Sinopse
Maria Antonieta ficou conhecida para a História como uma rainha frívola e sem piedade que viveu majestosamente enquanto o seu povo morria à fome. Com este romance, Carolly Erickson reconta a sua história, a partir de um diário ficcionado, onde a soberana francesa relata na primeira pessoa toda a sua vida.
Antes de morrer na guilhotina, Maria Antonieta deixa para trás, na cela de prisão onde viveu os últimos dias da sua vida, o diário que começou a escrever ainda adolescente, um caderno em que registou todo o seu percurso: a infância privilegiada enquanto arquiduquesa da Áustria, o fausto da corte e o encarceramento e humilhação da Revolução Francesa.
Erickson capta de forma brilhante a voz da rainha, as suas esperanças, os seus temores e o seu sofrimento, envolvendo-nos, a cada nova revelação, na vida desta mulher memorável.
Opinião
Devo dizer que me sinto orgulhosa, pois estou a trazer-te o sexto livro dos oito que comprei na Feira do Livro de Lisboa em 2021. Assim, fico com a sensação de que não investi dinheiro em livros para ficaram tempos infinitos na prateleira sem ser lidos nem aproveitados devidamente. É verdade que fiz excelentes compras, de livros e autores que queria muito ler, e isso ajudou a que não ficassem só a ganhar pó na estante. Tendo em conta que um dos que faltam ler é um verdadeiro calhamaço, não acredito que vá ser possível ler todos antes da próxima Feira, mas se faltar só esse já me sinto satisfeita.
Hoje, vamos conversar sobre um livro que se encontra esgotado online em Portugal, de uma autora que não tem sido republicada recentemente. É uma pena porque Carolly Erickson escreve muito bem, sobre algumas das figuras históricas mais carismáticas, com um estilo muito agradável, num género de romance histórico, onde a ficção vai beber muito aos registos históricos que existem. É precisamente o que acontece neste O Diário Secreto de Maria Antonieta, onde nos conta, na primeira pessoa, as memórias da mais famosa rainha dos franceses.
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Tudo começa quando o seu confessor, quando era uma menina e vivia na corte da sua mãe na Áustria, lhe oferece um caderno e lhe dá a missão de escrever nele todas as suas acções negativas, todos os seus pecados. A jovem Antonieta, do alto da sua vontade de ser traquina, decide que aquele será o seu diário, onde vai contar o que lhe acontece, o que sente, as suas impressões sobre as pessoas à sua volta. Passadas algumas superficialidades, o primeiro episódio marcante é a doença da sua irmã, que é levada para isolamento, de forma a não contagiar a restante família.
"Dizem que o amor entre duas pessoas cresce lentamente e se torna mais profundo e mais rico com os anos. É um disparate. Sei agora que o verdadeiro amor arrebata a vida de qualquer um com a fúria de uma tempestade repentina. É instantâneo e poderoso. Nada mais interessa."
A corajosa Maria Antonieta, sem entender o que aconteceu, e sabendo por criados onde a sua irmã estava escondida, conta-nos que decidiu ir visitá-la no meio da noite, às escondidas de todos. A imagem que encontra da sua irmã não corresponde à menina bonita e alegre que conhecera e marcou-a para sempre. Entretanto, os anos passam e ela torna-se numa jovem que precisa de encontrar um marido que seja vantajoso para a sua família, que traga benefícios para a Áustria.
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É assim que é arranjado o casamento entre a arquiduquesa austríaca e o delfim da França. É assim preparada durante alguns meses para a sua nova vida, para se tornar numa francesa, pelo menos por fora. Porque por dentro, deve sempre pensar nos interesses austríacos e contribuir para que a França tome as decisões certas e siga o caminho que a Áustria considera mais vantajoso. É lhe dito que o seu propósito maior é esse a par com o de todas as mulheres, gerarem herdeiros para o reino do seu marido.
"Tenho saudades deles. Tenho saudades de casa. Não importa os anos que vivo em França, acho que no fundo serei sempre uma austríaca, exilada do lugar a que pertenço."
Só que a jovem delfina vai permanecer virgem por muitos anos, o que dificulta o seu trabalho de dar novos herdeiros à França. A sua personalidade extrovertida e amante dos prazeres da vida não podia ser mais contrário à do seu marido e isso fica claro em todas as páginas. No entanto, apesar das diferenças e de não existir amor carnal nem paixão entre ambos, conseguem criar uma relação de respeito, companheirismo, assumindo os gostos diferentes, as formas de viver distintas e as amizades de cada um.
Apesar de ser ficção, o registo em diário é muito credível e retrata bem alguns dos momentos mais famosos da vida destes reis que viveram tempos perigosos e tiveram um final terrível, às mãos dos revolucionários franceses. É certo que não foram reis brilhantes, que não geriram bem os impostos que receberam do seu povo que morria de fome, e que Luís XVI nem para a sua fuga, para salvar a sua vida e a da sua família, teve presença de espírito.
Como já referi, se quiseres ler em português, terás de procurar um usado, embora possas também comprar em inglês novo. O que interessa é que todos os amantes de romances históricos, de figuras históricas e de Revolução Francesa vão certamente gostar deste primeiro livro de Carolly Erickson. Já conheces o trabalho da autora? O que achas de Maria Antonieta e da época conturbada da Revolução Francesa? Conta-me tudo nos comentários!
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