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terça-feira, 17 de junho de 2025

#Livros - Antologia Poética, de Natália Correia

 

Imagem da capa do livro "Antologia Poética" de Natália Correia, publicado pela editora Dom Quixote. A capa apresenta um fundo cinzento com uma ilustração de sombras de flores em tons de preto e vermelho, criando um contraste marcante e poético.

Sinopse

"Quando se percorre a poesia escrita por mulheres ao longo do século XX português, o nome de Natália Correia continua a surgir como um dos que causaram uma repercussão mais duradoura, quer pela sua personalidade forte e polémica, quer pelo alcance da sua obra literária", diz Fernando Pinto do Amaral no Prefácio a esta obra. 

Realizada tendo como base a edição mais recente da Poesia Completa de Natália Correia (Dom Quixote, 1999), esta antologia destina-se sobretudo à divulgação do principal da sua obra poética. O critério posto em jogo para seleccionar os poemas pretendeu obedecer a um equilíbrio (naturalmente sempre instável) entre o gosto pessoal do organizador e a representatividade dos diversos períodos da sua escrita. Este é, sem dúvida, um livro que poderá facultar aos leitores do século XXI uma visão de conjunto da grande poetisa Natália Correia. 


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Opinião 

Natália Correia foi uma importante escritora, poeta e ensaísta portuguesa do século XX, reconhecida pela sua forte personalidade literária e pela sua contribuição significativa à cultura e à literatura de Portugal. A sua obra destaca-se pela sensibilidade poética e pela inovação formal, refletindo temas ligados à identidade, à História e aos valores do seu país. Com uma das vozes mais influentes da sua geração, Natália Correia desempenhou um papel fundamental na renovação da poesia portuguesa, consolidando-se como uma referência imprescindível na literatura portuguesa. Nascida em 1923, na Ilha de São Miguel, nos Açores, e falecida em 1993, em Lisboa, o seu nome ficou para sempre associado a liberdade e justiça e esse talvez seja o seu maior legado e que transpira de toda a sua obra. 


Esta Antologia Poética apresenta-se como uma coletânea representativa da sua obra poética, refletindo a riqueza da sua produção literária ao longo da sua carreira. Com uma poesia de forte carga emocional e intelectual, esta pode muito bem ser uma importante porta de entrada para melhor compreender a trajetória literária da autora e ajudar a que este nome maior das nossas letras não fique esquecido pelo passar dos anos nem arredado das novas gerações de leitores. O objectivo principal desta obra é reunir e valorizar a sua produção poética, e abrange uma seleção de poemas que refletem bem as principais temáticas abordadas pela autora, como o amor, a identidade, a cultura, a liberdade e a finitude, além de evidenciar o seu estilo único e transgressor. 


Podes ler também a minha opinião sobre A Madona 


Com uma estrutura cuidadosamente elaborada e que reflete a sua trajetória literária e os seus interesses temáticos, o volume está organizado em divisões que percorrem diferentes fases da sua produção poética, desde os seus primeiros poemas até obras mais maduras, o que permite ao leitor acompanhar a evolução do seu estilo e dos seus temas. Esta organização facilita uma compreensão aprofundada da poeta, das suas inspirações e o contexto em que as suas obras foram produzidas. Aqui, encontramos as suas características estilísticas marcantes, como a linguagem rica, expressiva e muitas vezes carregada de simbolismo, que revela uma forte sensibilidade estética e uma atenção detalhada aos aspectos sonoros e visuais da poesia. A sua escrita apresenta uma musicalidade apurada, com versos que fluem de maneira cadenciada, refletindo uma preocupação com a harmonia e o ritmo. 


"Como de um peso lento sai a trova

digo Abril. Bom dia Liberdade! 

Ramifica-se em flores a Boa Nova. 

Afinal estrela d'alva eras verdade." 


Tematicamente, encontramos representados poemas sobre a identidade, a memória e o universo feminino, bem como sobre amor, morte, resistência e liberdade. A poeta também manifesta um olhar atento às questões sociais e culturais, integrando referências à História, à Mitologia e à cultura portuguesa como um todo, além de incluir uma certa reflexão sobre o papel da mulher na sociedade. Assim, a antologia revela uma poeta comprometida com a expressão de emoções profundas e com a crítica social, utilizando uma linguagem poética densa, introspectiva e carregada de simbolismo. O amor surge como uma força vital, carregada de paixão e intensidade, mas também de reflexão sobre a sua complexidade e efemeridade. A morte é abordada como um mistério inevitável, que provoca um sentimento de inquietação e uma reflexão sobre a finitude da existência. A natureza aparece como uma fonte de beleza e de conexão com a essência do ser, muitas vezes evocada de maneira sensorial e simbólica. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre O Dever de Deslumbrar 


A sua escrita revela uma mulher que transborda paixão, inquietação e uma forte ligação com temas sociais, históricos e pessoais. Através dos seus versos cuidadosamente elaborados, ela consegue transmitir as suas emoções mais profundas, criando uma poesia que é, ao mesmo tempo, um desabafo e uma reflexão. A sua habilidade para misturar o lirismo com uma crítica aguçada faz da sua poesia uma expressão autêntica das suas emoções, levando o leitor num mergulho pelas suas experiências e visões de mundo. Na sua poesia, Natália Correia demonstra uma combinação harmoniosa de elementos de tradição e inovação. Por um lado, valoriza as raízes culturais portuguesas, utilizando referências clássicas e uma linguagem carregada de musicalidade e simbolismo. Por outro lado, ela incorpora uma abordagem inovadora ao explorar temas contemporâneos, questionar estruturas convencionais e experimentar com a linguagem, conferindo à sua obra uma dimensão de modernidade e originalidade. 


"Poesia: angústia de querer sempre mais, 

Saudoso endereço de termos imortais. 

E ao fim de tanto anseio, a vida pouca." 


A autora utiliza uma voz marcante, muitas vezes envolta num tom de reinvindicação e questionamento, o que prova bem o seu engajamento político e feminista. Os seus poemas funcionam como janelas entreabertas para universos internos, onde metáforas e figuras de estilo entrelaçam-se como raízes duma árvore ancestral, sustentando a beleza e a profundidade da sua expressão. Através da sua poesia, Natália consegue transmitir emoções universais que transcendem o tempo e o espaço, e que nos levam a pensar sobre temas como o amor, a memória e a luta por liberdade. Este é uma coletânea que evidencia a riqueza e a diversidade da sua produção poética, destacando-se pela sensibilidade aguda, pela profundidade temática e pela linguagem refinada. Essa mesma linguagem, por vezes complexa ou erudita, pode dificultar a compreensão para leitores com menos bagagem literária, mas espero que isso não impeça que descubram e desfrutem de Natália Correia. 


Temos aqui uma ferramenta indispensável para quem deseja compreender a originalidade e a profundidade do universo poético de Natália Correia, e que facilita o contacto com a sua linguagem única e o seu estilo inconfundível. Recomendo esta leitura para os amantes de poesia, ainda que jovens, e também para quem quer descobrir e explorar a profundidade da obra de Natália Correia. É incontornável o legado de Natália, cuja voz é das mais representativas da literatura portuguesa, com uma poesia e pensamento que transcendem o seu tempo. É um legado de coragem intelectual e artística, que continua a brilhar no panorama literário português. Agora, quero muito saber a tua opinião! Já conheces a obra de Natália Correia? Conhecias a sua poesia? Tens algum poema favorito? Conta-me tudo nos comentários! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 12 de junho de 2025

#Places - Marradas

 

Panela com carne suculenta e legumes coloridos, destacando-se como uma deliciosa demonstração da culinária do restaurante Marradas no Montijo.

O Restaurante Marradas, localizado no Montijo, é um espaço que combina tradição e inovação na sua proposta gastronómica. Com um ambiente descontraído, o espaço destaca-se pela sua dedicação em oferecer pratos de alta qualidade, preparados com ingredientes frescos e selecionados. Seja para um almoço em família, um jantar romântico ou uma reunião de amigos ou colegas de trabalho, o Marradas proporciona uma experiência culinária que valoriza os sabores locais, garantindo uma experiência memorável para todos os clientes. Com uma localização privilegiada, bem no coração da cidade, tornou-se uma referência para quem procura uma refeição de qualidade e acessível com o melhor da cozinha tradicional portuguesa. 


