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quinta-feira, 28 de abril de 2022

#Filmes - Sensibilidade e Bom Senso

 

#Filmes - Sensibilidade e Bom Senso

Sinopse

Adaptado por Emma Thompson a partir do primeiro romance de Jane Austen, o argumento de Sensibilidade e Bom Senso centra-se na história de duas irmãs, Elinor e Marianne, com personalidades opostas. Depois da morte do pai, a família perde a fortuna, herdada por lei pelo filho varão de um primeiro casamento. A situação precária da família e as sua aspirações românticas obrigam Elinor e Marianne a aprender a dosear a sensibilidade e o bom senso para poderem continuar a viver de forma digna. 

Emma Thompson tornou mais evidente o humor implícito no texto original, o que enriqueceu o filme e lhe garantiu o Óscar para melhor argumento adaptado. A realização esteve a cargo do talentoso cineasta de Taiwan, Ang Lee. 


Opinião

Depois de ter lido, no ano passado, este clássico de Jane Austen, não descansei enquanto não vi o filme, que tão boas críticas teve. A minha leitura de Sensibilidade e Bom Senso foi incrível e muito especial porque não tinha qualquer expectativa e foram só surpresas agradáveis. Depois desse primeiro impacto tão positivo, ver o filme foi confirmar tudo o que a minha imaginação tinha construído durante a leitura. E começo por dizer precisamente que esta é uma adaptação excelente, que captou o espírito mordaz e irónico da autora, e que nos apresenta as personagens perfeitamente de acordo com as descrições do livro. 


Claro que também ajuda estarmos perante um elenco de luxo. Afinal, juntamos Emma Thompson, Kate Winslet, Hugh Grant e o saudoso Alan Rickman, para protagonizar uma história extraordinária que foi criada por uma autora ímpar. A cumplicidade das irmãs é visível em todas as cenas, bem como o quanto são diferentes. Mas vamos começar pelo início, ou seja, pelo que nos conta o livro e o filme Sensibilidade e Bom Senso, que nos apresentam a família Dashwood no momento em que o chefe da família está à beira da morte. 


Podes ler também a minha opinião sobre O Grande Gatsby


O seu herdeiro será o filho mais velho, fruto do seu primeiro casamento. Só que este homem formou uma nova família, que irá ficar desamparada, com poucos recursos após a sua morte e que não poderá manter o padrão de vida. A viúva e as suas três filhas, impedidas de herdar alguma coisa pela lei da época, ficam à mercê deste filho mais velho que prometeu ao pai, no seu leito de morte, ajudar as irmãs e a madrasta. O que não teve em conta foi a influência negativa da esposa do filho que era ambiciosa e não tinha qualquer interesse em abdicar de qualquer valor em favor das cunhadas. 


#Filmes - Sensibilidade e Bom Senso

O foco está sobre as irmãs mais velhas, Elinor e Marianne, interpretadas brilhantemente pela Emma Thompson e Kate Winslet respectivamente. Elinor é calma, ponderada, com a cabeça no lugar, um poço sem fundo de bom senso, elemento que falta à restante família que lhe resta. Por outro lado, Marianne é uma rapariga apaixonada, amante dos poetas e do amor romântico que se conhece nos livros. Não esconde nunca os seus sentimentos, desfraldando-os como uma bandeira da qual se orgulha. Sem se preocupar com o que os outros vão pensar, sem ter medo do julgamento da sociedade. 


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É este contraste entre as irmãs que dá um colorido e nos faz pensar qual estará mais correcta nas suas atitudes e comportamentos. Qual estará mais certa? A que oculta os seus sentimentos ou a que os expõe de forma desabrida? Pelo lado masculino, temos representações espectaculares de Hugh Grant e, sobretudo, de Rickman, que aqui voltou a provar o tamanho do seu talento e a falta gigantesca que faz ao Cinema. A forma como interpretou o papel de Christopher Brandon é inacreditável e retratou na perfeição o personagem criado por Jane Austen. 



