuas frutas e legumes? Já conhecias a Maria do Pomar? Preferes escolher os produtos individualmente ou alinhas nos cabazes? Conta-me tudo nos comentários e vamos conversar sobre práticas sustentáveis. 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

#Livros - Inês de Castro, de Isabel Stilwell

 

#Livros - Inês de Castro, de Isabel Stilwell

Sinopse

A história de Inês de Castro como nunca ninguém a contou. 

Inês de Castro tremia na sua presença. Afonso IV era o rei que levara à morte o meio-irmão, Afonso Sanches, o seu adorado tio que a havia recebido como uma filha. O homem que tirara tudo à sua família. O homem que a expulsara sem dó nem piedade da corte para a afastar do seu único filho, acusando-a de ser uma perigosa espia. O homem que humilhava o seu Pedro que, tropeçando nas palavras, não conseguia impor-se ao pai e afirmar o amor por ela. O homem que nascera sob a estrela de Algol, como a avisara repetidas vezes a sua querida Zulema. Algol, a estrela do demónio...

Quando Inês ouviu o galope dos cavalos e viu o estandarte real caiu de joelhos e implorou, olhando os sete anéis de Afonso IV que a hipnotizavam. Mas o seu destino estava traçado. Mais uma vez Pedro lhe falhara, cobarde, frágil, não estava ali para a defender, para gritar que ela era sua mulher, casados perante Deus, mãe dos seus filhos legítimos...

Isabel Stilwell, autora best-seller de romances históricos, traz-nos Inês de Castro, protagonista da maior história de amor de Portugal. Imortalizada nos espantosos túmulos de Alcobaça, contada em livros, quadros e lendas. 

Entre Portugal e Castela, entre intrigas, traições e casamentos reais, Isabel Stilwell traça, ao som do alaúde, o seu retrato de Inês de Castro, uma ágil espia que moveu as peças no tabuleiro do poder, amante apaixonada que enfeitiçava com os seus olhos verdes e, por fim, rainha de Portugal. Uma história que ficou para sempre gravada em pedra. 


Opinião

Como amante de romances históricos que sou e depois de me ter apaixonado pela escrita de Isabel Stilwell, não perco nenhum dos seus livros novos e ando em busca dos mais antigos para completar a colecção. Como tal, podes imaginar o meu espanto e ansiedade quando percebi que a autora portuguesa estava a escrever sobre a mais famosa história de amor da História de Portugal, que é como quem diz, a sua próxima protagonista seria a icónica e incontornável Inês de Castro. 


Confesso que fiquei reticente, afinal de contas já se escreveu tanta coisa sobre esta mulher e sobre o seu amor com o herdeiro da coroa portuguesa, que me perguntava se iria surgir alguma coisa diferente que justificasse um livro inteiro e que alimentasse o nosso interesse por uma história que todos conhecemos desde que nos entendemos por gente. Embora nunca tenha posto em causa o talento da autora, não estava totalmente convencida de que este seria um livro imperdível, sobretudo para última leitura do ano. Não poderia estar mais enganada. 


Podes ler também a minha opinião sobre D. Manuel I


A primeira observação que posso fazer e que demonstra o valor da narrativa é que não temos vontade de parar de ler, mesmo quando pensamos que sabemos exactamente como vai terminar este amor impossível. Talvez seja esse o factor determinante para ter demorado um pouco mais do que o habitual para terminar este livro. Porque depois de conhecer a Inês de Stilwell não temos vontade nenhuma de a ver morrer às ordens de Afonso IV. 


"O jogo, os favores sexuais comprados, o adultério, tudo isso sempre existiu, mas este é um rei sem mãe, sem avó, sem damas mais velhas que imponham limites a um grupo de jovens fogosos."

A construção das personagens é fascinante e enriquecida com detalhes que humanizam os homens e as mulheres que conhecemos dos livros de História e nos apresentam algumas figuras mais obscuras mas essenciais para ajudar a compreender os grandes protagonistas, as suas dores de crescimento e as suas lutas interiores. Acompanhamos a infância de Inês e os primeiros anos da juventude, sendo já conhecida a sua beleza inigualável e a lealdade para com os inimigos do rei de Portugal, a família de Afonso Sanches. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre D. Teresa


A mulher que a criou bem tenta protegê-la, mas é impossível manter a sua beleza, a sua inteligência e o seu talento longe das cortes poderosas de Castela e de Portugal por muito tempo. A sua presença enquanto espiã começa cedo, mas é quando se apaixona por Pedro de Portugal e se torna sua amante que se torna uma verdadeira ameaça a todos os que se encontram perto do poder e um peão importante para a sua família que acredita poder obter benefícios com esta relação. 


