#Livros - The Hallmarked Man, de Robert Galbraith

 

Sinopse

The brand new instalment in the highly acclaimed international bestselling series, featuring Cormoran Strike and Robin Ellacott, written by Robert Galbraith, a pseudonym of J. K. Rowling.

A dismembered corpse is discovered in the vault of a silver shop. The police initially believe it to be that of a convicted armed robber - but not everyone agrees with that theory. One of them is Decima Mullins, who calls on the help of private detective Cormoran Strike as she's certain the body in the silver vault was that of her boyfriend - the father of her newborn baby - who suddenly and mysteriously disappeared. 

The more Strike and his business partner Robin Ellacott delve into the case, the more labyrinthine it gets. The silver shop is no ordinary one: it's located beside Freemasons' Hall and specialises in Masonic silverware. And in addition to the armed robber and Decima's boyfriend, it becomes clear that there are other missing men who could fit the profile of the body in the vault. 

As the casa becomes ever more complicated and dangerous, Strike faces another quandary. Robin seems increasingly committed to her boyfriend, policeman Ryan Murphy, but the impulse to declare his own feelings for her is becoming stronger than ever. 

A gripping, wonderfully complex novel which takes Strike and Robin's story to a new leve, The Hallmarked Man is an unmissable read for any fan of this unique series. 

Opinião 

Voltamos com a ansiada, pelo menos por mim, série Strike, criada pela fantástica J. K. Rowling sob o pseudónimo de Robert Galbraith. Sempre com enredos envolventes, protagonizada pelo detective Cormoran Strike e a sua parceira Robin Ellacott, a série conquistou leitores pelo seu estilo detalhado, atmosfera sombria e tramas intricadas que exploram temas como crime, justiça e relações humanas. Este é o oitavo volume da saga e desempenha um papel fundamental na continuidade da série policial. Vem consolidar o universo familiar de Strike e dos seus colaboradores, cria uma cada vez maior conexão emocional com os leitores, ao mesmo tempo que desenvolve e entrelaça elementos que serão explorados nos próximos livros e que nos deixam a contar os dias para o próximo lançamento. 

Nesta recente aventura da série policial, os leitores são convidados a mergulhar num mistério intrigante passado, maioritariamente, na cidade de Londres. A trama acompanha os detectives Strike e Robin enquanto a sua agência é contratada para investigar um caso sobre a morte dum homem dentro dum cofre pertencente a uma loja que comercializa pratas maçónicas. Aparentemente, o caso está encerrado quando a polícia chega à conclusão de que a vítima era um criminoso procurado. Mas existe uma mulher que acredita que o homem que ama e com quem teve um filho é, na verdade, esse homem assassinado no cofre e que é esse o motivo para ter desaparecido sem deixar rasto. Com uma forte ligação ao passado de Strike, esta mulher decide contratar a sua agência e é, por causa dela, que se veem envolvidos num quebra cabeças que os obriga a tentar encontrar os diferentes homens que poderiam ser a vítima, por estarem desaparecidos desde então e por se encaixarem no perfil físico. 

Podes ler também a minha opinião sobre The Running Grave 

Assim, os principais acontecimentos de The Hallmarked Man giram em torno desta investigação, que os leva a algumas viagens na busca pelos homens desaparecidos e a passear pelos meandros da maçonaria e das suas teias de influência no poder. Como sempre tem acontecido, a investigação deste caso maior é o eixo sobre o qual gira toda a narrativa, mas neste volume existe uma maior profundidade nos aspectos pessoais dos protagonistas, onde as suas emoções e dilemas internos são explorados de forma mais intensa. Claro que o facto de Strike ter, finalmente, admitido para si mesmo os sentimentos que nutre pela sua sócia ajuda nesta evolução, que é cozinhada em lume brando e nos conduz a mais um desfecho daqueles que, quando terminamos este livro nos dá vontade de iniciar imediatamente o próximo, que nem sabemos quando será lançado. 

"This was the first time Strike had ever met somebody who wanted an assurance their loved one was dead, rather than alive. This, he supposed, was the most extreme manifestation of a phenomenon with which he was only too familiar: a woman absolutely refusing to accept that her partner wasn't what she thought him." 

A equipa formada por Strike e Robin revela um reforço da cumplicidade conquistada até aqui, tornando-os numa dupla complementar e muito resiliente, cuja dinâmica evolui novamente ao longo desta narrativa. Cormoran, com uma carreira militar no passado e que agora trabalha como detective particular na agência que fundou a pulso, é um personagem marcado por experiências difíceis, com uma personalidade intensa e perspicaz, e determinado a desvendar a verdade, mesmo diante de obstáculos pessoais e profissionais. Robin, a assistente que se tornou sócia graças ao seu trabalho e que tem contribuído para o crescimento do negócio que partilham, por seu lado, demonstra inteligência, sensibilidade e uma forte ética de trabalho, equilibrando a franqueza e a empatia. 

Podes ler ainda a minha opinião sobre The Ink Black Heart 

Ao longo de The Hallmarked Man, estes protagonistas demonstram um desenvolvimento notável, aprofundando-se emocionalmente e revelando camadas de complexidade até aqui nunca expostas. Enquanto Strike lida com os seus sentimentos por Robin e a melhor forma de se declarar, depois de anos a negar o que sentia e com medo de colocar em risco esta relação essencial da vida que construiu, por seu lado, Robin encontra-se numa relação que parece estar a evoluir, ainda que a própria tenha muitas dúvidas sobre o rumo que se lhe impõe. As experiências vividas durante esta investigação, onde voltam a receber uma série de ameaças, proporcionam-lhes uma maior compreensão um do outro e fortalece os seus vínculos profissionais e pessoais. 

"It is the great misfortune of the coward that he sees danger everywhere, and of the snob that he perpetually underestimates those he considers his inferiors." 

