Balanço de 2022 & Resoluções para 2023

 

Como sempre acontece, tenho a sensação de que 2022 passou num ápice, num piscar de olhos, sem que tenha feito nada de relevante. Depois de alguma análise e ponderação, penso que todos percebemos que não foi bem isso, mas dessa primeira sensação não consigo fugir. É por isso que procuro deixar registadas algumas resoluções para o ano seguinte, que me permitem analisar mais criticamente e fazer um balanço mais realista. É uma tradição longa aqui deste espaço, que volto a realizar neste final de 2022 e que me proponho a desejar para 2023. No ano passado foi assim, e é com base nessas resoluções que farei o balanço agora e decidirei também quais as resoluções do próximo. Vamos a isto? 

Balanço de 2022

1. Pessoal

Como muito bem previ, ainda não foi em 2022 que viajei como pretendo e sonho. Ainda assim, cumpriu-se a parte de conhecer lugares novos e incríveis, restaurantes excelentes e rodear-me de pessoas que valham a pena. São as minhas pessoas, as de sempre, que estão sempre lá, mas claramente que são suficientes para me aquecer o coração. 

Quanto às leituras, não contei o número de livros lidos, mas estou muito contente com o meu ritmo de leitura tendo em conta a carga de trabalho e o escasso tempo livre que sempre tenho. De filmes e séries o balanço também é positivo, bem como se concretizou o regresso às salas de Cinema com muito sucesso e com filmes excelentes. A formação digital foi positiva, mas ainda acho que consigo fazer melhor, dedicar mais tempo e atenção a essas temáticas que são essenciais para o futuro. 

2. Finanças

As poupanças estão felizes, embora não tão recheadas como poderiam estar. Isto porque neste Verão investi alguma dessas poupanças em novas janelas para a minha casa no Norte, o que permitirá uma maior eficiência energética. Essa é uma preocupação crescente na minha vida, pois está a ficar claro que em Portugal as nossas casas não estão preparadas nem para o Verão e ainda menos para o Inverno. 

Os meus rendimentos, fruto do trabalho que paga as contas, não diminuíram, mas por causa desta inflação maluca, quer-me parecer que todos perdemos poder de compra e que ainda estamos longe de andar para trás neste caminho tortuoso. Felizmente e até ao momento, não senti um grande impacto na minha qualidade de vida, mas isto porque tenho tido algum cuidado e ponderação na hora de ir às compras. 

3. Blog

No que diz respeito aos projectos para este blog foi um caos completo e quer-me parecer que, tirando os eventuais conhecimentos que ganhei nas formações online, não consegui concretizar nenhum dos planos que tinha no início de 2022. Nada de nova imagem, nem migração de plataforma com domínio próprio e ainda menos a monetização. Só posso lamentar e tentar fazer melhor. 

Já no que toca à consistência, consegui cumprir e superar, com esforço e dedicação, tanto que as publicações de 2022 foram mais do que as de 2021. Significa isso que o meu método para me organizar resultou e deve ser algo a levar para 2023. Os temas foram os que planeei e que espero terem ido ao encontro das tuas expectativas também. O que nunca falha nem passa de moda é o prazer que sinto ao escrever sobre os temas que me apaixonam. 

Resoluções para 2023

1. Pessoal

Para 2023 peço pouco: amizades fortes, momentos inesquecíveis, lugares únicos e muita saúde para todos os meus para podermos desfrutar deste novo ano. Mais do que objectos físicos, o que importa são as nossas pessoas, os momentos que partilhamos e que vivemos em conjunto, as experiências que nos marcam e ficam conosco para o resto da vida. Isso não invalida que sejam bem vindos os desejos de consumo, mas fica claro que isso não será o mais importante. O meu foco em 2023 quero que esteja na saúde e na educação. O futuro é sempre incerto, e os tempos que se avizinham não serão fáceis, mas quero acreditar que essas áreas serão importantes para que esse futuro seja um pouco melhor. 

Quanto ao lazer, espero continuar a ler grandes livros, comprar menos se tal for possível, diminuir consideravelmente a pilha de livros por ler, e desfazer-me de todos os que não pretendo voltar a ler ou não faço questão de manter na minha estante, até para ter espaço para todos os que ainda me faltam. Gostaria também de ter mais tempo para ver os filmes e as séries que tenho pendentes e ainda consumir todas as horas de formação online que tenho por concluir. Tendo em conta que trabalho a tempo inteiro, sei que precisava que os dias tivessem 48 horas para poder fazer tudo isto e ainda conseguir dormir devidamente. 

Gostava também de continuar a ser presença nas salas de Cinema com alguma assiduidade, esperando que os lançamentos de 2023 valham a pena ser vistos num ecrã gigante. Tenho ainda alguma vontade de voltar a ver um concerto ao vivo, talvez um Festival com um cartaz de artistas interessante, mas ainda é apenas um desejo. 

2. Finanças

A crise está aí ao virar da esquina e, como tal, a atenção que devemos dar às nossas finanças é determinante para conseguirmos ultrapassar essa fase negativa. No meu emprego que paga as contas, não prevejo que exista uma diminuição de vencimento, mas estamos numa fase crítica e penso que este ano de 2023 deve servir para preparar os próximos. Sem contar, que a própria inflação está a ir-nos ao bolso e a diminuir o nosso poder de compra. Pretendo fazer compras de forma consciente, sem grandes excessos, que me permitam poupar o que preciso para alimentar o imprescindível Fundo de Emergência, poupar para a viagem de sonho que farei algures no tempo, e ainda gostaria de fazer alguns investimentos em casa. Gostaria de comprar o Ar Condicionado para a minha casa a Sul e colocar os estores novos - que irão potenciar as janelas novas - na casa a Norte. 

Um dos segredos comprovados da liberdade financeira, é sempre diversificar as nossas fontes de rendimento. Com isso em mente, gostaria muito de começar a fazer investimentos em produtos financeiros que me possam dar algum benefício futuro. O primeiro passo deveria ser o PPR, algo essencial para termos a certeza que teremos alguma qualidade de vida na velhice. Sem contar que, com esse investimento, ainda posso ter benefícios no IRS, como obter um reembolso maior. Outro dos sonhos que gostaria de transformar em projecto, é abrir o meu próprio negócio. Sendo realista, não acredito que seja possível concretizar em 2023, mas considero que este pode ser um ano essencial para encontrar um caminho, uma área de negócio que me possa dar um bom retorno financeiro, além de me dar prazer, claro. 

3. Blog

Continuo a colocar este espaço como essencial e uma fonte de prazer na minha vida e, portanto, quero muito que ele cresça, se torne melhor, mais lido, mais comentado, mais partilhado. Quem escreve, quer ser lido. Quem escreve, gosta de ter feedback, de trocar impressões e criar proximidade com quem ainda se dedica a este universo da blogosfera, que tantos acham que já morreu. É nesse desejo de criar uma comunidade unida em torno de gostos e interesses comuns, que quero investir em 2023. Mas isso vai depender também de ti, que me lês. Convido-te a que, sempre que leias uma publicação que gostes, seja neste blog ou noutro, deixes o teu comentário, permitas que se inicie uma conversa, pois só com isso estás a incentivar o trabalho de quem dedica o seu tempo a este tipo de projecto. 

