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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Como Conseguir Mais Matches no Tinder: 5 Erros a Evitar no Teu Perfil

 

Imagem de uma pessoa segurando um telemóvel, abrindo o aplicativo Tinder, com um fundo cor de rosa adornado por fotos de casais em momentos românticos, simbolizando a busca por conexões amorosas e dicas para aprimorar perfis no aplicativo.

Num mundo cada vez mais digital, as aplicações de encontros são a porta de entrada para novas conexões e oportunidades mais ou menos românticas. Confesso que sou um pouco leiga e a única que conheço é mesmo a mais famosa, o Tinder, onde voltei recentemente para ver como andavam as coisas, perceber se os erros se mantinham ou se novos erros foram adicionados e tentar conhecer alguém interessante, que, no fim do dia, é sempre isso que queremos. O perfil que criamos é o primeiro contacto que os potenciais matches terão contigo e, portanto, é crucial que ele transmita a sua personalidade de maneira autêntica e atraente. No entanto, muitos e muitos utilizadores cometem erros comuns que invariavelmente prejudicam o seu sucesso e impedem que atraiam os matches que gostariam. Hoje, vou explorar cinco desses erros a evitar, para que te ajude a optimizar o teu perfil e aumentar as tuas chances de conseguir encontrar e conectar-te com mais pessoas. 


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Erro #1: Fotos inadequadas

Escolher as fotos certas para o teu perfil no Tinder é crucial, pois elas são a primeira impressão que os outros utilizadores terão de ti. É importante optar por imagens que realmente reflitam a tua personalidade, permitindo que os potenciais matches sintam uma conexão genuína. Fotos com outras pessoas podem gerar confusão, enquanto imagens de baixa qualidade podem transmitir falta de cuidado ou desinteresse. Além disso, evitar fotos inapropriadas ou demasiado explícitas parece-me fundamental para manter um perfil respeitoso e atractivo, sem esquecer a malta que coloca fotos de tudo menos de si mesmos. Estes últimos parecem-me sempre ser pessoas casadas que andam a tentar ciscar fora e têm medo de ser descobertos, o que elimina logo a minha vontade de dar match. Ao selecionar imagens que destacam o teu rosto, hobbies e interesses, além de mostrares quem és, também aumentas as hipóteses de atrair pessoas que partilham das tuas paixões e valores. 

Dicas: Começa por selecionar uma imagem de alta qualidade que mostre bem o teu rosto. Uma foto sorridente e natural tende a gerar uma impressão positiva e atrai mais atenção. Incluí também uma imagem de corpo inteiro para que possam ter uma ideia melhor de quem és. Além disso, diversifica as tuas fotos. Se incluíres imagens a praticar um hobby ou numa actividade que gostes, pode servir como um óptimo ponto de partida para conversas. 


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Erro #2: Falta de informação na bio 

Depois das fotos, uma bio interessante e informativa é fundamental para atrair a atenção no Tinder, pois é a primeira oportunidade que tens de te mostrares para além da aparência. Ao escreveres uma descrição que reflita quem realmente és, não só te destacas entre os perfis, mas também estabeleces uma conexão verdadeira com possíveis matches. Uma boa bio deve incluir os teus interesses, hobbies e o que procuras, seja um relacionamento sério ou algo mais casual. Isto não só ajuda a filtras as pessoas que se alinham com as tuas intenções, como também serve como um ponto de partida para conversas. 


Erro #3: Mensagens genéricas

Um dos erros mais comuns que podem comprometer as tuas interações no Tinder é o envio de mensagens genéricas e sem personalidade. Para te destacares, é fundamental que as tuas mensagens reflitam um pouco da tua personalidade e demonstrem interesse sincero pela outra pessoa. Tenta fazer perguntas relevantes que se relacionem com o perfil da pessoa ou usa um comentário divertido sobre uma foto. Além de chamares a atenção e destacares-te pela diferença do habitual, também abres espaço para uma conversa mais envolvente o que aumenta as tuas chances de conexão. 


Erro #4: Mentir sobre informações no perfil 

A honestidade parece-me fundamental ao preencheres o teu perfil no Tinder, pois é sempre a base para estabelecer conexões verdadeiras e duradouras. Mentir sobre informações pessoais, como a idade, altura ou interesses, pode parecer tentador para atrair mais matches, mas essa abordagem tende a gerar desconfiança e desilusão quando a verdade vier à tona. Ao seres autêntica, não só atrais pessoas que realmente se interessam por quem és, como também estabeleces um ambiente mais saudável e respeitoso para todos os envolvidos. 

Dica: Foca-te em destacar as tuas verdadeiras paixões, interesses e reais intenções. Utiliza fotos reais onde possas ser vista e que revelem um pouco sobre a tua personalidade e até mostrem momentos da tua vida. Tanto na bio quanto nas mensagens privadas, opta por um tom honesto e divertido. Lembra-te, a autenticidade é cativante! 


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Erro #5: Não actualizar o perfil 

Por fim, outro aspecto fundamental para aumentares as tuas chances de conseguir mais matches é manteres o teu perfil no Tinder actualizado. Fotos recentes são importantes, bem como manter actuais as informações a teu respeito. Afinal, um perfil que aparenta estar desactualizado pode transmitir desinteresse ou falta de empenho, enquanto um perfil dinâmico e actualizado convida a interação e desperta mais facilmente a curiosidade. Portanto, pára um pouco e reserva um tempo para reveres e aprimorares o teu perfil, garantindo que ele continua a representar a tua melhor versão. 


Em suma, um bom perfil no Tinder é essencial para aumentar as tuas hipóteses de conseguir mais matches. Ao evitar os erros mencionados, como as fotos de baixa qualidade ou as descrições genéricas, estás a destacar-te na plataforma e a atrair pessoas que realmente se alinham com os teus interesses e valores. Lembra-te que a primeira impressão conta muito, e um perfil bem elaborado pode fazer toda a diferença na tua experiência de namoro online. 

Agora que ficaste a conhecer os mais comuns erros que deves evitar, que tal partilhares as tuas próprias dicas ou experiências no Tinder? Que estratégias funcionam para ti e quais não trouxeram os resultados esperados? Já encontraste o amor através destas aplicações? Que expectativas tens sobre elas? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

#Livros - Diário 1927-1941, de Virginia Woolf

 

A imagem de capa do livro "Diário 1927-1941" de Virginia Woolf, publicado pela Bertrand Editora, apresenta uma ilustração delicada da escritora em perfil, emoldurada por exuberantes flores vermelhas que contrastam com o fundo preto. Essa composição visual reflete a intensidade e a profundidade dos pensamentos de Woolf, ao mesmo tempo que evoca uma sensação de beleza e introspecção. As flores, simbolizando a criatividade e a vida, cercam a figura de uma das mais importantes vozes da literatura, sugerindo a rica tapeçaria de emoções e reflexões capturadas em seus diários ao longo de um período tumultuado da história.

Sinopse

Sexta-feira, dia de Natal, 1931: «(...) Falei com o L. ontem à noite sobre a morte; a estupidez da morte; o que ele iria sentir se eu morresse. Ele abandonaria talvez a editora; mas disse que uma pessoa deve ser natural. E a sensação de velhice a invadir-nos: e o sofrimento de perder os amigos; e a minha antipatia pela geração mais nova; e depois raciocino que devo ser compreensiva. E agora estamos mais felizes.» Entre 1927 e 1941, Virginia Woolf viveu um dos seus períodos criativos mais fecundos e afirmou-se como uma das figuras de maior relevo dentro da sociedade literária londrina. Neste período foi um dos maiores expoentes de um conjunto de artistas e intelectuais empenhados na defesa da importância das artes e que ficou conhecido como o Grupo de Bloomsbury. 

São desta época algumas das suas obras mais marcantes, nomeadamente Rumo ao Farol (1927), Orlando (1928) e Um Quarto que Seja Seu (1929). 

Neste diário, somos convidados a conhecer as suas reflexões mais íntimas sobre o mundo e sobre a Humanidade, com a singularidade e universalidade que muito poucos conseguem alcançar. 


