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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

#Séries - Lúcifer | Season 5 - 6

 

#Séries - Lúcifer | Season 5 - 6

Eis que finalmente e depois de muitos percalços e desvios, nos chegaram as últimas temporadas de Lúcifer. Depois da quinta temporada ter ficado a meio por demasiado tempo, foi com ânsias que devorei o final da mesma e roí as unhas enquanto esperava pela sexta que prometia apresentar o final da série. As expectativas eram muito altas, pelo brilhantismo da história que nos vem sendo contada desde o primeiro episódio, pelo elenco soberbo e porque é impossível não ficar envolvido por esta combinação explosiva. 


Começo por dizer que adorei a aparição física e sem sentidos dúbios ou possíveis mal entendidos de Deus, enquanto pai de Lúcifer, Amenadiel e todos os restantes anjos, bem como, da humanidade. A sua tentativa de colocar a casa em ordem e resolver os conflitos entre os seus filhos é uma grande empreitada e a sua visita estende-se por vários episódios, dando nos a oportunidade de assistir à tentativa de aproximação com Lúcifer e a admissão dos seus erros e falhas enquanto pai. Quase como mais uma prova de que nós, humanos, fomos realmente criados à imagem e semelhança de Deus. 


Podes ler também a minha opinião sobre as temporadas anteriores de Lúcifer 


A batalha final da quinta temporada é épica e, não fosse o gancho deixado em aberto no seu final, teria sido uma forma para cima de espectacular de terminar a série. A luta que coloca anjos contra anjos, na defesa do seu candidato para substituir o pai, é mesmo especial e empolgante. Isto sem esquecer o papel fundamental da Maze, com os seus irmãos demónios, e de Chloe e da sua viagem inacreditável durante a batalha. 


#Séries - Lúcifer | Season 5 - 6

O início da sexta temporada é um tanto ou quanto estranho, transmitindo uma sensação de quebra perante o ritmo que sentimos no final da anterior. O novo anjo a quem somos apresentados introduz um clima de mistério muito interessante e renova o vigor da série, mas é importante não esquecer nem subestimar alguns dos personagens, considerados secundários, que acompanhamos desde o início. Falo da Linda, a psicóloga mais icónica da História da Humanidade, depois de ter sentado no seu sofá o Diabo em pessoa e o próprio Deus. Isto para não falar de que teve um filho de um anjo e foi torturada pela Deusa da Criação. 


Podes ver ainda a minha opinião sobre Gambito da Dama 


Depois a fofinha da Ella, que tinha em torno de si a dúvida sobre se algum dia saberia a verdade sobre os seus amigos. Independentemente de saber ou não, comprova-se que é nela que reside a voz da razão, consubstanciada na sua fé imensa e profunda, aliada a uma empatia e sensibilidade acima da média. Por outro lado, o pouco destaque dado à Trixie deixou toda a gente triste e eu não sou a excepção. Penso que existiram alguns momentos-chave onde a filha de Chloe tinha de estar presente. Isto para não falar que não existiu um momento onde a menina diz claramente que sabe a verdade, algo que podemos intuir obviamente mas, ainda assim, teria sido bonito de ver. 



Ao contrário do que tenho ouvido, confesso que não estava a ver para onde a história estava a caminhar e a dada altura até me senti meio perdida e inquieta. Inquieta por temer que fossem tocar algo sem sentido e pouco credível, mas a verdade é que o final foi muito coeso e de facto faz sentido, tendo em conta o que sabemos sobre cada um dos protagonistas. As saudades já são muitas e agora só me resta ganhar coragem para ver se me dedico a ler A Divina Comédia e Paraíso Perdido.


Agora conta-me tudo: já viste as últimas temporadas? O que achaste deste final? Ficaste satisfeita? 

terça-feira, 26 de outubro de 2021

#Livros - Como Vento Selvagem, de Sveva Casati Modignani

 

#Livros - Como Vento Selvagem, de Sveva Casati Modignani

Sinopse

Mistral Vernati, o grande campeão de Fórmula Um, está em coma no hospital, depois de um terrível acidente na pista de Monza. Enquanto Mistral luta pela vida, uma pequena multidão de personagens move-se à sua volta, com motivações diversas e nem sempre confessáveis. Maria, a companheira, o seu primeiro e único amor; a mãe, que nunca conseguiu compreender as suas opções de vida, mas para quem ele era a sua razão de viver; Chantal, a mulher que nunca o libertou de um casamento falhado, e que mesmo naquele momento dramático só pensa em arruiná-lo; os filhos, Manuel e Fiamma. Entre recordações e segredos, descobriremos a verdadeira história de Mistral e Maria. 