Os momentos de humor, a cargo na maioria das vezes a algumas personagens secundárias e inconvenientes, são deliciosos e retratam bem o estilo irónico e contundente da autora, um estilo que apaixonou os leitores e que podemos reconhecer em todo o filme. Apesar de estarmos perante um filme dos idos anos 90, vale muito a pena dares-lhe uma oportunidade e deliciares-te com esta adaptação que rasa a perfeição. Já viste Sensibilidade e Bom Senso? Leste o livro? O que achaste desta adaptação? Conta-me tudo nos comentários! 

terça-feira, 26 de abril de 2022

#Livros - Tristão e Isolda, de Joseph Bédier

 

#Livros - Tristão e Isolda, de Joseph Bédier

Sinopse

A história de Tristão e Isolda - os estranhos imortais do amor que constroem a sua tragédia sob as fatalidades de um sentimento imposto por artes da magia céltica, a paixão contra a qual os costumes e as leis são impotentes - mostrava-se como alternativa às sublimes lentidões de Wagner, e velos, e empolgante, e obediente a todo o saber que faz a eficiência dos contos repetidos pela tradição oral. A lenda de Tristão e Isolda chegava ao êxito editorial e era confirmada no amor-símbolo, na sua intensidade inultrapassável, a que El-Rei Dom Dinis ousou ainda assim em versos desafiar: «o mui namorado Tristan sey ben que non amou Iseu quant'eu vos amo.»

Joseph Bédier tinha sabido seduzir o grande público com uma história de ingenuidade selvagem, com uma prosa que evocava ao leitor francês a tradição de contar que ele conhecia em Perrault. E em 1938, quando uma inesperada e fulminante congestão cerebral o atingiu no seu retiro de Grand-Serre, no Drôme, soube-se pelos jornais que tinha morrido... aquele autor... que escrevia coisas importantes sobre a Idade Média, sem dúvida, mas era o renovador do romance de Tristão e Isolda que já festejava a sua centésima edição. 


Opinião

Apesar de falarmos de nomes conhecidos de todos nós, nunca tinha lido nada sobre Tristão e Isolda e só conhecia pontas soltas desta tragédia antiga. A verdade é que quando se pensa que não se sabe nada, percebe-se que sabe-se algumas coisas; mas quando se lê o livro, ficamos com a consciência exacta do tanto que desconhecíamos. É um daqueles casos peculiares da literatura universal e dos mitos fundadores da nossa civilização. 


Este livro de Joseph Bédier é uma adaptação francesa que procurou reunir em prosa o que nos chegou do verso que cantava os amores de Tristão e Isolda, reunindo os detalhes desta lenda num único livro. É uma proposta fascinante e que nos permite reconstruir de forma mais clara e reveladora o que aconteceu na vida destes dois personagens icónicos da Literatura. Começo por dizer que a linguagem é fácil de entender, o livro é relativamente curto, com menos de duzentas páginas, e o enredo é muito interessante, lembrando os mitos gregos e romanos, contado em capítulos relativamente curtos. 


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Começamos por acompanhar a juventude de Tristão, a história dos seus pais e o motivo porque ficou órfão ainda recém-nascido, bem como o modo como foi criado e se desenvolveu corajoso e belo. Foi brilhantemente acompanhado e tudo foi feito para que se desenvolvesse forte e decidido, com os princípios e a moral que se espera de um homem nobre de sangue e de coração. É assim que começam as suas aventuras, das quais nunca foge, sem medo da morte, confiante de que vai conseguir ultrapassar os obstáculos que derrubaram outros que tentaram antes dele. 


"Os amantes não podiam viver nem morrer um sem o outro. Se estavam separados, não era nem a vida nem a morte, mas sim a vida e a morte ao mesmo tempo." 