O estilo de Rowling revela-se, como nos habitou, envolvente e detalhado, com uma narrativa ágil e bem estruturada. A sua habilidade para criar diálogos naturais e cenas vividas contribui para uma leitura fluida e instigante, que nos mantém imersos na investigação policial e na relação dos sócios. Além disso, a prosa da autora apresenta uma combinação perfeita de descrições precisas e ritmo dinâmico, que reforçam a atmosfera de mistério e suspense típica da série. O suspense é construído de forma gradual, através da revelação de detalhes enigmáticos e pistas subtis, que estimulam a curiosidade e o desejo de desvendar o mistério. A trama é muito bem organizada, com pistas que se conectam cuidadosamente e revelações que surpreendem, o que demonstra o cuidado na construção do enredo. Além disso, os personagens complexos e bem desenvolvidos contribui para a profundidade da história e talvez seja o grande motor que nos prende e nos dá vontade de continuar a esperar por novos volumes. 

Como sempre, a série Strike não desilude e destaca-se pela trama envolvente, repleta de reviravoltas e detalhes meticulosos, sem esquecer o gancho final que sempre marca presença e nos faz roer as unhas enquanto esperamos pelo próximo e que, na minha opinião, volta a consolidar esta série como uma das melhores dentro do género policial contemporâneo. Se ainda não conheces esta série policial, podes começar por aqui, e vais entender a narrativa, embora eu aconselhe a começar pelo princípio de forma a compreender todas as referências, bem como a evolução das relações e dos próprios protagonistas. É, sem dúvida alguma, uma leitura recomendada para os fãs de romances policiais que apreciam uma história bem elaborada e cheia de suspense. 

Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já leste The Hallmarked Man? Acompanhas a série Strike? O que achaste da narrativa e do desenvolvimento dos nossos detectives? Que aspecto deste crime mais chamou a tua atenção? Conta-me tudo nos comentários! 

Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog 

Wook | Bertrand 

Guia de Presentes de Natal 2025 - Novidades Literárias

 

Parece mentira, mas o Natal aproxima-se a passos largos e, com ele, a oportunidade perfeita de surpreender aqueles que amamos com presentes que realmente toquem o coração. Se és apaixonado por literatura o desejas presentear alguém que adora livros, este Guia de Presentes foi criado especialmente para ajudar nessa missão. Hoje, vamos explorar as principais novidades do mundo literário, tendências de leitura e sugestões de livros que prometem encantar leitores de todos os gostos nesta temporada festiva. 

Podes ver também o Guia de Presentes de Natal 2024 

Este ano, o cenário literário está repleto de novidades empolgantes, com lançamentos que abrangem diversos géneros, desde romances emocionantes até obras de não ficção inovadoras. Além disso, destaco opções de presentes que combinam qualidade, originalidade e o toque especial que o Natal merece. Prepara-te para descobrir sugestões que irão tornar os teus presentes de Natal inesquecíveis, inspirando os teus amigos e familiares a mergulhar em novas aventuras literárias em 2025. Vens comigo? 

1. A Intrusa, de Freida McFadden

O passado encontra sempre forma de regressar.

Casey é uma ex-professora de Boston que vive agora numa cabana isolada no coração da floresta de New Hampshire. A meio de uma tempestade, o telhado estremece, as luzes piscam e as árvores balançam perigosamente ao sabor do vento. No entanto, mesmo no meio de todo este cenário, o que a preocupa realmente é aquilo que vê ao olhar pela janela da cozinha. 

Está lá fora uma rapariga. Sozinha e coberta de sangue. 

Casey decide ajudá-la, abrindo-lhe a porta, deixando-a entrar e oferecendo-lhe abrigo, alimento e calor. No entanto, apesar desta amabilidade, a rapariga não explica como chegou até ali, nem revela interesse em largar a faca, que segura com força na mão direita. Além disso, e como se não bastasse, quando Casey faz uma descoberta perturbante a meio da noite, percebe que a situação só terá tendência a piorar.

A jovem esconde um segredo, e está disposta a matar para protegê-lo. Se Casey se aproximar demasiado da verdade, talvez não viva tempo suficiente para ver o nascer do novo dia. 

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2. Harry Potter e o Cálice de Fogo, de J. K. Rowling

Harry Potter deseja escapar da perniciosa companhia dos Dursleys e ir à final da Taça Mundial de Quidditch com Hermione, Ron e os Weasleys. Quer sonhar com Cho Chang, a rapariga muito gira dos Ravenclaw, e quer saber mais sobre o misterioso evento que envolve duas escolas rivais de magia e uma competição que não ocorre há centenas de anos. 

No fundo, só quer ser um feiticeiro normal de catorze anos. Infelizmente para Harry Potter, ele não é normal; é diferente... até para os padrões de Hogwarts. E, neste caso, ser diferente pode mesmo ser fatal. 

Com fantásticas ilustrações e elementos interativos em papel, esta extraordinária edição do quarto volume da saga Harry Potter irá certamente deslumbrar leitores de todas as idades. 

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3. Antologia de Contos Humorísticos e Satíricos Russos

A presente antologia apresenta ao leitor português uma amostra da prosa satírica e humorística russa através de uma panóplia de mestres literários dos séculos XIX e XX, muitos deles inéditos e totalmente desconhecidos do público português, outros tão conhecidos como Chekhov ou Goncharóv. Todos consagraram (e, por vezes, arriscaram) as suas vidas a aperfeiçoar a arte de farpear a sociedade russa e de fazê-la rir-se de si própria com inteligência, frontalidade e argúcia. 

Estes contos convocam o riso, a reflexão, o ridículo, o mero passar do tempo ou a transformação, enquanto o humor e a sátira são apresentados não unicamente como géneros literários, mas como meios circunspectos de expressão que revelam, expõem, consolam, salvam e novamente ostentam - por vezes com delicadeza, por vezes sem piedade, residindo nisso o seu poder intemporal. 

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4. Este Natal Todos Escondem um Segredo, de Benjamin Stevenson

Chamo-me Ernest Cunningham. 