Sveva Casati Modignani apresenta-nos uma história tão romântica quanto dolorosa, dando vida a figuras inesquecíveis que animam a soberba intriga deste romance.


Opinião

Depois da primeira experiência com esta autora, no ido ano de 2018 com o livro O Regresso da Primavera, só agora voltei a ter contacto com a sua escrita. Não aconteceu mais cedo porque, apesar de ter apreciado, não me arrebatou ao ponto de me fazer querer ler tudo o que escreveu. Por um lado, a minha carteira agradece, que isto não há dinheiro que chegue para tudo o que gostaria de ter e de ler ou reler. Contudo, isto não quer dizer que não seja com prazer que tenho lido os romances desta autora italiana que é tão popular entre nós, portugueses. 


Sveva escreve de forma brilhante, cria personagens interessantes e complexas, além de que constrói narrativas que nos prendem verdadeiramente. Para mim, não tem sido uma experiência de leitura compulsiva como me acontece com outros livros, mas, ainda assim, é um prazer acompanhar o que nos quer contar. Para terminar estas impressões gerais sobre a autora, devo dizer que, depois de ter lido dois livros, não fiquei de todo com a sensação de estar a ler mais do mesmo e penso que voltarei, assim que possível, a ler mais obras desta autora. 


Podes ler também a minha opinião sobre No teu olhar


Posto isto, vamos falar sobre este mundo tão peculiar que a autora nos apresenta neste livro. Afinal de contas, não é habitual sermos apresentados ao universo da Fórmula 1, das corridas alucinantes e dos níveis de adrenalina tão altos. Somos apresentados ao Mistral praticamente na pista e somos espectadores do acidente que vai permitir conhecer e desvendar os mistérios em torno do passado de ambos os protagonistas. 


"Sobretudo, Raul era movido pela admiração e pelo afeto que tinha por Mistral e pelo sentimento de culpa que experimentava ao sabê-lo em perigo de vida."


O facto de nos ser contado o passado e o presente de forma alternada imprime um ritmo muito interessante à narrativa e prende a atenção do leitor de um jeito muito particular. Depois do acidente, o foco vai alternando entre as várias pessoas que estão ao redor de Mistral sendo destacada a ligação que os une, bem como o passado de cada um. Por exemplo, o passado da mãe de Mistral é contado, mesmo antes do nascimento do filho, e com uma abertura que nos permite ver os seus pensamentos e o que sentiu em determinadas situações da sua vida. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre A Praia das Pétalas de Rosa


Alguns dos que contribuíram para a carreira de Mistral também são apresentados de forma mais pormenorizada, nomeadamente o papel que tiveram no seu crescimento enquanto mecânico, piloto e amante de motores. Depois, temos o foco na sua companheira, Maria, que o conhece desde sempre, dado que cresceram na mesma localidade, e que tem uma história de vida arrebatadora e muito mais cheia de adrenalina que a do piloto que corre a altas velocidades. 


"(...) tu és o Mistral, tens dentro de ti o vento selvagem da minha Provença. Agora queres que toda a gente acredite que ele partiu e se transformou numa doce brisa que sopra sobre ti e sobre os teus afetos."


Maria foi o primeiro amor de Mistral e ele o seu, embora tenham de se ter desencontrado e viver outras histórias, algumas trágicas ou simplesmente tristes, para se poderem reencontrar e perceber a importância que tinham um para o outro. Parece uma simples história de primeiro amor perdido e reencontrado, colocado num cenário invulgar, mas é muito mais que isso. Tem mistério, crime, máfia, tragédias e revelações inesperadas. 


Portanto, foi um livro muito envolvente e que me voltou a deixar a certeza tranquila de que iria voltar a encontrar esta autora e quer-me parecer que irei voltar a gostar da experiência de leitura. Costumas acompanhar o trabalho de Sveva Casati Modignani? Já leste este? Qual o teu favorito da autora? Conta-me tudo nos comentários. 