É assim que se destaca, devido a alguns feitos notáveis, e que o colocam ao serviço de um rei que é também seu tio e que nutre por ele um carinho e confiança total. Por este rei consegue algumas vitórias importantes e recebe a missão de lhe encontrar uma esposa e a trazer para o seu reino para que seja feito o casamento. É desse modo que o seu destino se cruza com Isolda, a princesa que será a esposa do seu tio, e com quem vive uma história de amor trágica e repleta de reviravoltas. 


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Para conquistar a noiva do seu tio também tem de ultrapassar obstáculos e viver aventuras perigosas, mas os problemas deste casal começam na viagem de regresso ao novo reino da futura rainha. A sua mãe era dotada de talento para preparar poções e remédios e, para assegurar a felicidade da filha com o seu futuro marido, entregou à sua aia uma bebida que deveria ser servida aos noivos na noite de núpcias que os faria apaixonarem-se irremediavelmente. A trama adensa-se quando, na ausência desta aia, Isolda e Tristão bebem esta bebida sem terem conhecimento do que se tratava na realidade. 


"A ira de uma mulher é uma coisa temível, e há que se guardar dela! Quanto mais uma mulher tenha amado, mais cruelmente se vingará. O amor das mulheres chega depressa e depressa chega o seu ódio; e uma vez tenha vindo a sua inimizade, dura mais do que a amizade. Elas sabem temperar o amor, mas não o ódio." 


Como podes imaginar este foi o factor determinante e que alterou a vida dos protagonistas de forma inexorável. A paixão que os atingiu foi fulminante e nada voltou a ser como era ou como era suposto ter sido. Procuram esconder de todos os seus sentimento, que não controlam nem conseguem alterar, mas a inveja e a maldade dos membros da corte tornam inevitável que sejam descobertos e expostos como traidores. Será que vão conseguir manter a farsa? Conseguirão preservar as suas vidas sem abrir mão do seu amor um pelo outro? 


Esta é uma história fascinante e bem representativa da Idade Média e do modo de viver, pensar e estar nessa época distante. Aconselho vivamente a que conheças por ti tudo o que encerra este mito de Tristão e Isolda e te delicies com este romance arrebatado e repleto de aventuras épicas. No entanto, se ainda precisas de mais incentivos para ler este livro podes e deves ver o vídeo da Tatiana Feltrin. Já leste a história de Tristão e Isolda? Conheces a versão de Joseph Bédier? O que achas deste enredo complexo? 


Podes encomendar o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribuir para as próximas leituras deste blog


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quinta-feira, 21 de abril de 2022

#Review - SVR Topialyse Stick Lábios Nutritivo

 

#Review - SVR Topialyse Stick Lábios Nutritivo

Penso que os sticks labiais são aquele produto que todas as mulheres usam e bastantes homens também. Afinal, ninguém gosta de ver e ainda menos de sentir os lábios gretados, secos e ásperos. É uma sensação desagradável, desconfortável e que pode afectar a nossa confiança. Por isso mesmo, é o tipo de produto que tenho sempre comigo, na minha mala, e que utilizo com grande frequência, em diferentes momentos do dia. 


Além disso, tenho também na mesa de cabeceira, para colocar antes de me deitar e antes de sair de casa, e na secretária do escritório, dado que passo muito tempo nesse lugar da casa. Utilizo vários, com diferentes características, mas hoje venho te falar do meu favorito, daquele que sinto que melhor cumpre a sua função e que fiquei a conhecer por mero acaso, embora já conhecesse a marca SVR e a gama Topialyse, de experiências anteriores e felizes. 


Podes ler também sobre a minha experiência com a Beauty Box da Look Fantastic


O que aconteceu foi que ao encomendar alguns produtos ainda não tinha atingido o valor para obter portes grátis e compensava-me encomendar mais qualquer coisa pois esses portes ficariam mais caros do que a encomenda desse tal produto extra. Portanto, decidi verificar nas promoções do site se existia alguma coisa que pudesse acrescentar e que, simultaneamente, fosse utilizar. E assim descobri o Topialyse Stick Lábios Nutritivo, por mero acaso e por ter confiança na marca. 