Mais uma vez, deixo registado que gostaria de encontrar formas de monetizar este espaço, dado assim mais recompensas a quem me segue, a quem acompanha o que escrevo, se identifica com o que partilho. Talvez não consiga implementar definitivamente em 2023, mas gostava muito de encontrar um caminho a seguir que seja interessante para todos. Além disso, espero conseguir continuar a manter a regularidade de publicações, no mínimo duas vezes por semana, sempre com os temas que me apaixonam e que, espero, também te apaixonem. 

Já fizeste o teu balanço de 2022? Já sabes quais serão as tuas resoluções para 2023? Já sabes o que vais pedir a cada uma das doze badaladas? Gostas deste tipo de partilha? Conta-me tudo nos comentários e vamos começar já a trabalhar para esta comunidade! 

Top 10 - Melhores Leituras de 2022

 

O ano está quase, quase a terminar e está na hora de fazer o primeiro balanço que, desta vez, será das melhores leituras de 2022. Este foi um ano morno, ainda no rescaldo da pandemia, mas foi um ano em que descobri grandes livros e autores extraordinários. No ano passado, consegui reunir um Top 5, mas em 2022 foi missão impossível reunir uma lista tão pequena. Até para selecionar estes 10 eleitos foi uma loucura, o que mostra bem o quanto li bons livros este ano. Para facilitar um pouco a minha tarefa e não ter de quebrar a cabeça para montar uma regra para um ser melhor que o outro, vou elencar os eleitos por ordem cronológica, ou seja, irão aparecer os 10 melhores livros que li em 2022 pela ordem em que os li. Vens descobrir quais são os melhores de 2022?

1. Pedro Páramo, de Juan Rulfo

Descobri Juan Rulfo e fiquei fascinada com a sua escrita. Comecei a ler ainda em 2021, mas só terminei em 2022, por isso conta como leitura deste ano. Sei que vou ler tudo o que este homem escreveu, pena é que tenha escrito tão pouco. O que vale é que as suas obras são tão fortes, impactantes e especiais que ficam conosco muito depois da leitura estar terminada. Não é à toa que é um autor de referência para muitos dos grandes escritores do século XX. 

Wook | Bertrand | Book Depository

2. Lolita, de Vladimir Nabokov

Este é um livro polémico e que causa algumas náuseas ao longo da leitura. O tema é nojento, mas a forma extraordinária como Nabokov escreve é viciante. É uma escrita poética sobre comportamentos hediondos e que causam repulsa a qualquer pessoa normal. Não é uma leitura que se faça rapidamente, nem de ânimo leve, pelo peso do que é contado, mas vale tanto a pena que só lamento que os preconceitos façam com que as pessoas não se permitam descobrir a obra-prima deste autor. 

Wook | Bertrand | Book Depository

3. O Jardim dos Animais com Alma, de José Rodrigues dos Santos

Esta foi uma leitura inesperada, porque embora seja grande fã dos livros de José Rodrigues dos Santos, não esperava que me fosse impactar tanto e ser tão revelador no que toca ao que fazemos aos animais. Os relatos do que se passa nos matadouros e as revelações científicas sobre a inteligência dos animais foram destruidoras e fez-me pensar no assunto como nunca antes tinha acontecido. Ainda não deixei de comer carne, mas estou muito mais consciente para o tema, já reduzi bastante esse consumo e tenho activamente procurado alternativas vegetais. Um orgulho que um dos autores nacionais mais lidos tenha se debruçado sobre este tema tão pouco interessante para muitos grupos económicos. 

Wook | Bertrand

4. Os Pilares da Terra, de Ken Follett

Finalmente fui ler o primeiro romance histórico de Ken Follett e fiquei rendida ao universo de Kingsbridge. É uma leitura extraordinária, interessante, repleto de personagens icónicas e marcantes, que coloca uma catedral no centro de toda a trama. Agora, quero ler tudo o que este homem escreveu e que envolva este universo imaginário da sua cidade ficcional. Mal posso esperar por novas aventuras! 

Wook | Bertrand | Book Depository

5. Contos de São Petersburgo, de Nikolai Gógol

Descobri um novo autor russo e fiquei rendida ao sentido de humor e às críticas sociais de Nikolai Gógol. A sua escrita é muito fantástica, cheia de elementos doidos e que, à primeira vista, parecem impossíveis, mas que o autor consegue que se torne credível. São histórias curtas, mas que servem na perfeição para ficar a conhecer o escritor e perceber que vale a pena ler mais dele. Eu certamente vou ler. 

Wook | Bertrand | Book Depository

6. O Nome da Rosa, de Umberto Eco

O clássico de Umberto Eco é, para dizer o mínimo, extraordinário. Já tinha visto o filme nos idos anos 90 e tinha adorado. Mas a verdade é que o livro é ainda melhor. Repleto de detalhes fascinantes e que nos remetem imediatamente para um imaginário de Idade Média. Afinal, quando se coloca uma investigação de um crime nessa época misteriosa, passada numa Abadia cheia de monges e com uma biblioteca repleta de livros valiosos, só podemos esperar que seja uma aventura inesquecível. Se todos os policiais fossem assim, muitos mais seriam os seus fãs. 

Wook | Bertrand | Book Depository

7. A Letra Escarlate, de Nathaniel Hawthorne

Nunca imaginei, quando comecei esta leitura, que estaria perante um dos livros do ano. Está certo que é um clássico e esses geralmente são sempre bons livros. Ainda assim, nem todos chegam ao top de melhores leituras, pelos mais diversos motivos. Esta foi uma agradável surpresa, pois estava longe de conhecer ou sequer imaginar o que me esperava. Apesar de já saber algumas coisas, que me pareceram muito óbvias logo de início, nada me preparou para o final desta história. 

Wook | Bertrand | Book Depository

8. Pessoa. Uma Biografia, de Richard Zenith

Este ano li a biografia mais longa, exaustiva e espectacular de que tenho memória. E esse é um género que tenho lido bastante nos últimos anos e sobre figuras muito interessantes. Só que o nosso Fernando Pessoa é uma figura mística da nossa Literatura. Sabemos muito pouco sobre o homem, que sempre viveu de forma discreta, mesmo nos seus tempos de grande actividade quando publicava nas revistas que ajudou a fundar e onde foi pioneiro, com o seu grupo de amigos, de um movimento literário modernista. Se pensar bem, as certezas existem mas são muito poucas. Mas a viagem pela sua obra para desvendar a sua mente é fascinante. 