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quinta-feira, 21 de outubro de 2021

#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça

 

#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça

Já se passaram uns meses desde que vim aqui falar de Decoração, voltada para a sustentabilidade e para a reciclagem de produtos que, regra geral, vão parar ao caixote do lixo. É algo que gosto muito de ver no Pinterest, por exemplo, e onde me surgem as ideias mais incríveis e que procuro que sejam simples. No entanto, para que os mais habilidosos não se sintam excluídos, tento encontrar um equilíbrio entre as propostas mais simples e as mais complexas. 


Hoje, vamos ver algumas ideias para reciclar rolhas de cortiça que todos temos em casa. Algumas costumo guardar para quando sobra vinho e preciso guardar no frigorifico, mas a verdade é que sobram muitas que acabam por ir para o lixo mesmo. Também te acontece o mesmo? Assim sendo, vamos às ideias propriamente ditas:


1. Pousa-Copos

Esta é bem original e torna-se num toque muito elegante em qualquer mesa. Aliás, foi o mote que me fez pesquisar por outras ideias e decidir o que poderia fazer, sem necessitar de muita habilidade, para reaproveitar as rolhas cá de casa. 


#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Pousa Copos

#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Pousa Copos

2. Quadro de Recados

Nunca me teria passado pela cabeça, mas esta é das ideias mais incríveis e que faz muito sentido. Afinal, se compramos quadros de cortiça, porque não fazer um? A mim parece-me espectacular. 


#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Quadro de Recados

#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Quadro de Recados

3. Tapete de Banho 

Quem se lembraria de ter um tapete de banho feito com rolhas de cortiça? É inesperado mas muito interessante, sem dúvida. Eras capaz de fazer? 


#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Tapete de Banho

Podes ver também 7 Ideias para Decorar com Pneus Velhos


4. Espelho

Mais uma solução que nunca me tinha ocorrido. Espelhos decorados com rolhas de cortiça é algo inesperado mas encontrei opções muito engraçadas e que dão um toque único a qualquer ambiente. 


#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Espelho

5. Candeeiros 

E que dizer de colocar rolhas de cortiça nos candeeiros? Nunca me passaria pela cabeça, mas parece-me muito interessante para os mais arrojados e também para os mais talentosos. 


#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Candeeiro

#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Candeeiro

6. Mesa

Aqui confesso que não tenho condições de me meter num empreendimento destes, mas adorava. Acho a ideia incrível e desafio-te a pores em prática e me enviares porque adorava ver esta sugestão em particular a ser feita por um de nós. És capaz? 


#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Mesa

Podes ver ainda como Reciclar Gavetas Velhas


7. Base para quentes

Também adorei esta sugestão e acho que também fica muito bonito, além de ser verdadeiramente prático para qualquer cozinha que se preze. Em vez de comprar, vamos fazer a nossa base para quentes. 


#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Base para quentes

#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Base para quentes

8. Porta Retratos

Esta talvez seja a mais simples e, ainda assim, é muito original e parece-me uma ideia gira para oferecer ou para colocar nos nossos escritórios, por exemplo. Onde achas que ficava bem um porta retratos destes? 


#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Porta Retratos

#Decoração - 8 Ideias para Reciclar Rolhas de Cortiça | Porta Retratos

Gostaste destas ideias para reciclar rolhas de cortiça? Qual a tua favorita? Vais te aventurar a fazer alguma?

terça-feira, 19 de outubro de 2021

#Livros - A Idade da Inocência, de Edith Wharton

 

#Livros - A Idade da Inocência, de Edith Wharton

Sinopse

A Idade da Inocência é um livro intemporal sobre as complexas relações entre as tradições da sociedade e os desejos individuais. 

Fresco magistral do desejo e da traição da elite de Nova Iorque no final do século XIX, este romance acompanha a história de um homem confrontado com uma decisão dilacerante: ou define a sua vida com coragem ou arruína-a sem misericórdia. 

Com maturidade, Edith Wharton pretende compreender os valores que guiaram a sociedade dos Estados Unidos até à Primeira Guerra Mundial, para então saudar a nova era que se iniciava, e presentou-nos com um romance despiedado e profundamente actual. 


