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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Top 10 - Mais Canais de Youtube

 

Top 10 - Mais Canais de Youtube

Já se passaram longos anos desde que aqui vim partilhar alguns dos meus canais de Youtube favoritos, que continuam a constar na minha playlist frequente, na sua grande maioria. Só que de lá para cá, muitos outros chegaram ao meu conhecimento e mais uma mão cheia ganhou lugar de destaque no meu feed. Portanto, como as coisas boas devem ser partilhadas e divulgadas, estou aqui para te apresentar mais um Top 10 de Canais de Youtube, com os mais variados temas, desde crime real, Literatura, Música ou História, só para dar alguns exemplos. 


A ordem será aleatória, até porque esse ranking depende sempre dos gostos pessoais de cada um. Mas podes ter a certeza que a qualidade em qualquer um deles está garantida. Agora, vamos ao Top 10? 


1. Ler Antes de Morrer

Este é um canal de Literatura brasileiro, que se propõe ler e divulgar aqueles livros que precisamos ler antes de morrer. Adoro a grande maioria das suas escolhas e a sua forma que cria os seus vídeos de divulgação. Ultimamente, as resenhas têm diminuído mas por excelentes razões, afinal a autora do canal está a preparar o seu próprio livro. Se gostas de ler e de bons livros, este é o canal que tens de seguir. 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | Ler Antes de Morrer

2. David Antunes & The Midnight Band

Este é o canal mais divertido de todos os que hoje te trago. Porque além de boa música, convidados excelentes, o ambiente cheio de humor e sem filtros conquista a todos e faz com que este canal seja único. Isto sem esquecer o talento do próprio dono do canal. A forma como toca é das poucas coisas do mundo que tenho verdadeira inveja, tenho de admitir. 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | David Antunes

3. Brasão de Armas

É tão raro encontrar canais de História no geral, e interessantes então nem se fala. Este pertence ao Thiago Braga, um professor de História, que é especialista em Guerra e Ciências Humanas e que divulga os assuntos históricos de uma forma divertida, bem humorada e que é fácil de entender por qualquer pessoa. Penso que se as aulas de História na escola fossem dadas por professores como o Thiago todos iam amar essa disciplina. 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | Brasão de Armas

4. Os Livros da Lena

A Lena já tinha uma página no Instagram, mas confesso que só descobri a sua existência quando ela chegou ao Youtube em busca de criar um conteúdo mais completo e longo, e que perdurasse por mais tempo. Eu fiquei fã pela sua forma de comunicar, divertida, leve, com muito carisma. Ainda por cima, ela apresenta-me livros que estão mais distantes dos que toda a gente lê e isso é algo que muito me agrada. 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | Os Livros da Lena

5. Beto Ribeiro - Crime SA

Agora, quero apresentar-te o melhor canal de True Crime que vais encontrar no Youtube. O estilo de Beto Ribeiro para nos contar histórias criminais com uma certa leveza e até humor, a forma como conduz as entrevistas difíceis com familiares que perderam entes queridos são factores que nos prendem e fidelizam. Sem esquecer o painel de comentadores, profissionais da área forense com um conhecimento que só enriquece a discussão. Se gostas deste tema, este é o canal que precisas de seguir. 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | Beto Ribeiro

Podes ver também o Top 10 - Convidados Maluco Beleza


6. A Cor do Dinheiro

Para quem quer saber o que se passa em Portugal e no mundo em termos políticos e económicos precisa seguir o canal de Camilo Lourenço. Informação isenta, fidedigna e sem sofrer qualquer tipo de pressão. Mesmo os mais desinteressados pelas notícias da televisão e do jornal deveriam assistir aos seus vídeos para saber e entender as decisões que afectam a vida de todos. 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | A Cor do Dinheiro

7. Caldeirão Furado

Como boa Potterhead que sou e com orgulho, não poderia faltar um canal sobre Harry Potter. No Caldeirão Furado vais encontrar todas as novidades sobre este universo, bem como análises incríveis e que ainda conseguem apresentar pontos de vista diferentes, seja no mundo dos filmes ou dos livros. Mal posso esperar pelos seus vídeos agora que vai ser lançada a série! 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | Caldeirão Furado

8. Irmãos de Vaca

Existe uma piada privada entre brasileiros de que todos os que emigram se tornam youtubers. A verdade é que existe um sem fim de canais deste género, mas o meu favorito e que sigo regularmente é o dos Irmãos de Vaca. Como o nome indica, são dois irmãos brasileiros, que vivem em Portugal e que partilham a sua experiência, revelando as diferenças entre os dois países, as semelhanças e bastantes dicas de como poupar no nosso país para quem agora chega. 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | Irmãos de Vaca

9. Aprendiz de Leitor

É muito raro encontrar homens no Youtube a falar de livros, sobretudo em Portugal. Felizmente, existem corajosos como o Hugo que remam contra a maré e decidem abrir caminho para que outros rapazes entendam que falar de livros e leituras pode ser muito divertido. Gosto muito da forma como trata os clássicos e da grande maioria das suas escolhas literárias no geral. 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | Aprendiz de Leitor

10. Impérios AD

Aqui temos um youtuber repetente, mas é porque tem dois canais diferentes e igualmente fantásticos. O Thiago Braga é o responsável, o tema é a História, mas o conceito é totalmente diferente do que se esperaria neste contexto. Aliás, este é o seu primeiro canal que é focado nas animações para contar episódios da História Mundial. Tudo feito pelo próprio, simples mas trabalhoso, com o humor que já lhe conhecemos, tem feito tanto sucesso que tem sido convidado de vários podcasts e até teve um dos seus vídeos a passarem na televisão em Portugal durante a pandemia, quando existiam aulas na TV. Escolher qualquer um para ver, e vais ficar rendido e a querer ver tudo. Queres apostar? 