Wook | Bertrand

9. The Ink Black Heart, de Robert Galbraith

Depois de ler um calhamaço de mais de mil páginas, que foi a biografia de Fernando Pessoa, decidi pegar no novo livro do pseudónimo de J. K. Rowling, na sua saga policial, ou seja, mais um calhamaço de mil páginas. E, como sempre acontece com esta autora, fiquei presa ao livro ao ponto de o acabar em poucos dias. Ia trabalhar ansiosa para voltar para casa para poder continuar a ler e descobrir quem era o criminoso deste novo caso de Strike e Robin. Agora só me resta esperar mais dois anos pelo próximo. 

Wook | Bertrand | Book Depository

10. O Mestre e Margarida, de Mikhaíl Bulgákov

Mais um autor russo que me deixou extasiada com o seu talento e o seu realismo fantástico. Bulgákov foi a confirmação que me faltava para ter a certeza que quero ler tudo o que estes russos escrevem. As suas histórias levam-nos para lugares reais, com personagens que parecem normais, mas que se revelam envolvidos em acontecimentos extraordinários que parecem delírios. Mais uma viagem incrível e que me leva a adicionar mais um russo à minha lista de autores favoritos da vida. 

Wook | Bertrand | Book Depository

Estas foram as minhas melhores leituras de 2022 e que espero possam ser igualadas e até superadas em 2023. Se não sabes o que ler nos próximos tempos, nesta lista vais encontrar livros excelentes que tenho a certeza te farão companhia da melhor forma possível. Agora conta-me: qual o melhor livro que leste em 2022? Leste algum destes? Qual te parece o mais interessante? Deixa o teu comentário e vamos conversar sobre livros e leituras espectaculares. 

#Filmes - Bilhete para o Paraíso

 

Sinopse

George Clooney e Julia Roberts, actores galardoados com Prémios da Academia, reúnem-se no grande ecrã no papel de um ex-casal que se depara com a complicada tarefa de impedir a sua filha, cega de amor, de cometer o mesmo erro que eles cometeram no passado... Da Working Title, Smokehouse Pictures e Red Om Films, Bilhete para o Paraíso é uma comédia romântica sobre a doce surpresa das segundas oportunidades. 

Opinião

Estamos em Dezembro e só apetece ver coisas leves e descomplicadas, que entretenham pura e simplesmente. Foi com esse pensamento que fui ver o novo filme de Julia Roberts e George Clooney, dois ícones de Hollywood, que protagonizaram inúmeros filmes que fazem parte do nosso imaginário colectivo. Agora, estão longe do auge da beleza, como nos anos 90, por exemplo, mas continuam ser lindos de morrer. Os homens bonitos já nos habituaram a envelhecer bem, com muito charme, mesmo com os cabelos brancos e as rugas. Mas Julia continua linda, mesmo quando vemos que já não tem vinte nem trinta anos. 

Em Bilhete para o Paraíso, temos uma Julia Roberts de regresso a Bali, mas agora por motivos bem diferentes do filme anterior que lá se passou. Desta vez é a sua filha que a faz partir para esse lugar paradisíaco. Mas estou a adiantar-me aos factos. Os dois veteranos interpretam Georgia e David, um casal que se divorciou há vinte anos, mas que tem uma filha em comum, Lily. Apesar de evitarem sempre que possível, existem momentos em que não é possível evitar, como é o caso da formatura da filha que terminou o curso de advocacia. 

Podes ler também a minha opinião sobre Quatro Casamentos e Um Funeral

O seu encontro é repleto de alfinetadas mútuas, de constante disputa pela filha, mas num ponto que até parece ser saudável, pois a própria Lily não se sente muito afectada. Alguma vergonha e uma certa preocupação para evitar que a discussão entre os dois escale, mas tirando isso, nada de significativo. Nota-se que a filha tem muita vontade de fazer o que esperam dela, de ir de encontro às expectativas dos pais para o seu futuro e que sente algum medo normal por se encontrar a um passo de concretizar a carreira que sonhou, especialmente com o seu pai. 

Como recompensa pelo seu trabalho dedicado aos estudos, vai viajar com a melhor amiga e colega de curso para Bali para umas merecidas férias paradisíacas. Só que tudo muda quando conhece um rapaz local por quem se apaixona perdidamente e, inesperadamente, decidem casar de imediato. Como seria fácil de imaginar, a notícia não é recebida com entusiasmo pelos pais de Lily, que acreditam que a filha está a cometer o maior erro da sua vida, ao abrir mão da sua carreira e do seu futuro na América por um casamento e uma vida em Bali. 

Podes ler ainda a minha opinião sobre O Casamento do meu Melhor Amigo

O seu reencontro no avião, para irem ao encontro da filha e supostamente serem convidados do seu casamento, revela-se hilariante, e determina uma união provisória de forças pelo que acreditam que será melhor para a jovem. Assim, decidem deixar as suas divergências de lado e, quase como se quisessem impedir que a filha cometa o mesmo erro que ambos cometeram quando se decidiram casar, partem para uma guerra velada contra este casamento, porque sabem que uma guerra aberta teria um efeito totalmente contrário ao que pretendiam. 

À medida que se aproximam, as dúvidas começam a surgir. Tanto sobre o que estão a fazer para boicotar o casamento da filha, mas também sobre as decisões que tomaram no passado e que ditou o final do seu próprio casamento. É um filme leve, divertido, com um cenário lindo de morrer, mas que nos remete para um tipo de comédia romântica de outros tempos. Tenho dúvidas de que os mais jovens irão gostar deste filme, mas para pessoas da minha geração e mais velhas, certamente vão sentir que estão numa viagem ao passado, ao tipo de filme que se fazia na década de 80 e 90. Ainda assim, não deixa de ser uma boa opção para ver nas férias ou num Domingo à tarde, com a família. 

Já viste o novo filme destes dois grandes actores? O que achaste de Bilhete para o Paraíso? Costumas seguir o trabalho de Julia e George? Conta-me tudo nos comentários e deixa a tua recomendação de filme! 

#Livros - A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas

 

Sinopse

A narrativa da jovem e atraente cortesã parisiense Marguerite Gautier é contada por Alexandre Dumas naquela que é uma das maiores obras-primas românticas da história literária do mundo. Em meados do século XIX em França, Marguerite, apelidada como A dama das camélias pela sua adoração à flor, vive uma vida glamorosa e abastada de festas intermináveis e bailes aristocráticos, saboreando cada dia como se fosse o seu último, apesar da sua frágil saúde.

Armand Duval entra então na sua vida: apaixonado, jovem, atraente, e perigosamente obstinado, mas não suficientemente rico. No entanto, e porque Armand se revelará o primeiro verdadeiro amor de Marguerite, ela sacrifica o estilo de vida de classe alta por uma vida a dois. Em nome da honra da família, tendo em conta o passado de Marguerite, o pai de Armand aproxima-se dela e pede-lhe que termine a relação. Marguerite cede e ocasiona a separação, sacrificando o seu amor pelo bom nome da família de Armand, ao deixar-lhe uma carta falsa, afirmando que o havia deixado por outro.

Armand é duro com Marguerite porque não conhece a sua verdadeira motivação, e só virá a fazê-lo quando for demasiado tarde.