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Opinião 

O Diário 1927-1941 é uma obra que compila as reflexões íntimas e os pensamentos da famosa escritora britânica Virginia Woolf, abrangendo um período crucial da sua vida e da sua carreira. Virginia, uma das figuras mais proeminentes do modernismo literário, é conhecida pelas suas inovações narrativas e pela sua exploração profunda da psicologia humana, temas que podem ser reconhecidos nas suas obras ficcionais, como Mrs. Dalloway e Ao Farol. Neste diário, encontras as suas angústias, as suas alegrias, as suas lutas criativas e as suas percepções sobre a sociedade da época, o que oferece ao leitor uma visão rara e pessoal da sua mente brilhante e inquieta. Com uma prosa lírica e introspectiva, Virginia Woolf convida-nos a adentrar no seu universo, revelando não só a sua genialidade literária, mas também as complexidades da sua vida emocional e intelectual. 


Entre 1927 e 1941, a autora registrou as suas observações sobre o mundo ao seu redor, as suas leituras, as suas interações com outros escritores e intelectuais, bem como as suas inquietações existenciais. Este período é marcado por grandes turbulências, como a ascensão do fascismo na Europa e a iminência da Segunda Guerra Mundial, mas também por transformações sociais, políticas e artísticas significativas. Ao mesmo tempo, este intervalo testemunhou o florescimento do modernismo literário, onde Woolf se destaca como uma das vozes mais inovadoras e influentes. Além do relato pessoal e literário, a forma como revela como ela respondeu aos desafios do seu tempo, torna estes diários um documento valioso para entendermos a sua trajetória e o contexto cultural e histórico que moldou a Literatura do século XX. 


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Ao longo das páginas do seu diário, Virginia oferece uma visão íntima e reveladora do seu processo criativo, refletindo sobre as nuances da escrita e os desafios que enfrenta como autora. Debruça-se sobre a luta constante entre a inspiração e a insegurança, revelando como as suas experiências pessoais e o contexto histórico influenciam a sua obra. A autora discute a importância da disciplina e da rotina no seu processo criativo, ressaltando que a escrita é tanto um acto de liberdade quanto uma responsabilidade. Nas suas anotações, ela explora a complexidade da mente criativa, onde a dúvida e a autoexigência coexistem com momentos de clareza e fluidez. Deste modo, Woolf ilumina o seu próprio caminho literário e ainda oferece um testemunho universal, e poucas vezes disponível para os leitores, sobre os altos e baixos que permeiam a jornada de qualquer escritor. 


"E, todavia, e isto é estranho, já nem quero ter filhos agora. Este desejo insaciável de escrever alguma coisa antes de morrer, esta sensação devastadora de que a vida é tão curta, tão febril, faz com que me agarre à minha única âncora como um homem sobre uma rocha. Não me agrada o lado físico de ter filhos." 


Aqui também voltamos a encontrar as complexas relações pessoais e amizades que moldaram a sua vida e a sua obra, destacando a importância do Grupo de Blommsbury, do qual foi uma figura central. Este círculo de intelectuais e artistas, que incluía nomes como Leonard Woolf, Vanessa Bell e E. M. Forster, não só influenciou o seu pensamento e estilo literário, mas também proporcionou um espaço seguro para a exploração de ideias inovadoras e discussões sobre arte, política e sexualidade. Woolf documenta com sensibilidade as alegrias e tensões destas amizades, refletindo sobre como elas a sustentaram em momentos de crise, como a luta contra a depressão e as inseguranças pessoais. O diário revela, assim, a intersecção entre a vida pessoal e a criação artística, oferecendo ao leitor uma visão íntima de como essas relações moldaram a sua escrita e a sua visão do mundo. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Mrs. Dalloway


Virginia Woolf abre-nos uma janela para as suas lutas pessoais e para a sua saúde mental, revelando a complexidade da sua experiência emocional num período marcado por desafios internos e externos. Ao longo das páginas do seu diário, é possível perceber como a escritora enfrenta crises de ansiedade e episódios de depressão, que a levam a questionar a sua própria sanidade e a busca incessante por um equilíbrio emocional no meio do turbilhão da vida. Woolf reflete sobre a pressão social e as expectativas impostas às mulheres, bem como sobre a solidão que muitas vezes a acompanha, tornando-se um espaço de respiro e de desabafo. A sua sinceridade e vulnerabilidade nas páginas deste diário revelam uma mulher que, apesar das dificuldades, procura incessantemente a clareza, a criação literária e a conexão com o mundo ao seu redor. 


"Escrever não é de todo uma arte fácil. Pensar no que se vai escrever parece fácil; mas os pensamentos evaporam-se, voam em todas as direções." 


A autora revela aqui o seu estilo de escrita característico, que se destaca pela prosa lírica, introspectiva e intimista. Virginia utiliza uma linguagem rica e poética, que transforma o quotidiano num espaço de reflexão profunda e sensível. Os seus registos diários não são meras anotações, mas sim uma exploração do eu, onde as emoções e os pensamentos se entrelaçam numa dança fluída de autoconhecimento. A intimidade da escrita é palpável, pois cada palavra carrega o peso das suas experiências e a complexidade da sua mente criativa. O contraste entre as suas obras de ficção e o diário é marcante. Enquanto as suas narrativas ficcionais exploram complexas camadas de consciência e as interações sociais através de personagens multifacetados, o diário oferece uma visão directa e desnudada dos seus pensamentos e sentimentos, sem as construções narrativas que definem a sua prosa. Além disso, a espontaneidade é uma característica muito presente nestas passagens, onde a autora se entrega a um diálogo interno consigo mesma, sem o filtro da revisão literária. 


A obra é um testemunho poderoso da complexidade da mente e da vida duma das escritoras mais influentes do século XX. Assim, o diário torna-se uma ferramenta vital para a compreensão da sua literatura, pois revela como as suas experiências pessoais e as suas interações sociais influenciaram a sua escrita. Como tal, a importância destes diários reside na sua capacidade de conectar o leitor à essência duma autora que desafiou convenções e procurou a verdade no meio do caos do mundo contemporâneo. Para os imenso fãs de Virginia Woolf, esta é uma leitura imprescindível para conhecer melhor a mulher por trás do mito criado em torno da sua obra literária. Além disso, para todos os interessados em registos autobiográficos é uma leitura fascinante, bem como para quem ama ler sobre o acto de escrever e a profissão de escritor. Agora, quero saber a tua opinião! Conheces os Diários de Virginia Woolf? O que pensas sobre este registo intimista? Ficaste com curiosidade sobre as suas obras de ficção? Conta-me tudo nos comentários! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

#Filmes - Ainda Estou Aqui

 

Eunice e Rubens Paiva, interpretados por Fernanda Torres e Selton Mello, estão em pé em frente à praia, com um cenário de ondas ao fundo. Eles sorriem enquanto seguram as mãos de seus dois filhos, transmitindo uma sensação de união e felicidade familiar. O brilho do sol reflete nas águas, criando uma atmosfera nostálgica e acolhedora, simbolizando os momentos de amor e superação retratados no filme "Ainda Estou Aqui"

Sinopse

A acção tem início no Rio de Janeiro, durante a década de 1970, quando Brasil vivia o auge da repressão através das políticas do general Emílio Garrastazu Médici (1905-1985), 28.º Presidente do Brasil e terceiro do período da ditadura militar. Neste contexto, seguimos Eunice Paiva na sua busca pelo marido, Rubens Paiva, um deputado progressista levado pelos militares, em Janeiro de 1971, e dado como desaparecido pelas autoridades. Forçada a criar sozinha os cinco filhos de ambos, Eunice inicia uma longa luta para provar o assassinato de Rubens e o de tantos outros brasileiros que tiveram a coragem de se insurgir contra as injustiças de um regime implacável com todos os dissidentes. 

Com realização de Walter Salles, este drama biográfico foi escrito por Murilo Hauser e Heitor Lorega. O argumento parte da biografia homónima escrita por Marcelo Rubens Beyrodt Paiva, filho de Rubens Paiva (1929-1971), uma das vítimas dos 21 anos de ditadura militar instaurada no Brasil desde Abril de 1964 até Março de 1985. 