"O que aqui fica gravado não é réplica de uma lenda, nem de uma qualquer fábula, mas a história da minha vida. Da vida de Inês de Castro e deste desgraçado Pedro, esfolado vivo como São Bartolomeu." 


Por outro lado, ao contrário dos relatos que estamos habituados a ler sobre o rei D. Pedro, sobre a sua sede de vingança e o seu sentido de justiça e a força da sua vontade de ferro, aqui somos apresentados a um Pedro cobarde e fraco perante o seu pai. Um homem gago, sempre humilhado pelo pai, menosprezado e que nunca teve a força para lutar pela mulher que amava e que pretendia que fosse a sua rainha. No fundo, um homem que não esteve à altura do amor que viveu e que, tendo consciência disso mesmo, procurou redimir-se ao imortalizar na pedra a mulher que deveria ter vivido para o acompanhar quando chegou ao poder. 


Também gostas dos livros de Isabel Stilwell? Vais aventurar-te na sua visão de Inês de Castro? 


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Wook | Bertrand

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

#Livros - Os Habsburgos, de Martyn Rady

 

#Livros - Os Habsburgos, de Martyn Rady

Sinopse

Os Habsburgos é a história definitiva da ascensão e queda de uma dinastia notável, a primeira família global que ao longo de quase dez séculos moldou os destinos da Europa e do mundo. 

Martyn Rady narra a epopeia de uma dinastia e do mundo que ela edificou - e depois perdeu - ao longo de quase um milénio. Com origens modestas, os Habsburgos tornaram-se senhores do Sacro Império Romano-Germânico no século XV. Depois, no intervalo de poucas décadas, as suas possessões passaram a incluir grande parte da Europa, estendendo-se da Hungria a Espanha, além de regiões do Novo Mundo e do Extremo Oriente. A família continuou a dominar a Europa Central até à catástrofe da Primeira Guerra Mundial.


Opinião

Este livro foi-me gentilmente oferecido pela *Bertrand Editora, a meu pedido, ou não fosse eu uma apaixonada por História e por monarquias, sobretudo quando influenciaram o mundo inteiro ao longo dos séculos que conseguiram manter o poder nas mãos. E estamos a falar de muitos séculos, meus amigos. E de uma área de influência que chegou aos quatro cantos do mundo, do novo e do antigo, e que também marcou o nosso país por várias razões e em diferentes épocas. 


Começo por dizer que o livro está organizado por ordem cronológica, contanto a origem desta dinastia, passando pela sua ascensão, com quedas e reveses pelo meio, até culminar no fim do seu poder dinástico, já no século XX. Esta organização permite compreender melhor os acontecimentos, mas não é o único factor. Impressionou-me a forma como é contada, simples, acessível, de fácil compreensão. É assim que se chega com a História ao grande público e se quebra o preconceito de que é uma matéria chata e aborrecida. 


Podes ler também a minha opinião sobre 1822


Achei particularmente curioso que os Habsburgos tenham começado por ser um grupo de menor importância na Europa Central, que foi ganhando relevância e importância ao longo do tempo, através de casamentos e alianças vantajosas, e porque produziram elementos que souberam ocupar um espaço de maior protagonismo, conquistando cada vez mais territórios, muitas vezes, apenas porque souberam agarrar as oportunidades no momento certo. Golpes de sorte, oportunismo, sagacidade são alguns dos ingredientes que construíram uma dinastia secular. 


"Por sorte, casamento e guerra, fez de uma dinastia mediana da Europa Central a primeira potência da Europa, a par da França. Sob o governo do seu sucessor ao trono imperial, Carlos V, neto de Maximiliano, os Habsburgos iriam ainda mais longe, tornando-se uma potência mundial."