Opinião

Já não me recordava da última vez que li Alexandre Dumas, o que é estúpido porque é um autor extraordinário que sempre me encanta e entusiasma com as suas narrativas. Aliás, depois desta leitura que fiz pela primeira vez, fiquei com muita vontade de reler alguns dos clássicos do autor que mais marcaram a minha adolescência, como Os Três Mosqueteiros ou O Conde de Monte Cristo. Mas hoje, vamos mesmo conversar sobre A Dama das Camélias, um romance ultra romântico, que nos conta sobre a vida de Marguerite Gautier. 

Marguerite é uma cortesã, ou seja, uma prostituta do século XIX, muito bonita, jovem, cheia de vida, e muito cobiçada como amante de homens ricos e nem tão ricos assim. São inúmeros os homens parisienses que aparentemente perderam fortunas por causa dela, e nunca lhe faltam pretendentes para entrar na sua cama no final de cada noite. A história é contada na primeira pessoa por um narrador que parece ser o próprio escritor, que alega ter conhecido estas pessoas e ter conhecido a sua história e lhe parece importante que a mesma chegasse ao conhecimento das pessoas. 

Podes ler também a minha opinião sobre Madame Bovary

O que vou dizer não pode ser considerado spoiler, porque logo nas primeiras páginas ficamos a saber da morte da protagonista, pois o nosso narrador dá por si a ter conhecimento de um leilão das suas posses no qual participa, mesmo sem saber muito bem como ou porque motivo. Conhecia a jovem de vista, lembrava-se da sua beleza, mas pouco mais sabia sobre Marguerite, sobre o que estaria por trás da face visível de cortesã jovem e bonita. Faz uma visita à casa onde ela viveu e onde se encontram os bens que serão leiloados dali a dois dias, onde encontra todo o tipo de pessoas, mas sobretudo mulheres que se sentem atraídas pela possibilidade de ver como vivia uma mulher da vida. 

"Quando se conhece durante dois anos uma mulher como eu, não é no fim desse tempo que se lhe pede para se ser seu amante. As mulheres como nós ou nos entregamos logo ou nunca."

Nesse leilão, dá por si a licitar um livro, sem mesmo entender os motivos que o levam a isso. O que é certo é que consegue vencer e leva para casa esse livro, cuja única particularidade é uma misteriosa dedicatória assinada por Armand Duval, desconhecido para o narrador nesse momento. Os dias passam e, inesperadamente, é anunciada a visita do próprio Armand que procura recuperar o livro dessa mulher e se mostra destruído pela perda de Marguerite com quem parece ter vivido uma paixão arrebatadora. Este mistério entre duas pessoas tão improváveis desperta a curiosidade do narrador, que procura ajudar Armand e saber mais sobre esse passado que o liga à cortesã. 

Podes ler ainda a minha opinião sobre A Letra Escarlate

É assim que o próprio lhe conta tudo o que aconteceu, transmitindo a ideia de que nos está a contar precisamente o que ouviu. É relatado a primeira vez que a viu e tudo o que sentiu de imediato, as contradições dos seus sentimentos ao saber que se tratava de uma cortesã, quando o seu coração via nela uma mulher de sentimentos puros e verdadeiros. O seu primeiro encontro desastroso é relatado com alguma amargura, o reencontro anos mais tarde, onde Armand volta a sentir tudo como no primeiro dia e fica determinado a encontrar a sua oportunidade de se aproximar de Marguerite, revelar o seu amor e conquistar o coração da cortesã e não apenas o seu corpo. 

"Às vezes somos obrigados a comprar uma satisfação para a nossa alma à custa do nosso corpo, e sofremos muito mais quando depois essa satisfação nos foge."

A verdade é que Armand revela ser diferente de todos os homens que Marguerite conhece. Preocupa-se consigo, com a sua saúde, tenta ajudar e consolar, não foge quando a sente doente. Enquanto que os outros só a procuram quando está feliz e disponível para festas e passeios e fogem nos momentos difíceis, Armand parece que não a abandonaria, seja qual fosse o problema. A verdade é que o seu amor verdadeiro, os seus valores e princípios, todo esse conjunto consegue fazer com que a cortesã se apaixone como nunca antes tinha acontecido. Ao ponto de aceitar diminuir o seu padrão de vida para poder ser a companheira do jovem sem com isso o arruinar. 

No entanto, o amor nunca é suficiente para que duas pessoas fiquem juntas e felizes para sempre. Os obstáculos são muitos, desde os ciúmes, as dúvidas, a culpa e o medo de prejudicar o outro. À medida que os eventos se sucedem, fica cada vez mais difícil parar a leitura, porque ficamos com uma necessidade enorme de saber o que vai acontecer com este casal tão improvável. É um livro relativamente curto, com pouco mais de duzentas páginas, mas que parecem bem menos, porque o autor consegue nos prender aos seus personagens e, mesmo sabendo uma parte do final trágico, precisamos de saber o que realmente os levou a essa situação tão triste. 

Já leste A Dama das Camélias? O que achaste deste romance trágico? Que outros livros de Dumas já leste? Conta-me tudo nos comentários e vamos falar sobre este grande autor francês! 

Podes encomendar o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribuir para as próximas leituras deste blog

Wook | Bertrand | Book Depository

A minha experiência com Portugal Jewels

 

Conheci esta marca durante este ano através de um anúncio no Instagram, que muito me chamou a atenção. Estávamos no mês de Abril e andava perdida em busca de um presente para o Dia da Mãe e sem saber o que mais inventar para oferecer à senhora minha mãe. Entre tantas ocasiões especiais em que temos de dar presentes, fica difícil encontrar ofertas especiais, diferentes, de bom gosto e que se enquadrem no tamanho da nossa carteira. Tu bem sabes o quanto é uma missão complexa encontrar presentes para oferecer no Natal, aniversários e datas comemorativas que sejam diferentes, úteis e bonitos. 

Quando vi o anúncio da Portugal Jewels, fiquei com uma grande esperança de ter encontrado uma marca diferente e de qualidade. Ao visitar o site deles e observar a sua oferta, essa esperança ficou confirmada como verdadeira. Só faltava ter a certeza de que estava perante uma marca de confiança, o que foi facilmente perceptível pelas suas redes sociais e pela sua associação com figuras como a Ana Moura, com quem fizeram uma colecção em parceria, muito bonita por sinal. 

Podes ler também sobre a minha experiência com Castelbel

Além do design das peças, que irei explorar de seguida, o que mais me agradou na Portugal Jewels foi encontrar peças feitas em Ouro de 19,2 kt e de 9 kt, Prata e Prata Dourada. Esta variedade de materiais permite que encontres preços adequados a todas as carteiras e também que se adequem a todas as ocasiões. Estamos a falar que aqui poderás comprar jóias de qualidade com materiais nobres por menos de 50€. Esta possibilidade deixou-me entusiasmada e acompanho o trabalho desta marca com verdadeiro interesse e muito carinho, afinal é uma marca portuguesa e que merece ser divulgada pelo trabalho extraordinário que faz. 