Com a interpretação de Eunice, Fernanda Torres tornou-se a primeira actriz brasileira a ganhar um Globo de Ouro - depois de, 25 anos antes, a sua mãe, Fernanda Montenegro (que ainda interpreta a mesma personagem na velhice, já com sinais da doença de Alzheimer), ter sido nomeada com o filme Central do Brasil, também realizado por Salles e vencedor na categoria de melhor filme estrangeiro. 


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Opinião 

Ainda Estou Aqui, realizado por Walter Salles, é uma emocionante adaptação do aclamado livro de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens Paiva e que decidiu escrever a história do desaparecimento do seu pai e da luta da sua mãe pela verdade. Com interpretações marcantes de Fernanda Torres, que já venceu o Globo de Ouro de Melhor Actriz e que ainda pode vencer o Óscar, e Selton Mello nos papéis principais, o filme tem sido um sucesso tanto da crítica quanto do público e mergulha nas complexidades da memória e da perda. Passado no Brasil que vivia sob a Ditadura Militar, durante os anos mais negros deste regime, o filme explora as nuances emocionais duma família que passa por um drama, que seria muito comum na época, revelando as suas jornadas de sobrevivência e de resiliência. 


A narrativa toca em tomas como o luto, a busca por sentido e a conexão entre passado e presente, proporcionando uma reflexão profunda sobre como as experiências vividas moldam a nossa identidade e o modo como continuamos a viver apesar das adversidades. A trama começa por apresentar a família Paiva, junta e unida, na sua casa em frente à praia, sempre cheia de gente, com o casal e os seus cinco filhos, bem como todos os amigos de cada um que sempre apareciam por lá. O ambiente é leve e repleto de modernidade, colorido em contraste com o cinzento do que se passava na sociedade com a repressão militar. A casa, a praia, a música e as conversas são bandeiras da liberdade com que vivem, enquanto se percebem as movimentações de Rubens Paiva, que se mantém como facilitador entre comunistas fugidos e as suas famílias, com alguns amigos e a forma como se posicionam contra o regime, acreditando que a mudança estaria para breve. 


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Este contraste permite compreender bem como esta família procurava viver dentro das suas crenças, apesar do que acontecia ao seu redor, que também é retratado de forma subtil, até que os militares, vestidos à civil, entram na sua casa e decidem levar Rubens Paiva para ser interrogado. É esta cena que divide as águas e fragmenta esta família para sempre. Apesar de ser o chefe da família, a cola que os une era providenciada por Eunice, que se agiganta ainda mais e se torna uma figura icónica e representante das vítimas da Ditadura. Mulher forte e determinada, carrega o peso do passado, mas compreende que a vida tem de continuar, que os filhos precisam de ter um futuro e que ela própria precisa encontrar um propósito e uma forma de poder representar a sua luta, pois à sua volta todos parecem resignar-se com os acontecimentos. 


Eunice Paiva, uma mulher de expressão serena e olhar solidário, está à porta de sua casa cercada por seus cinco filhos. As crianças, de diferentes idades, demonstram uma mistura de inocência e preocupação. A cena captura a atmosfera de vulnerabilidade e resiliência da família após o desaparecimento do marido e pai. O ambiente é acolhedor, com uma fachada simples, refletindo a vida cotidiana e as dificuldades que enfrentam juntos.

O ambiente é marcado pela repressão e pelo medo da ditadura militar brasileira dos anos 70. Nesse contexto sombrio, onde a censura e a vigilância permeavam a vida quotidiana, os personagens encontram-se num cenário de incertezas, de luta pela liberdade e, por fim, pela busca da verdade sobre o crime que foi cometido contra Rubens Paiva. As actuações de todo o elenco são soberbas, mas é preciso destacar o trabalho tanto de Fernanda Torres quanto de Selton Mello, como elementos centrais que elevam a narrativa a um novo patamar emocional. Fernanda, com a sua habilidade ímpar de transmitir vulnerabilidade e força, traz à vida a complexidade de Eunice Paiva, equilibrando momentos de tristeza e esperança com uma subtileza impressionante. A sua interpretação é marcada pelo profundo respeito que ganhou pela sua personagem, que procurou retratar da forma mais verdadeira e que melhor permitisse transmitir a história desta mulher extraordinária. 


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Walter Salles volta a mostrar a sua sensibilidade neste filme, com um olhar atento às nuances emocionais dos personagens, e conduzindo o espectador para uma conexão profunda com a jornada desta família, provocando pena, revolta, admiração. Os cenários e a estética visual refletem a atmosfera do enredo, tornando clara a diferença entre a vida naquela casa livre e a vida lá fora, num país oprimido. O resultado é uma experiência visual que não só sustenta a narrativa, mas também a eleva, transformando o filme numa poderosa meditação sobre a ausência e a presença na vida. Num mundo onde a efemeridade das experiências nos faz esquecer do que realmente importa, Ainda Estou Aqui destaca-se como uma bandeira de esperança e renovação, e relembra-nos que lutar pelo que se acredita vale sempre a pena, mesmo que as respostas cheguem passados muitos e longos anos. O sucesso nas salas de cinema e com todos os prémios que tem recebido é a prova de que ainda há esperança, não achas? 



No fundo, a obra instiga-nos a valorizar cada momento, a reconhecer a beleza nas pequenas coisas e a perpetuar a memória dos que amamos, enquanto toca profundamente a fragilidade das relações humanas. Para mim, a actuação da Fernanda Torres é um dos pontos altos do filme, sobretudo as cenas no interrogatório e depois quando volta para casa depois dessa experiência traumática. No fim, os momentos em que Fernanda Montenegro aparece são esmagadores, mostrando como se pode actuar sem dizer uma única palavra e, ainda assim, passar todas as emoções só com o olhar. Assim, Ainda Estou Aqui é uma experiência cinematográfica que toca aqueles que apreciam narrativas sensíveis e introspectivas, que retratam factos reais e que nunca deviam ser esquecidos, para que nunca se voltem a repetir. Felizmente, está a ser visto como poucas vezes acontece, portanto, só espero que a sua mensagem chegue longe e toque fundo nas pessoas. 


Mas agora quero saber o que tens a dizer sobre Ainda Estou Aqui! Foste ao cinema ver o filme? Que impressões te deixou? Qual o momento que mais te marcou? Ficaste com vontade de ler o livro também? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

#Livros - A Morte do Papa, de Nuno Nepomuceno

 

Capa do livro 'A Morte do Papa' de Nuno Nepomuceno, apresentando um fundo em tons de branco e vermelho. Em destaque, ilustrações em preto e branco da Catedral do Vaticano, uma cruz e um chapéu papal, evocando a temática religiosa e a gravidade da narrativa

Sinopse

Uma freira e dois cardeais encontram o corpo sem vida do Papa sentado na cama, com as mangas da roupa destruídas, os óculos no rosto e um livro nas mãos. O mundo reagem com choque, sobretudo, quando Pedro, um delator em parte incerta, regressa à ribalta e contraria a versão oficial. Porém, tudo muda quando imagens de um escritor famoso vêm à tona, colocando-o na cena do crime. 

Enquanto as dúvidas se instalam, um jornalista dedica-se à investigação do desaparecimento de uma adolescente. Mas eis que um recado é deixado na redação da Rádio Vaticana. Com a ajuda de um professor universitário e da sua intrépida esposa, os três lançam-se numa demanda chocante pela verdade. O corpo da jovem está no local para onde aponta o anjo. 

Pleno de reviravoltas e volte-faces surpreendentes, intimista e apaixonante, inspirado em factos reais, A Morte do Papa conduz-nos até um dos maiores mistérios da história da Igreja Católica, a morte de João Paulo I. Tendo como base os cenários únicos da Cidade do Vaticano, este é um thriller religioso arrebatador, de leitura compulsiva, e igualmente um incursão perturbadora num mundo onde a ambição humana desafia o poder de Deus. 