Top 10 - Mais Canais de Youtube | Impérios AD

Estas são as sugestões que agora te deixo e que espero que te permitam descobrir novos canais de Youtube para seguires e te divertires, aprenderes, abrir horizontes, descobrir novos interesses, ou até para te inspirares. Já conhecias algum destes canais? Qual o que mais gostaste de descobrir? Partilha também qual o teu canal favorito e vamos conversar sobre conteúdos interessantes nos comentários! 



terça-feira, 25 de abril de 2023

#Livros - Laços de Família, de Clarice Lispector

 

#Livros - Laços de Família, de Clarice Lispector

Sinopse

O texto de Clarice Lispector costuma apresentar ilusória facilidade. Seu vocabulário é simples, as imagens voltam-se para animais e plantas, quando não para objetos domésticos e situações da vida diária, com frequência numa voltagem de intenso lirismo. Mas que não se engane o leitor. Em poucas linhas, será posto em contacto com um mundo em que o insólito acontece e invade o quotidiano mais costumeiro, minando e corroendo a repetição monótona do universo de homens e mulheres de classe média ou mesmo o de seres marginais. Desse modo, o leitor defronta-se com a experiência de Laura com as rosas e o impacto de Ana ao ver o cego no Jardim Botânico. Pequenos detalhes do quotidiano deflagram o entrechoque de mundos e fronteiras que se tornam fluidos e erradios, como o que é dado ao leitor ao compreender acerca da relação de Ana, seu fogão e seus filhos, ou das peregrinações de uma galinha no domingo de uma família com fome, ou do assalto noturno de misteriosos mascarados num jardim de São Cristóvão. E, como se pouco a pouco se desnudasse uma estratégia, o quotidiano dos personagens de Laços de Família, cuja primeira edição data de 1960, vai-se desnudando como um ambiente falsamente estável, em que vidas aparentemente sólidas se desestabilizam de súbito, justo quando o dia a dia parecia estar sendo marcado pela ameaça de nada acontecer. 

Nesta coletânea de contos, os personagens - sejam adultos ou adolescentes - debatem-se nas cadeias de violência latente que podem emanar do círculo doméstico. Homens ou mulheres, os laços que os unem são, em sua maioria, elos familiares ao mesmo tempo de afeto e de aprisionamento.


Opinião 

Em 2023, temos mais uma estreia de uma autora icónica da Literatura Brasileira, Clarice Lispector. Já muito tinha ouvido e lido sobre esta personagem peculiar, mas nunca tinha lido nada do que escreveu. Confesso que alguns comentários que li me deixaram apreensiva e com algum receio do que iria encontrar de dificuldade na sua escrita. Mas como não sou de recusar um bom desafio, decidi que estava na hora de descobrir esta autora tão importante, começando por um livro curto, com menos de cento e cinquenta páginas, que é uma colectânea de contos, alguns dos mais famosos de Clarice e que são estudados nas escolas do Brasil. 


No entanto, em Portugal, pelo menos até ao Ensino Secundário, não existe qualquer estudo sobre esta autora brasileira nas nossas escolas. Aliás, de um modo geral existem poucas referências ou destaques aos autores do outro lado do Atlântico, o que é lamentável. Mas o que agora importa é que cheguei finalmente a esta autora e começo agora a aventura que é descobrir a sua escrita misteriosa. A dificuldade não se encontra por existir vocabulário difícil ou complexo, mas porque nas suas histórias se escondem várias camadas para além da superficial, o que nem sempre se consegue entender numa primeira leitura, nem na segunda, nem na terceira. 


Podes ler também a minha opinião sobre Mrs. Dalloway


Em Laços de Família encontram-se treze contos e, tendo em conta que é de facto um livro curto, parece possível ler de um ápice, mas é exactamente o oposto. Quando primeiro peguei neste livro e depois de ter lido o prefácio de Lídia Jorge, achei que poderia perfeitamente ler dois contos de cada vez, dado que alguns nem eram muito longos. Claramente, não sabia o que me esperava e cedo percebi que não seria possível ler e compreender mais do que um conto por dia, pois no final de cada leitura é necessário reflectir, por vezes, reler, sempre pensar e sentir sobre o que se leu. Este não é um livro para levar para ler no autocarro ou enquanto se espera em alguma fila. Não é que não seja possível, mas essa leitura superficial poderá não permitir que se entenda tudo o que a autora nos quer dizer. 


"Oh o desprezo pela vida que falhava. Como?! como tendo sido tão forte pudera dar à luz aqueles seres opacos, com braços moles e rostos ansiosos? Ela, a forte, que casara em hora e tempo devidos com um bom homem a quem, obediente e independente, ela respeitara; a quem respeitara e que lhe fizera filhos e lhe pagara os partos e lhe honrara os resguardos. O tronco fora bom. Mas dera aqueles azedos e infelizes frutos, sem capacidade sequer para uma boa alegria." 


Com isto, não quero dizer que entendi tudo, que tenha a pretensão de ter compreendido todas as camadas de cada conto nesta primeira leitura do livro e da autora. Tenho a certeza de que quando reler este livro, vou encontrar muitos aspectos que não compreendi agora, que me escaparam e que me farão gostar ainda mais de cada história. A maioria dos contos são protagonizados por mulheres comuns, com vidas banais, resignadas com a vida que levam que é o que a sociedade espera delas. Mas essa é apenas a superfície visível, nos comentários do narrador, que passeia pelos pensamentos de todos os personagens livremente, encontramos muitos detalhes que escondem mensagens, segredos, aspectos importantes que poderão ser a chave para outras visões dentro de cada conto. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Grande Sertão: Veredas


O mais famoso é o complexo conto Amor, que fala de uma mulher que vive para ser esposa, mãe e dona de casa, e que sente a hora perigosa durante a tarde, quando não se enquadra em nenhum desses papéis, e procura fugir desse perigo saindo de casa para comprar alguma coisa todos os dias. Esta rotina segura é perturbada quando Ana se cruza com um cego a mascar pastilha elástica numa paragem de autocarro. Esta visão faz com que deixe passar a sua paragem, e acabe no Jardim Botânico absorta nos seus pensamentos perigosos, como se tivesse mergulhado na hora perigosa e encarado os seus medos. Sem querer explorar demasiado o que aqui vais encontrar para não estragar a surpresa, tenho de destacar o meu favorito, Feliz Aniversário. Aqui temos uma família grande e bastante desavinda, que se reúne para o aniversário da matriarca que irá comemorar 89 anos. Vamos passeando pelos pensamentos dos filhos, das noras, da filha e da própria aniversariante, que revelam muito mais do que os gestos indicam. 