Os próprios pacotes são lindos e perfeitos para transformar uma peça especial num presente perfeito. Fiquei apaixonada pelo pormenor do lacre que segura o papel que envolve a caixa, que volta a revelar a atenção ao pormenor de toda esta experiência. A variedade desta loja é imensa e, além dos materiais nobres que referi anteriormente, podes encontrar peças com pérolas, pedras coloridas, cristal de rocha e até diamantes. Tens a opção de comprar brincos, colares, anéis, pulseiras e alfinetes. Encontras designs modernos e tradicionais e inclusivamente uma mistura entre os dois que considero espectacular. 

Podes ler ainda sobre a marca Arte Sem Rosto

No âmbito do tradicional, encontras peças em filigrana, com contas de Viana e brincos à rainha. O trabalho é minucioso e o facto de usarem diferentes metais preciosos faz com que possas encontrar a mesma peça com diferentes preços e que se podem encaixar no que procuras, no que gostas e no que podes pagar. Como estou longe de ser rica, tenho optado pela Prata Dourada e só tenho recebido peças lindíssimas e de excelente qualidade. Para o Dia das Mães, escolhi o colar com a imagem da Nossa Senhora de Fátima que a minha mãe adorou e que ganhou destaque na sua escolha de acessórios. 

O presente fez tanto sucesso que vou repetir a fórmula e comprei novamente uma peça da marca para oferecer à minha mãe no Natal. Desta vez escolhi uma pulseira com pérolas e um coração de Viana, também em Prata Dourada. Mal posso esperar para ver a reacção na noite de Natal, porque tenho a certeza que vai ser novamente um sucesso tremendo. No entretanto, ando a namorar um anel que penso seriamente em oferecer a mim mesma. Só não sei se compro em Prata ou em Prata Dourada. Qual preferes? As dúvidas são grandes, por isso aceito opiniões e agradeço! 

Portanto, se procuras jóias acessíveis, de qualidade e que irão transformar-se em presentes amados, já encontraste porque vais encontrar tudo isso e muito mais na Portugal Jewels. Faço parte da Newsletter e costumo estar atenta a todas as novidades, bem como às promoções, porque me tornei verdadeiramente fã da marca e dos seus produtos. Já conheces esta marca? Qual a tua peça ou colecção favorita da Portugal Jewels? Conta-me tudo nos comentários e não te esqueças de dar a tua opinião sobre qual anel devo comprar! 

Centenário de José Saramago

 

Em Novembro, celebrou-se o centenário do nascimento do nosso escritor maior, José Saramago. Se o seu talento e a sua obra não fosse suficiente, é ainda o único Nobel da Literatura de Língua Portuguesa, ou seja, só encontro razões para conhecer melhor o autor e tenho como objectivo de vida ler tudo o que escreveu. A sua obra é extensa mas como retiro prazer destas leituras tenho procurado ler um livro por ano, para que este prazer dure mais tempo e possa descobrir novas histórias de Saramago ainda durante alguns anos. 

Sempre me espanto quando descubro um leitor que ainda não se rendeu ao talento extraordinário de José Saramago, mas a verdade é que existem, muitos fruto da obrigação de ler Memorial do Convento na escola, numa fase em que podemos ser demasiado novos para entender o fascínio do enredo. No entanto, acho que todos deveriam dar uma nova oportunidade ao escritor e encontrar o livro certo para começar esta aventura, que acabamos por desejar que nunca termine. 

A minha homenagem ao nosso Nobel chega agora e com ela pretendo percorrer a minha experiência de leitura, a lista de espera e a lista de desejos. O que significa que irei eleger o meu Top 3 de leituras que já concluí, o Top 3 dos livros que já moram na minha estante mas estão em lista de espera e ainda o meu Top 3 dos livros que quero comprar porque ainda não moram em minha casa. Espero que com esta lista de livros de Saramago te inspires e tires algum da estante e comeces a leitura que, aposto, será uma experiência extraordinária. Vamos começar? 

Top 3 Livros Lidos de José Saramago

1. As Intermitências da Morte

Depois de séculos sendo odiada pela humanidade, a morte resolve pendurar o chapéu e abandonar o ofício. O acontecimento incomum, que a princípio parece uma benção, logo expõe as intrincadas relações entre Igreja, Estado e a vida quotidiana. 

"Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto", escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. Só mesmo um grande romancista para desnudar ainda mais a terrível figura. 

Apesar da fatalidade, a morte também tem os seus caprichos. E foi nela que o primeiro escritor de língua portuguesa a receber o Prémio Nobel da Literatura buscou o material para o seu novo romance, As Intermitências da Morte. Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender as suas actividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico, logo se revela um grave problema. 

Idosos e doentes agonizam nos seus leitor sem poder "passar desta para melhor". Os empresários das funerárias vêem-se "brutalmente desprovidos da sua matéria-prima". Hospitais e lares de terceira idade enfrentam uma superlotação crónica, que não pára de aumentar. O negócio das companhias de seguros entra em crise. O primeiro-ministro não sabe o que fazer, enquanto o cardeal se desconsola, porque "sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja". 

Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o quotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna? 

Ao fim ao cabo, a própria morte é o personagem principal desta "ainda que certa, inverídica história sobre as intermitências da morte". É o que basta para Saramago, misturando o bom humor e a amargura, tratar da vida e da condição humana. 

Wook | Bertrand 

2. O Evangelho Segundo Jesus Cristo

«O Evangelho segundo Jesus Cristo, dizia, é o romance que gerou mais polémica e é a causa de ter mudado a minha residência de Lisboa para Lanzarote, em Espanha. É um livro que não projectei, porque jamais me havia passado pela cabeça escrever uma vida de Jesus, havendo tantas e sendo tão diferentes as interpretações que dessa vida se fizeram, destrutivas por vezes, ou, pelo contrário, obedecendo às imposições restritivas do dogma e da tradição. Enfim, sobre o filho de José e Maria, disse-se de tudo, logo não seria necessário um livro mais, e ainda menos o que viria a escrever um ateu como eu. Simplesmente, o homem põe e a circunstância dispõe e aqui está o que me impeliu a uma tarefa cuja complexidade ainda hoje me assusta». 

José Saramago in A Estátua e a Pedra

Wook | Bertrand

3. O Homem Duplicado

Tertuliano Máximo Afonso, professor de História no ensino secundário, «vive só e aborrece-se», «esteve casado e não se lembra do que o levou ao matrimónio, divorciou-se e agora não quer nem lembrar-se dos motivos por que se separou», à cadeira de História «vê-a ele desde há muito tempo como um fadiga sem sentido e um começo sem fim». 

Uma noite, em casa, ao rever um filme na televisão, «levantou-se da cadeira, ajoelhou-se diante do televisor, a cara tão perto do ecrã quanto lhe permitia a visão, Sou eu, disse, e outra vez sentiu que se lhe eriçavam os pelos do corpo». 