#Review - SVR Topialyse Stick Lábios Nutritivo

E que bela descoberta esta, gente! Posso dizer que, apesar de continuar a utilizar os outros que aqui tenho, nenhum é tão eficaz e confortável como este. A verdade é que este Stick Nutritivo foi especialmente formulado para nutrir e reparar os lábios mais danificados e gretados. Enriquecido com Ômegas 3, 6 e 9, protege os lábios contra as agressões diárias externas, podendo ser utilizado por toda a família. A sua textura invisível fundente com um acabamento sem colar, são factores determinantes para ser tão confortável. Para terminar em beleza, a sua fórmula não tem parabenos nem perfume. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Isdin Fotoprotector FusionWater SPF 50+


Este stick de lábios passou a ser o favorito cá de casa e já não vivo sem ele. Ainda por cima tem um preço bem simpático face ás promessas que cumpre com distinção. A marca já ganhou um lugar especial no meu coração e na minha rotina diária, por isso acredito que vou continuar a experimentar outros produtos da SVR nos próximos tempos. Utilizas esta marca? Já conhecias este produto especial? Qual o teu stick de lábios favorito? Conta-me tudo nos comentários! 

terça-feira, 19 de abril de 2022

#Livros - Coração das Trevas, de Joseph Conrad

 

#Livros - Coração das Trevas, de Joseph Conrad

Sinopse

Coração das Trevas é um romance escrito pelo escritor anglo-polonês Joseph Conrad e antes da sua publicação em 1902, apareceu como uma série em três partes, publicado pela Blackwood Edinburgh Magazine entre os meses de Fevereiro e Abril de 1899. É amplamente considerado pela crítica especializada internacional como uma das cem mais importantes obras da literatura mundial do século XX e parte do cânone ocidental. 

A história trata das experiências de Charles Marlow, um aventureiro inglês que obteve uma posição junto a uma companhia de comércio belga como capitão de um barco fluvial a vapor nos territórios das colónias africanas para transportar marfim do interior para os portos exportadores. No entanto, a sua tarefa mais urgente é descobrir o paradeiro de Mr. Kurtz, um dos mais famosos administradores dos entrepostos da colónia, cujo destino é ignorado por todos. 

Conrad construiu uma narrativa simbólica com uma história dentro da própria história, ou uma narrativa moldura: Marlow narra suas aventuras para um grupo de amigos a bordo de um navio ancorado no estuário do rio Tamisa, do anoitecer ao amanhecer do dia seguinte. A passagem do tempo e o céu escurecido de um pôr-do-sol sobre Londres, enquadram a atmosfera densa e pesada dessa história dentro da história. A narrativa conradiana é extremamente nítida e revela em poucas palavras a relação mais profunda e cruel entre colonizadores e colonizados refletida dentro dos meandros da selva africana, na medida em que o leitor adentra na psique das suas personagens. 

Coração das Trevas serviu como história base para a produção de Francis Ford Coppola - Apocalipse Now! - de 1979, o filme, famoso pela atuação de Marlon Brandocomo Kurtz, transpôs a história das regiões africanas para o sudeste asiático durante os conflitos entre os Estados Unidos da América e as forças socialistas do então Vietname do Norte. 

O lançamento de Coração das Trevas pela Compasso dos Ventos Editora apresenta pela primeira vez esta magnífica e importante obra de Joseph Conrad em uma inédita edição bilíngue, resgatando toda a magnificência de uma das maiores obras da literatura ocidental. 


Opinião

Muito tinha ouvido, muita coisa tinha lido sobre este livro e tinha algum receio de começar esta leitura por perceber que se tratava de um assunto pesado. Afinal, estamos a falar dos colonizadores mais sanguinários que se conhece e que devastaram as terras, os animais e as gentes dos locais por onde passaram. Em nenhum momento é dito textualmente que se trata do Congo belga, mas fica claro nos detalhes que é disso mesmo que se trata, sobretudo pelas descrições. 