"E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve horror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felicidade." 


Acredito que só por estes dois exemplos, já terás uma ideia do que te espera nesta obra complexa. Não darei mais detalhes para não comprometer a surpresa que terás com a descoberta de cada universo contido nestas páginas. Ainda assim, tenho de referir outros dois contos que me marcaram e me fizeram sentir angustiada, que foram A imitação da rosa e O crime do professor de matemática. Esta é uma viagem fascinante, perturbadora, reveladora de uma mente feminina que questiona tudo o que a rodeia, mesmo que se encontre dentro dos padrões que a sua época e a sociedade onde se insere espera. Talvez não seja capaz de te mostrar tudo o que podes encontrar nestes contos da Clarice, mas espero sinceramente que lhe dês uma oportunidade de te surpreender e te enriquecer com as suas narrativas. 


Caso ainda precises de mais incentivos ou argumentos para ler Clarice, aconselho-te a ver os vídeos da Tatiana Feltrin e do Ler Antes de Morrer. Infelizmente, esta colectânea Laços de Família encontra-se esgotada em Portugal, mas vou deixar a recomendação de um outro livro, também da Relógio D'Água, que reúne Todos os Contos desta autora extraordinária. Já conheces as obras de Clarice Lispector? Conheces os contos ou também os romances? O que pensas desta escritora brasileira? Conta-me tudo nos comentários e vamos conversar sobre Clarice! 


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Wook | Bertrand

quinta-feira, 20 de abril de 2023

#Places - Tio Fafá

 

#Places - Tio Fafá

As primeiras férias de 2023 foram interrompidas abruptamente por motivos que aqui não vem ao caso, mas, ainda assim, deu para matar saudades de muitos amigos, momentos divertidos, visitar alguns dos lugares favoritos da região e ainda conhecer alguns novos que entraram em força para aumentar a minha lista de visitas obrigatórias. Foi precisamente o caso deste primeiro que hoje te trago, que me conquistou, que quero voltar e que certamente vou recomendar a toda a gente, incluindo a ti que me lês. É um espaço que abriu recentemente em Santa Maria da Feira, embora existam outros restaurantes da marca no Porto, na Maia e na Póvoa, que apresenta uma proposta baseada em hambúrgueres artesanais e que dá pelo nome de Tio Fafá


Apesar de ter chegado à pouco tempo à Feira, já é um sucesso na zona onde se encontra e muitos são os que lá vão almoçar, porque trabalham ali perto, ou que decidem ir jantar para descobrir este novo conceito. Devo dizer que existiam duas hipóteses em cima da mesa, só que o Tio Fafá ganhou, não só pelas fotos de dar água na boca do seu Instagram, mas sobretudo pelos nomes super originais da sua ementa. Penso que uma ementa disponível de forma clara e acessível é um ponto a favor de qualquer restaurante, só que neste caso é ainda mais delicioso porque te permite descontrair e rir ao mesmo tempo que estás a descobrir os pratos que o espaço oferece, sem esconder preços, o que me parece ser mais um ponto a favor. 


Podes descobrir também a Hamburgueria Fidalgo


É fácil chegar ao restaurante e também existe bastante estacionamento gratuito, e quando entras no espaço percebes que chegaste a um lugar especial, onde tudo parece ter sido pensado ao pormenor para te proporcionar um momento agradável e memorável. Na noite que fomos, existiam dois bónus, que foi o lançamento de novas cervejas que passaram a estar disponíveis e que tivemos oportunidade de experimentar e a cereja no topo do bolo foi a música ao vivo. Depois de ocupar a nossa mesa, escolhemos rapidamente a entrada e as bebidas para depois podermos analisar à vontade e com mais calma o resto da ementa. Para entrada escolhemos a Ingrid, uma das melhores coisas que já tive a oportunidade de provar nesta vida. São cubinhos de tapioca recheados com queijo flamengo e acompanhados por geleia de alperce picante. Numa palavra, delicioso! 


#Places - Tio Fafá | Entrada

Depois de ter babado muito para cima da carta e de alguma indecisão, acabaram por vir para a mesa os hamburgueres Tia Vivian, Tio Chicão e Tia Thaís. O Tia Vivian foi o que comi e era composto pelo hamburguer 100% bovino, queijo cheddar, ovo frito, fatias de bacon crocantes e molho especial no pão clássico. As amigas escolheram o Chicão, que tem hamburguer de frango panado, american cheese, alface, tomate e molho sweet chilli em pão brioche; e o Thaís com dois hamburgueres 100% bovino, queijo cheddar, costela desfiada e maionese defumada em pão brioche. 


#Places - Tio Fafá | Hamburgueres Artesanais

O aspecto de todos era de babar e apetecia comer um de cada se isso fosse possível. Todos vieram acompanhados por batatas fritas e por um molho delicioso que nem consigo precisar de que se tratava, mas que combinava perfeitamente com tudo. O meu Vivian era tão bom que nem tenho palavras para te descrever a explosão de sabores que sentes a cada garfada. E pelo feedback que recebi das amigas, os hamburgueres delas também eram espectaculares, ou seja, vale a pena voltar e experimentar outras propostas e outros sabores, que é algo que pretendo fazer com toda a certeza. Refiro ainda que no Tio Fafá vais encontrar mais opções de entradas, todas com um ar muito tentador, várias opções desenhadas propositadamente para crianças e também para Veganos. 