Nem sempre ocorre em linha recta, mas o que nunca lhes falta é um herdeiro para ocupar o lugar e suceder ao imperador anterior. Bem pelo contrário, são tantos os candidatos em certas alturas que a guerra de sucessão é acesa. Não nos podemos esquecer que este império, ao longo dos séculos, conseguiu ocupar uma extensão de território tão vasta que se tornou missão impossível manter a unidade por muito tempo. O célebre Carlos V conseguiu, com dificuldade e muitas viagens, mantê-lo ligado mas, depois dele, foi-se desmembrando, embora tenham procurado que se mantivesse um Habsburgo a liderar, mesmo não sendo o mesmo. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Carlota Joaquina e Leopoldina de Habsburgo


Como não podia deixar de ser numa família que atravessou nove séculos, produziu elementos brilhantes que conseguiram agigantar o valor da sua dinastia e que contribuíram para que alcançassem uma importância universal e que permanece inigualável. No entanto, como é óbvio, também saíram desta casta alguns elementos bem incompetentes e que puseram em risco o legado da família e a própria sobrevivência do império. Aliás, esses elementos contribuíram para as inúmeras crises por que passaram, mesmo durante conjunturas desfavoráveis, e conduziram ao seu final. 


"Ao longo de mais de nove séculos, os Habsburgos produziram simplórios e visionários, aprendizes de feiticeiro e da maçonaria, fanáticos religiosos, governantes dedicados ao bem-estar do seu povo, patronos da arte e campeões da ciência, construtores de grandes palácios e igrejas."


Foi uma leitura fascinante, de um prazer imenso e que recomendo a todos, mesmo aos que acham que não gostam de História com H maiúsculo. Porque tem todos os ingredientes para quem gosta de bons livros, com boas histórias e bem escritos e tenho a certeza que vais adorar conhecer mais sobre uma família que influenciou o mundo, inclusive o mundo em que vivemos hoje. És capaz de ler um livro de História? Gostas do género? 


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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

#Filmes - Spencer

 

#Filmes - Spencer

Sinopse

O casamento da Princesa Diana e do Príncipe Carlos há muito se transformou numa relação gélida. Entre abundantes rumores de casos extraconjugais e divórcio, a paz é encomendada para celebrar as festividades de Natal na propriedade real de Sandringham House. Há comida e bebida, tiro ao alvo e caça. Diana conhece o jogo. Mas desta vez, as coisas vão ser muito diferentes. Spencer é uma ficção do que se poderá ter passado nesses fatídicos dias. 


Opinião

Apesar de ainda não ter visto The Crown, quando é lançado um filme, que se pode ver de uma só vez, sobre Diana de Gales a pessoa não pode nem quer ignorar. Com todas críticas lançadas ainda antes do seu lançamento, sobretudo relacionadas com a escolha da protagonista, estava com algumas reticências relativamente ao filme mas, ainda assim, achei que valia a pena dar-lhe uma oportunidade e ver por mim mesma como tinha corrido a interpretação da Kristen Stewart no papel da icónica Diana. 


Primeiro, preciso destacar o guarda-roupa inacreditável que vai nos saltando à vista cena atrás de cena e que me fez morrer de inveja da actriz que teve a oportunidade de vestir aquilo tudo. Também não seria de esperar outra coisa quando a responsabilidade é da casa Chanel. Claro que a beleza da Kristen ajuda a dar vida às roupas mas, do outro lado, são um forte contributo para aproximar a actriz da imagem da princesa que vive no nosso imaginário. 


Podes ver também a minha opinião sobre Grace de Mónaco


Existem momentos em que é percetível o excelente trabalho da actriz, porque as semelhanças que ela conseguiu construir são admiráveis. Mas devo dizer que está longe de ser perfeito. Talvez o facto de, para pessoas da minha geração, a imagem da Diana estar ainda muito presente e viva faça com que veja a actriz e não a sua personagem. Ou simplesmente ficou a faltar alguma coisa. Portanto, apesar da sua actuação não me ter arrebatado, quero dar-lhe o benefício da dúvida e acreditar que a sua qualidade profissional está a crescer. 


#Filmes - Spencer | Diana de Gales

Agora, falando do enredo em si, devo dizer que esse é que não me convenceu mesmo. Apesar de ter um ritmo frenético, até porque se passa durante poucos dias, tem momentos parados, estranhos que pretendem passar uma imagem de psicose, como se a princesa tivesse graves perturbações psicológicas. Não é que não seja do conhecimento público que a princesa sofreu de bulimia e que era desprezada pela grande parte da família real, tendo sofrido com ambas as situações. Só que levar essas premissas a um ponto tão extremado, pareceu-me desnecessário e pouco relevante. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre  Snu


As interpretações de figuras icónicas, como a Rainha ou príncipe de Gales, conferem alguma credibilidade ao filme mas penso que não chegam para colmatar o ponto de vista que não me convenceu. No entanto, gostei particularmente do final do filme, onde é retratada a amizade de Diana com a sua camareira e a decisão de se afastar daquele ambiente doentio e onde nunca se sentiu integrada, sem nunca abdicar do seu papel de mãe. 


