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quinta-feira, 28 de julho de 2022

#Filmes - Creed O Legado de Rocky

 

#Filmes - Creed O Legado de Rocky

Sinopse

Adonis Johnson nunca conheceu o pai, Apollo Creed, que faleceu antes do seu nascimento. Ainda assim, a luta está no seu sangue e ele decide entrar no mundo das competições profissionais de boxe. Após muito insistir, Adonis consegue convencer Rocky Balboa a ser seu treinador e, enquanto um luta pela glória, o outro luta pela vida. 


Opinião

Depois de ter revisto o último filme da saga Rocky, finalmente cedi à curiosidade e decidi dar uma oportunidade a Creed, o novo lutador que nos é apresentado pela lenda que finalmente desistiu de lutar no ringue, e que se encontrava afastado desse mundo dos combates, das competições e títulos mundiais. Lembro-me que na época em que foi lançado muito se falou deste filme no meu grupo de amigos, mas acabei por adiar, talvez por medo do que me esperava, depois do anterior ter sido épico, mas a roçar o improvável. 


No entanto, depois de tantas hesitações, decidi-me finalmente e foi um tempo muito bem passado junto do icónico Rocky, experiente, cansado, resignado, e do seu mais jovem amigo, Adonis, filho de um lutador que morreu antes deste nascer, e que, depois da morte da mãe e de ter passado por famílias de acolhimento e lares para órfãos, acaba por ser criado pela esposa do seu pai. Este início de vida conturbado deixa a sua marca no jovem e a vontade de combater, de ser um lutador, nunca o abandona, embora siga formalmente por outros caminhos. 


Podes ler também a minha opinião sobre Rocky Balboa


Só que a dada altura, decide seguir o seu sonho, e abandona o emprego estável e aborrecido, mas seguro e bem pago, e desafia tudo e todos, inclusive a única família que lhe resta, para procurar seguir as pisadas do seu pai, esse pai que nunca conheceu. Para isso, segue rumo a Filadélfia e ao famoso restaurante de Balboa para tentar convencê-lo a ser seu treinador. Aproxima-se sem dizer quem é, de quem é filho, e consegue estabelecer uma amizade improvável com o velho lutador. 


#Filmes - Creed O Legado de Rocky

Inicialmente, Rocky recusa terminantemente, mas vai cedendo pela insistência do rapaz. Começa por lhe dar dicas de treinos para melhor determinados aspectos, até que o leva ao seu ginásio para treinar e se torna oficialmente seu treinador. Sem querer assumir quem é o seu pai, pois procura reconhecimento por mérito e não pelo seu apelido, aceita um primeiro combate contra outro jovem que treina no mesmo ginásio. Como era o seu primeiro combate a sério e o adversário era mais conhecido no meio, não havia muita expectativa do público, mas tudo muda quando, após o combate, se descobre a sua verdadeira origem. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Top Gun Maverick


Quando a imprensa descobre que Adonis é filho do famoso Apollo Creed gera-se um burburinho e as atenções focam-se nele de uma forma exponencial. É assim que recebe um desafio improvável contra um campeão irlandês, muito mais experiente que ele, e todas as probabilidades estão contra ele. Mas Rocky ensina-lhe que nem tudo se resume a ganhar ou a perder. O combate vale por si mesmo e é a única forma de se desafiar, de se conhecer a si mesmo e aos seus limites. Ao mesmo tempo, temos a luta pessoal de Balboa pela sua vida, na qual é acompanhado e apoiado por Adonis. Uma relação de pai e filho como nunca nenhum dos dois conseguiu experienciar. 



A passagem de Rocky de lutador para treinador é feita de uma forma que cumpre a mensagem que todos os filmes anteriores passaram, a mensagem de que é mais importante o que temos no coração, a força de espírito, a perseverança, nunca desistir. Ganhar é só uma consequência, mas está longe de ser o mais importante. Mais do que vencer o adversário, o essencial é vencer a si próprio, ultrapassar as próprias limitações, medos e bloqueios. 


Gostei bastante desta mudança de rumo essencial para a saga poder continuar de forma coerente e credível e que assim nos permite continuar a admirar o herói improvável que sempre foi Rocky Balboa. Agora, poderei continuar a ver as sequelas de Creed com a sensação de que não será algo desagradável nem que irá desonrar o legado da série. Agora conta-me tudo, já viste o filme? O que achaste deste novo rumo e deste novo protagonista? 

terça-feira, 26 de julho de 2022

#Livros - O Nome da Rosa, de Umberto Eco

 

#Livros - O Nome da Rosa, de Umberto Eco


Sinopse

Uma abadia medieval isolada. Uma comunidade de monges devastada por uma série de crimes. Um frade franciscano que investiga os mistérios de uma biblioteca inacessível. 

Numa edição com desenhos e apontamentos preparatórios do autor, o romance que revelou o génio narrativo de Umberto Eco: traduzido em 60 países com mais de 50 milhões de exemplares vendidos, O Nome da Rosa ganhou o prémio Strega em 1981 e inspirou um filme e uma série de televisão com grande êxito internacional. 