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O ambiente é acolhedor e descontraído, com uma decoração que combina elementos contemporâneos e detalhes que remetem à cultura local, muito virada para o peso do futebol e dos inúmeros futebolistas que já visitaram o espaço. As cores quentes, a iluminação suave e os detalhes contribuem para uma experiência visual agradável, tornando o espaço ideal para desfrutar duma refeição em boa companhia. Já o atendimento e acolhimento destacam-se pela simpatia e dedicação da equipa. Desde que entramos, sentimo-nos bem-vindos e confortáveis, com funcionários atentos às nossas necessidades e sempre prontos a oferecer sugestões e orientações úteis. A cordialidade e o profissionalismo presentes no serviço contribuem para uma experiência agradável, fazendo com que cada visita seja marcada por um sentimento de hospitalidade genuína. 


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Os pratos principais são verdadeiramente irresistíveis e refletem a excelente qualidade da cozinha. Entre as opções disponíveis, destacam-se as suculentas opções de carnes e os clássicos pratos de bacalhau, que não podem faltar em qualquer restaurante português que se preze. A primeira vez que fui ao Marradas foi para jantar há muitos anos, mas recentemente tem sido uma escolha recorrente para almoçar, por ser perto do meu trabalho e por oferecer uma variedade de pratos e rapidez no serviço. Só este ano, já fui almoçar com o paizinho no Dia do Pai e tive pelo menos dois almoços com a malta do trabalho. Assim, já tive oportunidade de experimentar alguns dos seus pratos, sejam os do dia ou as sugestões. Destaco a picanha macia e temperada na perfeição, cozinhada no ponto certo, acompanhada por batatas fritas crocantes e arroz branco, e o Bacalhau Espiritual, cremoso e saboroso, acompanhado por salada. 


Fotos dos pratos principais do restaurante Marradas: uma suculenta picanha grelhada e um saboroso bacalhau espiritual, apresentados de forma apetitosa

Um dos pontos fortes é claramente a qualidade dos ingredientes e sabores que são verdadeiramente excepcionais. Cada prato é preparado com ingredientes frescos e selecionados, o que garante uma experiência rica e autêntica a cada garfada. Os sabores intensos e bem equilibrados refletem a dedicação e o cuidado na escolha de cada elemento, resultando em pratos que conquistam pelo paladar. Por outro lado, não posso esquecer de referir a eficiência e simpatia de toda a equipa, que proporcionam aos clientes uma experiência acolhedora e bem organizada. Desde o momento da chegada, os funcionários demonstram prontidão e atenção aos detalhes, garantindo que cada pedido seja atendido com profissionalismo, embora ao almoço fosse positivo se fosse mais rápida a entrega dos pratos, sobretudo quando se tratam de mesas com mais pessoas. 


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Avaliando os preços do Marradas, encontramos aqui uma relação bastante equilibrada entre qualidade e custo. Os pratos apresentam uma excelente relação qualidade/preço, sendo uma escolha acessível para quem procura uma refeição saborosa sem ultrapassar o orçamento, em especial durante o almoço, onde o menu pode incluir sapo, prato do dia, pão, azeitonas, bebidas selecionadas e café. Portanto, o Marradas destaca-se como uma opção justa e conveniente para quem deseja desfrutar duma experiência gastronómica de qualidade a preços razoáveis. Em suma, cada visita ao Marradas é sempre memorável e é um lugar onde conto voltar com toda a certeza e, como tal, só posso recomendar que experimentes se estiveres pela região e ainda não conheces. 


Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já conhecias o Marradas? O que achas da comida, do atendimento e do ambiente? Recomendas algum prato em especial? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 10 de junho de 2025

#Livros - O Protocolo Caos, de José Rodrigues dos Santos

 

Imagem da capa do livro "Protocolo Caos", de José Rodrigues dos Santos, publicado pela Planeta Editora. A capa apresenta um fundo preto repleto de chamas alaranjadas, transmitindo uma atmosfera de tensão e mistério. No centro, uma figura vestida de preto com capuz cobre parcialmente o rosto, segurando um portátil aberto, sugerindo temas de tecnologia, segredo e conflito.

Sinopse

Um homem encapuzado sai do carro e abre fogo contra a multidão. Morrem dezenas de pessoas, incluindo bebés. Depois do massacre, tira a máscara e revela a sua identidade: Tomás Noronha. 

Um polícia na Rússia é alertado para atividades suspeitas na cave de um prédio. O que descobre irá mudar a história do país. 

Uma família americana desfaz-se sem que perceba porquê. A tragédia arrasta-a para uma conspiração que vai dilacerar os Estados Unidos. 

Uma médica brasileira é perseguida por tentar salvar vidas. Para a ajudar, Maria Flor tem de enfrentar a turba. 

Um birmanês tem na sua posse um documento comprometedor. Se quiser chegar a ele, Tomás Noronha precisa de mergulhar no inferno. 

A ligar todos estes episódios está uma mensagem enigmática. 

Inspirado em factos reais, O Protocolo Caos transporta-nos ao coração da atualidade mais escaldante e mostra-nos como a Rússia e os seus cavalos de Tróia no Ocidente usam as redes sociais para destruir o nosso mundo. 


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Opinião 

Estou de regresso com mais uma obra de José Rodrigues dos Santos, que combina elementos de suspense, história e investigação, levando o leitor numa jornada repleta de mistérios e reviravoltas. O autor é conhecido pela sua habilidade para entrelaçar narrativas complexas com temas históricos e tecnológicos, o que tem conquistado leitores ao redor do mundo. Com uma carreira sólida no Jornalismo e inúmeros trabalhos nas áreas da comunicação e literatura, José Rodrigues dos Santos traz nas suas obras uma escrita envolvente e cheia de detalhes, que estimulam a reflexão e o pensamento crítico, focado cada vez mais em temas da actualidade. 


Neste novo thriller temos suspense, política e tecnologia, numa história que acompanha Tomás Noronha, o herói mais famoso do autor, que se vê envolvido numa conspiração global ao ser obrigado a procurar um telemóvel para elementos misteriosos da Rússia, sendo ameaçado para que aceite a missão que vai contra os seus princípios. A trama aborda temas como cibersegurança, poder e manipulação de informações, alternando entre personagens e entre épocas cronológicas, que mantém o leitor preso até à revelação final. O cenário alterna momentos contemporâneos com episódios que retratam acontecimentos importantes dos anos 90 e início dos anos 2000, que nos permitem compreender melhor como uma figura como Putin alcançou o poder e como o conseguiu manter até hoje, bem como a ascensão de Donald Trump nos Estados Unidos foi uma consequência alimentada por interesses exteriores e que procuram destruir os valores ocidentais. 


Podes ler também a minha opinião sobre A Mulher do Dragão Vermelho 


O livro aborda uma variedade de temas que se entrelaçam de forma intrigante, que nos convida a refletir sobre questões complexas e actuais e que muito influenciam a nossa sociedade. São exploradas conspirações históricas e contemporâneas, que questionam a veracidade dos eventos e o papel das instituições no controlo da informação. É assombroso perceber como pode muito bem ser possível o papel desempenhado pela Rússia de Putin na destruição das instituições do Ocidente, como podem ter influenciado o resultado do Brexit ou das eleições norte americanas, que colocaram na presidência Donald Trump, que se mostrou sempre disposto a defender estes seus amigos, mesmo quando isso ia contra os interesses do seu país. Faz-nos pensar como todos os movimentos populistas que despontam na Europa podem ser a arma mais letal contra as democracias e como isso pode ser algo exponenciado por interesses externos, que nos conduzem a uma nova crise de regime. 


"Os russos ainda tinham a nostalgia da União Soviética, é certo, e ela era mais forte do que nunca, mas enganavam-se aqueles que pensavam que se tratava da nostalgia do comunismo. Não. Era a nostalgia do império, a memória do tempo em que a União Soviética mandava em meio mundo, a lembrança suspirada dos dias gloriosos em que um russo aparecia e todos tremiam e se curvavam para lhe prestarem a devida vassalagem." 