Estamos perante um livro curto, divido em três capítulos, que não fosse o caso de ser um assunto tão pesado, poderia ser lido de uma assentada. A linguagem é simples, fácil de entender, ainda que nem sempre sejam contadas as situações de forma clara e explícita. Existe uma aura de dúvida em todos os factos narrados, como se fosse apenas uma versão da história ou a percepção de quem está a contar os eventos que viveu. 


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A origem deste livro está numa viagem que o próprio autor fez ao Congo, que deveria ter durado dois anos, mas que foi de tal modo traumatizante que apenas ficou por lá seis meses. Foi uma experiência tão forte que passados alguns anos, surgiu este livro, publicado inicialmente por fascículos, e só mais tarde reunido num livro único que se tornou indispensável e rapidamente num clássico do século XX. Principalmente, porque relata de forma subtil mas reveladora tudo o que aconteceu nos anos negros em que o Congo foi dominado pelo rei dos belgas. 


"À caça de ouro ou em busca de fama, todos tinham saído por este rio, empunhando a espada, e muitas vezes o facho, mensageiros dos poderes da Terra, portadores de uma centelha do fogo sagrado."


A forma como é narrada, com um distanciamento de quem conta uma história que não viveu, mas que lhe foi contada por outras pessoas, vem aumentar a desconfiança sobre o que está a ser contado, e também retira a responsabilidade a esse narrador sobre os acontecimentos que está a contar. Afinal, grande parte desses acontecimentos não foram vividos por ele e, portanto, não havia nada que pudesse fazer. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Pedro Páramo


A forma como é descrita a viagem pelo rio em forma de serpente, de um modo sombrio, negro, repleto de sombras e de figuras misteriosas, é a viagem até ao coração das trevas que existe nesse lugar e que torna o coração dos homens, também eles mais sombrios e repletos de trevas. Um claro contraste entre a imagem romântica do colonialismo de quem vive na metrópole e a imagem com que se deparam ao contactar com a realidade do que acontece nas colónias. As descrições sobre os nativos são devastadoras e revelam o quanto eram mal tratados, explorados, agredidos. 


"Éramos viajantes numa terra pré-histórica, numa terra com o aspecto de um planeta desconhecido. Podíamos imaginar-nos como os primeiros homens, apoderando-nos de uma herança amaldiçoada, dominada à custa de uma profunda angústia e de um esforço desmedido."


A personagem mais importante será o Mr. Kurtz, o homem que controla o posto mais rentável de extração de marfim de toda a região. Conta-se que ele se encontra doente e a missão será resgatá-lo e arranjar forma de que regresse à civilização para poder ser tratado. Ao longo da viagem vamos conhecendo várias facetas deste homem poderoso. Os que contam sobre a sua veia artística e sobre os seus dons de oratória. Os que, sendo escravizados, o consideram um deus. Uma personalidade complexa e fascinante. Aliás, como todo o livro. Complexo e fascinante. 


Estamos perante um livro perturbador e que não deixa ninguém indiferente. É tão denso, em tão poucas páginas, que tenho a certeza que muita coisa ficou por entender de tudo o que o autor quer contar. No entanto, se ainda precisas de mais razões para ler O Coração das Trevas, podes e deves ver o vídeo da Tatiana Feltrin. Já leste o livro de Joseph Conrad? O que achas deste assunto do colonialismo? 


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quinta-feira, 14 de abril de 2022

#Filmes - Os Segredos de Dumbledore

 

#Filmes - Os Segredos de Dumbledore

Sinopse

O poderoso Feiticeiro Negro, Gellert Grindelwald, prepara-se para controlar o mundo dos feiticeiros. O Professor Albus Dumbledore percebe que não o consegue impedir sozinho e confia no magizoologista Newt Scamander para liderar uma equipa destemida de feiticeiros, bruxas e um corajoso cozinheiro muggle. Nesta perigosa missão encontram antigos e novos monstros, e defrontam a crescente legião de seguidores de Grindelwald. Mas com tudo em jogo, quanto tempo conseguirá Dumbledore ficar fora desta luta? 


