Sinopse
Século XVIII. Inglaterra está em conflito com a França. Anne, a rainha inglesa, é uma mulher doente e frágil que, apesar de se assumir como governante, deixa todas as decisões nas mãos de Sarah Churchill, a duquesa de Marlborough, sua amiga e amante. Quando Abgail, uma aristocrata caída em desgraça, chega ao palácio, torna-se próxima de Sarah. À medida que os assuntos de estado começam a exigir cada vez mais tempo e esforço de Sarah, Abgail encontra aí a oportunidade que esperava para se aproximar da monarca e cair nas suas boas graças.
Opinião
Depois de ter deixado este filme como sugestão numa Banda Sonora da Semana, em Fevereiro deste ano, venho aqui partilhar a minha opinião por fim. A Favorita foi um filme muito falado no início de 2019 devido a todas as nomeações que recebeu e que culminou com a conquista apenas do Óscar e Globo de Ouro para melhor actriz.Apesar de ser inegável a qualidade deste filme, bem como dos desempenhos das actrizes, não será um filme para todos verem e isso talvez justifique o facto de ter ficado com tantas nomeações sem prémios efectivos. O enredo é incrível, e o tom usado está no limite ténue entre a paródia e o drama. Só que, além dos assuntos históricos que não agradam a todos, o ritmo da narrativa é lento e até arrastado, repleto de momentos aparentemente mortos que servem para assimilar o que vimos e reflectir.
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O filme situa-se no reinado de Anne de Inglaterra, numa fase avançada, quando a doença da rainha afectava a sua vida e a sua capacidade de dedicar-se e apresentar-se nos assuntos de Estado em pessoa. Depois do seu histórico de abortos e filhos mortos na infância, a depressão e a instabilidade faziam parte do seu ânimo. Esta combinação de acontecimentos infelizes talvez tenha sido o combustível que alimentou muitos dos rumores acerca deste reinado inglês.
Aqui, somos confrontados com esses rumores, tanto da doença da rainha como da sua relação amorosa com a amiga Sarah e até que seria a sua amiga que tomava as decisões políticas e militares. E é esse relato que nos é apresentado na primeira metade do filme, valorizando até a relação amorosa das duas como algo antigo e que se fortaleceu ao longo dos anos.
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Mas a intriga adensa-se quando chega uma nova rapariga à corte e começa a conquistar o apreço, a atenção e os favores da rainha. Abgail torna-se numa rival para Sarah que, assim que o percebe, tenta afastá-la e reter o amor da rainha para si, de modo a não perder a sua influência sobre ela. Esta guerra é ambígua porque as intenções de Sarah nunca ficam totalmente claras. Se por um lado parece ser puro interesse pessoal pelo que pode perder, por outro não deixa de revelar alguns sentimentos verdadeiros com a monarca.
Este é um triângulo amoroso invulgar mas muito bem explorado e interpretado de forma soberba pelas três actrizes que o compõem. A fotografia do filme é muito bonita e encaixa de forma perfeita com as suas sombras e os segredos que se escondem e revelam de um modo subtil por vezes, noutras nem tanto.
A única coisa de que senti falta foi alguma contextualização com factos históricos no final do filme. Até porque é muito injusto ficarmos com esta imagem decadente da rainha que foi capaz de unificar em definitivo a Escócia e a Inglaterra no que conhecemos hoje como Grã-Bretanha. Uma das razões porque gosto de filmes e romances históricos é a possibilidade de aprender qualquer coisa sobre essas épocas, e senti que ficou a faltar essa parte neste filme.
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