Fui leitor compulsivo de policiais até ao momento em que os mistérios reais tomaram conta da minha vida. Este Natal, acreditei que qualquer assassino com o mínimo de respeito por si próprio tirasse uns dias de folga e relaxasse. 

Estava enganado. 

Portanto, aqui estou eu, nos bastidores do espetáculo do famoso mágico Rylan Blaze, cujo benfeitor acabou de ser assassinado. Os meus suspeitos são todos artistas profissionais, ou seja, os grandes mestres na arte da ilusão. 

O mágico
A assistente
A executiva
A hipnotizadora
A irmã gémea
O conselheiro

As pistas que tenho são ainda mais abstratas: uma potencial testemunha amnésica; um assassinato cometido numa sala em que ninguém entrou; e um calendário do advento, porque, lá está, é Natal. Sei que consigo resolver o caso, se for capaz de ver através dos efeitos de fumo. 

Afinal, um bom crime é como um truque de magia, não é? 

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5. As Últimas Horas dos Reis de Portugal, de Sérgio Luís de Carvalho 

Peste, envenenamento e homicídio... Edema, tifo e sifílis... Tuberculose e parto...

Trinta e quatro monarcas, trinta e quatro mortes tão diversas. Muitas estão devidamente atestadas, mas outros pareceram violentamente, sob as balas de um revólver assassino ou pelo gume de espadas e outras armas. Houve quem falecesse após agonia prolongada e, ainda, quem não desse por nada. Mas, mais interessante do que ver a causa dessas mortes, foram as circunstâncias, quase sempre invulgares, que as rodearam. 

Este livro aborda cada uma dessas trinta e quatro mortes, contextualizando-as nas respetivas vidas e sociedades, narrando-as com pormenor, explicando-as com rigor, avaliando-as com seriedade. Afinal, uma forma muito humana de conhecer os nossos monarcas. 

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6. Com amor, Freddie

Poucas pessoas sabiam que Freddie Mercury mantinha um diário. Quando morreu em 1991, deixou dezessete cadernos manuscritos que relatavam a sua vida, e a sua época, iniciados em 1976, quando os Queen estavam no auge da fama mundial. A sua última entrada foi escrita algumas semanas antes da sua morte.

Apenas quatro das pessoas mais próximas sabiam o que tinha acontecido a esses diários. A uma delas, Freddie confiou-os secretamente pouco antes de morrer. Uma leitura impressionante, constituem a aproximação mais fiel que o mundo alguma vez conhecerá de uma autobiografia de Freddie Mercury. 

Em 2021, essa pessoa de confiança abordou a autora, oferecendo algo inédito: acesso total e irrestrito às confissões mais íntimas do artista. Durante três anos e meio, Lesley-Ann Jones mergulhou nas revelações pessoais de Freddie, construindo uma narrativa que vai abalar tudo o que pensávamos saber sobre ele e o seu legado. 

Com Amor, Freddie partilha segredos chocantes da infância do músico, revela os seus medos mais profundos e desejos mais apaixonados, explora a inspiração por trás das suas composições, revisita as suas relações mais próximas e dá a conhecer o amor da sua vida. Aqui está, de uma vez por todas, a verdadeira história de Freddie Mercury. 

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7. Tu Consegues Comprar Casa, de Massimo Forte

Comprar casa não é impossível. 

Impossível é comprar sem conhecer os passos certos para lá chegar. 

Nos últimos anos, comprar casa em Portugal deixou de ser apenas complicado e tornou-se, para alguns, praticamente impossível. Perante uma realidade de rendimentos baixos, escassez de casas, investidores estrangeiros a disputar cada metro quadrado e preços sempre a subir, ser proprietário de um imóvel é, para muitos, um sonho inalcançável. 

Contudo, a verdade é que há quem consiga jogar com as regras do imobiliário, evitar armadilhas e até transformar a compra de uma casa numa oportunidade para crescer e ganhar dinheiro. Massimo Forte, especialista no setor há mais de trinta anos, conhece bem todos os segredos deste mercado - que, apesar de feroz, não deixa de ser um negócio de pessoas para pessoas. 

Neste livro, o autor, formador e consultor, mostra que comprar casa não é um privilégio reservado a quem tem muito dinheiro. Com uma visão, um plano claro e a estratégia adequada, o autor acredita que qualquer pessoa consegue, sim, comprar casa e tornar-se proprietária de um imóvel. 

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8. O Homem que Mordeu o Cão, de Nuno Markl

Onde podemos encontrar uma velha que viaja do lado de fora de um comboio, outra que carrega um frigorífico em cima da cabeça e "uma mão humana forrada a veludo, homem!"?

No fino buffet de bizarria que é O Homem Que Mordeu o Cão, claro, o livro da rubrica criada por Nuno Markl, no ar desde 1997, com uma legião de fãs cada vez maior. 

Notícia não é quando um cão morde num homem, mas sim quando um homem morde num cão! 

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9. O dia em que te esqueci, de Margarida Rebelo Pinto

Em O Dia em que te Esqueci, Margarida Rebelo Pinto leva-nos ao coração de uma mulher que amou intensamente, sofreu, tentou recomeçar... e descobriu que só a coragem de soltar o passado abre espaço para a liberdade. 

Entre memórias e silêncios que dizem mais do que palavras, este romance é uma carta íntima e arrebatadora que nos mergulha num turbilhão de emoções: a dificuldade de deixar ir, a esperança de recomeçar e a certeza de que o verdadeiro amor é aquele que nos permite ser quem realmente somos. 

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10. José Sócrates - Ascensão, de João Miguel Tavares

Este livro acompanha a ascensão de José Sócrates desde a sua infância na Covilhã até ao ano de 2005, quando venceu as eleições com maioria absoluta, já rodeado de várias suspeitas. Ele pretende mostrar porque é que Sócrates é um político diferente dos outros. Explicar como é que um político com o seu perfil conseguiu atingir o topo do poder em Portugal. E assinalar as razões para que tantos tenham vivido tão distraídos durante tanto tempo. 