«Os desenhos e as anotações manuscritas do futuro autor de O Nome da Rosa testemunham o trabalho preparatório minucioso antes da redacção do romance. São a confirmação efectiva do afirmado por Eco em Porquê 'O Nome da Rosa'? (1983): «para contar uma história há que começar por construir um mundo, tanto quanto possível recheado até aos últimos pormenores». E o que nos conta, ou melhor, nos antecipa deste mundo o material aqui reproduzido? Em primeiro lugar a identidade, a fisionomia dos principais protagonistas, com o típico traço veloz e arguto do autor, que justificará a sua invenção 'para saber que palavras colocar na sua boca'. Depois, alçados e plantas de abadias, castelos, labirintos, emanados da mente de um soit disant 'medievalista em hibernação', que entretanto se ocupou também de outras coisas.» 


Opinião

Recordo-me de ter lido este livro há muitos anos, ainda adolescente, levada pelo entusiasmo que o filme me deixou, e as vagas lembranças que tenho são muito positivas. Sei que, provavelmente, não entendi tudo, mas o impacto foi de total fascínio e de admiração. Até porque descobri que o filme era muito fiel e se aproximava muito do que o livro contava. Pouca coisa verdadeiramente importante ficou de fora, ainda que a leitura seja sempre uma experiência mais completa e mais rica do que ver apenas o filme. Infelizmente, já tinha visto o filme quando li o livro pela primeira vez e mesmo hoje mantenho muito presente memórias desse filme, o que diminuí um pouco a descoberta do livro. 


Claro que isto não impede a leitura nem é um real impedimento, mas se ainda não viste o filme, não vejas. Lê o livro primeiro, por favor. É que O Nome da Rosa é, em suma, um policial passado na Idade Média, numa Abadia italiana e quando sabemos o final perde-se alguma da emoção. Só que é tão bem escrito, toca assuntos tão interessantes, tem personagens fascinantes, conflitos intemporais e os grandes conflitos da época entre a Igreja e o poder secular, já para não falar dos conflitos dentro da própria Igreja, que é impossível não ler da primeira à última página com entusiasmo. 


Podes ler também a minha opinião sobre Os Pilares da Terra


É um livro denso, repleto de tramas paralelas, sobre o pecado mas sobretudo sobre a natureza humana, que, se pensarmos bem, não mudou muito com o passar do tempo. No centro está a Abadia, que não é apenas um centro de oração, mas na verdade continha a maior biblioteca da cristandade. Assim, muitos eram os visitantes que chegavam atraídos pelos conhecimentos que ali se encerravam e que promoviam as trocas de livros. Portanto, o que acontece é que uma das grandes protagonistas é a Biblioteca, a par com os livros extraordinários e os monges académicos sedentos de saber. 


"Os livros não são feitos para se crer neles, mas para serem submetidos a investigação. Diante de um livro não devemos perguntar-nos que coisa diz, mas que coisa quer dizer, ideia que foi muito clara para os velhos comentadores dos livros sagrados." 


O nosso detective é um franciscano que chega à Abadia para promover um encontro entre grupos em conflito e que se depara com uma sucessão de crimes que acontecem de forma misteriosa. Os pecados dos monges começam logo a ser evidenciados com estas mortes, e o medo assola toda a Abadia. Guilherme, o franciscano, cedo percebe que o mistério está relacionado com a biblioteca à qual ninguém tem acesso, só o bibliotecário. É assim que, junto com o seu jovem ajudante, descobre que o edifício alberga um labirinto que serve para guardar, proteger e esconder os seus segredos. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Os Habsburgos


O livro passa-se em sete dias, dividido pela forma de medir o tempo usado nesses templos religiosos da Idade Média, e é contado por Adso, o jovem ajudante de Guilherme, passados muitos e longos anos, quando ele próprio já é um senhor idoso e pretende deixar registada a história dessas pessoas e desse lugar, mesmo sabendo que nada disso já existe. O próprio autor, Umberto Eco, escreve um prefácio dizendo que o livro que vamos ler foi um manuscrito que ele mesmo encontrou e sobre o qual trabalhou, investigando para nos entregar os eventos vividos pelo misterioso Adso. 


"O diabo não é o príncipe da matéria, o diabo é a arrogância do espírito, a fé sem sorriso, a verdade que nunca é aflorada pela dúvida. O diabo é sombrio porque sabe para onde vai, e, andando, vai sempre para o lugar de onde veio. Tu és o diabo, e como o diabo vives nas trevas."


Além de ser um clássico policial, com muita inspiração no famoso Sherlock Holmes, trata do amor pelo conhecimento, pela descoberta da verdade, pela instrução e pelo livre pensamento. Além disso, temos os conflitos religiosos, os hereges que se espalham e cada vez surgem de forma mais diferente entre si. A dificuldade de continuar a promover a unidade da Igreja, com tantos novos pensamentos, correntes e ordens religiosas que pretendem seguir e defender dogmas diferentes. É uma leitura fascinante, complexa porque tem palavras pouco usadas hoje em dia, além de ter muito latim e outras línguas de origem dos personagens. 