Em suma, estou contente por ter visto Spencer, embora não me tenha arrebatado nem apaixonado. Vale por algumas actuações, por alguns relacionamentos que são explorados e pela fotografia linda de morrer. E tu, desse lado, já viste Spencer? O que achaste do filme? E da actuação da Kristen Stewart? 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

#Livros - Sensibilidade e Bom Senso, de Jane Austen

 

#Livros - Sensibilidade e Bom Senso, de Jane Austen

Sinopse

Sensibilidade e Bom Senso foi a primeira obra publicada por Jane Austen e apresenta-nos os retratos subtis das irmãs Dashwood, com temperamentos contrastantes mas igualmente encantadores. Esta edição conta com uma tradução de grande rigor e qualidade. 

Elinor é regida pelo bom senso, pela razão, e esconde cuidadosamente as suas emoções. Marianne é dominada pela paixão, pela sensibilidade, e expõe-se sem reservas aos sentimentos mais intensos. Quando ambas se apaixonam e vivem o arrebatamento e a dor do amor, compreendem que é no ponto de equilíbrio entre a sensibilidade e o bom senso que poderão encontrar a felicidade pessoal numa sociedade onde o estatuto e os bens materiais governam as leis do amor. 

Através deste paralelo, a autora oferece-nos uma análise poderosa da forma como a vida das mulheres era moldada na sociedade claustrofóbica das classes média e alta na Inglaterra do século XVIII, numa comédia de costumes iluminada pela ironia e o humor.


Opinião 

As saudades que eu já tinha de ler Jane Austen! Cada vez que regresso aos seus livros fico rendida ao seu talento e à qualidade da sua escrita. É uma sensação de que estamos a ler algo muito, muito especial, com uma linguagem clara, simples mas recheada de toques de ironia, de críticas subentendidas à sociedade da época e que são deliciosas de descobrir, como se fosse a descoberta de um segredo escondido nas entrelinhas. 


Parti para Sensibilidade e Bom Senso sem saber nada de nada, pois nunca vi o filme e só sabia o que consta na sinopse. Assim, foi uma experiência de descoberta total pois não fazia a mais pequena ideia de como iriam terminar as desditas amorosas das irmãs Dashwood. Este foi o primeiro romance publicado por Jane Austen e não imagino melhor forma de começar uma carreira literária que se transformou numa lenda. 


Podes ler também a minha opinião sobre Orgulho e Preconceito


Neste livro acompanhamos a família Dashwood, com o pai casado em segundas núpcias com a mãe das meninas, tendo ainda um filho mais velho do seu primeiro casamento, que recebeu uma boa herança da sua mãe. No entanto, a sua nova família vivia com um rendimento pequeno que não permitia que ambicionassem viver com um grande desafogo nem tão pouco ascender socialmente. Com a morte prematura do pai, as irmãs vêem-se numa situação complicada dado que a casa onde viveram grande parte da vida pertence ao seu irmão, que tem uma família própria e pouca vontade de acolher a família do pai indefinidamente. 


"Não era um jovem mal-intencionado, a menos que ser assaz insensível e assaz egoísta seja ser mal-intencionado; mas era, em geral, bem-visto: comportava-se com decoro no desempenho dos seus deveres quotidianos."


Somos apresentados a esta fase descendente até que estas mulheres encontram um lugar para morar, longe da sua casa de família, que são capazes de pagar e perto de familiares da senhora Dashwood que parecem gostar bastante de as ter por perto e conviver com todas. É nesse novo lugar que reconstroem o seu núcleo familiar e acrescentam novos elementos às suas relações. E também é com a mudança e final do luto pelo pai que começam a dar mais atenção aos sentimentos e aos amores. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Persuasão


O foco está centrado nas duas irmãs mais velhas, Elinor e Marianne, e o principal interesse está no contraste entre ambas. Logo nas suas personalidades ficam claras as diferenças. Uma racional, ponderada e sóbria. A outra apaixonada, emocional e espontânea. Claro que, quando se apaixonam, estas características são essenciais para entender a forma como vivem esses amores e os respectivos desgostos. Também os homens por quem se interessam não poderiam ser mais diferentes. 