A personalidade de José Sócrates, as suas contradições e os seus métodos sempre estiveram à vista de todos. Nunca foi preciso esperar pela Operação Marquês para descobrir o verdadeiro Sócrates, nem faltou informação pública que permitisse, a quem quisesse, traçar o seu perfil, entender a sua forma de exercer o poder, e encontrar padrões de comportamento que o tornavam impróprio para o cargo de primeiro-ministro. Só faltava mesmo um livro como este - capaz de reunir o que foi escrito sobre José Sócrates nos últimos quarenta anos e desvendar a forma como ele conseguiu esconder-se debaixo dos holofotes. 

Wook | Bertrand 

11. O Sexto Sentido, de José Rodrigues dos Santos

Um homem cai do décimo andar de um hotel em Lisboa. A polícia identifica-o: Kurt Weilmann. 

Nos momentos finais de vida, balbucia palavras misteriosas: «UNIO MYSTICA... MISTERIUM TREMENDUM». 

Acidente, suicídio ou homicídio? A Judiciaria encontra no quarto de Weilmann uma deirradeira mensagem com um nome: Tomás Noronha. 

O historiador é convocado para esclarecer o seu envolvimento naquela morte. Durante o inquérito, a CIA avisa Tomás: a sua vida corre perigo. Quem atirou Weilmann do décimo andar também o quer matar. Para se salvar, terá de desvendar o mistério daquela morte. 

Assim começa uma busca que irá conduzir Tomás Noronha aos segredos que envolvem uma classe de substâncias terapêuticas com propriedades milagrosas. Chamam-lhes enteógenos, expressão grega para... O DIVINO DENTRO DE NÓS. 

Baseado em descobertas científicas que estão a ser estudadas pelas maiores instituições do mundo, desde Harvard até ao Centro Champalimaud, O Sexto Sentido mostra-nos o que os enteógenos começaram a revelar sobre os maiores enigmas do Universo - incluindo o mistério da morte e o sentido da vida. 

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12. A Legião Estrangeira, de Clarice Lispector

Este livro reúne treze contos e mais de uma centena de crónicas, ensaios, textos híbridos. Sob o holofote da escrita inigualável de Clarice Lispector, desfilam o aborrecimento quotidiano, o estranhamento do mundo, o enigma da criação artística e uma fundacional solidão. 

De Os Desastres de Sofia ou O Ovo e a Galinha a Instantâneo de uma Senhora ou Uma imagem de prazer, a legião estrangeira reconstrói ideias sobre erotismo, velhice, laços de amizade, preceitos sociais, valores de família, ligações perigosas. 

Com este volume, recuperamos a edição original de a legião estrangeira, conforme organizada pela autora em 1964, e até agora inédita em Portugal. Aqui encontramos a escrita vivida de Clarice, infundida de alguma tristeza e algum humor, que diverte e perturba, mas que sobretudo espanta. 

Wook | Bertrand 

Chegados aqui, espero que este guia tenha inspirado as tuas escolhas e facilitado a procura pelos presentes perfeitos para os amantes da literatura neste Natal de 2025. Com uma variedade de novidades e lançamentos, há opções para todos os gostos e estilos, garantindo momentos de leitura inesquecíveis e cheios de significado. Lembra-te só de considerar os interesses e preferências de cada pessoa, tornando cada presente numa demonstração de carinho e atenção. 

Que neste Natal, a magia das palavras possa iluminar ainda mais os lares e os corações, fortalecendo laços através da leitura e da partilha de boas histórias. Aproveita as sugestões deste pequeno guia para surpreender e encantar quem amas e celebra a temporada com o melhor da literatura. E não te esqueças que também podes oferecer um presente a ti mesma. Boas festas e muitas leituras felizes! 

Agora, quero saber a tua opinião! Já leste algum dos livros sugeridos? Que presentes literários estão na tua lista este ano? Qual gostarias mesmo de receber? Vais oferecer algum? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

#Séries - The Office

 

Sinopse

No mesmo formato de pseudodocumentário da série britânica, The Office retrata o quotidiano de um escritório em Scranton, na Pensilvânia. Filial da empresa fictícia Dunder Mifflin, os funcionários tem como função vender o suprimento de papel fornecido pela companhia. Michael Scott, gerente da filial, é um chefe incoerente e imaturo mas que se preocupa com o bem estar dos seus empregados. Assim, The Office traça um olhar cómico e honesto sobre os seus personagens, destacando as suas diferenças e particularidades e como isso afeta a convivência diária durante o trabalho. 

Embora, a princípio, não exista um laço emocional muito forte entre eles, aos poucos, amizades são formadas e os funcionários da Dunder Mifflin tornam-se uma espécie de segunda família. Entre as relações mais memoráveis do The Office está o casal Jim, um vendedor, e Pam, a recepcionista. Ao longo das temporadas, a adorável amizade entre os dois transforma-se num intenso amor romântico. 

Opinião 

The Office é uma famosa série de comédia americana que retrata, de forma satírica e humorística, o quotidiano dum escritório duma empresa de papel na cidade de Scranton, na Pensilvânia. Adaptada por Greg Daniels, a partir da versão britânica de Ricky Gervais e Stephen Merchant, que são creditados como produtores na versão americana, além de serem co-autores do episódio piloto com Daniels. A série utiliza um formato de falso documentário, com personagens que frequentemente olham directamente para a câmara e oferecem testemunhos em formato de confidência, sem que os restantes colegas possam ouvir, o que confere uma sensação de intimidade. Com um elenco extraordinário, liderado por Steve Carell, a série mistura humor inteligente, situações quotidianas e personagens memoráveis, conquistando uma grande base de fãs e reconhecimento crítico ao longo das suas nove temporadas. 