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Opinião 

Nuno Nepomuceno é um autor português contemporâneo, sobejamente conhecido pela sua habilidade para entrelaçar elementos de ficção com questões sociais, pertinentes para a actualidade, e ainda elementos históricos, cuja obra tenho tido o prazer de descobrir nos últimos anos. Voltamos à sua série protagonizada pelo professor Afonso Catalão, a sua personagem icónica e muito misteriosa, mas agora com elementos do passado colocados na actualidade, com algumas alterações essenciais para a credibilidade do enredo, sem esquecer os problemas modernos em torno de hackers que divulgam informações confidenciais, que nem sempre correspondem à verdade, gerando as famosas fake news


Como o título logo indica, A Morte do Papa desenrola-se em torno da misteriosa morte dum pontífice, pouco tempo passado de ter alcançado o trono de São Pedro. Passada num contexto de intrigas políticas e religiosas, segue a investigação de dois jornalistas, uma portuguesa, o outro italiano, que se deparam com um universo repleto de segredos e conspirações. À medida que desvendam os acontecimentos e as circunstâncias que cercam a morte do Papa, deparam-se com uma teia complexa de personagens, motivações e dilemas morais, que desafiam as suas crenças e, inclusivamente, trazem à tona um caso antigo relacionado com o desaparecimento duma jovem que morava no Vaticano e cujas provas apontam para que o crime esteja relacionado com estes homens religiosos e muito pecadores, que por trás da fachada de homens santos, vivem uma vida dupla. 


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Tal como vem sendo hábito, as principais personagens são complexas e as suas motivações refletem temas profundos relacionados com poder, fé e ambição. A jornalista portuguesa é a mulher de Afonso, sempre audaciosa e com a ambição de desvendar um grande escândalo, vê-se envolvida com um hacker procurado, que partilha informações e pistas sobre este alegado crime, num caminho que ameaça a sua própria segurança e até a estabilidade do seu casamento. Por outro lado, os cardeais com mais poder até ao novo concílio e que têm mais hipóteses de se tornarem no novo Papa, cada um com as suas próprias agendas e conflitos internos, mostram-nos a luta pelo controlo da Igreja e a busca pelo poder, que muitas vezes ofusca a fé que deveriam pregar e praticar. 


"Havia duas semanas que o Palácio Apostólico ardia lentamente, consumido pelo fogo do Inferno. Mais cedo ou mais tarde, as mentiras iriam apanhar-lhes o rasto." 


O autor explora de forma intensa e provocativa os entrelaçamentos entre religião, política e poder, temas centrais que permeiam a narrativa e instigam a reflexão do leitor. A obra apresenta a figura do Papa não só como um líder espiritual, mas também como um actor político num cenário de intrigas e conspirações, capaz de tomar decisões que colocariam de fora dos muros do Vaticano e do poder os cardeais corruptos. A luta pelo controlo da Igreja e a manipulação da fé como ferramenta do poder são questões controversas que revelam como a sacralidade pode ser corrompida por interesses mundanos. Nepomuceno também provoca uma discussão sobre a moralidade das acções dos personagens, questionando os limites entre a devoção e a ambição, assim como a fragilidade das instituições diante de crises de liderança e de fé. 


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O estilo de escrita de Nepomuceno destaca-se pela fluidez e pela riqueza dos detalhes, proporcionando ao leitor uma imersão profunda no enredo e nas emoções dos personagens. A sua prosa é marcada por uma linguagem acessível, porém sofisticada, que equilibra diálogos dinâmicos e descrições vívidas. O autor consegue entregar uma narrativa envolvente, que alterna entre momentos de tensão e reflexão, o que nos mantém cativados ao longo da leitura. Com tudo isto, A Morte do Papa é uma obra que me prendeu desde as primeiras páginas e me levou pelos caminhos do Vaticano com entusiasmo e curiosidade. A narrativa, repleta de reviravoltas, consegue equilibrar a tensão dum thriller com uma crítica social incisiva, levando-nos a questionar não só as estruturas do poder, mas também a própria fé e as suas implicações na vida quotidiana. 


"O Palácio Apostólico era um depositário de anciões a caminho da degradação física e da senilidade." 


Portanto, se és fã de thrillers políticos que misturam intriga, suspense e uma reflexão profunda sobre a fé e o poder, A Morte do Papa, de Nuno Nepomuceno, certamente irá captar a tua atenção. O livro é ideal para leitores que apreciam tramas complexas e personagens bem construídos, além daqueles que procuram uma narrativa que provoca questionamentos sobre a moralidade e as relações de poder dentro da Igreja e da sociedade. 


Agora, quero saber o que tu tens a dizer! Já conheces esta saga? Leste A Morte do Papa? O que achaste desta narrativa com inspiração histórica? Gostas do protagonista? Conta-me tudo nos comentários! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Presentes de Natal e de Aniversário

 

Uma pessoa sorridente segurando uma pilha de presentes coloridos, simbolizando as celebrações do Natal e do aniversário em janeiro, rodeada de um ambiente festivo e alegre.

As festas já passaram, as de Dezembro e as minhas de Janeiro, mês em que comemoro o meu aniversário, e é chegado o momento de partilhar os presentes que recebi nessas duas ocasiões. Cada presente carrega consigo um significado e, muitas vezes, histórias que vão para além do objecto em si. A generosidade e o carinho das pessoas que me cercam são sempre motivo de gratidão, e é com alegria que divido um pouco contigo esta experiência. 


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Aqui estão representados o afecto e a consideração que amigos e familiares, generosamente, me dedicam. Desde os mais simples até aos que jamais imaginei receber, cada um deles trouxe um sorriso ao meu rosto e aqueceram o meu coração. Venham de lá esses presentes! 


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Montagem com fotos de dois presentes especiais: um elegante casaco comprido preto da Zara, perfeito para o inverno, e uma agenda estilosa para 2025, ideal para organizar o novo ano.

1. Agenda Girly Things

Apesar de ser muito amiga do digital, não dispenso a minha agenda analógica todos os anos. Nos últimos, descobrir a Girly Things e agora não a dispenso, sendo sempre um dos presentes de Natal invariavelmente. E dos que mais satisfação me dão! 


2. Casaco Comprido

Agora que a pessoa mudou de emprego, noutro local, e com outra formalidade, achou que existiam algumas peças clássicas que faltavam no armário. Portanto, recebi dinheiro no Natal que me permitiu aproveitar os saldos logo de seguida e comprar um belo sobretudo em tons de preto, comprido e quente como convém, da Zara, e que promete acompanhar-me durante muitos Invernos. 


Montagem com fotos dos presentes recebidos no Natal e no aniversário: uma coleção de livros variados, incluindo clássicos e lançamentos, acompanhados por um bonito ramo de flores coloridas, simbolizando carinho e celebração.

3. O Protocolo Caos, de José Rodrigues dos Santos

Um homem encapuzado sai do carro e abre fogo contra a multidão. Morrem dezenas de pessoas, incluindo bebés. Depois do massacre, tira a máscara e revela a sua identidade: Tomás Noronha. 

Um polícia na Rússia é alertado para atividades suspeitas na cave de um prédio. O que descobre irá mudar a história do país. 

Uma família americana desfaz-se sem que perceba porquê. A tragédia arrasta-a para uma conspiração que vai dilacerar os Estados Unidos. 

Uma médica brasileira é perseguida por tentar salvar vidas. Para a ajudar, Maria Flor tem de enfrentar a turba. 

Um birmanês tem na sua posse um documento comprometedor. Se quiser chegar a ele, Tomás Noronha precisa de mergulhar no inferno. 

A ligar todos estes episódios está uma mensagem enigmática. 

Inspirado em factos reais, O Protocolo Caos transporta-nos ao coração da atualidade mais escaldante e mostra-nos como a Rússia e os seus cavalos de Tróia no Ocidente usam as redes sociais para destruir o nosso mundo. 


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4. Nexus, de Yuval Noah Harari

Ao longo dos últimos cem mil anos, os seres humanos acumularam um enorme poder. Contudo, apesar de todas as nossas descobertas, invenções e conquistas, vivemos uma crise existencial. O mundo está à beira de um colapso ecológico. A desinformação abunda. Avançamos rápida e apressadamente para a era da inteligência artificial - uma nova rede de informação diferente de todas as anteriores, que pode inclusivamente representar uma séria ameaça para a própria humanidade. Se somos assim tão sábios, porque somos tão autodestrutivos? 