O único reparo que preciso fazer é a falta de notas que traduzam estes elementos e que nos permitam ler de uma forma mais fluída e sem tantas interrupções para procurar outras ferramentas. Penso que não seja falha apenas da minha edição, pois todas as que encontrei no mercado estão da mesma forma e até as brasileiras de que ouvi falar acontece o mesmo. Haverá alguma razão para isso que o comum mortal desconhece? Não acho que devam ser traduzidas no texto, para não se perder a intenção do autor nem a representação do que acontecia na época, mas podiam perfeitamente colocar notas de rodapé com essas traduções, que seriam mais correctas do que as que fazemos no tradutor do Google. 


"O Anticristo pode nascer da própria piedade, do excessivo amor de Deus ou da verdade, como o herege nasce do santo e endemoninhado do vidente. Teme, Adso, os profetas e aqueles que estão dispostos a morrer pela verdade, que de costume fazem morrer muitíssimos com eles, frequentemente antes deles, por vezes em seu lugar." 


Ainda assim, apesar de todas as dificuldades, de todas as camadas que vais encontrar nesta leitura, O Nome da Rosa é um livro que vale muito a pena e que todos deviam conhecer. No entanto, se ainda precisas de incentivos adicionais, podes ver os vídeos da Tatiana Feltrin e do Ler Antes de Morrer. Já leste o livro ou só viste o filme? O que achaste desta história policial? Conseguiste descobrir quem era o assassino antes do final? Conta-me tudo nos comentários! 


Podes encomendar o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribuir para as próximas leituras deste blog


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quinta-feira, 21 de julho de 2022

#Review - Verniz Nails.Inc Mayfair Lane

 

#Review - Verniz Nails.Inc Mayfair Lane

Nem acredito que passou mais de um ano desde que te contei sobre um novo verniz! Os dias passam, a preguiça fala mais alto e acaba por ficar sempre para depois. No entanto, antes tarde do que nunca, por isso cá estamos para conversar sobre outro verniz da Nails.Inc que recebi numa Beauty Box da LookFantastic, sobre o qual já queria falar há algum tempo. Até porque gosto muito de vernizes e do toque de elegância que podem trazer às nossas mãos. 


Depois duma tentativa falhada com unhas de gel, desisti porque não acho que valha a pena enfraquecer as minhas unhas para colocar um verniz de gel que promete durar mais tempo. As vantagens são inegáveis, mas as desvantagens, para mim, pesam mais. E é por isso que continuo a confiar em vernizes tradicionais, embora mais modernos, com inovações que prometem durar mais, secar mais rápido, promessas que mais me interessam pessoalmente. 


Podes ler ainda sobre o verniz Nails.Inc Portland Square


Este verniz prometia encher-me as medidas. Afinal, é um nude como eu tanto gosto. Só que não me encheu as medidas, infelizmente. A sua cor, depois de aplicada na unha, ficou a pender demasiado para o rosa pálido, o que não me agradou. Mesmo com duas ou três camadas, persistiu esta tendência que me deixou um tanto ou quanto desiludida. Portanto, não será uma cor que pretenda repetir, embora seja este o único ponto negativo desta experiência. 


#Review - Verniz Nails.Inc Mayfair Lane

É que tirando esse pormenor - de grande importância, é certo - tudo o resto continua a corresponder à qualidade que a marca já me tinha apresentado na minha primeira experiência. A Nails.Inc conquistou-me definitivamente pela qualidade. Primeiro, o pincel é excelente e ajuda imenso, mesmo para pessoas desajeitadas como eu, a conseguir pintar a unha de forma fácil, simples e sem grandes erros. Depois, temos a cobertura perfeita, desde a primeira camada. Desta vez, fui à terceira, mas apenas por causa daquele problema do tom, porque em termos de cobertura não era de todo necessária. 


Podes ler também sobre o verniz Essence I have grey-t times with you


Para terminar, a duração é excelente. Após uma semana, o verniz continua praticamente impecável. Apenas uns poucos retoques seriam necessários, e isto porque eu sou uma pessoa um tanto ou quanto desajeitada, que acaba sempre por dar uns toques nas unhas que obriga aos ditos retoques. Ainda assim, permaneço impressionada com esta marca e, apesar de não pretender voltar a usar esta cor, tenho a certeza que vou ter mais vernizes da Nails.Inc no futuro. 


Se queres conhecer melhor esta marca, fica a saber que a podes encontrar na LookFantastic e que, se te registares através deste link ou usares o código LMMC-R1 na tua primeira compra, terás direito a um desconto imediato de 10€ se a encomenda for de valor superior a 30€. Quem não gosta de um bom desconto? Podes usar para subscrever a Beauty Box, para descobrir esta marca incrível de vernizes ou para qualquer produto que seja do teu gosto. 