Desde a sua estreia, em 2005, a série conquistou uma enorme popularidade, consolidando-se como uma das séries mais queridas e influentes da televisão americana. Graças ao seu humor mordaz e às personagens carismáticas alcançou uma posição de destaque dentro da cultura pop, tornando-se num fenómeno de culto. A trama acompanha o dia-a-dia dos empregados da empresa Dunder Mifflin, destacando as suas relações pessoais, desafios profissionais e as situações hilariantes que surgem no ambiente de trabalho. A ambientação nesta empresa é fundamental para transmitir o clima de rotina e humor que permeia a narrativa. Este espaço é retratado como um ambiente de escritório comum, porém está repleto de personagens caricatos e situações cómicas. 

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Tudo é apresentado de forma realista, com detalhes que evidenciam a cultura corporativa, como mesas de trabalho em open space, áreas de convivência, sala de reuniões e o escritório do gerente, Michael Scott, a figura mais icónica desta empresa. Assim, as dinâmicas entre os funcionários, as rivalidades e as pequenas intrigas internas ganham destaque, tornando a série uma sátira inteligente do ambiente de trabalho corporativo americano, mas que pode muito bem ser transposto para outras realidades à volta do mundo. Claro que os personagens desempenham papéis distintos que contribuem para o humor e a dinâmica do escritório da Dunder Mifflin. 

O já referido Michael Scott é o gerente regional cuja tentativa de liderar com humor e o seu desejo de ser querido, muitas vezes, resulta em situações embaraçosas e muito engraçadas. Jim Halpert é um vendedor inteligente e brincalhão, conhecido pelas suas partidas com Dwight e pelo seu interesse romântico por Pam, além de ser a voz da razão na rotina do escritório. Pam Beesly é a recepcionista que aspira a uma carreira artística e representa o coração da equipa. Dwight Schrute é o assistente regional de vendas, fiel às suas tradições e extremamente dedicado ao trabalho, até demais na maioria das vezes. Outros personagens, como Ryan, Angela e Kevin, também desempenham funções importantes, contribuindo para a diversidade e o humor do escritório. Ao longo das temporadas, os personagens passam por uma notável evolução, revelando camadas mais profundas das suas personalidades e relacionamentos. 

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Michael Scott, por exemplo, inicialmente com a sua postura ingénua e quase sempre constrangedora, amadurece ao aprender a equilibrar as suas intenções bem intencionadas com uma maior compreensão do impacto das suas acções. Jim e Pam, que começam como colegas de trabalho, com uma química palpável, evoluem para um relacionamento sólido, enquanto enfrentam desafios profissionais e pessoais que fortalecem os laços que os unem. Dwight, dedicado e excêntrico, revela uma faceta mais vulnerável e humana, e um crescimento que o leva ao seu maior sonho, precisamente no momento em que aceita não estar preparado para ele. Também as relações interpessoais e as dinâmicas do escritório são elementos centrais que contribuem para a autenticidade e o humor da série. O ambiente de trabalho na Dunder Mifflin revela uma mistura de amizades, rivalidades, brincadeiras e mal entendidos, refletindo a complexidade das interações humanas no local de trabalho e proporcionando momentos deliciosos a cada novo episódio. 

O roteiro é afiado e bem elaborado, combinando humor inteligente com momentos de sensibilidade, o que permite explorar temas universais de maneira leve e cativante. Quanto ao humor, a série destaca-se pelo seu tom satírico e muitas vezes constrangedor, que brinca com os ambientes de trabalho e as relações humanas de forma perspicaz e até surpreendente, conquistando os espectadores com o seu estilo único e as suas piadas memoráveis. The Office também se destaca pela habilidade única de equilibrar comédia e momentos emocionantes, numa combinação que, além de entreter, promove uma conexão mais profunda com o público, que passa a ver para além do riso e reconhece vulnerabilidades, sonhos e desafios enfrentados pelos personagens e identificando-se com eles, mesmo nas situações mais bizarras, e que lhe permite resistir à passagem do tempo com maestria. 

A série é perfeita para quem aprecia humor inteligente, sátira da rotina de trabalho e personagens cativantes. Importa também referir o impacto significativo que teve na cultura pop, tornando-se um ícone do humor e influenciando uma geração de programas de comédia. Popularizou frases, cenas e memes que permanecem presentes na cultura digital até hoje, o que contribui para a sua duradoura relevância. Assim, só posso recomendar The Office, sobretudo para quem aprecia séries bem produzidas e divertidas. Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já viste todos os episódios do The Office? Tens alguma cena favorita? Qual o personagem com quem mais te identificas? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

#Livros - Biblioteca Pessoal, de Jorge Luis Borges

 

Sinopse

Jorge Luis Borges tornou-se o emblema do bom leitor, do verdadeiro amante e erudito da literatura. Borges imaginou o paraíso como uma biblioteca e foi bibliotecário por muitos anos, vivendo essa profissão como a de um guardião do tesouro das letras. Em 1985, foi-lhe pedida a criação de uma «biblioteca pessoal», que contaria com cem grandes obras. Borges morreu em 1986, antes que pudesse concluir esse projeto, mas deixou uma lista de livros que refletem as suas preocupações e gostos literários, bem como os prólogos dos primeiros sessenta e quatro títulos da série: «Desejo que esta biblioteca seja tão variada quanto a curiosidade que a mesma induziu em mim.» É esta escolha pessoalíssima de Borges que aqui se apresenta. 

Opinião 

Jorge Luis Borges, famoso escritor argentino, nasceu em 1899, em Buenos Aires, e é considerado uma das figuras mais influentes da literatura do século XX. A sua obra abrange diversos géneros, incluindo ensaios, poemas, contos e críticas literárias, caracterizando-se por um estilo erudito, filosófico e inventivo. A sua vasta experiência e profundo conhecimento literário conferem autoridade e profundidade à sua reflexão sobre a importância da leitura e das bibliotecas, temas centrais na sua obra e também na colectânea Biblioteca Pessoal. 