Podes descobrir ainda a Pizzeria Casa Mia


Como já referi anteriormente, neste espaço a cerveja tem muito protagonismo, só que eu não sou apreciadora e, portanto, acabei por acompanhar esta fantástica refeição com uma outra novidade, a caipirinha, que nos encheu as medidas por estar no ponto certo, com a combinação correcta de cachaça e de açúcar, sem diminuir o sabor ácido da lima. Por fim, temos mesmo de falar sobre as sobremesas fantásticas que nos oferecem. Uma das melhores sobremesas que experimentei na vida foi a Avó Madalena, que nos apresenta uma torta gelada de caramelo com paçoca. A combinação dos sabores é de levar ao êxtase as papilas gustativas de qualquer alma deste mundo, a textura desfaz-se na boca, e o único desejo é que nunca termine. 


#Places - Tio Fafá | Sobremesas

A outra não encontrei na ementa que se encontra no Instagram, pois já deve ter sofrido alterações, mas é parecida com a Avó Helena, mas com um extra de pistácio picado. Trata-se de um Brownie recheado de Nutella, acompanhado de uma bola de gelado de baunilha e de uma ganache de chocolate e castanhas. A combinação de sabores também é divinal, e acredito que os verdadeiros amantes de chocolate vão amar esta sobremesa, com elementos escolhidos para evidenciar os sabores. Ficou a faltar provar a Avó Cristina, pois o espaço livre para mais comida já estava a atingir o limite máximo, mas irá ficar para uma próxima visita certamente. 


Em suma, só te posso recomendar que visites este espaço e descubras o conceito que se propõem apresentar e te delicies com as suas combinações de sucesso. Agora, fico à espera que abram novos restaurantes mais a Sul ou, em alternativa, esperar pela minha próxima visita a paragens a Norte, para voltar e continuar a explorar esta ementa fantástica. Por isso, se vives ou vais passar por Santa Maria da Feira, pelo Porto, pela Maia ou pela Póvoa de Varzim, faz uma visita ao Tio Fafá porque aposto que não te vais arrepender! 


Já conheces o Tio Fafá e os seus hamburgueres artesanais? Qual dos quatro visitaste? Já tens um favorito? Conta-me tudo nos comentários e, caso ainda não conheças, diz-meo que mais te chamou a atenção do que aqui viste! 

terça-feira, 18 de abril de 2023

#Livros - Madre Paula, de Patrícia Müller

 

#Livros - Madre Paula, de Patrícia Müller

Sinopse

Lisboa, início do século XVIII da Graça de El Rei D. João V. Paula, a filha pobre de um ourives, deixa a azáfama das ruas de Lisboa para ingressar no Mosteiro de São Dinis, em Odivelas. Não é Deus quem a chama, mas sim a necessidade de um pai que já não a pode sustentar. Quis o destino, porém, que aquela rapariga de pé descalço se viesse a tornar na mais conhecida freira da nossa história. E numa das mulheres mais poderosas de um reino que vivia no extravagante esplendor pago com os escravos de África, com o outro do Brasil... 

Madre Paula é a história desse amor proibido, entre o Rei-Sol português, D. João V, e a famigerada freira de Odivelas. Um amor intenso, maior que tudo, que levou o rei a ignorar o bom senso e a tomar a freira como amante, confidente e conselheira. 

D. João V sempre teve uma predileção por mulheres bonitas, mas Paula foi o seu grande amor. Permaneceram juntos, secretamente, mais de uma década, e chegaram a ter um filho. A história entre um dos homens mais poderosos do mundo e a plebeia que a Deus traiu inscreve-se na categoria de mito, mas é bem real, nas páginas do romance de estreia de Patrícia Müller. Juntos enfrentaram intrigas palacianas, a ameaça do castigo divino, o ciúme e os jogos de poder. E a quase tudo resistiram - pois durante uma década, para D. João V, Madre Paula foi a sua única e verdadeira rainha.


Opinião 

Depois de ter visto a série da RTP com o mesmo nome, Madre Paula, e que teve como inspiração este livro da Patrícia Müller, fiquei com a certeza de que queria muito ler este livro. Lembro-me de ter gostado muito da série e ficado fascinada com esta história de amor tão improvável entre uma freira de Odivelas e um rei português. São pouco mais de duzentas páginas que só pecam por se tornarem poucas. O enredo é tão bom, a escrita tão fluída e interessante, que só queria ler mais e mais e mais. Leria outras duzentas sobre estas figuras sem qualquer problema. 


A protagonista é uma jovem de Lisboa, que ficou órfã de mãe muito nova, e que vive com o pai e duas irmãs, mas com muitas dificuldades financeiras. Por sentir que não podia continuar a sustentar todas as filhas, o pai acaba por enviar a mais velha para o convento de Odivelas, onde estaria perto de Deus e com as suas necessidades básicas garantidas. Passado algum tempo é a vez de Paula rumar também a Odivelas, ainda que esta soubesse que o seu desejo nunca seria esse. No entanto, sem outra alternativa, só lhe resta resignar-se e procurar o seu caminho dentro dessas paredes onde a clausura parece ser o seu futuro. 


Podes ler também a minha opinião sobre D. Manuel I


Só que ao contrário do que imaginava, a vida de algumas freiras estava longe de ser santa. As visitas de homens durante a noite são comuns e servem para que estas mulheres tenham acesso a privilégios, vivam os seus sonhos de amor da forma que lhes é possível, ou que simplesmente sobrevivem e procuram subir na escada social ainda que limitadas ao seu convento. Quando se depara com esta realidade, a jovem Paula entende que está aí a solução para os seus problemas, seja com as freiras ricas, vindas das famílias nobres e burguesas que a humilham, seja com a frustração que sente por se ter enclausurado para a vida lá fora e as experiências que deixou de viver. 