Depois desta inesperada descoberta, de um homem exactamente igual a si, Tertuliano Máximo Afonso, o que vive só e se aborrece, parte à descoberta desse outro homem. 

Wook | Bertrand 

Top 3 Lista de Espera de José Saramago

1. Ensaio Sobre a Cegueira

Um homem fica cego, inexplicavelmente, quando se encontra no seu carro no meio do trânsito. A cegueira alastra como «um rastilho de pólvora». Um cegueira coletiva. 

Romance contundente. Saramago a ver mais longe. Personagens sem nome. Um mundo com as contradições da espécie humana. Não se situa em nenhum tempo específico. É um tempo que pode ser ontem, hoje ou amanhã. As ideias a virem ao de cima, sempre na escrita de Saramago. A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma situação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocupação cívica. 

Wook | Bertrand 

2. Caim

«A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele.»

José Saramago 

Wook | Bertrand 

3. Memorial do Convento

«Um romance histórico inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa e até hoje ainda não emprenhou (...)". Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimunda, e o romance correu mundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos do rei D. João V.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

Wook | Bertrand

Top 3 Lista de Desejos de José Saramago

1. Levantado do Chão

A transformação social. A contestação. Personagens em diálogos. As cruentas desigualdades sociais. Surgem as perguntas proibidas. Vai-se adquirindo consciência e espaço, para que tudo se levante do chão. Um livro composto por 34 capítulos. No 17.º está a tortura e a morte de Germano Santos Vidigal. Germano, o nome que significa irmão, o homem da lança. Apesar de vencido, o sacrifício da sua vida indica o caminho. «Já o encontraram. Levam-no dois guardas, para onde quer que nos voltemos não se vê outra coisa, levam-no da praça, à saída da porta do setor seis juntam-se mais dois, e agora parece mesmo de propósito, é tudo a subir, como se estivéssemos a ver uma fita sobre a vida de Cristo, lá em cima é o calvário, estes são os centuriões de bota rija e guerreiro suor, levam as lanças engatilhadas, está um calor de sufocar, alto.»

As mulheres são também chamadas à primeira linha das decisões neste belo romance de Saramago. O diálogo monossilábico entre marido e mulher da família Mau-Tempo vai-se alterando. Interessante observar uma narrativa que vai da submissão ao sentido de libertação, através de gerações.

Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998

Wook | Bertrand

2. História do Cerco de Lisboa

«Há muito que Raimundo Silva não entrava no castelo. Decidiu-se a ir lá. O autor conta a história de um narrador que conta uma história, entre o real e o imaginário, o passado e o presente, o sim e o não. Num velho prédio do bairro do Castelo, a luta entre o campeão angélico e o campeão demoníaco. Raimundo Silva quer ver a cidade. Os telhados. O Arco Triunfal da Rua Augusta, as ruínas do Carmo. Sobe à muralha do lado e São Vicente. Olha o Campo de Santa Clara. Ali assentou arraiais D. Afonso Henriques e os seus soldados. Raimundo Silva "sabe por que se recusaram os cruzados a auxiliar os portugueses a cercar e a tomar a cidade, e vai voltar para casa para escrever a História do Cerco de Lisboa. Uma obra em que um revisor lisboeta introduz a palavra "não" num texto do século XII sobre a conquista de Lisboa aos mouros pelos cruzados.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

Wook | Bertrand

3. Ensaio Sobre a Lucidez

Num país indeterminado decorre, com toda a normalidade, um processo eleitoral. No final do dia, contados os votos, verifica-se que na capital cerca de 70% dos eleitores votaram em branco. Repetidas as eleições no domingo seguinte, o número de votos brancos ultrapassa os 80%. 

Receoso e desconfiado, o governo, em vez de se interrogar sobre os motivos que terão os eleitores para votar em branco, decide desencadear uma vasta operação policial para descobrir qual o foco infeccioso que está a minar a sua base política e eliminá-lo. E é assim que se desencadeia um processo de rutura violenta entre o poder político e o povo, cujos interesses aquele deve supostamente servir e não afrontar.

Wook | Bertrand

Para terminar, quero só referir que, enquanto ainda estou a ler a obra de Saramago, quero também ler a sua biografia que foi lançada este ano. Refiro-me ao livro As 7 Vidas de José Saramago, que me parece de leitura obrigatória para todos os apaixonados por este autor incrível. Desejo sinceramente que esta lista invulgar sirva para te ajudar a dar uma oportunidade ao nosso Nobel e descubras o mundo extraordinário que ele nos deixou generosamente. 

Costumas ler Saramago? Qual o teu livro favorito? Qual recomendarias a quem queira descobrir o autor? Conta-me tudo nos comentários e vamos discutir os seus livros! 

#Filmes - Your Christmas or Mine?

 

Sinopse

É véspera de Natal. Depois de se despedirem na estação de Marlyebone, os novos amantes Hayley e James não suportam ficar separados no Natal, então ambos decidem se surpreender e trocar de trem involuntariamente por engano. A neve começa a cair e com ela eles percebem que estão presos um com a família do outro durante todo o Natal. O amor deles sobreviverá enquanto os seus segredos são desvendados? 

Opinião

É Natal, minha gente! Portanto, é o momento de assistir a filmes natalícios, sejam os clássicos que vemos todos os anos, sejam os novos que sempre são lançados nesta época. Como não sou uma pessoa muito natalícia e para entrar no espírito um pouco, decidi dar uma vista de olhos pelo catálogo de filmes de Natal das plataformas de streaming. Foi assim que descobri que a oferta deste género particular era enorme e estamos a falar de filmes recentes, lançados agora em Novembro, a tempo do Natal de 2022. Deduzo que isso signifique que as pessoas procuram por estes filmes nesta altura e os consomem a todos. 

Depois de dar uma vista de olhos, decidi-me por este Your Christmas or Mine? que me pareceu o mais interessante assim à primeira vista. O elenco, especialmente os actores mais velhos, tinha algumas figuras conhecidas e a permissa, embora cliché como sempre, despertou a minha curiosidade. Um casal que tem estado junto nos últimos meses, separa-se na estação de comboios no dia 23 de Dezembro, pois irão passar a quadra com as suas famílias. Numa despedida apaixonada, separam-se, entram no comboio que os irá levar a casa e, num momento de loucura, ambos decidem surpreender o outro e passar o Natal com o outro. 

Podes ver também a minha opinião sobre Amor Sem Aviso

Com este desencontro tudo pode acontecer, pois um casal que ainda se está a conhecer dá por si na casa do outro, com as famílias, e com acesso a coisas que ainda não sabem e outras que claramente não tinham desejado contar ao outro. A primeira surpresa é quando percebem que a pessoa que esperavam encontrar não estava em casa. Não se tinham limitado a desencontrar na saída do comboio, estavam mesmo em lugares diferentes do que seria esperado. Nenhum revela a sua real ligação com o familiar que não chegou, passando-se apenas por amigos, e as peculiaridades de cada família, muito diferentes, saltam à vista a cada minuto que passa. 