Biblioteca Pessoal é um conjunto de ensaios que exploram os livros que o autor considera fundamentais termos nas nossas bibliotecas pessoais, que nos levam a mergulhar no universo mágico da leitura, da memória, da imaginação e da natureza da dita biblioteca ideal. Apesar de estarmos perante um livro inacabado, pois a proposta era reunir cem títulos, ainda assim, foi-nos oferecida uma seleção com 64 livros fundamentais, acompanhados dos argumentos do homem que, quer-me parecer, mais amou esse objecto e essa arte. Deste modo, entrega a sua experiência pessoal com cada livro, além de discutir conceitos filosóficos sobre a infinidade do conhecimento e as possibilidades ilimitadas do universo literário. 

Podes ler também a minha opinião sobre Ficções 

A estrutura do livro é marcada por fragmentos ensaísticos, um para cada autor e respetivos livros recomendados. Borges organiza os textos de forma livre, entrelaçando as suas reflexões, referências literárias e experiências pessoais, o que nos permite vislumbrar o autor duma forma única. Sem seguir uma linearidade tradicional, privilegia associações livres e pensamentos dispersos, o que reforça a sensação de vastidão e complexidade da biblioteca que Borges idealiza, sempre com uma linguagem elegante e densa, típica da sua obra. As suas escolhas revelam a sua obsessão pela multiplicidade do conhecimento e pela busca infinita pelo entendimento. Em cada página é perceptível a paixão de Jorge Luis Borges pelos livros e pela ideia de que toda a leitura é uma jornada de descobertas, onde cada obra é um universo em si mesmo. 

"O destino de Kafka foi transmutar as circunstâncias e as agonias em fábulas. Redigiu sórdidos pesadelos num estilo límpido." 

Fica evidente ao longo da leitura destes textos que, para o autor, ler é mais do que uma simples actividade. É uma jornada de autoconhecimento e de descoberta do universo interior. Porque, tanto na leitura quanto na vida, a busca por sentido é um esforço contínuo, que revela a condição humana de querer entender o mundo e a si mesmo, mesmo diante da impossibilidade duma resposta definitiva. Um dos temas transversais nos seus ensaios é a complexa relação entre realidade e ficção. Borges explora como os livros e as histórias que eles contém podem criar universos paralelos, refletindo e ao mesmo tempo distorcendo a realidade. O estilo de Borges é conciso, preciso e marcado por uma elegância linguística ímpar, e a sua escrita é, ao mesmo tempo, poética e intelectual. 

Podes ler ainda a minha opinião sobre Olhos de Cão Azul 

Ao longo da leitura, as referências literárias e culturais que enriquecem o texto, revelam o quanto Jorge Luis Borges era erudito e conhecedor do universo literário, mas também capaz de nos inspirar a seguir esse caminho fascinante. Pessoalmente, a cada novo texto, fui levada a refletir sobre o potencial do conhecimento que é infinito e sobre a importância das nossas escolhas na construção duma colecção pessoal. A minha ignorância revelou-se imensa, mas, ainda assim, já li alguns dos autores referidos e quatro dos livros mencionados, portanto, não estou totalmente por fora deste círculo dos livros e autores essenciais. Destaco ainda que foi uma alegria ter encontrado um autor português nesta lista, o nosso Eça de Queiroz, o que muito me orgulha, ainda que não imaginasse que fosse esse o destaque nacional. Resta ainda a curiosidade sobre os livros que ficaram por mencionar e que iriam completar esta biblioteca extraordinária. 

"Como a descoberta do amor, como a descoberta do mar, a descoberta de Dostoiévski marca uma data memorável da nossa vida." 

A importância do livro na literatura contemporânea reside na sua capacidade de preservar e transmitir o conhecimento, a cultura e a imaginação ao longo do tempo. Biblioteca Pessoal é uma celebração do valor infinito dos livros como fontes de sabedoria e como portais para universos diversos, ressaltando o seu papel fundamental na formação do pensamento e na construção da identidade literária, sem esquecer a fonte de prazer que, de facto, proporciona. Esta foi mais uma compra da Feira do Livro deste ano e confesso que foi uma agradável surpresa mergulhar nas reflexões de Borges e, com elas, construir as minhas, abrir horizontes, e despertar a curiosidade para outros autores e outras obras. 

A partir destas reflexões, percebemos que a verdadeira biblioteca não é apenas um acúmulo de livros, mas um espaço de reflexão, memória e imaginação. A leitura emerge, assim, como uma actividade vital que transcende o tempo e o espaço, alimentando a nossa curiosidade e ampliando os nossos horizontes. Este é um livro que deixa uma mensagem de amor pelos livros e pela constante descoberta que eles proporcionam, reforçando a ideia de que a biblioteca pessoal é uma extensão do próprio indivíduo, repleta de universos por explorar. Mas agora, quero muito saber a tua opinião! Já leste Biblioteca Pessoal? O que achaste das escolhas de Borges? Algum autor ou livro que tenha despertado a tua curiosidade? Conta-me tudo nos comentários! 

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Wook | Bertrand 

#Places - O gato comeu-te a língua

 

O gato comeu-te a língua está localizado em Vila Nova de Gaia e em Leça da Palmeira e gostava muito que a expansão fosse possível cá mais para o sul do país. A minha visita foi ao espaço de Vila Nova de Gaia, que se encontra numa área central da cidade, com bons acessos e onde é relativamente fácil estacionar nas ruas à volta. O nome curioso e original do espaço desperta a curiosidade desde logo, preparando os clientes para uma experiência gastronómica memorável num ambiente que combina autenticidade com muita criatividade. Esta foi a escolha perfeita para um jantar com a prima do coração, para pôr a conversa em dia, durante as minhas últimas férias, enquanto nos deliciávamos com todas as iguarias que este lugar oferece e que nos deixam de água na boca só de olhar para a ementa. 

A minha prima já conhecia esta casa, por isso, as minhas expectativas estavam bem altas. Desde o primeiro contacto, a atmosfera transmite uma mistura de charme e originalidade, fazendo antever uma experiência repleta de criatividade e sabor. O ambiente é acolhedor e descontraído, perfeito para relaxar e desfrutar. A sala é grande, com diferentes espaços com decorações modernas e de bom gosto, mas onde o conforto e o convívio são privilegiados. Já o serviço destaca-se pela simpatia e profissionalismo. Os funcionários que nos atenderam mostraram atenção e disponibilidade para esclarecer as nossas dúvidas e oferecer recomendações com verdadeira simpatia. 