Ao contrário das respostas tradicionais - científicas, ideológicas ou culturais -, que se concentram em encontrar a raiz do problema na nossa psicologia, Nexus analisa antes o modo como o fluxo de informação moldou o ser humano e o mundo. Começando na Idade da Pedra, passando pela Bíblia, a caça às bruxas do início da Idade Moderna, o estalinismo e o nazismo, até ao ressurgimento hodierno do populismo, Yuval Noah Harari convida-nos neste seu novo livro, original e de grande fôlego, a refletir sobre a relação complexa entre informação e verdade, burocracia e mitologia, sabedoria e poder. 

Ao mesmo tempo, escrutina as formas em que as diferentes sociedades e os diferentes sistemas políticos usaram a informação em seu favor, tanto para o bem como para o mal, e aborda as escolhas urgentes que temos pela frente dada a ameaça da inteligência não-humana contra a nossa existência. 

A informação não é a matéria-prima da verdade, nem tão pouco uma simples arma. Nexus aborda o terreno intermédio entre estes dois extremos, redescobrindo assim a nossa humanidade comum. 


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5. C, de Tom McCarthy

C conta-nos a história de Serge Carrefax. Nascido em 1898 filho de um homem fascinado pelas experiências com as comunicações sem fios que ao mesmo tempo dirige uma escola para crianças surdas, Serge passa a infância entre o silêncio e o ruído de estática, e toda a sua vida ficará marcada pelos mistérios da comunicação: pelos códigos usados durante a Primeira Guerra Mundial, pelas sessões espíritas em Londres após a guerra e pelos enigmas do Egipto. C é um romance ambicioso e original no seu alcance histórico e psicológico - e na sua tentativa de decifrar um pouco os códigos e ritmos obscuros que regem a vida e nos mantêm todos interligados. 


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6. Verão no Aquário, de Lygia Fagundes Telles 

Galardoada com a mais recente edição do prémio Camões, Lygia Fagundes Telles deixa-nos antever na sua prosa a força arrebatadora do seu espírito. Brasileira de origem, encontra em Portugal o país irmão para dar a conhecer o seu trabalho literário, fruto de uma longa carreira cada vez mais consolidada. Autora de contos é porém no romance que o seu estilo mais se evidencia através do desenvolvimento psicológico das personagens, da descrição dos ambientes e de uma realidade povoada pelas relações humanas, profundas e contraditórias na sua essência. A solidão, o desejo, a rejeição, a dor, a saudade, são sentimentos revisitados por Lygia Fagundes Telles, através de um tom irónico e satírico que põe em confronto a existência e a ausência. 

Publicado em 1963, Verão no Aquário é uma história de desencontros, personificada na relação atribulada entre uma mãe e uma filha, Patrícia e Raíza. Ambas se confrontam pela atenção do exterior, dos outros, sobretudo daqueles que lhes podem dar amor, paixão e conforto. A segurança no próprio ser é encontrada na aprovação de conhecidos e amigos que com elas privam como um jovem que se prepara para seguir a vida eclesiástica. Cansada de lutar pela vida é no calor e no tédio de um Verão prolongado que Raíza se sente aprisionada como um peixe num aquário. Quando chegará a libertação? Mais um romance da grande senhora das letras brasileiras. 


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7. A Bíblia da Carreira, de Cassiana Tavares

Como é que alguém consegue ser feliz quando as coisas não correm bem no trabalho? 

Para a psicóloga Cassiana Tavares, a resposta é simples: não consegue. Um emprego é mais do que um salário no fim do mês, é uma atividade central que estrutura e dirige o que fazemos todos os dias. A única solução é detetar o problema e resolvê-lo. E sim, existe uma resposta para todas as adversidades. Pode é não ser aquela de que estava à espera. 

Sabia que a nossa mente não está preparada para o multitasking? 

E que já foram identificadas as competências do século XXI?

Infelizmente, também temos de nos preparar para as incompetências: chefes narcisistas e colegas tóxicos, abuso emocional, assédio e falta de equidade são apenas alguns exemplos. 

Como lidar com elas? 

Neste livro prático, com uma secção de exercícios a cada passo, a especialista em Psicologia do Trabalho convida-o a refletir sobre a sua atividade profissional, as mudanças que deseja incorporar e como combiná-las com o atual mercado de trabalho. 

Além de ajudá-lo a olhar em perspetiva para as várias fases da carreira e a antecipar medidas a tomar, encontrará conselhos práticos sobre o conteúdo a incluir no seu perfil e a valorizar a sua pegada no mercado. 


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8. O Assassinato de Margaret Thatcher, de Hilary Mantel 

O Assassinato de Margaret Thatcher é uma coletânea de contos brilhante e bastante transgressora de uma das escritoras mais aclamadas internacionalmente. 

Nestes onze contos subversivos a autora invoca os dramas tantas vezes escondidos atrás das fachadas do quotidiano. No conto Vírgula, a crueldade da infância vive-se por trás dos arbustos; em Harley Street enfermeiras confrontam-se sobre algo mais do que simples problemas profissionais; e no conto O Assassinato de Margaret Thatcher, ficar em casa a aguardar a chegada do canalizador transforma-se numa espera ambígua e potencialmente mortal. 

Quer situadas num apartamento claustrofóbico na Arábia Saudita ou numa perigosa estrada de montanha na Grécia, estas histórias lançam um olhar sobre os recantos mais sombrios do espírito humano. Hilary Mantel - já distinguida duas vezes com o Man Booker Prize com as obras Wolf Hall e o Livro Negro - revela-se uma grande escritora no auge do seu talento, com um estilo e perspicácia inconfundíveis. 


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9. Carrie Soto Está de Volta, de Taylor Jenkins Reid

Seis anos depois de se retirar dos courts de ténis devido a uma lesão no joelho, Carrie Soto vê o seu recorde de vitórias ameaçado por Nicki Chan, uma jogadora intensa e deslumbrante que ameaça tirar-lhe o título de melhor tenista de sempre, um patamar a que ascendera à custa de muitos sacrifícios pessoais e com a ajuda do pai, o seu treinador desde tenra idade. 

Aos 37 anos, Carrie não quer perder esse estatuto, por isso decide regressar ao ténis profissional durante um ano, numa tentativa de defender os seus títulos. No entanto, as marcas a nível físico e mental deixadas pelo hiato forçado fizeram com que Carrie já não tenha o vigor e a energia de outrora, resultando numa certa falta de confiança por parte da imprensa desportiva e dos seus patrocinadores. 

Mais uma vez, Carrie terá de contar com a ajuda do pai e com a enorme determinação e a fome de vencer que sempre a definiram. Mas terá também de enfrentar desafios inimagináveis, tanto no court como na sua vida pessoal, pois o peso da fama nem sempre a favoreceu e algumas das suas atitudes deixaram más memórias. E para conseguir voltar a singrar terá até de engolir o orgulho e fazer uma improvável aliança com um homem que, tal como ela, ainda tem muita coisa a provar. 


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10. Leonor Teles, de Isabel Stilwell

Três de rubi. 

Três de diamante. 

E, o maior de todos, de esmeralda. 

Sete anéis, símbolos de poder, que passariam, um a um, das mãos do rei D. Fernando para os dedos da sua adorada mulher, como prova do seu amor e do seu desejo de a proteger. Leonor Teles não esquecia que haviam pertencido ao assassino de Inês de Castro. Mas, não, apesar de partilharem o mesmo cabelo cor de fogo, a mesma paixão pela vida e a mesma ambição pelo poder não, Leonor não teria o mesmo destino da sua prima. Seria rainha em vida. Teria o poder nas suas mãos. 

Casada, mãe de um rapaz, Leonor não se deixa ficar presa nem à vida num paço perdido, nem ao senhor de Pombeiro, seu marido. Parte para Lisboa, onde a sua beleza, inteligência e artes de sedução conquistam o coração de D. Fernando e o ódio das gentes e da nobreza que a apelidam de adúltera. O tom das críticas sobe ainda mais quando corre o rumor de que se tornou amante do Conde Andeiro. Mas Leonor tem um plano e não olhará a meios para o concretizar, nem que para isso tenha de desafiar todo um reino. 