Já conheces os vernizes da Nails.Inc? És cliente da LookFantastic? Que produtos costumas encomendar? Conta-me tudo nos comentários! 

terça-feira, 19 de julho de 2022

#Livros - O Diário Secreto de Maria Antonieta, de Carolly Erickson

 

#Livros - O Diário Secreto de Maria Antonieta, de Carolly Erickson

Sinopse

Maria Antonieta ficou conhecida para a História como uma rainha frívola e sem piedade que viveu majestosamente enquanto o seu povo morria à fome. Com este romance, Carolly Erickson reconta a sua história, a partir de um diário ficcionado, onde a soberana francesa relata na primeira pessoa toda a sua vida. 

Antes de morrer na guilhotina, Maria Antonieta deixa para trás, na cela de prisão onde viveu os últimos dias da sua vida, o diário que começou a escrever ainda adolescente, um caderno em que registou todo o seu percurso: a infância privilegiada enquanto arquiduquesa da Áustria, o fausto da corte e o encarceramento e humilhação da Revolução Francesa. 

Erickson capta de forma brilhante a voz da rainha, as suas esperanças, os seus temores e o seu sofrimento, envolvendo-nos, a cada nova revelação, na vida desta mulher memorável. 


Opinião

Devo dizer que me sinto orgulhosa, pois estou a trazer-te o sexto livro dos oito que comprei na Feira do Livro de Lisboa em 2021. Assim, fico com a sensação de que não investi dinheiro em livros para ficaram tempos infinitos na prateleira sem ser lidos nem aproveitados devidamente. É verdade que fiz excelentes compras, de livros e autores que queria muito ler, e isso ajudou a que não ficassem só a ganhar pó na estante. Tendo em conta que um dos que faltam ler é um verdadeiro calhamaço, não acredito que vá ser possível ler todos antes da próxima Feira, mas se faltar só esse já me sinto satisfeita. 


Hoje, vamos conversar sobre um livro que se encontra esgotado online em Portugal, de uma autora que não tem sido republicada recentemente. É uma pena porque Carolly Erickson escreve muito bem, sobre algumas das figuras históricas mais carismáticas, com um estilo muito agradável, num género de romance histórico, onde a ficção vai beber muito aos registos históricos que existem. É precisamente o que acontece neste O Diário Secreto de Maria Antonieta, onde nos conta, na primeira pessoa, as memórias da mais famosa rainha dos franceses. 


Podes ler também a minha opinião sobre Alexandra A Última Czarina


Tudo começa quando o seu confessor, quando era uma menina e vivia na corte da sua mãe na Áustria, lhe oferece um caderno e lhe dá a missão de escrever nele todas as suas acções negativas, todos os seus pecados. A jovem Antonieta, do alto da sua vontade de ser traquina, decide que aquele será o seu diário, onde vai contar o que lhe acontece, o que sente, as suas impressões sobre as pessoas à sua volta. Passadas algumas superficialidades, o primeiro episódio marcante é a doença da sua irmã, que é levada para isolamento, de forma a não contagiar a restante família. 


"Dizem que o amor entre duas pessoas cresce lentamente e se torna mais profundo e mais rico com os anos. É um disparate. Sei agora que o verdadeiro amor arrebata a vida de qualquer um com a fúria de uma tempestade repentina. É instantâneo e poderoso. Nada mais interessa."


A corajosa Maria Antonieta, sem entender o que aconteceu, e sabendo por criados onde a sua irmã estava escondida, conta-nos que decidiu ir visitá-la no meio da noite, às escondidas de todos. A imagem que encontra da sua irmã não corresponde à menina bonita e alegre que conhecera e marcou-a para sempre. Entretanto, os anos passam e ela torna-se numa jovem que precisa de encontrar um marido que seja vantajoso para a sua família, que traga benefícios para a Áustria. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre o filme Marie Antoinette


É assim que é arranjado o casamento entre a arquiduquesa austríaca e o delfim da França. É assim preparada durante alguns meses para a sua nova vida, para se tornar numa francesa, pelo menos por fora. Porque por dentro, deve sempre pensar nos interesses austríacos e contribuir para que a França tome as decisões certas e siga o caminho que a Áustria considera mais vantajoso. É lhe dito que o seu propósito maior é esse a par com o de todas as mulheres, gerarem herdeiros para o reino do seu marido. 


"Tenho saudades deles. Tenho saudades de casa. Não importa os anos que vivo em França, acho que no fundo serei sempre uma austríaca, exilada do lugar a que pertenço." 


Só que a jovem delfina vai permanecer virgem por muitos anos, o que dificulta o seu trabalho de dar novos herdeiros à França. A sua personalidade extrovertida e amante dos prazeres da vida não podia ser mais contrário à do seu marido e isso fica claro em todas as páginas. No entanto, apesar das diferenças e de não existir amor carnal nem paixão entre ambos, conseguem criar uma relação de respeito, companheirismo, assumindo os gostos diferentes, as formas de viver distintas e as amizades de cada um. 