Hayley é de família humilde e numerosa, com muitos irmãos, avós e tios todos reunidos para celebrar a quadra festiva, sem contar com os seus pais com personalidades muito desconcertantes para o formal James. Por seu lado, Hayley descobre que James é membro de uma família nobre, que convive com as grandes figuras do Reino Unido, que moram num casarão enorme no campo. Esta descoberta faz com que sinta que nunca conheceu o namorado e que este lhe escondeu aspectos muito importantes sobre a sua vida, sobre a sua família e sobre si próprio. 

Podes ainda ler a minha opinião sobre O Casamento do meu Melhor Amigo

Os contrastes que vemos entre ambas as famílias é muito interessante e traz uma mensagem de que as diferenças podem ser ultrapassadas, independentemente do quão gigantes sejam. Mal entendidos surgem, como seria de esperar, que no final serão esclarecidos, mas permitem ver reacções e conhecer melhor as personalidades dos protagonistas, bem como põem à prova os sentimentos deste jovem casal. Todos os familiares de Hayley são divertidos e proporcionam momentos muito engraçados. Por outro lado, a família de James é mais séria e existem conflitos sérios a serem resolvidos. 

Adoro o sotaque totalmente britânico e as notórias diferenças de sotaque entre as duas famílias dado que são de regiões bem diferentes. A interpretação dos actores também é excelente e fiquei com um fraquinho por aquela governanta da casa de James, que consegue muito engraçada, mesmo com o seu ar sério e formal. É um filme cheio de clichés e são poucos os momentos de verdadeira surpresa, mas não deixa de ser uma boa opção para assistir nesta quadra natalícia. Entretém, diverte e permite passar momentos agradáveis em família. 

Gostas ver filmes de Natal? Costumas ver estes filmes quando? Qual o teu favorito? Conta-me tudo nos comentários e vamos trocar dicas de filmes de Natal! 

10 Novidades Literárias para oferecer no Natal

 

Seria impensável falar em presentes de Natal sem incentivar a que ofereças livros às pessoas que mais amas. Gosto de muitas coisas em diversas áreas, mas continuo a acreditar que o melhor presente que posso receber são livros, pois são mundos que se escondem entre as páginas e nos permitem viajar, conhecer, descobrir, crescer. Só encontro vantagens e como existem livros sobre todas as áreas de interesse, de todos os géneros, de incontáveis autores, será sempre possível encontrar um que vai apaixonar a quem queremos presentear. Claro que dá trabalho e pode ser necessário algum estudo sobre os interesses e gostos da pessoa, no entanto, penso que isso acontece seja qual for o presente que decidas comprar. 

Uma das dicas para diminuir o risco de oferecer um livro que a pessoa já tenha é escolher livros recentes, que é precisamente o denominador comum dos que selecionei para constarem nesta lista de presentes que podes e deves oferecer neste Natal. Procurei reunir diversos temas, livros mais clássicos, autores recentes, não ficção e livros práticos. Muitos outros géneros e assuntos ficaram de fora, mas tenho para mim que, ainda assim, aqui poderás encontrar presentes adequados para alguém especial da tua vida. Aceitas o desafio de oferecer livros no Natal? 

1. Misericórdia, de Lídia Jorge

Misericórdia é um dos livros mais audaciosos da literatura portuguesa dos últimos tempos. Como a autora consegue que ele seja ao mesmo tempo brutal e esperançoso, irónico e amável, misto de choro e riso, é uma verdadeira proeza. 

Não são necessárias muitas palavras para apresentá-lo - o diário do último ano de vida de uma mulher incorpora no seu relato o fulgor das existências cruzadas num ambiente concentracionário, e transforma-se no testemunho admirável da condição humana. 

Isso acontece porque o milagre da literatura está presente. Nos tempos que correm, depois do enfrentamento global de provas tão decisivas para a Humanidade, esperávamos por um livro assim. Lídia Jorge escreveu-o. 

Wook | Bertrand

2. Uma Pequena Vida, de Hanya Yanagihara

Este é um dos mais espantosos, desafiadores, perturbadores e profundamente comoventes romances publicados nas últimas décadas: um épico sobre o amor e a amizade no século XXI, que visita alguns dos lugares mais assustadores onde a ficção já se aventurou; um livro que, desafiando explicações e todas as probabilidades, emerge do lado da luz. 

Quatro colegas de uma pequena universidade do Massachusetts mudam-se para Nova Iorque para começar a vida adulta. Sem dinheiro e em busca de um caminho, contam apenas com as suas ambições e com a amizade que os une. Bonito e generoso, Willem tenta vingar como actor; nascido em Brooklyn, inteligente e mordaz, por vezes cruel, JB quer afirmar-se como pintor na cena artística de Manhattan; Malcolm é um arquitecto frustrado com o seu trabalho num ateliê de renome; e Jude, brilhante, enigmático e fechado, é o centro de gravidade do grupo. 

Ao acompanhar os quatro amigos durante décadas, vemos como as suas relações se aprofundam e ensombram, marcadas pela dependência, pelo êxito e pelo orgulho. Porém, o seu grande desafio, compreenderão eles, é Jude, que se torna um advogado temido pelos seus pares, mas que é um homem cada vez mais destroçado, física e psicologicamente marcado por uma infância inimaginável e perseguido por um passado traumático que teme jamais conseguir ultrapassar. 

Numa escrita resplandecente, magnífica e assombrosa, Hanya Yanagihara compõe um hino trágico e transcendente ao amor fraternal, revela o sofrimento e o desgosto de forma ímpar, e retrata a tirania da memória e dos limites da capacidade humana para resistir. 

Wook | Bertrand | Book Depository

3. Ideias Concretas Sobre Vagas, de Ricardo Araújo Pereira

Novo livro de Ricardo Araújo Pereira

Quando todos pensávamos já ter deixado a pandemia para trás, eis um livro que não nos deixa esquecer a chatice que foi. 

«Uma pessoa pensa que pode confiar numa rocha esférica com 12 742 quilómetros de diâmetro e que pesa seis mil triliões de toneladas, e afinal descobre que vive num jogo de Jenga. Parece que o planeta não é mais do que isso, agora. E cada peça que se tira faz ruir tudo. Alguém resolve guisar um morcego na China: a civilização tal como a conhecemos acaba. Um marinheiro encalha em navio no Canal do Suez: o comércio mundial fica interrompido. A ideia de que o mundo era demasiado grande, maciço e áspero sempre me aterrorizou. Agora que se percebe que o mundo é muito delicado e frágil, julgo que fiquei com mais medo ainda. Não há maneira de o mundo me agradar - o que levo sinceramente a mal.»

Este livro, que conta Uma história da pandemia, inclui uma selecção de textos publicados na revista Visão e na Folha de S. Paulo entre Março de 2020 e Outubro de 2021.

Wook | Bertrand

Podes também ver 9 Perfumes para oferecer no Natal

4. Vai, Carlos!, de Carlos Drummond de Andrade

Colecção «Os Melhores Deles Todos»: Os primeiros quatro livros de poesia de Carlos Drummond de Andrade num só volume.