Com uma escrita envolvente e dinâmica, o autor consegue criar uma atmosfera de tensão constante, onde cada página revela segredos perigosos e conspirações globais, que influenciam a vida de todos nós. A sua narrativa fluída, marcada por diálogos afiados e descrições vívidas, prende o leitor desde o primeiro capítulo, mesmo quando ainda não está claro a ligação entre os diferentes cenários apresentados, entre Portugal, Rússia e Estados Unidos. Como sempre, equilibra referências culturais e detalhes técnicos, criando um livro que é tanto um entretenimento agradável quanto uma reflexão sobre o poder e as sombras que subsistem no nosso mundo. Neste regresso de Tomás, vemos que continua determinado a recuperar o seu casamento com Maria Flor, disposto a tudo para a conquistar, incluindo colocar-se em situações perigosas e que o desviam da sua missão mais urgente. Apesar de gostar muito deste protagonista, confesso que esta sua relação amorosa já me mereceu mais atenção e cuidados, e agora parece apenas uma distração da narrativa central. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre O Jardim dos Animais Com Alma


Um dos aspectos mais positivos de O Protocolo Caos é a pesquisa detalhada e bem fundamentada sobre temas históricos e tecnológicos, o que contribui para a sua credibilidade e enriquecimento do enredo. A escrita de José Rodrigues dos Santos é fluída e acessível, o que permite uma leitura dinâmica e agradável, mesmo com temas complexos e tão pertinentes nos dias que correm. Outro ponto positivo é a complexidade dos personagens, desde os russos aos americanos, que apresentam nuances e motivações convincentes, que nos permitem compreender os seus comportamentos e decisões chocantes, e que torna a narrativa mais realista e emocionalmente impactante. 


"Descer para a miséria mais abjeta não era fácil para ninguém, mas pelos vistos o ser humano a tudo era capaz de se adaptar." 


Tenho uma forte admiração pela obra literária de José Rodrigues dos Santos, e estes últimos romances voltaram a focar-se em temas fascinantes e que estão muito voltados para os dilemas que vivemos na actualidade, como a inteligência artificial, as redes sociais, e as influências perigosas da China ou da Rússia. Pessoalmente, achei esta leitura bastante instigante, sobretudo pelas reflexões que provoca sobre o poder da informação e os riscos associados ao uso das redes sociais. Considero que este livro é indicado para quem aprecia thrillers com elementos de mistério e suspense e também para quem se interessa por conspirações, história recente e tecnologia. 


Agora, quero muito saber a tua opinião! Já leste o novo livro de José Rodrigues dos Santos? Que aspectos mais te chamaram a atenção no enredo? O que achaste da abordagem do autor aos temas explorados? Costumas acompanhar o trabalho literário do autor? Conta-me tudo nos comentários! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

#Documentário - Ted Bundy: A Faking It Special

 

Imagem de capa do documentário "Ted Bundy: A Faking It Special" apresenta uma foto de Ted Bundy, mostrando seu rosto sério e olhar penetrante, com uma expressão que transmite sua personalidade complexa e sombria. A imagem destaca seus traços característicos, refletindo a natureza perturbadora do seu histórico criminal.

Sinopse

Theodore R. Bundy conduziu um reinado de terror ao longo dos anos 1970. Especialistas analisam imagens de tribunal e interrogatórios para revelar como ele conseguia sempre estar um passo à frente da lei. 


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Opinião 

Ted Bundy foi um dos serial killers mais famosos dos Estados Unidos, que actuou na década de 1970 e foi responsável por dezenas de assassinatos, muitos dos quais envolvendo jovens mulheres. A sua história é marcada por uma combinação perturbadora de charme, inteligência e brutalidade, o que o torna um figura ao mesmo tempo fascinante e assustadora na trajetória do crime. A sua capacidade de se disfarçar de homem comum, somada à sua aparente manipulação psicológica das vítimas, contribui para o fascínio que a sua história ainda exerce sobre o público e os estudiosos do comportamento criminoso. Este documentário passeia por esta complexa personalidade, enquanto explora as motivações, as estratégias de manipulação e o impacto duradouro das suas acções na memória coletiva. 


O documentário apresenta uma abordagem que combina depoimentos e análises, propondo uma reflexão sobre os limites da percepção e da verdade, questionando as formas como Bundy conseguiu esconder-se por trás duma fachada de normalidade e charme, enquanto escondia a sua verdadeira face de violência e maldade. O criminoso, que nasceu em 1946, foi responsável pela morte de pelo menos trinta jovens mulheres, embora estimativas sugiram números ainda maiores. Os seus crimes envolvem sequestro, agressões e assassinatos brutais. Ao oferecer uma análise aprofundada do perfil psicológico de Bundy, as suas motivações e estratégias de dissimulação, o documentário permite uma compreensão mais ampla do fenómeno do serial killer, ressaltando a importância de reconhecer os fatores que facilitam a convivência de indivíduos perigosos no meio da normalidade. 


Podes ler também a minha opinião sobre Michael Jackson: A Faking It Special 


A estrutura do documentário combina entrevistas, imagens de arquivo e análises de especialistas de diferentes áreas, organizando-se de forma a conduzir o espectador por uma narrativa cronológica da vida e dos crimes de Ted Bundy. A abordagem adoptada é investigativa e sensível, procurando ir além do retratamento dos eventos, mas também explorar as nuances psicológicas do criminoso, promovendo uma análise multifacetada que equilibra o horror dos crimes com a tentativa de compreender as suas motivações e o contexto social em que ocorreram. a produção retrata Bundy como uma figura enigmática, destacando a sua aparência carismática e a sua habilidade de manipulação, o que facilitou muito a sua aproximação às vítimas. 


Imagem em preto e branco de Ted Bundy no tribunal, segurando um papel na mão, durante seu julgamento.

Além disso, o documentário faz uso de recursos audiovisuais de alta qualidade e uma edição que mantém o espectador envolvido, proporcionando uma experiência mais imersiva e reflexiva sobre a complexidade da personalidade de Bundy e as questões sociais e psicológicas relacionadas com o seu caso. Na minha opinião, temos aqui uma análise fascinante e perturbadora da mente criminosa de Ted Bundy, que explora muito mais do que apenas os seus famosos crimes. Achei especialmente interessante a maneira como o documentário revela as estratégias de manipulação de Bundy e a forma como a sua história continua a fascinar e assustar o público até hoje. Outro aspecto importante são as estratégias de prevenção e investigação partilhadas que contribuem para um entendimento mais amplo do crime no geral. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Donald Trump: A Faking It Special 


O ritmo tenso e as imagens impactantes do assassino criam uma atmosfera poderosa que nos prende e nos obriga a confrontar com questões difíceis sobre o mal, a manipulação e a vulnerabilidade. Se procuras uma análise do psicopata Ted Bundy e queres compreender os aspectos mais sombrios da sua personalidade, este documentário é uma excelente escolha. Recomendo para quem tem interesse em criminologia, psicologia criminal ou simplesmente deseja entender melhor a mente dum dos serial killers mais famosos da história, e que será certamente a porta de entrada para muitos amantes do género True Crime. 



Discutir casos como este promove uma reflexão sobre os mecanismos de prevenção para não nos tornarmos uma vítima fácil de um qualquer psicopata, sobre o papel da comunicação social na construção de narrativas e a necessidade de compreender as complexidades da mente criminosa. Sem esquecer que este tipo de conteúdo contribui para o aumento da conscientização pública, estimulando debates sobre segurança, justiça e saúde mental, factores essenciais para o fortalecimento duma sociedade mais informada e vigilante diante de ameaças reais. Agora, quero muito saber a tua opinião! Já viste este especial? O que achas da figura de Ted Bundy? Aprecias documentários sobre crimes reais? O que achaste mais interessante nesta abordagem analítica com especialistas? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 3 de junho de 2025

#Livros - Perseguição, de Louisa May Alcott

 

Imagem da capa do livro "Perseguição" de Louisa May Alcott, publicado pela Clássica Editora, com fundo branco. A capa apresenta uma ilustração clássica em tons suaves, destacando elementos que remetem à atmosfera da história, transmitindo um senso de mistério e aventura.