Apesar de ser ficção, o registo em diário é muito credível e retrata bem alguns dos momentos mais famosos da vida destes reis que viveram tempos perigosos e tiveram um final terrível, às mãos dos revolucionários franceses. É certo que não foram reis brilhantes, que não geriram bem os impostos que receberam do seu povo que morria de fome, e que Luís XVI nem para a sua fuga, para salvar a sua vida e a da sua família, teve presença de espírito. 


Como já referi, se quiseres ler em português, terás de procurar um usado, embora possas também comprar em inglês novo. O que interessa é que todos os amantes de romances históricos, de figuras históricas e de Revolução Francesa vão certamente gostar deste primeiro livro de Carolly Erickson. Já conheces o trabalho da autora? O que achas de Maria Antonieta e da época conturbada da Revolução Francesa? Conta-me tudo nos comentários! 


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quinta-feira, 14 de julho de 2022

#Filmes - Rocky Balboa

 

#Filmes - Rocky Balboa

Sinopse

A glória faz parte do passado para Rocky Balboa. Dono do restaurante Adrian's, baptizado em homenagem à sua falecida esposa, Rocky passa as noites contando aos clientes histórias da sua época de lutador. Rocky Jr., seu filho, não dá muita atenção ao pai, preferindo cuidar da sua própria vida. A sua vida muda após uma simulação de computador colocar Mason Dixon, o actual campeão mundial dos pesos pesados, enfrentando Rocky no seu auge. Dixon fez fama pela facilidade com a qual conseguiu o título, mas como nunca encarou um oponente que realmente o desafiasse é considerado por muita gente como um lutador muito técnico, mas sem alma. A simulação faz com que o agente de Dixon resolva realizar a luta, oferecendo a Rocky uma nova chance de voltar aos ringues. 


Opinião

A minha paixão pela personagem Rocky Balboa e pelos filmes da série ficou reconhecida como o meu Guilty Pleasure favorito no ido ano de 2017. De lá para cá nada mudou e, ultimamente, dei por mim com vontade de revisitar a história e escolhi rever um dos filmes mais improváveis de toda a saga e que mais frases motivacionais e inspiradoras é possível encontrar. O filme é de 2006 e foge à numeração que estávamos habituados a ver nos filmes anteriores, tendo como título o nome completo do lutador de Filadélfia. 


Depois de se ter retirado dos ringues e perdido a sua mulher para um cancro, abre um restaurante onde recebe os amigos e entretém os clientes contando histórias do seu passado glorioso e das figuras famosas com quem se cruzou durante esses anos exigentes do ponto de vista físico e psicológico. No fundo, vive uma vida pacata, monótona, aborrecida até, onde todos os dias são iguais. O afastamento crescente do seu único filho, que se sente colocado à sombra do pai, que acha que só tem um bom emprego por ser filho de quem é, que deixou de acreditar em si mesmo, e o confronto entre ambos gera a melhor frase de toda a série. 


Podes ler também a minha opinião sobre Top Gun


Para adensar este momento de inconformismo, em que Rocky se sente incompleto, perdido, cheio de fantasmas que precisa de exorcizar, é noticiado um combate virtual entre o próprio e o actual campeão de pesos pesados. Num computador, são inseridas as características dos dois lutadores e a magia acontece. Simulando o impossível, que ambos os campeões estariam no auge da sua forma, o combate determina que Rocky seria o vencedor, o que vem alfinetar Mason, que é um campeão mal amado por nunca ter sido visto num combate verdadeiramente emocionante, com um oponente que lhe pudesse fazer frente, provocar medo ou duvidar da vitória. 


#Filmes - Rocky Balboa

De forma a ganhar mais popularidade, os agentes de Mason decidem promover uma exibição entre os dois campeões, aproveitando o facto de Rocky ter solicitado uma nova licença para combater. Já é loucura um homem de cinquenta anos voltar a pensar em combater, maior loucura quando aceita o combate com o actual campeão do mundo, muito mais jovem, mais forte e no apogeu da forma física. A desvantagem para o nosso protagonista é gigante e, apesar da loucura aparente, está consciente do desafio. Com isso em mente, prepara um treino que tenta que esteja à altura do desafio e que lhe permita focar-se nos pontos fortes que ainda tem do seu lado. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Barry Seal


O que parecia impossível de acontecer, o que todos pensavam que seria um combate a fingir, de brincadeira, ou um autêntico massacre, transforma-se num combate emocionante, levado taco a taco, com esforço, dificuldades, mas com a persistência e vontade de aço que Balboa nos habituou nos seus anos de glória. Vencer deixa de ser importante, porque Rocky quer, nesta luta, exorcizar o que o atormenta da única forma que conhece: num ringue de boxe. O actual campeão recebe uma lição de coragem, além de que, pela primeira vez na sua carreira, sente medo de perder e é atacado como nunca antes fora, derramando sangue e sofrendo lesões. 