Opinião

Depois de ler a opinião da Melanie, não resisti a deixar este menino mais tempo na estante sem o ler. Era, de facto, uma vergonha, mas a verdade é que nunca me prendeu a atenção tempo suficiente para perceber o seu potencial e o que realmente se escondia nas suas páginas. Ainda bem que decidi pegar nele e fazê-lo galgar posições na lista de espera, porque esta viagem é fascinante. 


Tudo começa na Nova Iorque do final do século XIX, onde somos apresentados a uma sociedade absurdamente tradicionalista, tendo em conta que estamos no Novo Mundo. A alta roda é ainda regida por valores e preconceitos enraizados e dados como essenciais para distinguir a verdadeira nata dessa sociedade dos recém-chegados que procuram corromper o que acham que está certo. É um conflito latente e que procura separar o trigo do joio, numa luta inglória contra a modernidade inevitável. 


Podes ler também a minha opinião sobre Romeu e Julieta


O início do livro é um tanto ou quanto confuso porque são muitas personagens a serem introduzidas em simultâneo. Basta pensar que a trama se inicia na Ópera, onde está presente toda e qualquer pessoa que mereça ser considerada como alguém de quem se fala e com quem se quer privar. São nomes, atrás de nomes, que fica difícil reter e identificar logo quando voltam a aparecer mais tarde. Tanto que, nas primeiras páginas, não fica logo claro para onde se encaminha a história e quem são os verdadeiros protagonistas, os que é importante seguir desde a primeira linha. 


"Mas como é que tantas gerações de mulheres entre os seus antepassados tinham sido encerradas em jazigos vendadas? Estremeceu ao recordar algumas das novas ideias dos seus livros científicos, e o exemplo tão mencionado do peixe da caverna de Kentuky, que deixou de desenvolver olhos porque não os usava."


Então, o encontro na Ópera de Nova Iorque é onde somos apresentados ao triângulo amoroso que vai surgir ao longo dos capítulos e determina a diferença entre as duas mulheres que o compõem e que evidenciam o conflito interior do nosso protagonista, Newland, entre as tradições da sociedade onde sempre viveu e cresceu, e a visão tentadora da modernidade que consegue vislumbrar nos livros que recebe vindos do outro lado do Atlântico e das suas viagens ocasionais. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre O Monte dos Vendavais


Posto isto, parece-me justo dizer que Newland é um homem dividido entre dois tempos, duas formas de viver e de pensar, com um desejo enorme de abraçar essa modernidade que lhe faz sentido, mas ainda com imensas amarras às tradições e ao seu mundo familiar e cómodo, onde sabe exactamente o seu papel e o que esperam de si. As mulheres que o dividem são a sua noiva, May, uma menina linda e inocente, totalmente enquadrada na sociedade onde circulava e talhada para se tornar na esposa que um homem bem estabelecido precisa, e a prima desta, recém-chegada da Europa, separada do marido e que promete escandalizar Nova Iorque. 


"Não tinha motivos para tentar emancipar uma esposa que não tinha a mais remota noção de que não era livre; e já havia tempo que tinha descoberto que o único uso dessa liberdade que May supunha possuir seria depositar a referida liberdade no altar de adoração da esposa."


Torna-se numa leitura voraz porque passamos o tempo a tentar perceber que decisão irá tomar o protagonista, se segue as convenções ou o seu coração. O livro é escrito de forma magistral, num estilo muito próprio, e que nos envolve de uma forma absoluta. De ressalvar ainda que estamos perante o livro que permitiu a Edith Wharton receber o seu Prémio Pulitzer, tornando-se na primeira mulher a conseguir alcançar este feito literário e que lhe granjeou um lugar confortável como uma das melhores escritoras norte-americanas de todos os tempos. 


Portanto, só te posso recomendar este livro, porque vale mesmo a pena conhecer a autora, as personagens e a Nova Iorque que ela nos apresenta. Já conheces a autora? O que achas do livro? E já agora, viste o filme? 


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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

#Filmes - Snu

 

#Filmes - Snu

Sinopse

Snu é dinamarquesa e a fundadora da editora D. Quixote, publicando livros que desafiam a censura do Estado Novo. Francisco é um dos mais carismáticos políticos portugueses. Ambos são casados. Ele tem cinco filhos e ela tem três. 