"No convento, tudo é contrário à razão e ao instinto. Não podemos ser bichos, mas também não nos deixam ser mulheres. A nossa existência é mutilada, a vontade paralisada por um princípio de obediência. (...) As freiras serão sempre pecadoras porque o pecado nasce na ausência de liberdade." 


O seu primeiro amante é o Conde de Vimioso, que se perde de amores por Paula e lhe proporciona os primeiros confortos para si e para a sua família, e a faz descobrir os prazeres da carne. Quando pensa que encontrou a solução para a sua vida difícil nos braços do Conde, é quando conhece o rei D. João V e a sua vida muda para sempre, ao ponto de se tornar na freira de Odivelas mais famosa do país. Estamos a falar do nosso Rei-Sol, que tinha como referência Luís XIV da França. Um homem devoto, com um grande temor a Deus, incapaz de ir contra a voz da Igreja e dos seus elementos, mas que se sentia atraído pelas freiras que viviam em Odivelas, onde colecionou bastantes amantes ao longo dos anos, sem que isso fosse um verdadeiro segredo de Estado. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre A Maldição do Rei


Mas quando se encontra com Paula também a sua vida muda e, pelo que temos de registos históricos, esta terá sido a amante que conseguiu ficar ao seu lado por mais anos. Por esta mulher, para se manter perto dela, enfrenta a Corte, a Rainha, a própria Igreja, cerca esta freira de origens humildes de luxos incalculáveis, constrói aposentos para se encontrar com ela, coloca ao seu serviço empregadas e escravas, além de lhe dar tenças para seu sustento confortável, que não lhe foram tiradas mesmo quando o romance terminou. Este livro é um relato sobre este amor improvável, que parecia ser mais um caso de luxúria, um capricho de El-Rei, mas que o tempo, as atitudes e os registos históricos mostram que foram mais além do sexo. Apesar de tudo estar errado, das circunstâncias os afastarem, de entenderem que o caminho mais fácil seria negar esse sentimento, claramente foram impelidos um para o outro. Por desejo, por amor, por poder. 


"Fui a mulher que João mais amou, mas a ternura e a consideração que tinha pela mãe dos seus filhos, pela mulher que o acompanhou no trono, foram muito superiores ao que a minha vaidade de jovem queria aceitar." 


Adorei a experiência de leitura que este livro me entregou, e fiquei fã desta autora e com uma vontade imensa de ler mais obras da Patrícia. Acho o seu estilo fluído, envolvente, bem escrito, bem construído, sobretudo por se tratar de um romance histórico onde é fácil saber o desfecho, a importância da forma como se contam os desenvolvimentos são determinantes para o seu sucesso. Esta é mais uma amostra da História de Portugal e de quantas estórias fascinantes existem para ser contadas e exploradas, como é feito noutros países. Se esses países mais recentes, conseguem explorar os seus factos históricos, o que dizer de um país como Portugal que tem quase 900 anos? 


Já conheces este livro de estreia da Patrícia Müller? O que achaste da história sobre a Madre Paula? Viste a série? Conta-me tudo nos comentários e vamos conversar sobre este casal polémico da sua época! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 13 de abril de 2023

#Filmes - Um Homem Chamado Otto

 

#Filmes - Um Homem Chamado Otto

Sinopse

Otto Anderson está reformado e ainda não se adaptou à ausência da mulher, que morreu há algum tempo. Constantemente a idealizar formas de pôr termo à própria vida, a dor transformou-o numa pessoa quezilenta e amargurada. Mas tudo se altera quando uma família se muda para a casa ao lado da sua. Se, a princípio, a presença dos novos vizinhos é mais um motivo de irritação para Otto, que simultaneamente os despreza e inveja, aos poucos vai-se deixando conquistar pela enorme generosidade e alegria de viver que eles vão demonstrando. É assim que, deixando-se tocar pelo amor e pela amizade, o velho senhor vai retomando o gosto pela existência. 

Adaptação de Um Homem Chamado Ove, escrito pelo sueco Fredrik Backman e já adaptado ao grande ecrã em 2015 por Hannes Holm - nomeado para os Óscares de melhor filme estrangeiro e caracterização - este remake tem realização de Marc Forster e argumento de David Magee. 


Opinião 

Tal como referi em Fevereiro, depois de ter lido o livro Um Homem Chamado Ove, que me surpreendeu e emocionou, fiquei com muita vontade de ver a adaptação americana protagonizada pelo Tom Hanks. Trata-se mesmo de uma adaptação, pois transformaram a realidade sueca na realidade americana, com todas as suas peculiaridades, mas com a intenção de respeitar a mensagem que o autor, Fredrik Backman, quis transmitir com este protagonista tão peculiar. 


Começo precisamente pela parte da adaptação, que considero ter sido bem conseguida, mesmo não sendo perfeita. Sobretudo esta substituição por vizinhos latino-americanos, torna-se credível por causa da realidade dos Estados Unidos, mas torna mais difícil a identificação de feitios entre o velho vizinho e a nova vizinha. Além disso, a personalidade do agora Otto é toda colocada como responsabilidade pela perda da mulher, pelo luto que não conseguiu fazer, pela solidão, pelo seu desejo de morrer. Na verdade, quem leu o livro sabe bem que este senhor idoso estava longe de ser uma florzinha, mesmo nos seus dias felizes. A única capaz de o chamar à razão e o obrigar a desistir de lutar pelas suas convicções era a falecida esposa. 


Podes ler também a minha opinião sobre O Grande Gatsby


Os traços que permanecem são a sua obstinação, a sua obsessão pelas rotinas, o seu desprezo pelos idiotas, que não são sequer capazes de manobrar um carro com reboque. O início é muito rigoroso, e retrata bem o que encontrei no livro, só mais tarde começam a surgir as diferenças e até deturpações que colocam Otto como um homem mais amigável e simpático. A própria relação com as filhas da vizinha mexicana, Marisol, é exagerada e pouco fiel à obra original. Mas, ainda assim, não deixa de ser fofinho ver a forma como estas crianças se apaixonam por este velho rabugento e o passam a considerar como o avô que nunca tiveram. 