Sei que muitos só conseguem ver os aspectos negativos destes filmes, os clichés, as improbabilidades, o irrealismo romântico. Mas, para mim, é um deleite reencontrar uma das personagens mais carismáticas do cinema dos anos 70 e 80, numa despedida merecida dos ringues. Gostas desta série? O que achaste deste regresso tantos anos depois? Conta-me tudo nos comentários! 

terça-feira, 12 de julho de 2022

#Livros - A Planície em Chamas, de Juan Rulfo

 

#Livros - A Planície em Chamas, de Juan Rulfo

Sinopse

Em 1953, dois anos antes de Pedro Páramo, com o qual obteria a consagração internacional como um dos escritores mais influentes do século XX e da literatura de língua espanhola, Juan Rulfo publica esta sua primeira obra, um volume de contos. Desde logo, a novidade da sua prosa impressiona e desperta a atenção, nomeadamente pela profundidade das personagens, onde camponeses que lutam pela subsistência, caciques brutais e revolucionários sanguinários se cruzam e coexistem num cenário árido e pobre, carregado de solidão, violência e morte. 

Uma obra fundamental e intemporal da língua hispânica e da literatura universal: um verdadeiro clássico moderno. Influenciou de forma decisiva autores distinguidos com o Prémio Nobel de Literatura, como Gabriel García Márquez e Octávio Paz. 


Opinião 

A minha descoberta de Juan Rulfo tem sido arrebatadora e, como tal, não descansei enquanto não li mais deste autor extraordinário. Infelizmente, não existem muitas obras, mas o que temos disponível é um caso sério e tornou-se num marco que revolucionou toda a literatura latino-americana e até, podemos dizer, a literatura mundial. O autor viveu uma vida isolada e deixou de publicar novos livros muito cedo, mas o que nos deixou deve ser conhecido, divulgado e espalhado pelos quatro cantos do mundo. 


Hoje, vamos falar sobre o livro de contos que Juan Rulfo publicou antes do famoso e incontornável Pedro Páramo. São 18 contos aqui reunidos, com a linguagem própria e o estilo único que conhecemos na obra mais célebre do autor, que fazem um retrato de um México perdido no tempo e no espaço, como se restasse dele apenas uma memória difusa. O seu estilo seco, directo, sem palavras decorativas, pode ser encontrado em cada um dos contos, sem excepção. E, ao mesmo tempo, existe a sensibilidade de quem compreende cada uma das personagens e entende os seus sofrimentos, as suas dores, a sua vida difícil. 


Podes ler também a minha opinião sobre Pedro Páramo


A miséria, a pobreza, até a violência das pessoas e dos lugares estão sempre presentes. Numa simbiose que nos faz entender que uma resulta da outra. O lugar miserável, pobre, violento, transfere essas características para as pessoas que nele habitam, como se só os que conseguem ser como ele pudessem sobreviver nessas paragens inóspitas e abandonadas pela civilização como a conhecemos. Com brilhantismo, mistura o seu realismo mórbido com a fantasia, de onde os temas que o preocupam e que atingem o seu México ficam ainda mais evidentes e despidos, à vista de todos que estiverem dispostos a ler o que escreveu. 


"Agora que sabia bastante bem que o iam matar, tinha-lhe entrado uma vontade tão grande de viver como só a pode sentir um recém-ressuscitado." 


É um arrebatamento ler a obra deste autor original e único, e no final de cada conto temos a sensação de ter lido algo incrível e extraordinário. Os elementos fantásticos são colocados sem nunca pôr em causa a credibilidade da história, encaixando de forma perfeita em todas as narrativas, em todos os enredos. Quanto mais leio os livros do autor, vejo vídeos que falam sobre a sua obra, mais compreendo a dificuldade de colocar em palavras as sensações que ele nos provoca. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Cem Anos de Solidão


Temos histórias de vingança, de morte, de desespero, de injustiça, de resignação, de pobreza extrema e miséria, de arrependimento, de remorsos, de silêncio e de solidão. Com premissas fortes e que ficam connosco muito tempo depois de terminada a leitura. Temos títulos como Deram-nos a Terra, que conta sobre camponeses a quem foi dada terra, no seguimento da reforma agrária ocorrida no México após a Revolução, mas cuja terra é estéril e inóspita; É que somos muito pobres, que nos conta a vida de uma família extremamente pobre, que tinha como única riqueza uma vaca que seria o dote da filha mais nova e que tinha como propósito evitar que esta tivesse o mesmo destino que as irmãs mais velhas; Talpa, que conta a história de um homem muito doente e debilitado, que é casado com uma mulher bonita que acaba por se envolver com o cunhado. 


"Todos os dias acordava esmagado pelo pai, que o considerava um cobarde e um assassino e, se não o quis matar, pelo menos tentou que morresse de fome para se esquecer da sua existência. Mas viveu. Pelo contrário, o pai ia-se abaixo com o passar do tempo. E vocês e eu e todos sabemos que o tempo é mais pesado do que a mais pesada carga que um homem pode suportar. Assim, embora ele mantivesse os seus rancores, foi-lhe minguando o ódio, até transformar as suas duas vidas numa solidão viva." 