Snu Abecassis conhece Francisco Sá-Carneiro no dia 6 de Janeiro de 1976. Apaixonam-se irremediavelmente e decidem assumir esse amor num Portugal em plena reconstrução das cinzas do fascismo, abalando as convenções nacionais. Partilham valores e ambição, lutam juntos pela democracia e pela liberdade, deixando a sua marca na política e na sociedade. 


Morrem tragicamente em 1980, protagonizando uma das grandes histórias de amor do século XX. 


Opinião 

Desde que este filme foi anunciado que queria muito vê-lo. Na altura, não me foi possível ver no cinema e nunca mais o encontrava disponível pelas vias alternativas. Enfim, foi em 2021 que consegui ver com os meus olhos como se saiu Inês Castel-Branco como Snu, sobre quem tinha umas expectativas muito elevadas, e para constatar de que forma abordaram esta história de amor tão icónica de Portugal no século XX. 


Posso começar pela interpretação da Inês que está só sublime. Ela é linda de morrer, todos sabemos, mas conseguiu encarnar a personagem com um bom gosto e um claro respeito pela mulher a quem estava a dar vida. Consegue transmitir a força da personalidade de Snu, a intensidade dos seus sentimentos, sem esquecer a sua importante origem nórdica que lhe conferia uma camada mais gélida no trato. 


Podes ler também a minha opinião sobre Grace do Mónaco


A fotografia é linda e de extremo bom gosto também, o elenco é de luxo, para dizer o mínimo, o figurino é espectacular, bem como a cenografia, que nos consegue transportar na perfeição para os anos loucos do pós revolução. Apesar de ter algum conhecimento sobre a época em questão e sobre os protagonistas desses tempos, houve momentos em que senti dificuldade em perceber quem eram alguns personagens mais fugazes e com participações mais curtas. Mas, como não existem muitas informações explícitas sobre quem é quem, imagino que os mais distraídos ou os mais jovens, tenham tido dificuldades maiores nesse campo. 


#Filmes - Snu

O Pedro Almendra foi uma agradável surpresa e o trabalho que fez é impressionante porque, na larga maioria do filme, só via Francisco Sá-Carneiro e não o actor a desempenhar um papel. As montagens onde se alterna imagens de arquivo com o verdadeiro Sá-Carneiro são espectaculares e os momentos em que era mais fácil perceber as diferenças físicas entre os dois. A química entre os dois protagonistas também resultou muito bem e, mesmo sem cenas íntimas, a intimidade e cumplicidade do amor que pretendiam retratar foi passada na perfeição. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Variações


É importante que esta história de amor, coragem e verdade seja contada para que os mais novos saibam quem foram estas pessoas essenciais da nossa História. É fascinante saber que existiu um homem que colocou a verdade dos seus sentimentos à frente da sua carreira política, não aceitando negar ou viver o seu amor às escondidas para alcançar o poder mais facilmente e com menos percalços. Por outro lado, é inspirador saber que, apesar destas circunstâncias pessoais, o Portugal conservador dos anos 70 foi capaz de votar neste homem e elegê-lo como Primeiro-Ministro. 



Além disso, ao ver este filme e conhecer o destino trágico das personagens, é inevitável pensar que Portugal teríamos hoje se o acidente não tivesse acontecido e se lhes tivesse sido permitido construir o país com que sonhavam. Por causa do filme, agora só quero saber mais sobre Snu e Francisco e quero muito ler Snu e a Vida Privada com Sá Carneiro, só para começar a descobrir o percurso dos dois e a solo de cada um. 


Tiveste os mesmos pensamentos com este filme? O que achaste da forma como foi contada a história e como foram retratadas estas personalidades icónicas? 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

#Livros - Sapiens História Breve da Humanidade, de Yuval Noah Harari

 

#Livros - Sapiens História Breve da Humanidade, de Yuval Noah Harari

Sinopse

Recorrendo a ideias da paleontologia, antropologia e sociologia, Yuval Noah Harari analisa os principais saltos evolutivos da humanidade, desde as espécies humanas que coexistiam na Idade da Pedra até às revoluções tecnológicas e políticas do século XXI - que nos transformaram em deuses, capazes de criar e de destruir. 