A autora best-seller Isabel Stilwell traz-nos a fascinante história de Leonor Teles, maltratada pela História, que a apelidou de Aleivosa. Entre as guerras com Castela, intrigas e conspirações familiares, Isabel Stilwell traça o retrato desta mulher, sem medo, que lutou por aquilo em que acreditava. 


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11. Branco Letal, de Robert Galbraith

Quando Billy, um jovem problemático, procura Cormoran Strike para o ajudar na investigação de um crime que ele pensa ter testemunhado ainda criança, o detetive Strike fica muito impressionado. Embora Billy tenha problemas mentais evidentes e não se consiga lembrar de grandes pormenores, há algo de sincero nele e na história que conta. Mas, mesmo quando Strike começa a querer interrogá-lo, Billy foge do seu escritório em pânico. 

Para tentar perceber realmente a história de Billy, Strike e Robin Ellacott - antiga assistente e agora sócia na agência - partem numa busca tortuosa pelas ruas do submundo de Londres, chegam a um refúgio secreto dentro do Parlamento e, depois, a uma bela e sinistra mansão no interior do país. 

Durante esta investigação labiríntica, a vida de Strike também não está nada fácil: graças à sua recente fama como detetive privado, já não consegue passar despercebido. Além disso, a relação com Robin está mais tensa do que nunca - sim, ela é essencial aos negócios de Strike, mas o relacionamento pessoal que mantêm é muito mais complicado. 

Épico e fascinante, este é o novo episódio da história de Cormoran Strike e Robin Ellacott, aclamada pelos leitores e pela crítica. 


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12. Flores

Por último, as fofas das minhas novas colegas de trabalho ofereceram-me um belo ramo de flores quando regressei do fim de semana. Além de inesperado, foi um gesto muito querido da parte de pessoas que acabei de conhecer. Que seja um bom sinal para os próximos meses. 


Portanto, agora que partilhei contigo os presentes que recebi tanto no Natal quanto no meu aniversário, percebo claramente que cada item carrega consigo muito mais do que um valor material, mas também uma carga emocional significativa. Os presentes foram escolhidos com carinho por amigos e familiares, refletindo as suas percepções sobre mim e o que acreditam que me traria alegria. Com estes gestos, relembro a importância de os valorizar, bem como as intenções por trás deles. Agora, estou ansiosa para aproveitar cada um destes presentes e, mais importante, para criar novas memórias com as pessoas que amo ao longo deste ano. Que venham mais aniversários e Natais repletos de carinho e gratidão! 


O que tens a dizer sobre os meus presentes? Qual o que mais gostaste? Gostarias de ter recebido algum? Que presentes recebeste no Natal? Qual o favorito de todos? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

#Livros - Fiesta, de Ernest Hemingway

 

A capa do livro "Fiesta" de Ernest Hemingway, publicado pela Livros do Brasil, apresenta um fundo vermelho vibrante que evoca a paixão e a intensidade da obra. Uma faixa cor de laranja atravessa a parte superior, trazendo um contraste marcante. No centro, uma ilustração poderosa de um touro em preto simboliza a luta, a bravura e a essência da cultura espanhola, elementos centrais na narrativa de Hemingway. Esta composição visual reflete a atmosfera intensa e a busca por significado que permeiam a história, convidando o leitor a mergulhar em uma jornada de descobertas e emoções.

Sinopse

O enredo de Fiesta - O Sol Nasce Sempre decorre na Europa do pós Primeira Guerra Mundial. À exceção do toureiro Pedro Romero, todos os seus heróis são expatriados dos Estados Unidos da América ou da Grã-Bretanha, e todos eles, quer busquem aventura ou algo indefinido com que preencher o vazio das suas vidas, se instalam em Paris. É esta Geração Perdida a protagonista deste que foi o romance que, lançado em 1926, estabeleceu Hemingway como um dos grandes autores do século XX. No centro da história estão Jake Barnes e Brett Ashley - ele, rapaz infeliz; ela, dona de uma exuberância vibrante - e o seu percurso da Paris boémia às brutais praças de touros de Espanha, em dias de falência moral e dissolução espiritual, de amor frustrado e ilusões perdidas. Este é um romance de culto do período de entre as duas guerras e um retrato brilhante de uma geração de jovens intelectuais que para sempre o marcariam. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

Ernest Hemingway, um dos mais influentes escritores do século XX, é presença habitual por estas paragens, não fosse ele um dos autores que procuro ler todos os anos. Nascido em 1899, o autor trabalhou como jornalista antes de se tornar num famoso romancista, imergindo-se nas experiências que moldariam a sua obra, como a Primeira Guerra Mundial e a sua vivência em Paris nos anos 1920. Hemingway é conhecido pelo seu estilo conciso e directo e pela profundidade emocional que consegue transmitir, revolucionando a narrativa moderna deste modo. Fiesta, também conhecido como O Sol Nasce Sempre, é o segundo romance do autor, publicado em 1926. Passado na década de 1920, o livro retrata a vida dum grupo de expatriados americanos e britânicos que viajam de Paris a Pamplona, para participar da famosa festa de San Firmino e da corrida de touros. 


A obra é considerada um marco da chamada "Geração Perdida", capturando o desencanto e a busca por significado duma geração que viveu as consequências da Primeira Guerra Mundial. Com a sua prosa, Hemingway explora temas como a masculinidade, a desilusão e a busca por identidade, solidificando o seu estilo característico e influenciando profundamente a literatura moderna. No livro, os cenários variam entre cafés parisienses vibrantes e ruas ensolaradas de Pamplona, criando um pano de fundo contrastante para as lutas emocionais e existenciais dos personagens, enquanto todos procuram encontrar-se no mundo pós-guerra. Assim, Hemingway captura não só a exuberância das festas, mas também a tensão subjacente no grupo de amigos que, no meio da alegria e do caos, enfrentam as suas próprias crises pessoais. 


Podes ler também a minha opinião sobre O Adeus às Armas


Jake Barnes, protagonista e narrador, é um jornalista americano que vive em Paris. Ele carrega o peso duma ferida de guerra que o deixou impotente, o que afecta a sua masculinidade e as suas relações, especialmente com Brett. Por seu lado, Lady Brett Ashley, uma mulher independente e carismática, é o objecto de desejo de Jake e representa a liberdade e a modernidade da época, mas também a instabilidade emocional e o vazio da vida do pós-guerra. Outras personagens importantes incluem o irritante Robert Cohn, um escritor inseguro e apaixonado por Brett e Mike Campbell, o noivo de Brett, um aristocrata escocês que lida com as suas próprias inseguranças e frustrações. Assim, cada personagem serve como um reflexo das complexidades temáticas que permeiam a obra, como a busca por identidade, a desilusão e a luta contra a própria vulnerabilidade. 


"É muito importante descobrir saídas graciosas como esta, na vida jornalística, da qual é uma tão importante parte da ética profissional o nunca parecer que se trabalha." 


O amor, tratado de maneira ambígua e muitas vezes efémera, é uma batalha constante entre a necessidade de conexão e a incapacidade de se comprometer plenamente, especialmente num contexto onde a masculinidade é questionada e redefinida. O autor capta, assim, a tensão entre o ideal e a realidade, onde as esperanças e os sonhos são frequentemente ofuscados pela dura realidade da vida. A obra é também marcada pelo simbolismo do toureiro e da tourada, que transcende a mera representação duma tradição cultural espanhola, refletindo uma profunda meditação sobre a vida e a morte. O toureiro, figura central e heroica, encarna a coragem e a habilidade, enfrentando a força bruta do touro, que simboliza tanto a natureza indomável da vida quanto a inevitabilidade da morte. Deste modo, a tourada torna-se uma metáfora da luta existencial do ser humano, onde cada movimento e cada passe do toureiro representam a dança entre a vida e o destino. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Por quem os sinos dobram


Por outro lado, a influência da Primeira Guerra Mundial é palpável e manifesta-se nas vidas dos personagens, que carregam as marcas emocionais, psicológicas e até físicas do conflito. A guerra não só moldou as suas identidades, mas também afetou as suas relações interpessoais, criando um sentimento de desilusão num mundo que parece ter perdido a sua inocência. As experiências traumáticas e a luta para encontrar um propósito tornam-se temas centrais, revelando a complexidade emocional de homens e mulheres que tentam reconstruir as suas vidas num cenário permeado por um profundo desencanto. A tudo isto junta-se a prosa concisa e directa que se tornou na marca registrada de Hemingway. Reflete, assim, uma estética simples que, paradoxalmente, carrega profundidade emocional e complexidade temática. O seu estilo minimalista, caracterizado por frases curtas e diálogos realistas, permite que os leitores mergulhem na experiência dos personagens sem a interferência de adornos excessivos. 