"Pareceu excessiva a Elinor aquela magnanimidade, tendo em conta a juventude da irmã, e insistiu com a mãe, mas em vão; o mais trivial bom senso, os mais triviais cuidados, a mais trivial prudência, tudo soçobrava na sensibilidade romântica de Mrs. Dashwood."


O amado de Elinor é reservado e sóbrio, como a própria, mas esconde um segredo que o impedirá de retribuir a afeição da nossa protagonista. Já o de Marianne é um homem apaixonado pelos prazeres da vida, que exterioriza toda a sua sensibilidade sem grandes preocupações com as convenções ou com a opinião dos que o rodeiam. Curiosamente, o amor que parece óbvio e que está à vista de toda a gente é o que sofre uma reviravolta inesperada e reveladora do verdadeiro carácter do alvo do amor da apaixonada donzela. A verdade é que, a dada altura, ambos os amores parecem impossíveis de serem concretizados. E, por essa razão, parece muito difícil que o final feliz seja alcançado, pelo menos da forma tradicional da época e de agora também. 


Como sempre, só posso recomendar que leias Jane Austen e desfrutes do prazer que é a leitura de qualquer dos seus livros. Este foi mais uma aposta vencedora que li num ápice, tão bem escrito foi, tão bem contada é toda a história, tão bem construídas são as suas personagens. Tens lido esta autora extraordinária? Qual o teu livro favorito de Jane Austen? E, já agora, viste a adaptação para o Cinema? Aconselhas? 


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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

A minha experiência com Easy Fry Deluxe Moulinex

 

A minha experiência com Easy Fry Deluxe Moulinex

Desde há tempos imemoriais que tenho uma curiosidade enorme sobre fritadeiras a ar quente e queria muito experimentar, sobretudo porque te permite saborear os amados fritos de uma forma mais saudável. Esteve durante muito tempo entre os pequenos electrodomésticos que mais queria adquirir, só que, ao mesmo tempo, tinha medo de gastar dinheiro numa coisa que depois não ia utilizar ou que não se adequava com as minhas expectativas. 


Acontece que participo num estudo de mercado onde registo as minhas compras domésticas e, com isso, acumulo pontos que podem ser trocados por prémios diversos. Através desse método já chegou cá a casa um tablet ou um powerbank, por exemplo. Portanto, quando foi lançada a oportunidade de trocar os meus pontos por uma Air Fryer nem pensei duas vezes e achei que era o momento de matar a minha curiosidade sem gastar dinheiro. 


Podes ver também a minha experiência com a Too Good To Go


Deste modo chegou a minha casa uma Easy Fry Deluxe da Moulinex, que é uma versão XXL onde cabem até 4,2 litros que podem ser cozinhados em simultâneo. E se, como eu, pensas que ela serve apenas para fritar batatas posso já adiantar que não poderias estar mais enganada. Este é um aparelho verdadeiramente versátil e que permite cozinhar quase tudo que possas imaginar. Mas vamos começar pelas célebres batatas fritas, que acredito seja o que mais suscita curiosidade em todos. 


A minha experiência com Easy Fry Deluxe Moulinex

Na Easy Fry Deluxe é possível fritar batatas congeladas ou frescas, tendo indicações de tempo e temperatura para cada caso específico, bem como para as quantidades. Pessoalmente, ainda só fritei congeladas e o sabor, posso assegurar-te, é igual ao das que fritas em óleo. As instruções indicam que devemos colocar uma colher de sopa de óleo nas batatas antes de colocar na panela. Experimentei com essa colher e sem ela e não notei qualquer diferença no sabor, na textura ou no tempo. Se fosse só a pensar nas batatas, já estava convencida e posso assegurar-te que não voltei a fritar batatas em óleo desde que esta menina chegou aqui a casa. 


Podes ler ainda a minha comparação entre a Delta Q versus Dolce Gusto


No entanto, como já disse anteriormente, há muito mais vida para além das batatas. Só para teres uma pequena noção, nos últimos meses já cozinhei na minha Easy Fry Deluxe hambúrgueres, almondegas e salmão. Portanto, alimentos bem diferentes o que revela a versatilidade deste electrodoméstico, porque é uma excelente forma de cozinhar tantas coisas. Esta é uma opção mais saudável, sem usar gorduras para cozinhar, rápida, e super prática, pois é só colocar dentro da panela, escolher a opção certa para o produto que queremos preparar, seleccionar o tempo e a temperatura, e deixar a Easy Fry Deluxe fazer o seu trabalho enquanto ficamos livres para fazer outras coisas ou simplesmente não fazer nada. 