Esta é uma obra desafiadora, desconcertante e inteligente, uma perspectiva única e original sobre a nossa História e o impacto do ser humano no planeta. 


Opinião

Quero começar já por dizer que este é um sério candidato a ser encontrado no top de leituras de 2021. O tema é fascinante, mas torna-se viciante pela forma como o autor estruturou o livro, e o modo como escreve de forma deliciosa, partilhando várias visões dos acontecimentos e as diferentes conclusões, sem nunca tentar nos limitar a uma única. Portanto, é um livro que nos faz pensar e procurar as nossas próprias respostas, as que nos fazem sentido, mediante o que nos é contado. 


"A coisa mais importante a reter em relação aos seres humanos pré-históricos é que se tratava de animais insignificantes, sem mais impacto sobre o seu meio ambiente do que gorilas, pirilampos ou alforrecas"


Mas começando pelo princípio, em Sapiens somos apresentados à nossa própria evolução sob diferentes aspectos e ângulos. Assim, tudo começa com a revolução cognitiva, que é quando começamos a ser capazes de formular pensamentos cada vez mais complexos. É aqui que nos afastamos dos animais existentes, deixando de ser apenas mais um a pisar o planeta, começando a influenciar e alterar o meio envolvente. De uma forma muito diminuta, a princípio, mas que permitiu a sobrevivência sobre espécies mais fortes do que a nossa. 


Podes ler também a minha opinião sobre 1808


Em seguida, explora as consequências da revolução agrícola que permitiram a fixação da população em lugares que começaram a tornar-se em povoações e que foi o combustível para produzir mais alimentos e, consequentemente, alimentar mais elementos. Ao contrário de alguns mitos criados em torno deste momento histórico, esta revolução não trouxe um estilo de vida mais descansado ou mais feliz. Pelo contrário, implicou muito mais trabalho físico e danos nos nossos corpos pois a nossa coluna ou os nossos joelhos não estavam preparados para todo esse esforço. 


"Os culpados foram uma mão-cheia de espécies de plantas, incluindo o trigo, o arroz e as batatas. Foram estas plantas que domesticaram o Homo Sapiens, e não o contrário."


É também explorado os elementos que permitiram que vivêssemos em grandes comunidades, com um sentimento de pertença que supera o nosso bairro e as pessoas que nos rodeiam. O mais interessante é perceber que esta união entre pessoas de lugares distantes e diferentes é fundamentada em conceitos imaginados e não reais, o que só foi possível devido à revolução cognitiva que nos permite visualizar de forma abstrata ainda que não existam à nossa frente ou nas nossas mãos. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre O Sexo da Música


Por fim, chegamos ao capítulo que retrata a revolução científica que se encontra a acontecer na frente dos nossos olhos. As perspectivas que se abrem à nossa frente são incontáveis e até parecem saídas de um filme de ficção científica, mas nunca estiveram tão perto de ser reais, isto as que ainda não são efectivamente. O ponto que parece mais unânime, embora com diferentes visões, é que o Homo Sapiens, como o conhecemos e somos, está prestes a chegar ao fim. O que seremos ainda é uma incógnita, mas existem muitas teorias e hipóteses em estudo, que parecem não estar mais desenvolvidas apenas por questões morais e éticas. 


"Hoje em dia a religião é, muitas vezes, considerada fonte de discriminação, discórdia e desunião. Contudo, na verdade, a religião tem sido o terceiro maior unificador da humanidade, ao lado do dinheiro e dos impérios."


Se pensas que te contei demasiado, posso já adiantar que nem 5% do livro foi aqui comentado, pois a experiência de leitura deste livro é espectacular, estimulante e desafiante. São quase quinhentas páginas que valem a pena cada minuto investido na leitura e que vai ficar contigo mesmo depois de terminares de ler. Se ainda não leste, aceitas o desafio de ler Sapiens? Conta-me tudo nos comentários. 


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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

A minha experiência com Too Good To Go

 

A minha experiência com Too Good To Go

As aplicações que hoje existem e que nos permitem obter coisas no conforto do lar são extraordinárias e uma das melhores revoluções que a Internet nos trouxe. Mas o mundo está em constante evolução e todos os dias temos coisas novas para descobrir. Algumas parvas e inúteis, outras que são espectaculares e de uma utilidade que transcende o aspecto pessoal de cada um enquanto indivíduos. É precisamente o caso da Too Good To Go. 