"As mulheres dão amigos extraordinários. Formidáveis de verdade. Em primeiro lugar, há que sentir amor por uma mulher para a amizade ter base."


Já as descrições de ambientes, como as ruelas de Pamplona e a festividade da corrida de touros, são ricas em detalhes sensoriais, estabelecendo um contraste entre a exuberância do cenário e a angústia interna dos protagonistas. Em Fiesta, encontramos também a técnica do subtexto, utilizada magistralmente pelo autor e que se torna uma característica distintiva da sua escrita. Esta técnica permite a transmissão de emoções profundas de maneira subtil e impactante. As pausas, os olhares e os gestos falam mais alto do que as palavras, criando um espaço onde o leitor pode sentir a carga emocional subjacente. Estamos perante mais uma obra-prima deste autor fantástico, que retrata como poucos o pós-guerra, quando ainda se acreditava que esses horrores não se iam repetir nunca mais, ainda que as feridas ainda não tivesse cicatrizado. 


Posto isto, só posso recomendar que dês uma oportunidade a este livro incrível, que pode muito bem cativar diferentes tipos de leitores. É uma escolha perfeita se te interessas pela literatura moderna, se és amante de viagens e culturas diferentes, e se procuras os temas universais, quer sejas adulto ou jovem adulto, este é o livro para ti! Agora, quero saber o que tens a dizer sobre Fiesta! Já leste? O que achaste desta história peculiar? Qual o teu personagem favorito? Que acontecimento mais te surpreendeu? Conta-me tudo nos comentários! 


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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Top 7 Provas Cegas - The Voice Portugal | Season 12

 

Imagem de um microfone antigo em um fundo suave, simbolizando a nostalgia e a tradição da música, perfeita para representar as emocionantes Provas Cegas da Season 12 do The Voice Portugal.

Parece mentira, mas já vamos para a décima segunda temporada do The Voice Portugal que, mais uma vez, nos traz uma onda de emoções e talentos impressionantes, proporcionando aos telespectadores momentos inesquecíveis, sobretudo, durante as Provas Cegas, a minha parte favorita do programa. Este formato, que permite que os jurados avaliem apenas a voz dos concorrentes, sem se deixarem influenciar pela aparência, é sempre um dos pontos altos do programa. Desde performances que nos fazem arrepiar até interpretações que nos deixam sem palavras, esta fase do concurso revela verdadeiros diamantes em bruto da música portuguesa. 

Hoje, volto para partilhar o meu Top 7 das Provas Cegas da Season 12, selecionando as actuações que mais me cativaram e que, sem dúvida, deixaram uma marca forte na memória do público. Cada uma destas performances não só destacou o talento singular de cada concorrente, mas também a sua capacidade de emocionar e conectar-se com o público. Prepara-te para reviveres alguns dos melhores momentos desta edição do The Voice Portugal e descobrir quais vozes se destacaram na minha lista! 


Buy Me A Coffee

1. Hélia Bunga - Equipa Sara

Neste tipo de programa de talentos, existem músicas que, invariavelmente, aparecem em todas as edições o que, a certa altura, já se torna um tanto aborrecido e dificulta a tarefa de surpreender com estes mesmos temas que já tiveram tantas e tantas versões mais ou menos originais. Portanto, quando vi que vinha aí a milésima versão de Listen, não estava tentada a escolher a cantora, mas a Hélia entregou uma actuação espectacular, repleta de emoção e onde mostrou a sua potência vocal. Virou quatro cadeiras e foi bem merecido. 



2. Fátima Neto - Equipa Sónia 

Concorrentes que tocam um instrumento ganham sempre um lugar especial no meu coração e a escolha musical da Fátima é tão rara que destaca-se logo e é inevitável ficar com ela na memória. Fez uma Prova Cega que muito me agradou, mas só convenceu a Sónia Tavares a virar a cadeira, e admito que na Batalha não brilhou tanto quanto esperava. Ainda assim, merece o seu lugar aqui no meu Top 7. 



3. Rita Nunes - Equipa Nininho 

A Rita tem uma voz potente, um timbre bonito e um bom gosto musical que lhe permite pegar em músicas icónicas e torná-las suas de alguma forma. A sua Prova Cega foi um sucesso, virou quatro cadeiras e tornou-se finalista do Nininho com todo o mérito. 



4. Joana d'Alma - Equipa Fernando

Esta menina veio cantar My Immortal e eu fiquei céptica, com muitas dúvidas do que viria com esta performance. A verdade é que entregou tudo, com direito a acompanhar-se ao piano no início e terminar a provar todo o seu potencial vocal, atingindo notas inacreditáveis. Virou quatro cadeiras, não chegou longe no concurso, mas ainda teve oportunidade de cantar um original, portanto, temos artista. 



5. Pedro Silva - Equipa Sónia 

Fenómeno semelhante à repetição das mesmas músicas, edição após edição, agora temos aqui a repetição da música dentro da mesma edição, ainda nas Provas Cegas. Eu entendo que existem músicas que todos gostariam de cantar, mas não consigo compreender o interesse de o permitir para o programa propriamente dito. Posto isto, o Pedro entregou a sua versão de Wicked Game, música extraordinária que por si só quase que merece que se carregue no botão. Virou as quatro cadeiras e só tenho pena que não tenha chegado às Galas, porque gostava muito de ouvir mais este rapaz. 



6. Gonçalo Lopes - Equipa Sara 

Há talentos que nos marcam, mesmo quando não os reconhecemos. Temos aqui algo inédito da minha parte, um repetente, que já constou num Top 7 de Provas Cegas da edição que participou anteriormente. O Gonçalo voltou ao The Voice e volta a conquistar o seu lugar, passados tantos anos. De facto, pareceu-me familiar, mas só agora que vim aqui escrever é que associei ao Gonçalo do passado. O seu talento é inegável. Virou quatro cadeiras e chegou às semifinais. Sem tirar mérito ao vencedor, confesso que o Gonçalo era o meu preferido desta temporada. 



7. Catarina Faria - Equipa Nininho 

Mais uma música sempre presente em concursos de talentos, mas que a Catarina, tão jovem, dominou com uma segurança e precisão poucas vezes vista. Se com 17 anos faz isto, não quero sequer imaginar o que fará nos próximos anos. Virou quatro cadeiras e marcou presença nas galas, mas acredito que ainda iremos ouvir falar desta menina e da sua música. 



O vencedor, Rafael Ribeiro, da Equipa do Fernando Daniel, tão competitivo como mentor quanto foi como concorrente, esteve nesta lista até ter conquistado o primeiro lugar, por isso, parece-me evidente que lhe reconheço o valor e o talento. Como já referi, não era o meu favorito, mas mereceu pelas performances que entregou e foi giro ver replicado o trabalho do mentor Fernando, como se tivesse aprendido bem a sua lição e fosse capaz de transmitir os ensinamentos mais úteis. Continuo a ter muitas saudades da minha Marisa Liz, por puro gosto pessoal e pelo seu trabalho extraordinário enquanto mentora, mas admito que estamos bem entregues com este painel talentoso e bem diferente entre si. 


Rafael Ribeiro, vencedor da Season 12 do The Voice Portugal, sorri ao lado de seu mentor Fernando Daniel, celebrando a conquista do primeiro lugar..