«Vai, Carlos! ser gauche na vida»: com este imperativo, atribuído a um «anjo torto/desses que vivem na sombra» na primeira estrofe do primeiro poema do primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade, insinua-se na sua obra a figura da improbabilidade da condição de poeta e do lugar para a poesia no mundo moderno. 

Os quatro primeiro livros que aqui retomamos - Alguma, poesia, Brejo das Almas, Sentimento do mundo e José - declinam de vários modos este sentimento de inadequação ou inabilidade, indissociável da condição irónica do poeta, como Drummond parece assinalar num balanço feito nos mesmos anos em que reunia pela primeira vez, no volume Poesias (1942), a sua obra publicada: «meu progresso é lentíssimo, componho muito pouco, não me julgo substancialmente e permanentemente poeta». 

É a configuração dessa primeira reunião, que fechava o início da sua trajectória, que este livro reproduz: um núcleo orgânico em que se comprova que o «primeiro Drummond» já era, desde sempre, o nome de um rumo determinante da poesia brasileira do século XX. 

Wook | Bertrand

5. Astrologia 2023, de Paulo Cardoso

O próximo ano apresenta-se com mais desafios inesperados para todos. Para alguns com mais dificuldades nas relações, outros no trabalho e no dinheiro e outro ainda no cuidado consigo mesmos e na saúde. Assim, Paulo Cardoso pretende, como já nos vem habituando há muitos anos, ser um farol que nos guia através das previsões mais aproximados dos nossos signos astrológicos. 

Inclui as fases e trânsitos mais importantes de cada signo para todo o ano: 

- Relações

- Trabalho

- Dinheiro

- Saúde

Wook | Bertrand

6. Frida Kahlo, de María Hesse

Uma bela biografia da pintora mexicana Frida Kahlo ilustrada com as imagens evocativas de María Hesse.

A vida de Kahlo, desde a sua infância e o acidente traumático que mudaria a sua vida e a sua arte, seu amor complicado por Diego Rivera e a feroz determinação que a levou a tornar-se numa grande artista. 

Inspirado pelas experiências da icónica pintora mexicana, este livro oferece um belo passeio ilustrado pela vida e obra de Frida Kahlo.

Wook | Bertrand | Book Depository

7. O Governador, de Luís Rosa

Como governador do Banco de Portugal, Carlos Costa esteve no centro de alguns dos acontecimentos mais marcantes da história do país neste início de século: desde o pedido de intervenção da troika às negociações do programa de assistência, passando pela crise do sistema financeiro, que levou à queda do BES e do BANIF, e as consequências do Luanda Leaks. 

Reservado e de poucas palavras, foi alvo de numerosas críticas, mas preferiu o silêncio ao palco durante a época de convulsões inéditas que coincidiu com os seus dois mandatos à frente do Banco de Portugal. As suas impressões sobre esses tempos de agitação, incerteza e controvérsia (não apenas na banca como na política) eram, até agora, desconhecidas, mas são finalmente partilhadas no presente livro, que é também um raríssimo exercício de memória e transparência por parte de um ex-titular de um alto cargo público. 

O Governador coloca-nos nos meandros das decisões mais dramáticas do Banco de Portugal ao longo da década de 2010-2020 e dá-nos a conhecer ao pormenor as guerras do líder do banco central com Ricardo Salgado, bem como as suas relações tensas com o poder político encabeçado por José Sócrates, António Costa e Mário Centeno. 

Resultado de várias entrevistas a Carlos Costa, conversas com figuras envolvidas nos temas aqui abordados e uma pesquisa exaustiva em arquivos, este é um documento fundamental para compreender um período particularmente importante da nossa história recente, a partir do olhar de um dos seus principais (e mais discretos) protagonistas.

Wook | Bertrand 

Podes ver ainda o Guia de Presentes - Arte Sem Rosto

8. Um Lugar ao Sol / Uma Mulher, de Annie Ernaux

Dois meses depois de passar nos exames finais para se tornar professora, o pai de Annie Ernaux morreu. Revisitando a memória da sua vida, no que ela teve de mais particular, repleta de confiança no trabalho árduo e igual dose de sonhos frustrados, complexos de inferioridade e vergonha, uma filha procura preencher um vazio que é seu, traçando em simultâneo um retrato coletivo sobre uma época, um meio social, uma ligação familiar. Pouco depois, também a mãe desapareceu, após uma doença prolongada que lhe arrasou a existência, intelectual e física, e mais uma vez cabe à filha restaurar, através da palavra escrita, a sua presença na história. Neste volume reúnem-se os dois textos de Annie Ernaux sobre estas perdas: Um Lugar ao Sol, sobre o pai, publicado em 1984 e vencedor do Prémio Renaudot, e Uma Mulher, sobre a mãe, lançado em 1988. Duas peças literárias fulgurantes, misto de biografia, sociologia e história, onde resplandece a ambivalência dos sentimentos que unem filhos e pais e o impacto da quebra desse elo vital.

Wook | Bertrand | Book Depository

9. Kakebo 

Milhares de pessoas em todo o mundo adotaram esta solução japonesa para os seus problemas de finanças pessoais. O Kakebo, livro de contas da poupança doméstica, está agora ao seu dispor, apresentando-lhe um método infalível para cumprir o seu orçamento e economizar o máximo possível! 

Com esta ferramenta, conseguirá gerir com rigor as suas despesas para poder poupar durante um período de 12 meses, ajudando-o a repensar as suas finanças, a organizar a sua vida diária e a refletir sobre os seus hábitos de consumo. 

Controle e anote todas as suas despesas e receitas. 

Mantenha um registo atualizado, de fácil preenchimento e consulta, de todas as suas contas. 

Perceba quais são as despesas menos necessárias e mais dispensáveis. 

Saiba claramente quanto, como e em que produtos e serviços pode gastar o seu dinheiro. 

Fácil e muito prático, o Kakebo é a forma mais simples, acessível e eficaz de gerir o seu dinheiro e o maior aliado da sua carteira. 

Wook | Bertrand 

10. A Flor e o Peixe, de Afonso Cruz

Uma fábula poética ilustrada, inspirada em dois contos de José Saramago, pela pena de um dos mais premiados escritores portugueses do nosso tempo. 

No sopé do monte Lu, nas margens do rio Yangzi, um menino e uma menina encontram-se sem se encontrarem. 

O menino nasceu numa família em que ninguém ri, o pão se come duro e a janela só deixa passar escuridão. 

A menina nasceu numa família de dançarinos e gosta de distribuir flores a quem passa. 

Num peixe que não se deixa apanhar e numa flor cheia de sede, encontram a beleza. Entre a montanha e o rio, descobrirão a complexa teia que conduz o destino. 

Wook | Bertrand

Que me dizes destas sugestões de presentes? Tens algum favorito? Qual vais oferecer e a quem? Conta-me tudo nos comentários e vamos falar sobre livros e presentes de Natal!