Em suma, só posso recomendar este tipo de fritadeira e até me arrependo de não ter arriscado mais cedo. É certo que esta foi de borla, mas se a tivesse comprado estaria agora a dizer que vale cada cêntimo que custa. Agora conta-me tudo: também usas uma fritadeira de ar quente? Já te rendeste aos seus méritos? Ou também tens medo de arriscar? 

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

#Livros - O Exílio do Último Liberal, de Sérgio Luís de Carvalho

 

#Livros - O Exílio do Último Liberal, de Sérgio Luís de Carvalho

Sinopse

A história de O Exílio do Último Liberal decorre entre Londres (1832) e Lisboa (1833) e assenta num labirinto de mistérios, de segredos, de ameaças e de paixões, enquadrado pelo fog de Londres e pelas brumas de uma nação envolta em progresso e em miséria. É aí, um ambiente marcado pela Revolução Industrial, que se move um jovem exilado português às voltas com um terrível segredo: foi membro da Irmandade dos Divodignos, um grupo liberal radical que os partidários absolutistas de Dom Miguel perseguem com encarniçado ódio. Mas este é apenas o primeiro segredo dado a conhecer ao leitor... Outro há e é ainda mais obscuro e clandestino. 

Por entre as sombras e os nevoeiros, movem-se vultos suspeitos. São os odiados ressurrecionistas à cata de corpos acabados de sepultar numa actividade que provoca medo e revolta. 

Factos Reais

Os divodignos foram uma sociedade secreta, composta maioritariamente por estudantes, que via na acção armada a forma de resistir contra o absolutismo, ou o poder soberano (iluminados pela revolução francesa). 

Os ladrões de túmulos, popularmente chamados ressurrecionistas, também existiram. De noite, invadiam os cemitérios, retiravam os corpos recém-sepultados das urnas e iam entregá-los nas faculdades de medicina onde eram usados nas aulas de anatomia. 


Opinião

Andava de olho na vasta obra do Sérgio Luís de Carvalho desde a sua primeira visita ao Maluco Beleza e quando me deparei com um livro seu na Feira do Livro de Lisboa em promoção, nem pensei duas vezes e veio logo comigo para casa. Outras leituras foram nos separando, mas entretanto lancei-me a ele e agora venho-te falar sobre a experiência que foi ler este livro e o seu autor. O seu autor porque existem momentos em que consigo identificar a voz do Sérgio que "conheci" na cadeira amarela na do narrador deste livro. 


Confesso que o início não é fácil de agarrar e não foi com facilidade que entrei na narrativa. O misterioso protagonista, português exilado em Londres, não me encantou logo, ficando demasiado tempo na sombra do seu passado, demorando a revelar os seus aspectos pessoais que nos levam a olhá-lo com outros olhos. Também a sua noiva, numa fase inicial, parece uma personagem secundária sem grande relevância para o desenrolar do enredo. 


Podes ler também a minha opinião sobre A Rainha Subjugada


No entanto, conforme a leitura avança, dei por mim presa às personagens, inclusivamente a Rose e ao rico juiz que se aproxima de forma inesperada apenas por causa das parecenças físicas de Rose com a sua falecida esposa. Por outro lado, as aventuras noturnas de Salvador nos cemitérios que culminam com os corpos a ser usados pelo seu mestre nas aulas de Anatomia, são episódios que nos mostram o peso das superstições e preconceitos contra a visão científica e o preço que foi preciso pagar para conseguir que esta evoluísse de facto. 


"Afinal, o que para os poderosos é incidente, para os pobres é desgraça."


Gosto particularmente da forma como é alterado o foco entre personagens dentro dos capítulos. Obriga a mais atenção na leitura, mas é muito mais agradável do que um relato corrido que poderia se tornar monótono. Não é de todo o que acontece em O Exílio do Último Liberal. Os saltos entre o que acontece em Londres e em Lisboa, entre passado e presente, entre o Salvador de hoje e o de antes, são deliciosos de acompanhar e chegam ao ponto de imprimir um toque frenético à leitura. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre D. Manuel I


As descrições são outro aspecto muito especial deste livro. Sejam sobre as dissecações dos corpos nas aulas da Universidade, a guerra que se trava em Portugal, o clima industrial que se vive em Londres, ou os próprios sentimentos dos protagonistas. Nota-se o detalhe histórico presente, mas sem perder de vista o leitor e o seu interesse na história que está a ser contada. E o final, sem querer dar spoilers, é surpreendente. Quando pensamos que o autor vai por um caminho, ele segue outro totalmente inesperado e amarra todas as pontas soltas de forma brilhante. 