#Filmes - Um Homem Chamado Otto

 A relação com os vizinhos mais antigos também é bem explorada, revelando os laços do passado que uniram as duas famílias, as diferenças que se tornaram maiores à medida que o tempo passou, os conflitos que levaram ao afastamento, pelo menos da parte dos maridos. Só que a verdadeira amizade, a que tem bases sólidas e sentimentos profundos, sobrevive a tudo e é quando Otto percebe que ainda faz falta à sua comunidade, que ainda pode fazer a diferença na vida das pessoas que o rodeiam, é neste momento que entende que o caminho a seguir não é o suicídio. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Sensibilidade e Bom Senso


O filme tem menos de duas horas e entendo que nunca é possível incluir todos os detalhes que se encontra nos livros, e é por isso que sempre prefiro ler antes a versão completa. No entanto, senti falta que fosse revelado ainda mais o papel essencial e determinante que a esposa de Otto, Sonia, e ele mesmo tiveram na vida do Malcolm ou do Jimmy, jovens que acabam por fazer parte desta comunidade residencial que se entreajuda, que se quer bem e se preocupam uns com os outros, estabelecendo um verdadeiro trabalho de equipa, em conjunto com a Marisol e a sua família. 



Um Homem Chamado Otto é um filme familiar, capaz de agradar a todos, crianças, jovens e adultos, que representa a importância da relação entre os elementos de uma mesmo comunidade, do valor da velhice como retrato da experiência de vida e dos conhecimentos adquiridos ao longo dela. A solidão dos idosos, tenham ou não família, é um ponto sensível e que deveria obrigar a que toda a gente pensasse nesse assunto e reflectisse do que podem fazer diferente com os seus. A própria ideia de desejar a morte e de entender que a forma de anular essa vontade é encontrar utilidade, propósito e amor, pode ser uma ideia que floresça no coração de alguém. 


Apesar de ter gostado do filme, mesmo com sentimentalismo a mais do que seria necessário, e de te recomendar que vejas, o meu conselho continua a ser que leias primeiro o livro, Um Homem Chamado Ove, para entender melhor a dimensão da história complexa do protagonista, bem como das personagens secundárias que são também elas fascinantes, com histórias de vida marcantes, e que nos fazem entender ainda melhor o quanto Ove é um homem extraordinário, mesmo que rezingão, bruto e intransigente. Já conheces o filme Um Homem Chamado Otto? Foste ver ao Cinema? Viste a versão sueca? Conheces o livro também? Deixa o teu comentário e vamos conversar sobre esta história extraordinária! 

terça-feira, 11 de abril de 2023

#Livros - O Professor, de Charlotte Brontë

 

#Livros - O Professor, de Charlotte Brontë

Sinopse

William Crimsworth, acabado de sair de Eton, colégio onde esteve a expensas da família materna, que renega, emprega-se na empresa de seu irmão. Edward de seu nome, revela-se um déspota, o que o empurra para uma aventura em Bruxelas, onde se estabelecerá como professor de inglês. 

A sua educação e trato distinguem-no dos demais, e levam a directora de um dos colégios onde lecciona a apaixonar-se por ele. Zoraide Reuter acaba por se revelar uma desilusão e William apaixonar-se-á por Frances, uma das suas alunas, ainda que Zoraide tente afastá-los. 

A história tem como narrador o próprio William, que é o único narrador masculino jamais usado por Charlotte Brontë. A autora revela aqui muito do seu carácter independente e feminista, criticando muitos dos esclerosados preconceitos vitorianos. 


Opinião

Agora que já li um livro de cada uma das irmãs Brontë, está na hora de continuar a ler os poucos livros que nos deixaram. Desta vez, regressei a Charlotte Brontë, a irmã que mais anos viveu e que mais livros escreveu. Aliás, o livro de hoje é o seu primeiro e confesso que me surpreendeu bastante pela positiva, tendo em conta esse detalhe importante. Apesar de não ser extraordinário ou ao nível do seu Jane Eyre, obra de maior fôlego e com uma narrativa mais longa e mais explorada, ainda assim, O Professor é um livro bastante interessante. 


Em temos de publicação, este só foi publicado postumamente, mas sabemos que foi escrito antes do seu mais famoso romance, pois foi enviado para os editores inicialmente. Editores esses que o recusaram na época. O ponto que mais me chamou à atenção foi o facto de ser narrado por um protagonista masculino, o que não me recordo de ver nos livros de qualquer das irmãs ou dos autores desta época que conheço. Seria quase um romance de formação, mas de uma forma muito primária e pouco explorada. William é o jovem que nos conta a sua história, primeiro numa carta escrita a um amigo antigo de quem se lembra e que usa para desabafar, passando em seguida a optar por nos escrever a nós, leitores, como quem escreve um diário onde coloca as suas memórias, as suas dores, os seus sonhos, os seus desejos. 


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Este jovem é fruto de um casamento desigual, entre um comerciante e uma mulher de boas famílias, que atentou a sua família ao escolher este marido. Os laços foram cortados, mas este casamento não durou muito, dado que deixaram os seus dois filhos órfãos quando ainda não eram homens feitos. O mais velho recebeu a herança do seu pai e seguiu os seus passos como comerciante na cidade onde moravam. O mais novo, William, foi sustentado nos seus estudos em colégios internos pela família materna, embora não tenha recebido atenção ou carinho de nenhum dos lados familiares. Apesar de termos um conhecimento superficial destes dados da sua história, só começamos a acompanhar a sua vida com mais pormenores depois que termina os seus estudos e tem de decidir o que fazer da sua vida enquanto adulto. 