Sinopse

Rosamond Vivien foi criada como uma reclusa pelo avô, homem distante e cruel, numa ilha recôndita ao largo da costa inglesa. 

O único conhecimento que tem do mundo exterior é-lhe fornecido pelos livros que devora com um prazer insaciável. 

Quando Philip Tempest - sedutor, devastadoramente atraente e quase vinte anos mais velho do que Rosamond - aparece misteriosamente numa noite de tempestade, encontra um fruto pronto a ser apanhado. 

Todavia, em vez da liberdade que tanto almeja, Rosamond acaba por ser apanhada numa teia de intriga, crueldade e traição que remonta ao estranho e longínquo passado do homem a que passa a chamar seu marido. Receando ser destruída, Rosamond foge ao seu domínio, dando início a uma perseguição implacável que só poderá terminar de forma trágica. 

Retrato notável da sensualidade e coragem da sua heroína vitoriana, Perseguição é uma história obsessiva de amor, desejo e traição. 

Um romance arrojado da autora de Mulherzinhas


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Opinião 

Perseguição é uma obra de Louisa May Alcott, uma das escritoras mais famosas do século XIX, conhecida principalmente pelo seu clássico Mulherzinhas. Nesta narrativa, Alcott demonstra a sua habilidade para explorar temas de coragem, justiça e emoções humanas, transportando o leitor para um cenário repleto de suspense e intrigas. Com uma escrita delicada e ao mesmo tempo intensa, a autora consegue envolver-nos desde as primeiras páginas, revelando o seu talento para criar histórias que combinam elementos de aventura e de moral e costumes. Esta obra reflete uma fase da sua carreira mais madura, distinta das narrativas infantis e juvenis pelas quais ficou mais conhecida. Na sua trajetória, Perseguição evidencia a sua decisão de abordar temas mais complexos e sombrios, além de consolidar a sua versatilidade e o seu compromisso para retratar as várias facetas da experiência humana. 


A narrativa acompanha a jovem e determinada Rosamond, enquanto ela enfrenta desafios e mistérios numa trama repleta de suspense e emoções fortes. A história conta-nos sobre a coragem desta jovem protagonista, que se vê envolvida em situações perigosas, enquanto desvenda segredos do passado do homem com quem acha que casou e luta por aquilo em que acredita. Com um ritmo dinâmico, a narrativa alterna momentos de acção intensa com episódios mais introspectivos, o que muito contribui para o envolvimento emocional do leitor e para a construção duma atmosfera de suspense que mantém a atenção presa do início ao fim. 


Podes ler também a minha opinião sobre Mulherzinhas 


Os personagens são cuidadosamente desenvolvidos, refletindo as suas nuances e evoluções ao longo da narrativa, como aliás é comum encontrar nas obras da autora. Rosamond, jovem criada pelo avô numa ilha isolada sem atenção nem amor, está preparada para ser feliz a qualquer custo e a oportunidade surge quando Tempest visita o idoso e descobre que este esconde uma preciosidade que quer para si. Este aventureiro, bem mais velho, consegue conquistar o coração da jovem inocente e torna-a na sua esposa, levando-a a passear pelos mares no seu navio e apresentando-a por toda a parte como a sua mulher, um idílio que dura um ano sem sobressaltos. Mas os mistérios que esconde e a sua personalidade sombria, levantam suspeitas em Rosamond que acaba por descobrir a verdade sobre o homem e a sua relação, e é aqui que começa a fuga da jovem e a perseguição deste homem perigoso e disposto a tudo para recuperar esta mulher. 


"Há muito pouca liberdade verdadeira no mundo; mesmo aqueles que parecem mais livres são frequentemente os que estão mais presos. Lei, costume, opinião pública, medo ou vergonha fazem de todos nós escravos, como descobrirá quando tentar a sua experiência." 


A obra mergulha profundamente em temas como coragem, justiça, perseguição, mistério e amizade. É demonstrada a importância da lealdade e do verdadeiro valor da amizade, enquanto a nossa protagonista luta por justiça e pela verdade, enquanto é perseguida pelo homem que ama, porque não aceita abrir mão dos seus princípios e convicções e sujeitar-se a uma vida de vergonha ao lado dele. A combinação destes temas cria uma trama emocionante, que coloca em destaque a força do espírito humano diante das adversidades. Com uma prosa carregada duma inquietação subtil, que vai crescendo ao longo dos capítulos, Louisa May Alcott conduz-nos pelas sombras duma atmosfera repleta de mistério e antecipação. Cada frase é cuidadosamente tecida, a linguagem introspectiva revela os pensamentos mais profundos dos personagens, enquanto o ambiente sombrio e silencioso amplifica a sensação de perigo iminente. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Boas Esposas 


A construção do suspense é habilmente trabalhada através de detalhes minuciosos, duma atmosfera de frieza e tensão que se intensifica a cada página, deixando-nos à beira dum ataque de nervos, ansiosos por desvendar os segredos ocultos que se escondem por trás de cada silêncio e suspiro. Alcott consegue transformar o simples acto de seguir alguém numa experiência inquietante, onde o medo e a esperança se entrelaçam de maneira quase palpável, envolvendo-nos numa narrativa que pulsa com a antecipação das verdades reveladas. Com personagens complexos e bem desenvolvidos, cujas emoções e conflitos tornam a história ainda mais cativante, a escrita da autora traz uma sensibilidade particular, capaz de explorar temas profundos enquanto mantém presa toda a nossa atenção. 


"Estava a pensar em como o amor é uma coisa curiosa; apenas um sentimento, e no entanto tem poder para tornar os homens tolos e as mulheres escravas." 


A leitura de Perseguição proporcionou-me uma experiência envolvente e emocionante, reveladora da habilidade da autora para construir uma narrativa repleta de suspense e emoções intensas. A trama prende-nos do início ao fim, enquanto explora temas como coragem e justiça e apresenta personagens fascinantes e bem complexos. Em suma, a leitura é cativante e deixa uma impressão que dura para lá do seu término e que demonstra bem o talento da autora para abordar temas profundos de forma acessível e sensível. Assim, recomendo esta leitura a jovens e adultos que gostam de histórias de suspense, mistério e aventura, com a garantia duma escrita de qualidade pela pena desta autora que entrou para os clássicos da Literatura. 


Agora, quero muito saber a tua opinião! Já conheces esta obra de Louisa May Alcott? O que achaste da trama invulgar? Qual o teu personagem favorito? Que momento mais te marcou? Conta-me tudo nos comentários!


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 29 de maio de 2025

10 Livros para comprar na FLL e ler nas férias

 

Imagem de um livro posicionado sobre uma toalha de praia, acompanhado de óculos de sol, uma máquina fotográfica e uvas, transmitindo uma atmosfera de lazer e leitura nas férias à beira-mar.

A Feira do Livro de Lisboa é sempre uma oportunidade para explorar o universo literário, descobrir novas obras e renovar a nossa biblioteca pessoal. Com dezenas de expositores e uma vasta seleção de títulos, o evento convida leitores de todas as idades a mergulharem no prazer da leitura e pode ser o local ideal para encontrarmos as obras que irão marcar as nossas férias. Seja para relaxar na praia, aproveitar o tempo em casa ou viajar, os livros são companheiros indispensáveis para transformar momentos banais em experiências inesquecíveis. 


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Hoje, selecionei dez livros imperdíveis para adquirir na Feira do Livro de Lisboa, a preços simpáticos, especialmente se comprares na Hora H ou no âmbito do Livro do Dia, e que prometem enriquecer as tuas férias com boas histórias, reflexões e aventuras. Seja qual for o teu gosto literário, encontrarás opções que agradam desde a ficção à não-ficção, passando por temas contemporâneos e clássicos que resistem ao tempo. Prepara-te para montar a tua lista de leituras e aproveitar ao máximo este período de descanso que se aproxima com excelentes obras nas mãos. 


1. 1984, de George Orwell

Winston Smith é um membro do Partido. 