"Mas o progresso, já se sabe, é assim mesmo: sempre em frente e quem ficar para trás não é digno destes dias gloriosos em que Deus escolhe quem será bem-sucedido e quem fracassará, de acordo com as leis da predestinação e dos negócios."


Esta foi o meu primeiro contacto com o autor, mas tenho a certeza que não será o último. Já leste alguma coisa do Sérgio Luís de Carvalho? Que outros livros do autor recomendas? 


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Wook | Bertrand

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

#Filmes - Bem Bom

 

#Filmes - Bem Bom

Sinopse

1979. Quatro jovens são contratadas para formar uma girl band. 

Elas sabem cantar, brilham a dançar e escandalizam o país...

Elas tornam-se um fenómeno de popularidade.

Elas são as DOCE. 


Opinião

Será que existe alguém que nunca tenha ouvido falar nas Doce ou que, pelo menos, nunca tenha ouvido nenhuma das suas músicas? A sua popularidade é um caso sério no panorama musical português e só prova o quanto a sua música era de qualidade, pois sobreviveu ao passar dos anos e chega hoje a gerações que nunca as ouviu ou soube do seu caminho nos idos anos 80 num Portugal ainda muito cinzento depois de sair da Ditadura. 


O grupo feminino criado por Tozé Brito e incorporado de forma corajosa pelas mulheres que lhe dera a cara, o corpo e a voz, é um ícone que talvez só agora seja possível compreender em toda a sua amplitude e entender o verdadeiro impacto na sociedade e nas mulheres portuguesas. Pessoalmente, conhecia as músicas da banda mas não tinha a menor noção do que teria sido o seu percurso profissional ou pessoal na época. Sabia alguns dados, como as participações e terem vencido um Festival da Canção, mas não os preconceitos de que foram alvo ao longo do tempo. 


Podes ver também a minha opinião sobre Snu


Tendo em conta o tanto que desconhecemos sobre estas mulheres e sobre o caminho que trilharam enquanto Doce, este filme chega na hora certa. É uma ode ao feminismo, às mulheres livres, à boa música e à revolução dos costumes dados como certos e necessários para o bom funcionamento das sociedades machistas. É fascinante perceber como foi construído o grupo, como as músicas brilhantes foram sendo feitas pelo seu autor, muitas vezes inspiradas nas próprias integrantes, e o contributo de cada uma para a formação. 


#Filmes - Bem Bom

O talento de Fátima para cantar, o papel de Teresa fundamental com as coreografias, o bom senso da Helena e o sentido de moda da Laura são, sem margem para qualquer dúvida, grande parte do segredo do sucesso da banda e o motivo para terem se tornado figura mítica no imaginário de homens e mulheres na época. Afinal estamos a falar de mulheres que romperam com as convenções, sem medo de ousar, de desafiar os homens e o seu poder, de escandalizar todo o mundo e, em suma, mostrar às mulheres que não existem limites e que podem ser o que e quem quiserem. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Variações


O filme passa-se durante pouco tempo, tendo em conta os anos que duraram a banda, mas é um relato entusiasmante e que nos deixa mergulhar fundo nas vivências de cada uma, tanto pessoais quanto profissionais, nas expectativas que tinham, no que sentiam, nos dramas que viveram ao longo desses tumultuosos anos, as pressões que sofreram, os preconceitos e as exaltações. Uma montanha-russa que somos convidados a assistir neste filme e com uma banda sonora incrível, ou não estivesse a cargo das Doce. E os figurinos? Tendo em conta que quem vestia as Doce era o saudoso Zé Carlos e o guarda-roupa pretende recriar as suas criações para a banda, só podia ser espectacular, não achas? 



Para os que vaticinam que o Cinema português está morto, esta é mais uma prova da sua vitalidade e do quanto é possível na nossa indústria termos filmes interessantes e que enchem as salas. Só posso recomendar este filme porque é fascinante descobrir mais sobre as Doce, figuras incontornáveis da nossa cultura. Já viste o filme? O que achaste do que foi contado sobre a banda? 

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