"Fora precisamente nessa mesma época que a directora, ferida pela minha indiferença, enfeitiçada pelo meu desprezo, e até excitada pela suspeita de que eu preferia outra mulher, se tornara vítima do sentimento que queria inspirar, emaranhando-se nas malhas da sua própria paixão." 


O seu orgulho e sua vontade de decidir o que fazer da sua vida, faz com que decline a ajuda da família materna, que teria um plano todo arquitetado para o seu futuro, sem ter em conta a opinião do protagonista. Assim, só lhe resta procurar a única família que lhe resta, o seu irmão comerciante. A recepção é fria e distante, sendo-lhe oferecido um emprego no seu escritório, mas deixando claro que será tratado como um qualquer funcionário e que deverá procurar onde ficar, pois não será convidado a ficar a viver em casa do irmão e da cunhada. A verdade é que o tratamento que recebe é muito pior do que qualquer outro funcionário, e as humilhações acumulam-se constantemente, mostrando o carácter de um e de outro. 


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É nessa cidade que conhece um homem, que na minha opinião é a personagem mais interessante de todas, que o procura ajudar e lhe permite abandonar aquele lugar de opressão e partir para o Continente. Graças aos contactos fornecidos por Hunsden, consegue uma colocação como professor de inglês num colégio, onde poderá pernoitar e lhe deixa ainda com tempo livre para poder arranjar outros trabalhos noutras escolas para aumentar o seu rendimento. É neste momento que William se torna no professor que dá nome ao livro e que coisas começam realmente a acontecer na sua vida. 


"Duas pessoas de gostos modestos podem ter em Bruxelas uma vida agradável, com um orçamento que em Londres mal chegaria para salvar as aparências. E isto, não porque em Londres os objectos de primeira necessidade sejam mais caros e os impostos mais altos, mas porque os ingleses ultrapassam em loucura todos os povos da terra." 


Sente o primeiro interesse pela sexo oposto, sofre a primeira desilusão amorosa, aprende a gostar verdadeiramente de ensinar jovens, conhece o verdadeiro amor, embora as dificuldades financeiras o impeçam de avançar e concretizar este sonho de amor. Curiosamente, apesar de William ser um homem muito conservador e sempre pronto a fazer julgamentos morais sobre tudo e todos à sua volta, neste livro encontramos muitas críticas ao modo de vida londrino, aos padrões incoerentes e que vivem mais para as aparências, onde é mais importante parecer do que ser. Aliás, são esses momentos de críticas e quando temos o Hunsden em cena que se sente uma lufada de ar fresco e de modernidade. 


Devo dizer que gostei bastante desta experiência de leitura de O Professor, e recomendo vivamente que o leias, que descubras esta história escrita por uma mulher vitoriana, mas que coloca como narrador um homem. Aqui também se encontra a Charlotte feminista, crítica da sociedade onde se movimenta, capaz de criar personagens fortes e marcantes. É um livro interessante, que prende e desperta a curiosidade do leitor, mesmo quando percebes qual será o final que te espera. Já conheces os livros da Charlotte Brontë? Leste O Professor ou apenas o Jane Eyre? O que pensas sobre estas irmãs tão talentosas? Deixa o teu comentário e vamos conversar! 


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quinta-feira, 6 de abril de 2023

A minha experiência com Duolingo

 

A minha experiência com Duolingo

Todos passamos demasiado tempo agarrados aos telemóveis, perdidos nas redes sociais, em jogos inúteis que servem apenas para nos entreter e passar o tempo livre que temos. É isso que fazemos quando andamos a correr pelo feed do Instagram ou do Facebook quando estamos numa fila de espera, na hora de almoço ou jantar no trabalho, ou até antes de dormir. Não sou diferente de ti e também faço todas estas coisas inúteis, mas descobri uma alternativa que permite ocupar esses momentos mortos com uma aplicação que te vai ensinar algo novo, útil e interessante. Guarda este nome - Duolingo - porque vais querer ter esta aplicação instalada no teu telemóvel. 


No Duolingo tens a oportunidade de aprender um idioma, seja qual for o teu nível de conhecimento. Podes ser iniciante ou avançado, que vais conseguir aprender e bastam apenas 15 minutos por dia para poderes aumentar os teus conhecimentos. A ideia é que entres todos os dias na aplicação para praticar e avançar no teu curso, e vais ganhando recompensas quanto maior for a tua consistência, ou seja, quantos mais dias seguidos tiveres, sem falhas. Tens também missões diárias e mensais, que te incentivam e fazem sentir que isto de aprender uma nova língua é um jogo. 


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Outro aspecto que faz sentir que estamos a jogar enquanto aprendemos, são as divisões onde competimos com outros jogadores e onde podemos subir no ranking conforme a experiência que ganhamos à medida que completamos os níveis de aprendizagem. Pessoalmente, neste momento tenho uma ofensiva de 80 dias seguidos e estou na divisão pérola, sendo que estou a usar o Duolingo desde Janeiro para aprender espanhol. No entanto, muitas outras línguas estão à tua disposição, inclusivamente podes fazer vários cursos em simultâneo. 


A minha experiência com Duolingo

Para quem fala português, os cursos com essa língua como base são de inglês, espanhol, francês, italiano e alemão. Além disso, quem fala inglês e pode utilizar essa língua como base, as opções são ainda mais, passando pelos conhecidos e procurados como o japonês, coreano, chinês, russo, holandês, grego, sem esquecer outros menos comuns, como irlandês, hebraico, havaiano, galês ou zulu, só para te dar alguns exemplos do que podes encontrar nesta plataforma. E a melhor parte é que podes aprender de forma totalmente gratuita, sem necessidade de pagar qualquer quantia para aceder aos cursos. 


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Com a versão gratuita, tens acesso a cinco vidas, que são perdidas se errares durante as lições. Para continuares a praticar quando as vidas terminam, podes aguardar que elas sejam recarregadas, utilizar os diamantes para comprar novas vidas ou optar pelo plano premium pago, que te dá acesso a vidas ilimitadas, prática personalizada e sem anúncios. Antes de investires nesta opção paga, tens a possibilidade de fazer um teste gratuito durante 14 dias e perceber se compensa o investimento ou se preferes continuar no plano gratuito. 