Agora, que esta edição chegou ao fim, com mais uma remessa de talentos, que parecem nascer das pedras, termina o meu programa favorito, o único que gosto de acompanhar e que me prende à televisão. Entretanto, deverá surgir o novo The Voice Kids, por isso, teremos encontro marcado com mais Provas Cegas. Hoje, quero saber o que achaste desta Season 12 do The Voice Portugal! Acompanhaste o programa? Qual o teu concorrente favorito? Tens algum mentor preferido? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


Vê também o meu Top 7 das edições anteriores: 


Season 2 

Season 3 

Season 4 

Season 5 

Season 6 

Season 7 

Season 8 

Season 9 

Season 10 

Season 11 

Kids Season 2 

Kids Season 3 

Kids Season 4 

Kids Season 5 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

#Livros - Excalibur, de Bernard Cornwell

 

A capa do livro "Excalibur", de Bernard Cornwell, apresenta uma espada imponente, simbolizando a força e a bravura dos guerreiros da época medieval. O fundo cinzento evoca uma atmosfera de mistério e tensão, enquanto o vislumbre de um escudo defensivo sugere a luta constante entre o bem e o mal. Esta imagem poderosa captura a essência da narrativa épica e das batalhas que definem o destino dos personagens, prometendo uma jornada repleta de ação e heroísmo.

Sinopse

Artur esmagou a revolta de Lancelote, mas o preço foi elevado. A traição de Guinevere deixou-o fragilizado e os seus inimigos saxões pretendem aproveitar-se dessa vulnerabilidade. O caos ameaça dominar a Bretanha. Mas Artur já deu provas do seu génio militar e, à medida que a próxima batalha se aproxima, prepara-se para abrir caminho até à vitória em Monte Badon e reconquistar a mulher que perdeu. 

Mas quais serão as consequências das intrigas de Modred, agora o herdeiro ao trono da Bretanha, e da magia da sacerdotisa Nimue, que querem exterminar Artur? 

Não perca a conclusão da trilogia dos Senhores de Guerra, a saga em que Cornwell dá nova vida ao mito arturiano, combinando com perícia a lenda e os factos históricos. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

Bernard Cornwell, famoso autor britânico, ganhou notoriedade principalmente pela sua série Crónicas Saxónicas, que retrata as invasões vikings na Inglaterra, além das suas histórias sobre a Guerra da Independência Americana e as batalhas napoleónicas, ou seja, só temas interessantes e que conto ler no futuro. Excalibur é o terceiro e último volume da trilogia As Crónicas de Artur que reimagina a lendária história do Rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda. Nesta trilogia, o autor oferece uma interpretação vívida e realista dos mitos e lendas que cercam Artur, levando-nos para a turbulenta Britânia do século VI, marcada por conflitos entre saxões e britânicos. Seguimos a trajetória do jovem Artur, à medida que ele luta para unificar a sua terra, com traições, batalhas épicas e dilemas morais pelo meio, enquanto exploramos as complexas relações com personagens icónicos como Merlim, Guinevere ou Lancelot. 


Após a queda do Império Romano, a ilha é devastada por invasões e disputas internas, com os saxões, anglos e jutos avançando sobre as terras dos bretões. Este período histórico é caracterizado por uma profunda fragmentação política e social, onde pequenos reinos lutam entre si por território e influência. A resistência dos bretões, liderados por figuras como Artur, representa a luta pela preservação duma identidade cultural e pela busca de unidade no meio do caos que os cerca. Assim, Cornwell, além de reimaginar os mitos arturianos, também reflete a complexidade das dinâmicas sociais e militares dessa época, onde honra, traição e heroísmo se entrelaçam nas batalhas que moldaram a história da Britânia. 


Podes ler também a minha opinião sobre O Rei do Inverno


Em Excalibur, o autor apresenta uma narrativa rica e envolvente, centrada em personagens icónicos que moldam a lenda do Rei Artur. O protagonista e narrador, Derfel Cadarn, é um guerreiro leal e corajoso, cuja jornada de vida nos oferece uma perspectiva única sobre os eventos que cercam a ascensão e queda de Artur. Artur, o guerreiro destemido e carismático que se recusou a tomar a coroa para si mesmo, é retratado como um líder que luta pelo reino do seu pai e, acima de tudo, pelos seus ideais de justiça e unidade. Por outro lado, temos Merlim, o enigmático e poderoso mago, que desempenha um papel crucial como conselheiro e mentor, representando a luta pela religião antiga, num momento em que o Catolicismo ganha mais e mais força no território. 


"A História é um relato feito pelos homens e composto por eles, todavia nesta história de Artur, como o débil luzir do salmão nas águas turvas de limos, as mulheres brilham." 


O desenvolvimento dos personagens é uma das forças motrizes da narrativa, oferecendo uma rica tapeçaria de conflitos internos e transformações que refletem as complexidades da época medieval. No centro volta a estar Artur, agora mais velho, mais desiludido e ciente das traições ao seu redor, tendo sofrido a maior de todas por parte do que julgava seu amigo, Lancelot, e da sua amada Guinevere. No entanto, apesar de tudo, continua a ser a figura capaz de reunir homens que mais nada têm em comum além da lealdade para com ele e a crença de que é ele o homem certo para ocupar o trono. Com o relato de Derfel, percebemos que Artur reúne em si temas como a honra, lealdade, guerra e destino. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre O Inimigo de Deus


A honra é retratada não só como um código de conduta, mas como uma força motriz que guia as acções dos personagens, moldando o seu destino e dos conflitos em que estão envolvidos. A lealdade, tanto a amigos quanto a ideias, é testada em várias ocasiões, revelando a fragilidade e a complexidade das relações humanas em tempos de guerra. Cornwell volta a explorar a brutalidade dos combates, alguns dos mais famosos da época, não só como um pano de fundo, mas como um catalisador que provoca reflexões sobre o verdadeiro significado da coragem e do sacrifício. O destino, por sua vez, é um fio invisível que entrelaça as vidas dos personagens, questionando até que ponto somos senhores dos nossos próprios caminhos ou meras marionetes das circunstâncias. A narrativa do autor torna-se um poderoso espelho das lutas internas e externas que moldam o ser humano, dando vida a um épico que repercute tanto no passado quanto no presente. 


"O grande feito de Arthur foi ter-nos mantido a salvo dos Saxões durante uma geração inteira e, para que isso fosse possível, ele ensinou os nossos reis a terem coragem. Mas quão fracos se tornaram os nossos governantes, desde então!" 


Antes de ter embarcado nesta trilogia, não conhecia a escrita de Bernard Cornwell, mas agora estou rendida ao seu talento e à sua capacidade de nos transportar para o coração da narrativa e quero muito continuar a descobrir as suas obras. A sua habilidade para criar descrições vívidas permite que os cenários e os personagens ganham vida, proporcionando uma imersão total no universo medieval que ele retrata. Os combates são descritos com uma intensidade que faz o leitor sentir a adrenalina e o peso das espadas, enquanto os detalhes dos ambientes são pintados com uma riqueza sensorial impressionante. Sem esquecer os diálogos que são autênticos e dinâmicos, capturando a essência dos personagens e das suas dinâmicas. O ritmo já tinha acelerado no volume anterior, mas em Excalibur é frenético e fica muito difícil parar a cada novo capítulo, refletindo a intensidade e a urgência dos eventos que se desenrolam. 


Só posso dizer que Excalibur é uma obra envolvente com batalhas e intrigas, que encerra a vida lendária do Rei Artur e dos seus companheiros. Cornwell habilmente mistura história e ficção, proporcionando uma visão rica e realista dos conflitos e das alianças que moldaram a Britânia do século VI e entrega um final inesquecível e convincente para um dos mitos mais icónicos do Ocidente, deixando uma marca indelével no imaginário dos amantes da literatura histórica. Portanto, se és fã de histórias épicas, romances históricos ou da fascinante lenda arturiana, a trilogia de Bernard Cornwell é uma leitura indispensável. Se aceitares o convite e mergulhares nesta saga, prepara-te para seres transportada para um mundo de bravura e traição, onde cada página te manterá ansiosa por mais. 


Agora, quero saber o que tens a dizer! Já leste esta trilogia? O que mais te impactou na jornada de Artur e dos seus cavaleiros? Que aspecto da lenda mais te surpreendeu? Recomendas outros livros de Bernard Cornwell? Conta-me tudo nos comentários! 


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