Trabalha no Ministério da Verdade, onde passa os dias mecanicamente a reescrever a história, de modo a ajustá-la às necessidades do governo. A cada dia que passa, a cada nova mentira, cresce nele uma revolta surda. 

Num mundo em guerra constante, sob a vigilância omnipresente das câmaras e dos Polícias do Pensamento, Winston é um homem profundamente só, preso a uma organização burocrática infernal. Até ao dia em que a quase desconhecida Julia lhe passa sorrateiramente um bilhete para a mão. E nesse dia a ideia de rebelião contra o sistema começa a ganhar forma. 

1984 é talvez a mais arrepiante e realista visão que a ficção nos deu acerca dos regimes totalitários. Obra especulativa, projeta no futuro uma sociedade distópica e disfuncional, onde impera o Grande Irmão (ele próprio uma ficção dentro da ficção). A hipervigilância a que são submetidas as personagens, o sentimento prevalecente de paranoia e a autocensura servem aqui para profetizar a ditadura perfeita, onde nem a liberdade de pensamento sobrevive. 

Clássico absoluto, que o tempo tem vindo a refinar, ganha ano após ano uma nova atualidade - porque as formas de totalitarismo evoluem, mas o seu objetivo último não: a abolição da memória e do julgamento crítico. 


Wook | Bertrand 


Capa do livro "1984" de George Orwell, publicado pela Antígona: uma imagem impactante com elementos sombrios e futuristas que refletem a atmosfera distópica da obra, destacando o título e o nome do autor em destaque.

2. A Amiga Genial, de Elena Ferrante 

A Amiga Genial é a história de um encontro entre duas crianças de um bairro popular nos arredores de Nápoles e da sua amizade adolescente. 

Elena conhece a sua amiga na primeira classe. Provêm ambas de famílias remediadas. O pai de Elena trabalha como porteiro na câmara municipal, o de Lila Cerullo é sapateiro. 

Lila é bravia, sagaz, corajosa nas palavras e nas acções. Tem resposta pronta para tudo e age com uma determinação que a pacata e estudiosa Elena inveja. 

Quando a desajeitada Lila se transforma numa adolescente que fascina os rapazes do bairro, Elena continua a procurar nela a sua inspiração. 

O percurso de ambas separa-se quando, ao contrário de Lila, Elena continua os estudos liceais e Lila tem de lutar por si e pela sua família no bairro onde vive. Mas a sua amizade prossegue. 

A Amiga Genial tem o andamento de uma grande narrativa popular, densa, veloz e desconcertante, ligeira e profunda, mostrando os conflitos familiares e amorosos numa sucessão de episódios que os leitores desejariam que nunca acabasse. 


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Capa do livro "A Amiga Genial" de Elena Ferrante, publicado pela Relógio d'Água, exibindo uma ilustração vibrante com tons quentes, representando duas figuras femininas entrelaçadas, sugerindo a profunda amizade e os complexos relacionamentos explorados na obra.

3. A Escuridão, de Ragnar Jónasson

Abrangendo as ruas geladas de Reiquiavique, os fiordes isolados e as Terras Altas da Islândia, A Escuridão é o novo romance de um dos nomes mais entusiasmantes do policial nórdico atual. 

Aos 64 anos, a inspetora Hulda Hermannsdóttir, da Polícia de Reiquiavique, está prestes a ser forçada a reformar-se, mas antes quer levar a cabo uma última investigação: Elena, uma jovem refugiada proveniente da Rússia, foi encontrada sem vida numa enseada rochosa em Vatnslevsuströnd, na Islândia. 

Assim que começa a fazer perguntas, Hulda não demora muito a perceber que não pode confiar em ninguém. Elena não foi a única mulher a desaparecer naquela altura, e ninguém parece estar a contar a história toda. Quando os próprios colegas tentam pôr um travão na investigação, Hulda tem muito pouco tempo para desvendar a verdade, mas está determinada a descobrir quem é o assassino. Ainda que isso signifique colocar a própria vida em risco. 


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Capa do livro "A Escuridão" de Ragnar Jónasson, publicado pela TopSeller, apresentando uma atmosfera sombria e misteriosa com tons escuros e elementos que evocam suspense e intriga.

4. 21 lições para o século XXI, de Yuval Noah Harari

Qual o verdadeiro significado dos eventos que hoje testemunhamos e como poderemos lidar com eles à escala individual? Que desafios e escolhas se nos deparam? O que poderemos legar ou ensinar aos nossos filhos? Algumas das questões que procurarei explorar e dar resposta incluem o significado da ascensão de Trump, se Deus estará ou não de regresso ao nosso mundo, se o nacionalismo pode ser a resposta a problemas como o aquecimento global. 

O livro está dividido em 5 partes (O Desafio Tecnológico, o Desafio da Política, Desespero e Esperança, Verdade, Resiliência), cada uma delas com questões dedicadas a temas específicos, no total de 21 lições para o século XXI. 


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Capa do livro "21 Lições para o Século XXI" de Yuval Noah Harari, publicado pela Elsinore, exibindo um design moderno com elementos gráficos que representam tecnologia e sociedade, refletindo as questões contemporâneas abordadas na obra.

5. A Mão que Mata, de Lourenço Seruya 

Numa fria manhã de inverno, é encontrado um cadáver numa mansão na Serra de Sintra. 

A família Ávila estava aí reunida para formalizar as partilhas patrimoniais, na sequência do falecimento do patriarca e jamais imaginava que o processo seria interrompido daquela forma. 

O Inspetor Bruno Saraiva e a sua brigada da PJ são chamados a investigar, deparando-se com um caso peculiar: a vítima não era propriamente adorada pelos familiares, mas também ninguém tinha motivos para a querer morta. Terá o homicídio resultado de um assalto? 

As opiniões dividem-se e a família Ávila não parece muito disposta a colaborar com a polícia. 

Até que é encontrado um segundo cadáver na mansão...

Bruno Saraiva não tem dúvidas que o assassino está naquela casa, mas não tem ninguém que o apoie nesta teoria. Sem provas concretas que sustentem a sua crença, o Inspetor faz uma viagem-relâmpago a uma aldeia do Norte. Aí, toma conhecimento de uma informação que o põe no encalço do assassino: alguém que está disposto a tudo para esconder um terrível segredo. 


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Capa do livro "A Mão que Mata" de Lourenço Seruya, publicado pela Cultura Editora, apresentando uma imagem intrigante que captura a essência do suspense e do mistério presentes na obra.

6. A Terceira Índia, de Iris Bravo

Sofia tem 32 anos, é professora num colégio em Lisboa e casada com um arquiteto de uma família nobre ribatejana. Ele conservador e ela liberal, não tinham nada em comum quando se apaixonaram numas férias de verão dez anos antes. Viveram um namoro feliz seguido de um casamento de sonho, desgastado pela sua obsessão por uma gravidez. 

Quando descobre que foi traída, Sofia aceita uma proposta para substituir a sua mentora e viaja para o interior de Moçambique. 

Disposta a viver aventuras, envolve-se com Alex, um homem que a atrai, apesar dos seus modos secos e do pressentimento de que lhe esconde algo. 

Corajosa e determinada, Sofia irá descobrir tudo aquilo de que é capaz, incluindo arriscar a sua vida. 


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Capa do livro "A Terceira Índia" de Iris Bravo, publicado pela Cultura Editora, apresentando uma ilustração vibrante que retrata elementos culturais e históricos relacionados à narrativa, transmitindo uma atmosfera de mistério e descoberta.

7. Águas Passadas, de João Tordo

Durante treze dias de Janeiro de 2019, a chuva cai sem misericórdia sobre Lisboa. É quando aparece a primeira vítima, na praia de Assentiz: uma jovem de quinze anos trazida pela maré. O seu corpo apresenta marcas de sofisticada malvadez. A primeira agente no local é Pilar Benamor, uma subcomissária da PSP cuja coragem e empenho em descobrir a verdade ocultam segredos dolorosos. 