Esta é uma aplicação que recomendo vivamente a todas as pessoas curiosas, interessadas em idiomas ou que precisem de refrescar os seus conhecimentos e até iniciar a aprendizagem. Acredito que é uma forma muito mais útil de passares o teu tempo do que andares a vagear perdida pelas redes sociais onde aprendes muito pouco. Já conhecias o Duolingo? O que achas desta ideia de aprenderes gratuitamente através de uma aplicação? Que língua gostarias de aprender? Deixa o teu comentário abaixo e vamos conversar sobre aplicações de ensino! 

terça-feira, 4 de abril de 2023

#Livros - Homo Deus - História Breve do Amanhã, de Yuval Noah Harari

 

#Livros - Homo Deus - História Breve do Amanhã, de Yuval Noah Harari

Sinopse

Chegámos ao próximo passo evolucional: Homo Deus. 

Homo Deus explora os projectos, sonhos e pesadelos que darão forma ao século XXI - desde o vencer da morte à vida artificial. Sucessor do bestseller internacional Sapiens: História Breve da Humanidade, coloca as questões fundamentais: para onde seguir a partir daqui? Como proteger o mundo dos poderes destrutivos do ser humano? 

A guerra desapareceu. É mais provável cometer suicídio do que morrer num conflito armado. 

A fome está a desaparecer. É mais alto o risco de obesidade do que de fome. 

A morte tornou-se um simples problema técnico. Não alcançámos a igualdade - mas estamos perto de alcançar a imortalidade. 

A história começou quando os homens inventaram os deuses e terminará quando os homens se transformarem em deuses. 

O que nos reserva o futuro? 


Opinião

Este livro passou longos meses na minha mesa de cabeceira e foi uma leitura lenta e demorada, como uma degustação. Esta demora nada tem a ver com falta de interesse ou de qualidade da obra, mas a verdade é que um livro denso, com temas que, por vezes, chegam a ser assustadores ou perturbadores. Além disso, é importante não esquecer que leio sempre dois ou três livros em simultâneo e os de não-ficção acabam por ficar prejudicados quando a minha curiosidade pela ficção vence toda o meu planeamento e organização de leituras. 


Homo Deus, propõe adivinhar o que será o futuro da Humanidade, tendo por base o que sabemos do passado recente, das dinâmicas desta espécie desde que surgiu e emergiu no planeta, as invenções tecnológicas que a todo o momento estão a ser criadas e desenvolvidas, bem como sabendo quais são os propósitos do Homem, o que pretende alcançar num futuro próximo. É uma viagem especulativa, mas com bases que todos podemos compreender e até concordar, e que nos faz pensar no que estamos a construir e a desenvolver, sempre que parava só me questionava até que ponto seria bom para a Humanidade, ou apenas bom para os mais ricos e poderosos. 


Podes ler também a minha opinião sobre Sapiens História Breve da Humanidade


A primeira parte do livro aborda a conquista do mundo feita pelos Sapiens, que se colocaram no centro do universo, elemento mais importante e essencial. A felicidade individual tornou-se no paradigma, num direito de todos e de cada um, motivo para seguir sonhos, tomar decisões, perseguir a evolução individual. Mas será que somos assim tão importantes? A consciência seria o que nos distinguia dos restantes animais, mas agora que começa a ser replicada pelas máquinas, começamos a perceber que não é exclusividade nossa essa capacidade. A própria criatividade pode ser replicada pelos novos dispositivos que utilizam a Inteligência Artificial. Assim, que papel sobra para o Sapiens desempenhar no futuro? 


"Em comparação com os outros animais, há muito que os seres humanos se transforaram em deuses. Não gostamos de pensar a sério sobre isto porque não temos sido deuses particularmente justos e misericordiosos." 


A forma como construímos as cadeias sociais e nos relacionamos poderá estar prestes a mudar de forma irreversível. Neste livro são analisadas várias formas de interpretar o mundo e que se transformaram em correntes de pensamento e modelos políticos nos últimos séculos. O Sapiens criou várias soluções, todas diferentes e que produziram resultados distintos, mas que não parecem adequados para a próxima revolução que se avizinha. Como serão regidas as sociedades modernas quando os robots fizerem parte do quotidiano de todos e passarem a ter uma consciência semelhante à nossa, em muitas coisas superiores? 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Imortal


A conclusão óbvia é que estamos a perder o controlo do que criamos e em breve seremos irrelevantes para a grande maioria das tarefas, podendo ser substituídos por uma qualquer máquina que irá fazer o nosso trabalho, melhor e em menos tempo, necessitando de menos recursos. Nessa altura, qual será o papel dos Sapiens na sociedade capitalista? Estaremos à beira de evoluir para uma nova espécie? Ou será o fim puro e simples? Ninguém sabe a resposta, até porque não temos bola de cristal para ver o futuro, mas o que aconteceu e o que acontece diante dos nossos olhos permitem uma análise extensa que é o que realmente vais encontrar em Homo Deus


"Durante milhões de anos fomos uma versão melhorada dos chimpanzés. Pode ser que no futuro nos tornemos uma versão sobredimensionada das formigas." 


Este é um livro fascinante e perturbador que recomendo a todos que se preocupam com o presente e com o futuro da Humanidade. É possível que não esteja nas nossas mãos mudar nada, decidir nada que seja decisivo, mas acredito que é sempre melhor saber, pensar, duvidar, ponderar, do que viver uma vida inteira na ignorância. Além disso, se gostaste de Sapiens, do mesmo autor, tenho a certeza que irás adorar esta leitura. Já leste alguma coisa de Harari? O que achas dos seus livros? Gostas destes temas teóricos? Deixa o teu comentário e vamos conversar sobre o futuro da Humanidade! 


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