Para quem tem andado distraído e ainda não conhece, a Too Good To Go é uma aplicação gratuita onde estão agregados todos os restaurantes, cafés, pastelarias, e tudo o que venda comida que pretendem vender os seus excedentes alimentares, por um preço muito mais acessível, e, deste modo, contribuir para combater o desperdício alimentar, um flagelo da idade moderna com o qual temos de lidar cada vez mais e de forma sustentável. 


Podes descobrir também a minha experiência com a Uber Eats


Este é um assunto muito sério e que devemos ter em consideração mesmo nas nossas casas, quando compramos mais coisas do que precisamos, quando cozinhamos comida a mais e acabamos por deitar o excedente no lixo ou permitir que se estrague. É essencial que este processo comece mesmo nas nossas casas, onde podemos pensar melhor e organizar as refeições, bem como as compras semanais, de forma a não existir este tipo de desperdício estúpido, quando sabemos de tanta gente que não tem o que comer, mesmo perto de nós. 


A minha experiência com Too Good To Go - Celeiro

Mas como o desperdício também está presente e em maior escala nos estabelecimentos comerciais da área, é neste ponto que a Too Good To Go entra em acção. É a ponte que liga estes locais com os consumidores e proporciona uma gama variada de produtos, que iriam para o lixo em circunstâncias normais ainda que ainda estejam aptos para ser consumidos, a um preço muito apetecível. Podes encontrar opções para almoçar, para jantar ou até mercearias para abastecer a despensa. 


Podes ler ainda a minha experiência com a Glovo


Devo dizer que a oferta é muito variada na minha zona, que está longe de ser uma grande cidade cosmopolita, por isso, acredito que se instalares a aplicação terás uma agradável surpresa, mesmo que não vivas em Lisboa e no Porto. Outro aspecto que eu adoro é que nunca sabes o que vais receber de cada estabelecimento, porque compras uma Magic Box que estará recheada de produtos excedentes, bons para serem consumidos sem qualquer problema, mas que só saberás quais são quando os fores buscar à loja. 


A minha experiência com Too Good To Go - Magic Box

Pessoalmente e devido aos meus horários malucos, ainda não consegui experimentar nenhuma Magic Box de um restaurante. Contudo, tenho a sorte de ter um Celeiro muito perto e tenho me deliciado a descobrir alguns dos seus produtos através desta aplicação. Logo na minha primeira compra, a minha Magic Box, entre outras (muitas) coisas, trazia uma caixa cheia de morangos que teria sido obviamente mais cara, se a tivesse comprado pelas vias normais, do que os 3,99€ que paguei. 


A minha experiência com Too Good To Go - Magic Box

Posso dizer que já recebi coisas tão variadas, além dos morangos que já falei e recebi mais do que uma vez, como alface, rabanetes, tomates, beterraba, quiches, bolos, iogurtes, sobremesas, farinha de trigo sarraceno. Aliás, com esta iniciativa, descobri uma série de produtos que não iria comprar proactivamente porque não conhecia ou não sabia sequer que existia, quanto mais imaginar que ia gostar. 


Em suma, só posso recomendar a Too Good To Go, aplicação que pretendo continuar a utilizar e a experimentar inclusive outras lojas e restaurantes. Agora conta-me: já conhecias esta app? Costumas utilizar? Que tipo de alimentos já descobriste desta forma? 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

#Livros - Agnes Grey, de Anne Brontë

 

#Livros - Agnes Grey, de Anne Brontë

Sinopse

Numa das cenas mais marcantes de Agnes Grey, a protagonita vê-se forçada a matar um bando de pássaros para salvá-los da tortura às mãos de um rapaz. Este é apenas um dos episódios que Anne Brontë extraiu da sua vida real para escrever o seu primeiro romance. 