A jovem vítima é Charlie, filha de um empresário inglês, mas logo a vítima de um segundo crime brutal, um rapaz de dezassete anos aparece na floresta de Monsanto, em condições inenarráveis. Estas duas mortes prematuras e violentas abrem caminho a uma investigação que irá descarnar a alta sociedade portuguesa e o submundo do crime. 

Ao longo desse inclemente mês de Inverno, Pilar desbrava caminho na investigação, contra tudo e todos e com a ajuda de Cícero, um misterioso eremita. 

Desobedecendo a ordens superiores e colocando a própria vida em risco, vai penetrar no mundo escuro e tenebroso de um psicopata, enquanto luta com os fantasmas que há muito carrega: um pai polícia que morreu em serviço, um vício que a consome e a vulnerabilidade num mundo dominado por homens. 

 Depois da estreia no género com A Noite em Que o Verão Acabou, João Tordo regressa com um policial de ritmo imparável e delicada sensibilidade, que vai ao âmago dos nossos piores medos. 


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Capa do livro "Águas Passadas" de João Tordo, publicado pela Companhia das Letras, com uma imagem que remete às águas tranquilas de um rio ou lago, transmitindo uma atmosfera de mistério e reflexão.

8. As Mulheres Douradas, de Namina Forna

Somos raparigas ou somos demónios? Vamos morrer ou vamos sobreviver? 

Deka, de 16 anos, devido à sua intuição e natureza sente-se diferente e vive com medo do ritual do sangue, o qual irá determinar se pode ou não ser um membro da sua aldeia. Se o seu sangue correr vermelho, será aceite pela comunidade. Mas no dia da cerimónia o seu sangue revela ser dourado - a cor da impureza, de um demónio, e as consequências serão pior do que a morte. 

A jovem vê-se forçada a abandonar a aldeia onde sempre vivera na companhia de uma mulher misteriosa e a juntar-se a um exército de raparigas como ela - as alaki. Um grupo de raparigas quase imortais com dons raros e as únicas capazes de travar a maior ameaça do império. 

Mas, à medida que avança até à capital para treinar para a derradeira batalha, Deka descobre que a grande cidade murada encerra em si muitas surpresas. Nada nem ninguém é exatamente o que parece ser - nem mesmo Deka...


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Capa do livro "As Mulheres Douradas" de Namina Forna, publicado pela Edições Gailivro, apresentando uma ilustração vibrante que retrata figuras femininas envoltas em tons dourados e detalhes místicos, refletindo a riqueza cultural e a fantasia épica do romance.

9. As Primas, de Aurora Venturini

A obra-prima de uma escritora catapultada para a fama literária mundial aos 85 anos. A história de uma família em que as mulheres procuram fugir à norma, com ecos de Lucia Berlin, Shirley Jackson e Carson McCullers. 

Na cidade argentina de La Plata, nos anos de 1940, conhecemos Yuna e Petra, duas primas que pertencem à mesma família disfuncional, precária e destinada à desgraça. Pela voz de Yuna, vemos um universo tortuoso de mulheres abandonadas à sua sorte, a braços com a pobreza, a deficiência, o delírio fantasmagórico e a pressão social. 

Para se evadir do cerco das histórias de ameaças, violações e homicídios, Yuna recorre à sua imaginação artística: a cada episódio de violência, pinta uma nova tela. Vendo na arte uma fuga ao estropiamento familiar, Yuna lança sobre o seu mundo um olhar selvático - ora cândido e perspicaz, ora violento e ensimesmado - e protagoniza uma história que desafia todas as convenções literárias. 

Aurora Venturini poderia ser uma das peculiares personagens dos seus romances, já que o seu percurso ficou marcado pelo fait-divers de ter vencido um concurso literário para novos talentos quando já tinha escrito dezenas de livros e se aproximava do fim da vida. 

Entre o romance de formação, a delirante autobiografia, o divertimento literário e a radiografia de uma época, As Primas é uma obra que celebra, ao mesmo tempo, as dimensões universal e privada da literatura, revelando a desconcertante originalidade de uma autora que ousa colocar perguntas quase sempre cuidadosamente mantidas em silêncio. 


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Capa do livro "As Primas" de Aurora Venturini, publicado pela Alfaguara, apresentando uma ilustração elegante com tons sóbrios, refletindo a profundidade e a complexidade das relações familiares exploradas na obra.

10. Biblioteca Pessoal, de Jorge Luis Borges 

Jorge Luis Borges tornou-se o emblema do bom leitor, do verdadeiro amante e erudito da literatura. Borges imaginou o paraíso como uma biblioteca e foi bibliotecário por muitos anos, vivendo essa profissão como a de um guardião do tesouro das letras. Em 1985, foi-lhe pedida a criação de uma «biblioteca pessoal», que contaria com cem grandes obras. Borges morreu em 1986, antes que pudesse concluir esse projeto, mas deixou uma lista de livros que refletem as suas preocupações e gostos literários, bem como os prólogos dos primeiros sessenta e quatro títulos da série: «Desejo que esta biblioteca seja tão variada quanto a curiosidade que a mesma induziu em mim.» É esta escolha pessoalíssima de Borges que aqui se apresenta. 


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Capa do livro "Biblioteca Pessoal" de Jorge Luis Borges, publicado pela Quetzal, apresentando uma ilustração estilizada de uma estante repleta de livros antigos, evocando o universo literário e filosófico do autor argentino.

Espero que esta seleção de livros tenha inspirado a tua lista de leituras para as férias e que encontres aqui obras que irão enriquecer os teus momentos de descanso e descoberta, ao mesmo tempo que te pode servir de estímulo para te decidires a visitar a Feira do Livro de Lisboa agora em 2025, tendo em conta a quantidade de livros e autores que lá estarão à nossa espera. Um verdadeiro regalo para a vista e um castigo para a carteira se não nos controlarmos diante de tantas obras apetecíveis. 


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Não deixes passar esta ocasião especial nem deixes a tua mala de viagem vazia de bons livros. Afinal, uma boa leitura pode ser o momento perfeito para relaxar, aprender e sonhar, e a Feira do Livro de Lisboa é o cenário ideal para ampliar os teus horizontes culturais e literários. Agora, quero saber o que tens a dizer! Gostaste destas sugestões? Qual destes livros já leste ou pretendes ler nas férias? Queres partilhar alguma outra sugestão? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 27 de maio de 2025

#Livros - A Bíblia da Carreira, de Cassiana Tavares

 

Imagem da capa do livro "A Bíblia da Carreira" de Cassiana Tavares, publicado pela Manuscrito. A capa possui um fundo branco com o título e o nome da autora em letras azuis, transmitindo uma aparência limpa e profissional.

Sinopse

Como é que alguém consegue ser feliz quando as coisas não correm bem no trabalho? 

Para a psicóloga Cassiana Tavares, a resposta é simples: não consegue. Um emprego é mais do que um salário no fim do mês, é uma atividade central que estrutura e dirige o que fazemos todos os dias. A única solução é detetar o problema e resolvê-lo. E sim, existe uma resposta para todas as adversidades. Pode é não ser aquela de que estava à espera. 

Sabia que a nossa mente não está preparada para o multitasking? 

E que já foram identificadas as competências do século XXI? 

Infelizmente, também temos de nos preparar para as incompetências: chefes narcisistas e colegas tóxicos, abuso emocional, assédio e falta de equidade são apenas alguns exemplos. 

Como lidar com elas? 

Neste livro prático, com uma secção de exercícios a cada passo, a especialista em Psicologia do Trabalho convida-o a refletir sobre a sua atividade profissional, as mudanças que deseja incorporar e como combiná-las com o atual mercado de trabalho. 

Além de ajudá-lo a olhar em perspectiva para as várias fases da carreira e a antecipar medidas a tomar, encontrará conselhos práticos sobre o conteúdo a incluir no seu perfil e a valorizar a sua pegada no mercado. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

A Bíblia da Carreira, de Cassiana Tavares, apresenta-se como um guia essencial para profissionais e estudantes que procuram compreender e construir uma trajetória de sucesso no mercado de trabalho. O livro aborda de forma abrangente temas como planeamento de carreira, desenvolvimento de competências, autoconhecimento e estratégias para alcançar objectivos profissionais, oferecendo ferramentas práticas e reflexões que auxiliam o leitor a traçar um caminho consistente e alinhado às suas aspirações. A autora, especialista em desenvolvimento pessoal e carreira, traz uma abordagem prática, combinando conceitos teóricos com exemplos reais para ajudar na tomada de decisões e no crescimento profissional. 


