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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

#Livros - O Exílio do Último Liberal, de Sérgio Luís de Carvalho

 

#Livros - O Exílio do Último Liberal, de Sérgio Luís de Carvalho

Sinopse

A história de O Exílio do Último Liberal decorre entre Londres (1832) e Lisboa (1833) e assenta num labirinto de mistérios, de segredos, de ameaças e de paixões, enquadrado pelo fog de Londres e pelas brumas de uma nação envolta em progresso e em miséria. É aí, um ambiente marcado pela Revolução Industrial, que se move um jovem exilado português às voltas com um terrível segredo: foi membro da Irmandade dos Divodignos, um grupo liberal radical que os partidários absolutistas de Dom Miguel perseguem com encarniçado ódio. Mas este é apenas o primeiro segredo dado a conhecer ao leitor... Outro há e é ainda mais obscuro e clandestino. 

Por entre as sombras e os nevoeiros, movem-se vultos suspeitos. São os odiados ressurrecionistas à cata de corpos acabados de sepultar numa actividade que provoca medo e revolta. 

Factos Reais

Os divodignos foram uma sociedade secreta, composta maioritariamente por estudantes, que via na acção armada a forma de resistir contra o absolutismo, ou o poder soberano (iluminados pela revolução francesa). 

Os ladrões de túmulos, popularmente chamados ressurrecionistas, também existiram. De noite, invadiam os cemitérios, retiravam os corpos recém-sepultados das urnas e iam entregá-los nas faculdades de medicina onde eram usados nas aulas de anatomia. 


Opinião

Andava de olho na vasta obra do Sérgio Luís de Carvalho desde a sua primeira visita ao Maluco Beleza e quando me deparei com um livro seu na Feira do Livro de Lisboa em promoção, nem pensei duas vezes e veio logo comigo para casa. Outras leituras foram nos separando, mas entretanto lancei-me a ele e agora venho-te falar sobre a experiência que foi ler este livro e o seu autor. O seu autor porque existem momentos em que consigo identificar a voz do Sérgio que "conheci" na cadeira amarela na do narrador deste livro. 


Confesso que o início não é fácil de agarrar e não foi com facilidade que entrei na narrativa. O misterioso protagonista, português exilado em Londres, não me encantou logo, ficando demasiado tempo na sombra do seu passado, demorando a revelar os seus aspectos pessoais que nos levam a olhá-lo com outros olhos. Também a sua noiva, numa fase inicial, parece uma personagem secundária sem grande relevância para o desenrolar do enredo. 


Podes ler também a minha opinião sobre A Rainha Subjugada


No entanto, conforme a leitura avança, dei por mim presa às personagens, inclusivamente a Rose e ao rico juiz que se aproxima de forma inesperada apenas por causa das parecenças físicas de Rose com a sua falecida esposa. Por outro lado, as aventuras noturnas de Salvador nos cemitérios que culminam com os corpos a ser usados pelo seu mestre nas aulas de Anatomia, são episódios que nos mostram o peso das superstições e preconceitos contra a visão científica e o preço que foi preciso pagar para conseguir que esta evoluísse de facto. 


"Afinal, o que para os poderosos é incidente, para os pobres é desgraça."


Gosto particularmente da forma como é alterado o foco entre personagens dentro dos capítulos. Obriga a mais atenção na leitura, mas é muito mais agradável do que um relato corrido que poderia se tornar monótono. Não é de todo o que acontece em O Exílio do Último Liberal. Os saltos entre o que acontece em Londres e em Lisboa, entre passado e presente, entre o Salvador de hoje e o de antes, são deliciosos de acompanhar e chegam ao ponto de imprimir um toque frenético à leitura. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre D. Manuel I


As descrições são outro aspecto muito especial deste livro. Sejam sobre as dissecações dos corpos nas aulas da Universidade, a guerra que se trava em Portugal, o clima industrial que se vive em Londres, ou os próprios sentimentos dos protagonistas. Nota-se o detalhe histórico presente, mas sem perder de vista o leitor e o seu interesse na história que está a ser contada. E o final, sem querer dar spoilers, é surpreendente. Quando pensamos que o autor vai por um caminho, ele segue outro totalmente inesperado e amarra todas as pontas soltas de forma brilhante. 


"Mas o progresso, já se sabe, é assim mesmo: sempre em frente e quem ficar para trás não é digno destes dias gloriosos em que Deus escolhe quem será bem-sucedido e quem fracassará, de acordo com as leis da predestinação e dos negócios."


Esta foi o meu primeiro contacto com o autor, mas tenho a certeza que não será o último. Já leste alguma coisa do Sérgio Luís de Carvalho? Que outros livros do autor recomendas? 


Podes encomendar o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribuir para as próximas leituras deste blog


Wook | Bertrand

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