Sobre Pedro Páramo, encontramos milhares de artigos e vídeos pela Internet a fora, mas sobre A Planície em Chamas, pouca coisa de facto existe. Em português não encontrei nada e o vídeo mais interessante que achei foi sobre a totalidade da curta obra de Juan Rulfo do canal Trotalibros, que, apesar de ser em castelhano, é muito fácil de entender e nos entrega informação útil e dicas de leitura interessantes. Como sempre, Rulfo não desilude e só fico triste por me faltar ler apenas mais uma das suas obras. Que pena que tenha parado de escrever tão cedo. 


Já leste alguma coisa do autor? Gostas de ler contos? Se leste a obra, qual a tua favorita? Conta-me tudo nos comentários! 


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quinta-feira, 7 de julho de 2022

A minha experiência com de.coração

 

A minha experiência com de.coração

As redes sociais são palco de muitas coisas negativas, pessoas doentes, comentários alucinados e revelam, muitas vezes, o que pior existe na sociedade de hoje em dia. Só que, por outro lado, é também um lugar onde se encontra muitas pessoas interessantes, marcas novas, produtos especiais. É dessa dicotomia que vivem as redes sociais e a Internet no geral. O segredo para tirar o maior partido destas novas ferramentas, é colocar o foco no bom e ignorar o que de mau se encontra. Foi num grupo no Facebook que encontrei a página De.coração e os seus produtos lindos de morrer. 


Tudo tendo como base o macramé, mas não só, e aplicando a técnica a produtos bonitos, originais e que dão um toque muito pessoal a qualquer casa. Aqui vais poder encontrar produtos como painéis de parede, caça sonhos, suportes para vasos e estantes, sacos para pão, entre muitas outros artigos que podem ser personalizados ao teu gosto e para melhor se enquadrar na decoração da tua casa. Os produtos são todos feitos sob encomenda e por esse motivo é que consegues ajustar tamanhos, cores e tudo o mais. 


Descobre 5 Dicas para redecorar um quarto


O meu contacto com a marca foi com uma menina extremamente simpática e cordial, ajudando a esclarecer todas as minhas dúvidas e tornando fácil e mais rápido o processo de decisão de compra. O envio é feito por CTT, em correio registado para que possas rastrear e seja tudo feito de forma segura para ambas as partes. Os métodos de pagamento que tens disponíveis são a transferência bancária e o Mbway e, na minha opinião, só pecam por não ter ainda um site onde fosse possível tratar de todo o processo com alguns cliques e onde fosse possível disponibilizar outros métodos de pagamento e dar confiança e credibilidade para os cépticos. 


A minha experiência com de.coração

A foto acima mostra o painel que escolhi para decorar a cabeceira da minha cama e que veio dar um charme incrível ao meu quarto. O pau usado é único, natural e tem 85 centímetros de comprimento e altura da peça é de 53 centímetros. Como já referi, recebi por CTT, e a peça veio muito bem embalada e acondicionada, tendo chegado a minha casa em perfeito estado, tal e qual como tinha visto nas fotos e imaginado que ficaria ao vivo. 


Vê ainda como podes reciclar gavetas velhas


Pessoalmente, só posso recomendar esta página e o trabalho desta gente talentosa. Não se esqueçam que se trata de trabalho artesanal e, portanto, não podemos esperar os preços praticados pelos trabalhos industriais e de massas. Tudo tem o seu lugar, mas este tipo de peça dá aos espaços um toque verdadeiramente especial e único, e é preciso valorizar o trabalho do artesão e contribuir para que estes pequenos negócios cresçam é para mim um grande prazer. Caso tenhas questões, podes deixar nos comentários, que procurarei esclarecer da melhor forma possível. Mas, se queres encomendar alguma peça especial, visita a página de.coração, inspira-te com as fotos, e envia mensagem que, tenho a certeza, serás bem atendida. 


Já conhecias esta página? O que achaste do seu trabalho? Que peça gostarias de ter? 

terça-feira, 5 de julho de 2022

#Livros - Último Olhar, de Miguel Sousa Tavares

 

#Livros - Último Olhar, de Miguel Sousa Tavares

Sinopse

Pablo tem 93 anos, viveu a Guerra Civil Espanhola, viveu os campos de refugiados da guerra em França, viveu quatro anos no campo de extermínio nazi de Mauthausen. E depois viveu 75 anos tão feliz quanto possível, entre os campos de Landes, em França, e os da Andaluzia espanhola. Inez tem 37 anos, é médica e vive um casamento e uma carreira de sucesso com Martín, em Madrid, até ao dia em que conhece Paolo, um médico italiano que está mergulhado no olho do furacão do combate a uma doença provocada por um vírus novo e devastador, chegado da China: o SARS-CoV-2. Essa nova doença, transformada numa pandemia sem fim, vai mudar a vida de todos eles, aproximando-os ou afastando-os, e a cada um convocando para enfrentar dilemas éticos a que se julgavam imunes. 