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Desta vez, e porque estava a contar guardar espaço para as sobremesas gigantes, não pedimos entradas, embora tenha ficado de olho nos mini calzones. Nos pratos principais, a variedade é muita e ficou difícil escolher o que viria para a mesa, porque a vontade era provar tudo. Mas acabámos por optar pelo Pica Pau, com carne de novilho, salsicha fresca, linguiça defumada, queijo, molho de francesinha, pão alentejano e pickles, e pelo Burguer Guloso, com dois hamburgueres de novilho de carne barrosã, bacon, ovo estrelado, queijo cheddar, maionese de alho e acompanhado por batata frita. Em termos de apresentação, o cuidado aos detalhes é evidente e a prova de que os olhos também comem, e os sabores estavam perfeitos, equilibrados e verdadeiramente deliciosos. 

Estas foram as nossas escolhas, e sei que a minha prima já experimentou a francesinha também. Mas muito mais O gato comeu-te a língua tem para te oferecer. Assim, podes escolher Tostas gigantes, Risottos e Massas e Saladas. As crianças também são bem-vindas e existem menus a pensar só nelas. Para além disso, aqui também encontras uma interessante variedade de opções vegetarianas e veganas, bem como sem glúten e sem lactose, o que permite chegar a todos os gostos e incluir mesmo quem pratica uma dieta restritiva de alguma forma. Ao desfolhar a ementa, fiquei a saber que, para além de almoços e jantares, também podes vir aqui tomar um belo pequeno-almoço, lanche ou até brunch. Para beber e regar esta bela refeição, escolhemos uma bela, fresca e saborosa Sangria de Maracujá, que estava perfeita. 

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A qualidade dos ingredientes é verdadeiramente notável, mostrando um compromisso com a frescura e a selecção cuidadosa dos produtos utilizados em cada prato. Os ingredientes, muitos de origem local, são de alta qualidade, o que se traduz em sabores intensos e autênticos. Sem esquecer a apresentação dos pratos que é cuidada e muito criativa, demonstrando uma preocupação em oferecer uma experiência visual tão agradável quanto o paladar, e que torna tudo altamente instagramável. É precisamente o caso das sobremesas, o ponto forte deste estabelecimento. A nossa vontade era encomendar um de cada, mas a experiência da prima fez-nos encomendar apenas uma para dividir, e depois ver se ainda existia espaço para irmos à segunda. Comprovou-se sensato, porque nem conseguimos terminar a primeira, que era um prato cheio de gelado e diferentes tipos de chocolate. Uma combinação de sabores explosivos, ao ponto de não me lembrar do nome nem encontrar na ementa agora. Mas existe e é delicioso e servido numa dose bem generosa, é o que te posso dizer. 

Quanto à faixa de preços no O gato comeu-te a língua, posso dizer que tens opções para todos os bolsos, dos mais acessíveis aos mais puxados, o que permite que desfrutes qualquer que seja a tua capacidade financeira no momento. Os pratos principais apresentam um custo razoável, e muitos permitem dividir com outra pessoa. As sobremesas são um pouco puxadas, mas a verdade é que são doses generosas que também podem e devem ser divididas. Tendo em conta a qualidade de todos os ingredientes, que resultam na qualidade dos pratos que provei, não considero que seja de todo caro comer no O gato comeu-te a língua e gostaria muito de lá voltar para descobrir o que ficou por provar. 

Como podes perceber, foram muitos os aspectos positivos nesta visita. Mas destaco a decoração criativa e original que reflete bem o conceito único na região, que desperta curiosidade e interesse, além de vontade de lá voltar. Em suma, a experiência foi verdadeiramente memorável, marcada por um ambiente acolhedor e descontraído, com funcionários simpáticos e atenciosos e comidas deliciosas, do início ao fim da refeição. Pessoalmente, como estava de férias, fomos conhecer este espaço durante a semana, mas, segundo ouvi dizer, aos fins de semana a sala enche, por isso talvez seja boa ideia reservar. Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já conhecias O gato comeu-te a língua? Visitaste o espaço em Vila Nova de Gaia ou em Leça da Palmeira? Tens algum prato favorito e que recomendes a toda a gente? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

#Livros - Uma Pequena Vida, de Hanya Yanagihara

 

Sinopse

Este é um dos mais espantosos, desafiadores, perturbadores e profundamente comoventes romances publicados nas últimas décadas: um épico sobre o amor e a amizade no século XXI, que visita alguns dos lugares mais assustadores onde a ficção já se aventurou; um livro que, desafiando explicações e todas as probabilidades, emerge do lado da luz. 

Quatro colegas de uma pequena universidade do Massachusetts mudam-se para Nova Iorque para começar a vida adulta. Sem dinheiro e em busca de um caminho, contam apenas com as suas ambições e com a amizade que os une. Bonito e generoso, Willem tenta vingar como ator; nascido em Brooklyn, inteligente e mordaz, por vezes cruel, JB quer afirmar-se como pintor na cena artística de Manhattan; Malcolm é um arquiteto frustrado com o seu trabalho num ateliê de renome; e Jude, brilhante, enigmático e fechado, é o centro de gravidade do grupo. 

Ao acompanhar os quatro amigos durante décadas, vemos como as suas relações se aprofundam e ensombram, marcadas pela dependência, pelo êxito e pelo orgulho. Porém, o seu grande desafio, compreenderão eles, é Jude, que se torna um advogado temido pelos seus pares, mas que é um homem cada vez mais destroçado, física e psicologicamente marcado por uma infância inimaginável e perseguido por um passado traumático que teme jamais conseguir ultrapassar. 

