Sinopse
Sex/Life acompanha Billie Connelly, uma dona de casa que tem dois filhos pequenos e mora num subúrbio de Connecticut. Mas nem sempre foi assim: antes de se casar com o bem-sucedido e carinhoso Cooper, ela levava uma vida selvagem na cidade de Nova Iorque. Junto da sua melhor amiga, Sasha, ela costumava divertir-se todas as noites, sem nunca perder uma oportunidade.
Agora, quanto mais Billie se afunda no quotidiano familiar, mais ela sente falta do seu passado tão agitado - e, sobretudo, do relacionamento com o seu ex-namorado, Brad. Presa entre as suas responsabilidades reais e os seus desejos sexuais, ela começa a escrever um diário, colocando no papel fantasias selvagens com o seu antigo amante. Até que, um dia, o seu marido encontra o diário e percebe a necessidade de Billie voltar a ser quem era. Assim, o casal embarca numa jornada de autodescoberta, que vai colocar o seu casamento no meio de uma crise.
Opinião
Depois de tanto burburinho em torno da série Sex/Life nos últimos meses, decidi dar-lhe uma oportunidade e tirar as minhas próprias conclusões. Ouvi opiniões tão díspares que só posso dizer-te, antes de mais nada, que deves ver para depois poderes ler ou ouvir os palpites dos outros e perceber do que falam. Primeiro, porque é difícil falar dela sem dar alguns spoilers, e depois porque me parece que as opiniões de cada um estarão relacionadas com as suas vivências, valores e com a vontade de falar verdade sem puritanismo ou falso moralismo.
É certo que esta última parte é válida para a grande maioria, senão a totalidade, das nossas opiniões, mas numa série onde a vida sexual de um casal e, sobretudo, da mulher é tão explorada e exposta, acentuam-se as polémicas e revelam-se os machistas que ainda se encontram por aí, alguns que nem se apercebem que o são. Porque não há nada que ainda choque tanto as pessoas como uma mulher bem casada, com filhos, que deseja ter uma vida sexual activa e satisfatória com o seu marido.
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É curioso que ouvimos a maioria dos maridos reclamarem por as suas mulheres terem perdido o apetite sexual, especialmente depois da maternidade, e constatamos que as reacções quando uma mulher pretende reavivar essa sexualidade e não a deixar morrer e cair na monotonia são de que se trata de uma mulher pouco recomendável, para dizer o mínimo. Não falta quem diga que se trata de uma puta, inclusive mulheres. Mas para ser sincera, também vi quem dissesse que o marido é que era o idiota por não dar valor à mulher apaixonada que lhe calhou em sorte e que, depois de ser mãe, quer continuar a ser desejada.
Mas vamos começar pelo início, ou seja, por falar do enredo propriamente dito. Temos a protagonista, Billie, que se apresenta como uma mulher muito bem casada, com um marido lindo de morrer, honesto e fiel, mãe de dois filhos pequenos e que, por eles, abandona a carreira e torna-se numa dona de casa. No entanto, antes de se casar, Billie era uma mulher apaixonada pelos prazeres e pela diversão, que pretendia construir uma grande carreira na psicologia.
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A mulher que em que se tornou e a mulher que foi começam um conflito interno que a faz questionar a vida que escolheu e se o que deixou para trás ficou perdido para sempre e não pode ser compatível com uma vida familiar feliz e estável. Será possível que o homem que lhe dá a estabilidade e tranquilidade, lhe dar também a adrenalina e a tesão arrebatadora? Ou terá de procurar o que lhe falta na sua vida familiar, num lugar do seu passado que era perfeito nesse departamento?
Esta luta interior gera um sentimento de culpa, pois as mulheres habitualmente calam esses impulsos e resignam-se com a sorte de ter uma família, ignorando tudo o mais que lhes poderá faltar para serem verdadeiramente felizes. A sociedade é hipócrita e, embora muitas pessoas sintam estes mesmos dilemas, não aceita ouvir falar deles em voz alta e olha para Billie como uma louca que não sabe a sorte que tem. É deste dilema que a série vive, numa triângulo amoroso escaldante e que parece impossível de resolver.
É verdade que existem muitos aspectos medíocres nesta série e que poderiam ser melhorados, mas o que quero destacar é que temos em destaque os problemas, as dúvidas, os dilemas das mulheres, mães e esposas, retratados aqui sem grandes filtros, sem ter em consideração o que se espera que seja, mas partilhando o que poderá ser a realidade de muita gente, que se retrai com medo do julgamento alheio. Agora conta-me tudo. O que achaste de Sex/Life? Ficaste chocada ou acreditas que representa a verdade para algumas mulheres?