Último Olhar marca o aguardado regresso de Miguel Sousa Tavares ao romance. Uma história sem tréguas nem contemplações, onde o passado cruza o presente e o presente interroga o futuro que queremos ter. Da primeira à última página, até decifrarmos o que se esconde atrás do título. 


Opinião

Apesar de ser uma figura polémica enquanto comentador, não consigo deixar de admirar o talento imenso de Miguel Sousa Tavares enquanto romancista da actualidade. Tudo o que li do autor, e já li praticamente todos os seus grandes romances publicados, é de uma qualidade extraordinária e revelador do imenso trabalho de pesquisa que foi necessário para criar um contexto histórico realista e credível, sem esquecer as personagens incríveis que conseguiu criar. Portanto, podes imaginar que sempre que pego num novo livro de Sousa Tavares, as expectativas estão muito altas. 


Não me sinto de todo defraudada, embora não me tenha sentido arrebatada nem com uma vontade compulsiva de ler capítulo atrás de capítulo, como aconteceu com livros anteriores. Talvez porque os dois grandes temas deste livro estejam demasiado presentes na vida e na literatura. Na vida, o Covid que ainda se encontra na sociedade e continua a ser um problema - embora com menos protagonismo nas notícias. Na literatura, a perseguição aos judeus feita pela Alemanha de Hitler antes e durante a II Guerra Mundial. A impressão com que fiquei é que o autor pretendeu fazer um paralelo entre os dois acontecimentos, como se quisesse comparar a desumanidade que resultou em duas épocas tão distantes. 


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Parece estranho e até absurdo à primeira vista, mas, se pensarmos bem, faz todo o sentido. Não pelos acontecimentos em si, pois um foi causado pela loucura de um homem que quis impor a sua visão do mundo aos outros, e o actual provocado por um vírus misterioso que se espalhou como nunca antes visto no mundo globalizado onde vivemos. Mas pelas reacções das pessoas que viveram a época. A indiferença pela desgraça dos nossos semelhantes, a recusa de ver o que está debaixo do nosso nariz, a desumanização na hora de escolher entre quem vive e quem morre, o isolamento em que são deixadas as pessoas que apenas aguardam a morte sem quaisquer cuidados de saúde. 


"Mas, apesar de tudo, a vingança dos espezinhados é quase sempre mais complacente do que a barbárie dos seus carrascos. Talvez porque o primeiro desejo de quem sobrevive não seja o de querer matar por igual. Ou porque o sobrevivente ainda não acredite que pode vingar-se impunemente e trate ainda, e só, de gozar o facto de ter sobrevivido."


Em Último Olhar, ficamos a conhecer uma médica muito bonita, bem sucedida, aparentemente bem casada, mas que vive um romance apaixonado e inebriante com um médico italiano de quem é amante durante três anos. Ao mesmo tempo, somos apresentados a um velho espanhol, que vive hoje num asilo de idosos, porque já não tem condições físicas e psicológicas para viver sozinho. Pablo, é o nome deste velho com mais de noventa anos, teve uma vida difícil e repleta de acontecimentos negros, tendo sobrevivido à Guerra Civil Espanhola e também a um campo de concentração Nazi. 


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As suas vidas não poderiam ter sido mais distintas. Estão separados pelas diferenças de idade, de género, de estilo de vida, de vivências, até pela forma como pensavam e como viveram o amor. No entanto, no final da vida de Pablo, o seu caminho cruza-se com a bonita médica, que se propõe a ajudar e dar apoio aos idosos que vivem no mesmo lugar que ele, quando nenhum médico se quer aproximar desses sítios, onde apenas a morte é convidada. É um relato cru, duro, difícil de digerir, tanto na época passada no século XX, como quando são relatados os eventos deste vírus que nos assombrou nos últimos anos. 


"É estranho que eu, que vivo sozinho há uns cinquenta anos, que nunca me importei ou tive medo de viver sozinho, agora estou com um medo estúpido, um desconforto, de morrer sozinho." 


Inicialmente, fiquei com a sensação que não fazia sentido misturar os dois temas, mas depois entendi o paralelo, e acredito, sinceramente, que este será, no futuro, um livro importante para contar o que aconteceu durante estes anos de pandemia, uma prova de que a literatura continua a revelar e representar os acontecimentos mais importantes e marcantes da época em que os autores vivem. O brilhantismo que Miguel Sousa Tavares já nos habituou para retratar momentos históricos do passado, foi posto à prova agora que se propôs a contar sobre acontecimentos recentes. 


Este é um livro que todos os fãs do autor vão gostar, mas acredito que mesmo os que nunca leram nada dele ficarão rendidos ao seu talento. Na minha opinião, não considero que seja o título ideal para quem quer começar e conhecer o trabalho de Sousa Tavares, mas vale muito a pena que lhe dês uma oportunidade e fiques a saber mais sobre esta época conturbada, porque mesmo quem os viveu certamente descobrirá coisas novas. Já leste Último Olhar? O que achaste do novo livro do autor? Conta-me tudo nos comentários! 


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Wook | Bertrand 

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