Considerado um romance de aprendizagem, ou de iniciação, Agnes Grey acompanha o percurso da protagonista homónima, filha de um clérigo de poucos recursos, que aceita trabalhar como perceptora das crianças de duas abastadas famílias burguesas. Agnes vê-se obrigada a lutar para manter a força e a integridade num mundo em que o dinheiro e o poder se sobrepõem aos valores morais. No entanto, a jovem não consegue enfrentar os subterfúgios burgueses, e são muitos os críticos que assinalam a incapacidade da protagonista do romance de Anne Brontë para encontrar um caminho pessoal que a conduza ao crescimento interior e à virtude. Este romance de aprendizagem é por isso considerado bastante invulgar. 


Agnes Grey foi publicado pela primeira vez em 1847, sob o pseudónimo masculino de Aeton Bell. 


Opinião 

Na minha saga pessoal que tem como objectivo ler todos os clássicos que me faltam ler, decidi agarrar no livro de Anne Brontë que tinha na estante na lista de espera. Trata-se de Agnes Grey, um romance com menos de trezentas páginas, que acompanha a protagonista que dá o nome à obra. O talento das irmãs Brontë é um caso sério da Literatura, sobretudo quando pensamos que estamos a falar de meninas que pouco saíram da bolha do seu núcleo familiar mais restrito. 


Do que li sobre a autora, este não é o seu livro mais famoso, e talvez seja essa a razão para não me ter impactado tanto quanto estava à espera. No entanto, não penses que o livro é mau. Muito pelo contrário. É extremamente bem escrito, com um ritmo fluído, com algumas notas de ironia muito subtis, e que é agradável de acompanhar. Portanto, foi uma excelente primeira impressão do trabalho de Anne e que alimentou a minha vontade de ler mais do que escreveu. 


Podes ler também a minha opinião sobre O Monte dos Vendavais


Voltando ao livro propriamente dito, a vida de Agnes é retratada numa seio familiar com muito amor mas onde o dinheiro não abunda. Agnes é a filha mais nova e, apesar de ser muito mimada por todos, tem em si uma vontade muito grande de independência e de provar que é capaz de sair do ninho, viver longe dos seus e prover-se a si própria e até ajudar a família financeiramente. É desse desejo que nasce o seu plano de se tornar preceptora de crianças numa casa de família. 


"Comecei este livro com a intenção de não ocultar coisa alguma. Que aqueles a quem isto possa interessar colham ao menos o benefício de perscrutar um coração humano. Contudo há por vezes pensamentos que só os anjos poderiam contemplar e nunca os homens, nossos irmãos, mesmo os melhores, os mais bondosos."


Com a ajuda da mãe, consegue uma colocação numa cidade relativamente perto e, mesmo com o medo e saudade já presente, leva a sua decisão até ao fim e parte para esse novo trabalho que será o seu primeiro. O relato desta primeira experiência é de revolver as entranhas, pois somos apresentados a crianças insuportáveis, com verdadeiros maus instintos e cujos pais não mexem uma palha para os educar ou procurar que sejam melhores pessoas. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Persuasão


No entanto, apesar desta falta de interesse, vontade ou disponibilidade de educar os filhos, vivem na convicção de que a perceptora será capaz de operar essa mudança, mesmo que não lhe seja dada nenhuma autoridade real para exercer sobre estas crianças. Depois de algum tempo, esta experiência chega ao fim e Agnes volta para casa para junto da família. Contudo, pretende voltar a trabalhar e logo pede à sua mãe que encontre outro lugar onde ela possa prestar o seu serviço, ciente de que aprendeu com a primeira experiência e que será melhor no futuro. 


"Sem dúvida nenhuma a beleza é um dom divino, que se não pode desprezar. Por isso, aqueles que possuem a beleza devem fazer dela bom uso, e os menos favorecidos devem consolar-se e passar sem ela o melhor que lhes seja possível." 


É nesta fase que a trama começa a ficar bem mais interessante e é nesta casa, com crianças novas, que o seu destino começa a ser traçado. Pela parte que me toca, ficou claro o caminho para onde seguia o enredo, e foi divertido na mesma ler e confirmar que estava certa. Este pode ser considerado um típico livro de YA, mas com uma qualidade acima da média. Fica mais uma vez confirmada o talento das irmãs Brontë e agora quero muito ler o livro da irmã que me falta - Jane Eyre - e o mais famoso de Anne - A Inquilina de Wildfell Hall


O que leste das irmãs mais talentosas e famosas da Literatura inglesa? Qual o teu favorito? Já leste Agnes Grey? 


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