Opinião 

Como Potterhead que sou não descansei enquanto não fui assistir ao novo filme de Monstros Fantásticos, que estreou em Portugal no dia 7 de Abril. Deste modo, foi com o novo filme da franquia que regressei às salas de Cinema depois desta longe pandemia. Foram mais de dois anos sem pôr os pés numa sala e, como podes imaginar, este regresso foi épico. Ainda por cima, foi uma longa espera por este novo episódio que prometia revelar os segredos do nosso amado e controverso Dumbledore. 


Amada, controverso e pouco ortodoxo. Estamos perante a personagem mais bem construída, mais interessante, mais fascinante de toda a saga de Harry Potter e adjacentes. Os melhores diálogos são dele, as frases mais icónicas da série, sobretudo nos livros, são suas. Tenho a certeza de que todos terminámos os sete livros de Harry Potter com a certeza de que ainda nos faltava saber tanto sobre Albus Dumbledore. Que a sua vida e a sua personalidade encerravam ainda tantos segredos, tantos mistérios por desvendar. Portanto, como poderíamos, nós fãs, recusar o convite para saber sobre este homem extraordinário? 


Podes ler também a minha opinião sobre Os Crimes de Grindelwald


A primeira cena do filme é logo de nos deixar enlouquecidos, pois começa com um encontro entre Dumbledore e Grindelwald, num café com aparência requintada, onde ambos conversam e procuram chamar o outro para a sua razão. Um momento que nos dá a sensação de acontecer na mente, e não na realidade, algo a que estamos perfeitamente habituados de outros momentos. Depois, temos o nosso adorado Newt a tentar salvar uma criatura mágica, mas sendo atacado por alguns seguidores de Grindelwald que querem capturar a dita criatura, que parece ter uma importância gigante, embora ainda não esteja claro porquê. 


#Filmes - Os Segredos de Dumbledore

Momentos épicos sucedem-se, como o confronto entre Credence e Albus, o recrutamento de Jacob pela professora americana - personagem espectacular, diga-se de passagem -, os eventos antes da eleição do Chefe Supremo, a descoberta da verdade sobre as origens do Credence, os desabafos de Dumbledore sobre o seu passado familiar, sobretudo sobre a irmã Ariana e o irmão Aberforth. Já para não falar sobre o momento em que vemos o plano aéreo de Hogwarts e toca a música clássica dos filmes de Harry Potter. Dá um calor no coração que é impossível de evitar. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los


As referências podem ser encontradas ao longo de todo o filme, nos mais diversos momentos, e a maioria serve apenas para agradar aos fãs, algo que não nos incomoda nada. As explicações que encontramos para as dúvidas levantadas no filme anterior são satisfatórias, embora não vamos encontrar nenhuma revelação verdadeiramente chocante ou transformadora. Trata-se de um filme de transição, que prepara o caminho para os eventos que sabemos que irão acontecer no final da franquia, quando Dumbledore derrotar Grindelwald definitivamente. 



Apesar das críticas menos positivas que tenho lido, pessoalmente fiquei muito contente com este novo filme e com a sua simplicidade, sem demasiadas histórias sobrepostas. São pequenos passos, mas que nos permitem conhecer melhor algumas das figuras do nosso imaginário do mundo mágico, e nos mostram o caminho trilhado para a conseguida derrota do Feiticeiro Negro que antecedeu Voldemort. Já foste ao Cinema ver o novo filme da franquia? O que achaste de Os Segredos de Dumbledore? Agradou-te ou ficaste desiludido? Conta-me tudo nos comentários! 

terça-feira, 12 de abril de 2022

#Livros - Jane Eyre, de Charlotte Brontë

 

#Livros - Jane Eyre, de Charlotte Brontë

Sinopse

Jane Eyre, publicada pela primeira vez em 1847, atraiu de imediato a atenção do público da época e dividiu a crítica. Habituada às heroínas de Jane Austen, que pareciam conhecer exactamente o seu lugar no meio social, a sociedade britânica sentiu-se desconfortável com o personagem feminino criado por Charlotte Bronte: embora as acções de Jane observem o código convencional de comportamento feminino, deixam transparecer também uma poderosa declaração de independência das mulheres. 