No cenário actual, o mercado de trabalho tem passado por transformações significativas impulsionadas pela rápida evolução tecnológica, a digitalização de processos e a crescente valorização de habilidades como adaptabilidade, criatividade e inteligência emocional. A incerteza económica, a automatização de funções tradicionais e a busca por profissionais mais preparados para lidar com mudanças constantes têm tornado o ambiente laboral cada vez mais competitivo e dinâmico. Neste contexto, livros como este oferecem orientações valiosas para os profissionais que desejam navegar com sucesso por esse mercado em contínua evolução, sem esquecer o bem-estar individual, a saúde mental e a ambição pessoal de cada um, que pode estar orientada para diferentes propósitos. 


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A importância duma orientação clara para a carreira reside na necessidade de estabelecer um percurso definido e estratégico para alcançar sucesso e realização. Uma orientação bem estruturada ajuda o indivíduo a compreender os seus objectivos, identificar as suas habilidades e direcionar os seus esforços de forma consciente, evitando dispersões e perdas de tempo. Além disso, uma trajetória clara proporciona maior segurança e motivação, permitindo que o profissional tome decisões alinhadas com os seus valores e metas de longo prazo. A Bíblia da Carreira apresenta uma estrutura bem organizada, dividida em sete capítulos que abordam de forma sistemática os principais aspectos relacionados ao desenvolvimento profissional. 


A autora inicia com uma introdução que contextualiza a importância de planear a carreira, seguida por secções dedicadas a autoconhecimento, definição de objectivos, estratégias de crescimento, habilidades essenciais e gestão de carreira. Cada capítulo combina teoria, exemplos práticos e exercícios para refletir, facilitando a compreensão e a aplicação dos conceitos pelo leitor. Sem esquecer a sequência lógica que orienta-nos desde a compreensão de nós mesmos até à implementação de acções concretas para alcançar os nossos objectivos profissionais, tornando-se numa verdadeira bíblia para quem precisa de orientação e crescimento na carreira. 


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Um dos pontos fortes deste livro é a sua clareza na comunicação. A autora apresenta conceitos complexos de forma acessível e bem estruturada, o que facilita a compreensão e aplicação das dicas e orientações. Outro dos principais pontos fortes é a sua aplicabilidade prática. Com conceitos e estratégias que podem ser facilmente implementadas na rotina profissional, permite que o leitor as coloque em prática de forma quase imediata, o que torna o livro numa ferramenta útil e acessível. Também a utilização de exemplos e casos de estudo tornam os conceitos apresentados mais concretos e perceptíveis. Estes recursos proporcionam uma compreensão prática das estratégias discutidas, o que permite ao leitor visualizar como aplicar os ensinamentos em situações reais do mercado de trabalho. 


Esta leitura pode muito bem despertar em ti uma nova perspectiva sobre planeamento, autoconhecimento e resiliência, incentivando a procurar uma trajetória mais autêntica e alinhada com os teus sonhos e princípios. Em suma, considero que o livro consegue unir teoria e prática de uma forma muito equilibrada e que motiva o leitor a refletir sobre as suas metas e a agir com propósito. Se procuras uma orientação clara e prática para construíres uma trajetória profissional sólida, tens aqui uma leitura indispensável. Quer estejas a começar a tua carreira ou desejes reavaliar o teu caminho profissional, esta obra serve como um verdadeiro guia de referência, inspirando confiança e promovendo acções concretas rumo ao crescimento profissional. Agora, quero muito saber a tua opinião! Já conhecias este livro? Achas que pode ser útil? Qual o ensinamento que achas mais interessante e que deveria ser mais explorado? Conta-me tudo nos comentários! 


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quinta-feira, 22 de maio de 2025

Projecto Cinema - 1940 | E tudo o vento levou

 

Uma película de cinema sobre um fundo branco, representando o universo cinematográfico e celebrando o filme vencedor do Oscar de 1940, "E Tudo o Vento Levou".

No âmbito do projecto dedicado ao Cinema, onde decidi explorar e analisar todos os filmes que receberam o Óscar de Melhor Filme ao longo dos anos. Este percurso visa conhecer as obras premiadas e compreender as tendências, mudanças culturais e evoluções na indústria cinematográfica. Como parte desta iniciativa, hoje destaco o vencedor de 1940, E tudo o vento levou, uma obra clássica que marcou uma época e que continua a ser referência no mundo do Cinema. O objectivo é proporcionar uma visão abrangente sobre estas produções, celebrando o talento e a criatividade que moldaram a história do cinema mundial. Começo por este filme, pela dificuldade que tenho sentido em encontrar os anteriores disponíveis, até para alugar existem alguns bem complicados de descobrir como vou conseguir ver. Enquanto não resolvo, começamos por 1940 e com um filme que já tinha visto e que adoro! 


Buy Me A Coffee

Em 1940, o mundo vivia tempos turbulentos, marcados pela Segunda Guerra Mundial, que afetava profundamente a vida de milhões de pessoas e moldava o cenário global. Neste contexto de incerteza e conflito, o Cinema emergia como uma forma de escapismo e reflexão, ganhando ainda mais relevância na cultura popular. Naquela época, o Óscar já consolidava a sua importância como uma das maiores honras da indústria, reconhecendo produções que além de entreterem, também refletiam os valores, os sonhos e os desafios da sociedade. A vitória de E tudo o vento levou nesse ano reforçou a sua posição como uma obra icónica, cujo impacto e legado permanecem evidentes até hoje. 


E tudo o vento levou, lançado em 1939, é uma obra-prima do Cinema clássico dirigido por Victor Fleming. Baseado no romance de Margaret Mitchell, livro que já li há muitos anos e que tenho muita vontade de reler, o filme retrata a vida de Scarlett O'Hara durante a Guerra Civil Americana e a Reconstrução, explorando temas como o amor, perda, resistência e transformação. Considerado um marco na história do Cinema, a sua narrativa envolvente, com personagens marcantes e inovação técnica, incluindo o uso pioneiro de cores na época, consolidaram a sua posição como um dos filmes mais emblemáticos de todos os tempos. Scarlett, a protagonista, é uma jovem determinada e encantadora, que luta para manter o seu modo de vida a todo o custo e sonha com o amor do charmoso Ashley Wilkes, isto enquanto enfrenta as dificuldades duma sociedade em transformação. Com o impacto da guerra e as suas consequências, Scarlett mostra-se resiliente e engenhosa, ainda que os seus caprichos a coloquem em situações perigosas. 


Pôster do filme "E Tudo o Vento Levou" (Gone with the Wind), vencedor do Oscar de Melhor Filme em 1940. A imagem apresenta Scarlett O'Hara, interpretada por Vivien Leigh, com um fundo que remete ao Sul dos Estados Unidos durante a Guerra Civil, destacando-se as cores quentes e o estilo clássico da época.

O elenco principal é composto por Clark Gable como Rhett Butler, Vivien Leigh como Scarlett, Olivia de Havilland como Melanie Hamilton e Leslie Howard como Ashley. A equipa técnica contou com uma produção de alta qualidade, incluindo o director de fotografia Ernest Haller e a banda sonora de Max Steiner, que muito contribuiu para o legado duradouro desta obra-prima. A fotografia captura de forma magistral a atmosfera do Sul dos Estados Unidos, usando iluminação e composições que reforçam o drama e o romantismo da história. A banda sonora é uma das mais memoráveis da época, complementando emoções e cenas-chave com temas que permanecem icónicos até hoje. O roteiro é notável e destaca-se pela narrativa envolvente, diálogos marcantes e pela construção de personagens complexos e inesquecíveis, fazendo justiça ao livro em que se inspirou. 