Numa escrita resplandecente, magnífica e assombrosa, Hanya Yanagihara compõe um hino trágico e transcendente ao amor fraternal, revela o sofrimento e o desgosto de forma ímpar, e retrata a tirania da memória e dos limites da capacidade humana para resistir. 

Opinião 

Antes da leitura de Uma Pequena Vida, as minhas expectativas estavam altas, com muito curiosidade e algum receio, dado o reconhecimento da obra pela sua intensidade emocional e temática profunda. Foi uma das compras na Feira do Livro de Lisboa deste ano, que fui adiando por ser um calhamaço e por causa do referido receio, mas que, desde o início da leitura, ficou claro que esta seria uma experiência profunda e potencialmente angustiante, mas também reveladora, prometendo uma imersão intensa na vida destes personagens e nos seus conflitos mais íntimos. Esta foi a minha estreia com esta autora americana, nascida em 1974 e que se dedica à edição de revistas, ao mesmo tempo em que escreve os seus livros densos. 

Uma Pequena Vida acompanha a vida de quatro amigos que partilham uma profunda conexão enquanto enfrentam desafios pessoais, profissionais e emocionais ao longo de várias décadas. É fundamental destacar os temas centrais que permeiam a narrativa, como a amizade profunda, que serve como alicerce para explorar questões de trauma e sofrimento. O livro também aborda a luta pela identidade, especialmente diante de dores físicas e emocionais, além de refletir sobre a brutalidade e vulnerabilidade humanas. Sem esquecer a culpa e a tentativa de sobrevivência, onde se mostra como estes elementos moldam as vidas dos personagens ao longo do tempo. 

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A trama foca-se, com mais destaque, no passado traumático de Jude, que molda muito as relações que se estabelecem entre os quatro. Marcado por uma profunda vulnerabilidade, a sua inteligência, sensibilidade e força interior contrastam com as feridas emocionais que carrega. Ao longo da história, Jude passa por um intenso arco de transformação, enfrentando as suas dores, procurando aceitação e compreensão, mesmo quando se recusa a contar o que enfrentou no seu passado, e obcecado por estabelecer um senso de identidade e pertencimento. A sua jornada é marcada por momentos de dor e de esperança, numa evolução silenciosa, mas poderosa. A amizade entre Jude, Willem, JB e Malcolm é marcada por uma profunda lealdade, apoio mútuo e momentos diversos onde são reveladas a força e fragilidades de cada um. 

"Se ter melhores amigos aos 27 anos era considerado fantástico, porque havia de se tornar esquisito aos 37? Em que era uma amizade inferior a um relacionamento de casal? Não lhe seria superior, na verdade?" 

Estas conexões oferecem um refúgio no meio das dificuldades pessoais que enfrentam, demonstrando o poder do vínculo humano em tempos de crise. Além disso, as dinâmicas com familiares e parceiros acrescentam camadas de dor, esperança e conflito, ilustrando as diferentes formas de amor, perda e expectativa que moldam as suas vidas. A verdade é que chega a ser frustrante a forma como as coisas boas que acontecem a Jude não conseguem apagar os traumas do que viveu, nem lhe permitem abandonar os hábitos tóxicos que ganhou ao longo do tempo. Só que à medida que vamos descobrindo tudo o que passou, a sensação é a de que é impossível tanto mal acontecer apenas a uma pessoa, de forma sucessiva desde tão tenra idade. Quando o sucesso chega a todos eles, existe algum distanciamento natural e até conflitos que desgastam a amizade dos quatro, mas os laços que os unem nunca são realmente cortados. 

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O ritmo do livro parece-me deliberado, com passagens que se alongam em detalhes minuciosos, mesmo quando já não desejávamos saber mais sobre os monstros que atormentam Jude. A linguagem utilizada é carregada de sensibilidade, com descrições que revelam tanto a beleza quanto a dor, muitas vezes explorando o interior dos personagens de forma poética e contundente. A autora utiliza saltos temporais de forma subtil, muitas vezes alternando entre diferentes épocas para revelar o passado e o presente dos protagonistas, o que enriquece a compreensão das suas experiências e dores, ainda que requeira uma dose de atenção extra para não nos perdermos. No fundo, esta escolha estilística permite ao leitor vivenciar as emoções e os traumas de maneira mais intensa, criando uma conexão visceral com as experiências de cada personagem. 

"Acreditou que, escondendo quem era, se conseguiria fazer um pouco mais agradável aos olhos dos demais, em lugar de ser uma completa anomalia. Agora, porém, tudo o que não revela apenas o faz ser uma anomalia cada vez mais gritante, alguém que inspira compaixão, e, inclusivamente, desconfiança." 

Um dos aspectos que funciona excepcionalmente bem em Uma Pequena Vida é a sua capacidade de transmitir empatia e uma profundidade psicológica impressionantes. Com uma honestidade brutal, Hanya Yanagihara não evita retratar as emoções mais difíceis e as experiências mais dolorosas, mergulhando de cabeça em cada trauma. Também existe muita discussão acerca do excesso de violência, que por vezes parece excessiva e uma forma de agressão que nos atinge. Além disso, o peso de temas profundos e difíceis, como traumas, abusos e depressão, podem ser considerados sobrecarregados em certos momentos, o que exige uma resistência emocional por parte do leitor. Como tal, se estás a passar por um momento de fragilidade, este não é o livro certo para ti. Acredito que é preciso estar-se bem para mergulhar nestas vidas trágicas sem desejar seguir o mesmo caminho. 

Em suma, estamos perante uma narrativa profunda e comovente, que explora a complexidade das relações humanas, a dor, o amor e a amizade ao longo de várias décadas. Acompanhando a vida de Jude, Willem, JB e Malcolm, revela as suas histórias de crescimento, sucesso, perdas e traumas, numa viagem emocionante e perturbadora, que fica com o leitor muito depois de terminar a leitura. Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já leste Uma Pequena Vida? Conheces o trabalho desta autora? De que forma te sentiste impactada com esta leitura? Qual a tua personagem favorita? Conta-me tudo nos comentários! 

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