Jane Eyre é a história de uma órfã que vive com a sua desagradável tia e os seus nada atractivos primos. Mais tarde, colocada num asilo, Jane começa a desenvolver um espírito independente para a época e aprende que a melhor maneira de conservar o respeito próprio na adversidade é manter o autocontrolo. Esta aprendizagem servir-lhe-á para toda a vida e permitir-lhe-á repudiar noivos, ser auto-suficiente, mudar de identidade e encontrar um seu igual a nível intelectual e sexual.


Opinião

Agora já posso dizer que li livros de todas as irmãs Brontë, embora ainda me falte ler alguns dos seus livros publicados, o que pretendo fazer com toda a certeza. Estamos perante mulheres com um talento assombroso e que deixaram uma marca indiscutível na Literatura. Mas hoje falaremos de Charlotte e da sua Jane Eyre, obra-prima que nos deixou como legado e onde dizem ter colocado muita da sua experiência de vida pessoal e familiar. 


Como o título indica, Jane Eyre é a protagonista deste livro e quem nos conta a sua história na primeira pessoa, desde a infância infeliz até ao momento onde se encontra. Quando a conhecemos é uma menina de cerca de dez anos, órfã, que vive na casa de uma tia que não a suporta, com os primos que lhe fazem também a vida num inferno. Assim cresce, sem amor, sem carinho, sem se sentir cuidada nem querida por ninguém naquela casa, tirando uma criada que consegue sentir algum apego por ela e lhe permite ter momentos menos infelizes. 


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Nesta fase inicial existe um momento de conflito com a tia que culmina com a decisão de a internar numa escola, bem longe de casa, sem qualquer intenção de que se mantenha o contacto nem que exista um regresso um dia. Jane encara esta mudança como uma oportunidade de se ver livre de uma família que só a maltrata e de começar do zero num lugar novo, sem as influências negativas dessa família que nunca a quis. Deste modo se educa, os anos passam, e de aluna passa a professora nessa instituição que a recebeu na infância. 


"Era mais forte que eu; a inquietação estava-me na massa do sangue e por vezes afligia-me a tal ponto que chegava a ser dolorosa." 


Só que o seu espírito inquieto desejava novos desafios, novos estímulos, novas aventuras. Em resposta a isto que sente, decide colocar um anúncio e procurar uma vaga como preceptora, o que consegue e aceita na primeira resposta que recebe. Quase como se se tratasse de uma fatalidade do destino, ter de ser seu o lugar naquela casa, como perceptora de uma menina também órfã. Jane parte para essa nova casa onde é muito bem recebida por todos e sente-se feliz no seu papel de professora desta menina francesa, a quem ajuda a melhorar o seu inglês, entre outras competências que pretende passar à sua pupila. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Agnes Grey


É nesta casa onde vai conhecer o homem da sua vida. Mr. Rochester conquista o coração da nossa protagonista e ela conquista também o dele, levando-o a cometer loucuras ou, pelo menos, a tentar comete-las. Esta paixão faz com que esta mulher independente decida colocar o seu destino e a sua felicidade nas mãos deste homem e até a leva a ponderar abrir mão dos seus princípios e convicções para viver esse amor arrebatado. As surpresas e as tragédias são uma marca deste livro e sucedem-se à medida que chegamos aos últimos capítulos, de uma forma que nos faz acreditar que a redenção não será possível. 


"A sensibilidade desprovida de discernimento é sem dúvida uma bebida desenxabida, mas também não deixa de ser verdade que o discernimento desprovido de sensibilidade é demasiado duro e amargo para a deglutição humana." 