Além do Óscar que o colocou nesta lista, também venceu em outras categorias desse ano, tendo batido recordes na época, com treze nomeações e oito vitórias. O filme recebeu os prémios de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actriz, Melhor Actriz Secundária, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Direcção de Arte e Melhor Edição. Estamos perante um filme que, apesar de algumas representações e temas que refletem os padrões e perspectivas da sua época, continua a ser apreciado pela sua narrativa bem construída, pelas actuações marcantes e pela sua produção grandiosa. No entanto, também é alvo de debates críticos, principalmente devido às representações de personagens e temas raciais, que são vistos hoje sob um olhar mais consciente e questionador, embora não concorde com cancelamentos e desvios fundamentalistas, que me parecem absurdos. 


Esta é uma obra que transcende o tempo e que se consolidou como um ícone da história do Cinema. A sua importância vai muito além do mero entretenimento, pois marcou uma revolução na narrativa cinematográfica, ao combinar uma produção grandiosa com personagens fascinantes e uma abordagem inovadora para a época, e posso considerá-lo um dos meus favoritos da vida. Se tens estado escondida debaixo duma pedra e ainda não viste este clássico atemporal, não percas a oportunidade de mergulhar na história de E tudo o vento levou, um filme que permanece como uma das maiores obras do Cinema. Nesse caso, ou se apenas te bateu a vontade de reveres esta obra extraordinária, ela está disponível caso sejas subscritora da Max. 

Agora, quero muito saber a tua opinião! O que achas deste enredo? Conseguiste gostar da caprichosa Scarlett? Também te apaixonaste pelo Rhett Butler? Qual a tua cena favorita? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 20 de maio de 2025

#Livros - Cranford, de Elizabeth Gaskell

 

Imagem em preto e branco de uma mulher de perfil, com os olhos fechados, encostada a um sofá. A cena transmite uma atmosfera de serenidade e nostalgia, refletindo o clima delicado e introspectivo do livro "Cranford" de Elizabeth Gaskell, publicado pela Book Cover Editora.

Sinopse

Na cidade fictícia de Cranford, localizada na Inglaterra rural durante o início do século XIX, Gaskell escreve em torno da vida quotidiana e das interacções sociais dos seus habitantes, na sua maioria mulheres de meia-idade e idosas. A protagonista é Miss Matty, uma mulher solteira que vive com a sua criada numa casa modesta. As suas amizades íntimas com outras mulheres da cidade, incluindo Miss Pole, Miss Baker e Mrs. Forrester ajudam-na a navegar pelos desafios do dia-a-dia, incluindo mexericos, doenças e dificuldades financeiras. 

O romance é conhecido pelo seu humor e sátira gentil, uma vez que se diverte com os costumes e comportamentos da classe média provincial. Aborda temas sérios como a posição da mulher na sociedade, a paisagem económica em mudança e o impacto da industrialização nas zonas rurais. Cranford é um retrato pungente e espirituoso de uma era passada, caracterizada pelas suas comunidades unidas e pelo seu modo de vida gentil. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

Cranford é uma obra clássica da escritora inglesa Elizabeth Gaskell, publicada originalmente em 1853. Com uma narrativa envolvente, a autora retrata a vida duma pequena comunidade rural na Inglaterra vitoriana, enquanto explora as relações sociais, costumes e tradições da época com sensibilidade e humor. Gaskell foi uma famosa escritora britânica, conhecida pelas suas histórias que abordam temas como a moralidade, a condição feminina e as transformações sociais. A sua escrita combina realismo, empatia e uma profunda compreensão da natureza humana, o que faz das suas obras um leitura atemporal e muito enriquecedora. 


Neste livro, o cenário da vila de Cranford, lugar pacato e conservador, serve como panos de fundo para explorar as dinâmicas duma sociedade que valoriza as aparências, a moralidade e as relações de vizinhança, refletindo as tensões entre o passado rural e as novas realidades modernas que se instauravam na época, embora se concentre sobretudo nas mulheres, solteironas e viúvas que povoam este lugar isolado. A narrativa combina episódios cómicos e dramáticos, enquanto explora os eventos quotidianos destas senhoras e destaca a importância da comunidade, da tradição e do papel feminino na época. A obra oferece, assim, uma visão sensível e bem-humorada da vida rural inglesa, evidenciando os valores e os desafios do seu tempo. 


Podes ler também a minha opinião sobre A Casa da Charneca


O universo de Cranford é marcado por uma atmosfera pitoresca e nostálgica, onde os valores tradicionais, a cortesia e a solidariedade entre as moradoras predominam. As personagens representam tipos típicos da época, como senhoras respeitáveis, viúvas e jovens mulheres, cuja rotina é permeada por pequenas histórias de amizade e resistência às mudanças sociais, e onde os homens não costumam ser bem recebidos. Tudo é detalhado, transmitindo uma sensação de tranquilidade e estabilidade, ao mesmo tempo que revela as tensões e as transformações que começam a surgir, pouco a pouco, mesmo na sociedade de Cranford. 


"No entanto, por certo desprezaria a moderna ideia da igualdade dos sexos. As mulheres iguais aos homens! Ela sabia-as bem superiores..." 


O elenco dos personagens são cativantes e contribuem de maneira significativa para a riqueza da narrativa. Entre eles, temos a Sr.ª Pole, uma viúva orgulhosa e acolhedora, representa a tradição e a resistência às mudanças da comunidade, enquanto a Sr.ª Hogg, uma mulher prática e dedicada, simboliza o senso comum e a estabilidade da vida em Cranford. A querida Miss Matty, inicialmente tímida e retraída, evolui ao longo da história, à medida que vamos conhecendo o seu passado e observando os desafios que se vê obrigada a enfrentar, sendo a verdadeira protagonista deste romance. Outros personagens, como o capitão Brown, a Sr.ª Forrester ou a jovem narradora que visita frequentemente esta comunidade e dela nos faz o relato, complementam o quadro social da vila, ilustrando diferentes formas de lidar com os problemas da vida. No fundo, cada personagem, com as suas particularidades, contribui para a atmosfera de solidariedade, humor e reflexão que permeia a obra e que reflete bem as complexidades das relações sociais da época. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Verão 


Com uma narrativa delicada e um estilo que combina a observação afiada com uma ternura comovente, a autora pinta um quadro vivido das personagens, cujos pequenos dilemas e alegrias refletem as nuances da vida comunitária vitoriana. Através duma escrita que entrelaça o trivial com o encantador, Gaskell consegue transformar o quotidiano de Cranford numa celebração da resistência, da amizade e do espírito de comunidade, fazendo do seu livro uma leitura encantadora e repleta de detalhes sobre a simplicidade e a complexidade da vida. Pessoalmente, esta foi uma leitura encantadora pela ternura que se perceber em cada página, mesmo nas mais críticas. Toda a narrativa é delicada e detalhada, ao mergulhar na vida destas mulheres e da sua comunidade, revela as suas rotinas, tradições e até as pequenas intrigas com sensibilidade e humor. 


"Nunca encontrei, nem antes nem depois, ninguém que tenha vivido tão longo tempo numa terra afastada e sem encantos, com esta alegria sempre crescente de saudar o renascer das estações e dos dias." 


A prosa de Gaskell consegue captar as variações das emoções e dos relacionamentos, criando personagens cativantes e memoráveis. Além disso, o livro oferece uma reflexão subtil sobre as mudanças sociais e o papel da mulher na época, o que torna a leitura um prazer e uma revelação sobre este período. Saí desta leitura muito agradada com a escrita da autora e com muita vontade de ler mais das suas obras, sobretudo a mais famosa, Norte e Sul. Posso afirmar que esta leitura deixa uma impressão duradoura de acolhimento e valoriza a simplicidade, com a sua comunidade unida por laços de amizade e respeito mútuo. Quanto às recomendações, ficam para os leitores que apreciam obras de literatura clássica, romances fofinhos e ligeiros, mas bem escritos, e que valorizam narrativas sensíveis com um toque de humor e nostalgia. 


Agora, quero muito saber a tua opinião! Já leste Cranford? Conseguir despertar a tua curiosidade sobre esta obra? Conheces a obra da autora? Que outros livros de Gaskell já leste e recomendas? Conta-me tudo nos comentários! 


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