Sinopse
A glória faz parte do passado para Rocky Balboa. Dono do restaurante Adrian's, baptizado em homenagem à sua falecida esposa, Rocky passa as noites contando aos clientes histórias da sua época de lutador. Rocky Jr., seu filho, não dá muita atenção ao pai, preferindo cuidar da sua própria vida. A sua vida muda após uma simulação de computador colocar Mason Dixon, o actual campeão mundial dos pesos pesados, enfrentando Rocky no seu auge. Dixon fez fama pela facilidade com a qual conseguiu o título, mas como nunca encarou um oponente que realmente o desafiasse é considerado por muita gente como um lutador muito técnico, mas sem alma. A simulação faz com que o agente de Dixon resolva realizar a luta, oferecendo a Rocky uma nova chance de voltar aos ringues.
Opinião
A minha paixão pela personagem Rocky Balboa e pelos filmes da série ficou reconhecida como o meu Guilty Pleasure favorito no ido ano de 2017. De lá para cá nada mudou e, ultimamente, dei por mim com vontade de revisitar a história e escolhi rever um dos filmes mais improváveis de toda a saga e que mais frases motivacionais e inspiradoras é possível encontrar. O filme é de 2006 e foge à numeração que estávamos habituados a ver nos filmes anteriores, tendo como título o nome completo do lutador de Filadélfia.
Depois de se ter retirado dos ringues e perdido a sua mulher para um cancro, abre um restaurante onde recebe os amigos e entretém os clientes contando histórias do seu passado glorioso e das figuras famosas com quem se cruzou durante esses anos exigentes do ponto de vista físico e psicológico. No fundo, vive uma vida pacata, monótona, aborrecida até, onde todos os dias são iguais. O afastamento crescente do seu único filho, que se sente colocado à sombra do pai, que acha que só tem um bom emprego por ser filho de quem é, que deixou de acreditar em si mesmo, e o confronto entre ambos gera a melhor frase de toda a série.
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Para adensar este momento de inconformismo, em que Rocky se sente incompleto, perdido, cheio de fantasmas que precisa de exorcizar, é noticiado um combate virtual entre o próprio e o actual campeão de pesos pesados. Num computador, são inseridas as características dos dois lutadores e a magia acontece. Simulando o impossível, que ambos os campeões estariam no auge da sua forma, o combate determina que Rocky seria o vencedor, o que vem alfinetar Mason, que é um campeão mal amado por nunca ter sido visto num combate verdadeiramente emocionante, com um oponente que lhe pudesse fazer frente, provocar medo ou duvidar da vitória.
De forma a ganhar mais popularidade, os agentes de Mason decidem promover uma exibição entre os dois campeões, aproveitando o facto de Rocky ter solicitado uma nova licença para combater. Já é loucura um homem de cinquenta anos voltar a pensar em combater, maior loucura quando aceita o combate com o actual campeão do mundo, muito mais jovem, mais forte e no apogeu da forma física. A desvantagem para o nosso protagonista é gigante e, apesar da loucura aparente, está consciente do desafio. Com isso em mente, prepara um treino que tenta que esteja à altura do desafio e que lhe permita focar-se nos pontos fortes que ainda tem do seu lado.
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O que parecia impossível de acontecer, o que todos pensavam que seria um combate a fingir, de brincadeira, ou um autêntico massacre, transforma-se num combate emocionante, levado taco a taco, com esforço, dificuldades, mas com a persistência e vontade de aço que Balboa nos habituou nos seus anos de glória. Vencer deixa de ser importante, porque Rocky quer, nesta luta, exorcizar o que o atormenta da única forma que conhece: num ringue de boxe. O actual campeão recebe uma lição de coragem, além de que, pela primeira vez na sua carreira, sente medo de perder e é atacado como nunca antes fora, derramando sangue e sofrendo lesões.
Sei que muitos só conseguem ver os aspectos negativos destes filmes, os clichés, as improbabilidades, o irrealismo romântico. Mas, para mim, é um deleite reencontrar uma das personagens mais carismáticas do cinema dos anos 70 e 80, numa despedida merecida dos ringues. Gostas desta série? O que achaste deste regresso tantos anos depois? Conta-me tudo nos comentários!
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