Trata-se de um livro ímpar, repleto de referências literárias da época, que revelam o quanto a sua autora tinha uma educação invulgar para a época, com um enredo tão especial que nos acompanha por muito, muito tempo, depois do fim da sua leitura. Não tirou o lugar no meu coração do livro de Emily Brontë, que está num outro patamar universal, mas faz jus à fama que trás consigo e entrega muito mais do que seria de esperar. Só não digo que deveria ser leitura obrigatório, porque acredito que os livros são fonte de prazer, não de obrigações. No entanto, se ainda precisas de mais razões para ler Jane Eyre, vai ver o vídeo da Tatiana Feltrin e rende-te às evidências. 


Já leste Jane Eyre? O que achaste deste livro? Qual a tua irmã Brontë favorita? Charlotte? Emily? Anne? Conta-me tudo nos comentários! 


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quinta-feira, 7 de abril de 2022

Vamos falar sobre Ucrânia

 

Vamos falar sobre Ucrânia

Cada vez tomamos mais consciência de que estamos a viver momentos históricos, que serão estudados pelas crianças de todo o mundo nos próximos anos. Primeiro, com a pandemia que vivemos, agora com esta guerra que nos bateu à porta, no Leste da Europa. Depois de muita conversa fiada de Putin, eis que invade de facto a Ucrânia, e dá início a um flagelo que parece não ter fim à vista. A Rússia parece procurar recuperar um Império há muito perdido, e todos, russos incluídos, estamos a pagar o preço desta loucura descontrolada. 


A onda de solidariedade que se gerou por toda a Europa foi avassaladora e as fronteiras que em tempos estavam fechadas e blindadas contra refugiados de outras paragens, agora abriram-se de par em par para acolher os ucranianos que procuram fugir de um conflito que lhes alterou a vida de forma inimaginável, para pessoas, como nós, que vivemos em paz durante tantas décadas consecutivas. Em momento algum da nossa História vivemos uma guerra tão mediática, com tanta presença de jornalistas, televisões, imagens que chegam de toda a parte, que nos fazem sentir estar lá, mas impotentes para resolver este conflito ou ajudar tanto quanto gostaríamos as pessoas que lá ficam ainda. 


Podes ler também a minha reflexão sobre a Catalunha


Em momentos decisivos como este que vivemos é quando a verdadeira fibra das pessoas se revela. É o caso de todo o povo ucraniano e do seu presidente, Zelensky, que se revelou um verdadeiro líder, capaz de mobilizar o seu povo à defesa do país, mesmo civis, que poderiam ter saído e procurado abrigo, e preferiram ficar e defender os seus. Aliás, quando um Presidente declina os convites para procurar abrigo noutros países e decide ficar e lutar pelo seu país, é inevitável que inspire outros, ucranianos e não só. 


Vamos falar sobre Ucrânia

Espanta-me quem se mostra surpreso por este ataque, quando Putin tem vindo, ao longos dos últimos anos, a revelar sinais da sua loucura, do que era capaz. A única surpresa foi ter sido agora, e aqui tão perto. Outros ataques tinham passado impunes. A dependência energética da Europa com a Rússia. Tudo sinais de alerta que todos os dirigentes mundiais optaram por ignorar, permitindo que Putin ganhasse confiança para prosseguir a sua conquista pelo império soviético. Talvez fosse inevitável, talvez não fosse possível alterar o curso dos acontecimentos. 


Podes ler ainda a minha reflexão sobre abstenção


Mas fico sempre com a sensação de que estamos perante mais um caso em que todos podemos ser culpados, mais não seja por passividade. Por permitir que este ditador ganhasse poder. Por termos eleito líderes que não souberam prevenir nem travar este homem perigoso. Estaremos perante uma situação sem solução à vista? Teremos atingido um ponto de não retorno? Como poderemos recuperar a paz? Não tenho respostas, como a maioria de nós não tem, mas gostaria muito de as encontrar, para o bem de todos. 


O que tens sentido perante este conflito entre a Rússia e a Ucrânia? Como pensas que tudo isto irá terminar? 

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