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quinta-feira, 27 de junho de 2024

#Filme - Salgueiro Maia: O Implicado

 

Ilustração vintage de Salgueiro Maia, herói da Revolução dos Cravos em Portugal, em destaque na capa do filme "Salgueiro Maia: O Implicado". Sua figura imponente e determinada contrasta com o fundo verde claro, remetendo ao cenário político conturbado da época. Uma homenagem emotiva a um dos símbolos da luta pela liberdade e democracia no país.

Sinopse

Salgueiro Maia - O Implicado, constitui o primeiro retrato, a projetar no grande ecrã, daquele que é considerado o herói e o símbolo mais puro do 25 de Abril de 1974. Fernando Salgueiro Mais, o anti-herói não ocasional, produto de uma formação académica e militar, foi um homem que soube pensar o futuro, seguir as ideias, contestando-as, vivendo uma vida cheia, alegre e fértil, solidária e sofrida - se não tem morrido prematuramente aos 47 anos, teria agora 75. 

Através de uma abordagem moderna, intimista e emocional, Salgueiro Maia - O Implicado retrata as histórias que ainda não foram contadas sobre o Capitão de Abril. As pequenas revelações que permitem perceber melhor de onde vinha a moderação, a valentia, a educação e a firmeza com que sempre se apresentou publicamente, e que foram a chave para que a Revolução dos Cravos tenha sido como foi. 

Mais do que um docudrama, Salgueiro Mais - O Implicado é uma história de ficção baseada em factos históricos, relatos pessoais, revelações íntimas, emoções reais de quem acompanhou o capitão ao longo de toda a vida. Um filme que revela o outro lado de uma personagem mítica e que presta homenagem ao homem, ao estudante, ao militar, ao pai, ao amigo e ao ímpar militar de Abril. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

Salgueiro Maia: O Implicado, lançado em 2022, é um filme que retrata a vida e a actuação de Salgueiro Maia, um dos principais protagonistas da Revolução dos Cravos em Portugal, a 25 de Abril de 1974. Salgueiro Maia foi um militar português que se destacou por liderar o movimento que derrubou o regime ditatorial do Estado Novo, culminando com a queda do governo de Marcelo Caetano. Conhecido pela sua coragem, determinação e liderança, tornou-se num símbolo da luta pela liberdade e pela democracia em Portugal, sendo lembrado como um verdadeiro herói nacional. Assim, este filme procura explorar a sua trajetória e a sua personalidade ímpar, trazendo à tona o seu legado e importância na História de Portugal. Foi certamente uma escolha pertinente para assistir, porque estamos a comemorar os 50 anos desta Revolução e fazem-nos faltas pessoas como Salgueiro Maia. 


Assim, a trama apresenta acontecimentos da infância e da juventude do protagonista, acompanhando a jornada de Salgueiro Maia, que se torna um jovem oficial do exército com uma postura firme e determinada. A caracterização de Salgueiro Maia é brilhantemente interpretada pelo actor Tomás Alves, que transmite com maestria a coragem e a determinação desta figura histórica. Além disso, os demais personagens que compõem a história são muito bem desenvolvidos, retratando de forma envolvente os desafios e dilemas enfrentados durante este momento histórico crucial para Portugal. É o caso do trabalho de Filipa Areosa, que interpreta a mulher de Salgueiro Maia, ou do grupo de amigos que cria quando estudo no Colégio Militar, antes de ir para as primeiras missões em África, na sangrenta Guerra Colonial, que parecia não ter fim. 


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A direcção do filme apresenta uma abordagem visualmente impactante, utilizando recursos como enquadramentos precisos, movimentos de câmera dinâmicos e uma paleta de cores que evoca a atmosfera dos anos 70 em Portugal. A qualidade da fotografia destaca-se ao retratar os acontecimentos históricos com fidelidade, capturando a tensão e o fervor dos protestos populares e das cenas de confronto militar, na Guiné e em Moçambique. A ambientação da época é cuidadosamente recriada, com detalhes que transportam o espectador no tempo para as várias fases retratadas, ao longo da tumultuosa trajetória de Salgueiro Maia, onde o ambiente militar lhe está associado desde muito cedo. É uma ligação tão profunda que deixa a dúvida se foi a vida militar que influenciou a sua personalidade vincada ou se foi essa personalidade que o levou à carreira militar. 


Na imagem, o personagem Salgueiro Maia, interpretado de forma impactante pelo ator Tomás Alves, aparece em destaque no meio de um grupo de militares e civis que apoiavam o golpe militar. Com um olhar determinado e envolto por uma aura de liderança, Salgueiro Maia se destaca pela postura firme e pelo carisma que inspirava aqueles ao seu redor. A cena retrata a força e o protagonismo do personagem no contexto histórico conturbado em que viveu, evidenciando a sua importância e coragem diante das adversidades.

Não é demais reforçar o quanto a actuação dos actores do elenco é um dos pontos altos do filme. Tenho de destacar novamente o talento do Tomás Alves, que interpreta Salgueiro Maia, cuja entrega e dedicação ao papel são evidentes em cada cena. Ele consegue capturar brilhantemente as diferentes nuances do personagem, desde a determinação e coragem até a fragilidade e dúvidas que permeiam as suas acções. A sua interpretação emocionante e visceral, incluindo de momentos históricos que fazem parte da nossa memória colectiva, faz com que o espectador se conecte ainda mais com a história e compreenda melhor o tamanho do legado deixado por este icónico militar português, que nada quis para proveito pessoal, e que tão mal tratado foi pela democracia em vida, mesmo depois dos anos quentes onde a esquerda atacava todos os que não manifestavam apoio total. 


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No filme Salgueiro Maia: O Implicado, dirigido por Sérgio Graciano, somos levados a refletir sobre diversos temas importantes, como o poder da juventude, a luta pela liberdade e a importância da coragem e determinação em momentos de crise. Portanto, é com a história de Salgueiro Maia que nos mostra como a determinação e a coragem dum indivíduo podem mudar o curso da história dum país. Tudo sem procurar nenhum cargo, nenhuma promoção, nenhum privilégio para si nos anos que se seguiram, antes e depois do PREC, parecendo ganhar inimigos em todos os lugares de poder, militar e político, por causa desta sua atitude que parecia diminuir os seus pares da Revolução. O filme ainda nos faz questionar o papel da juventude na transformação da sociedade, assim como nos inspira a não desistir diante da adversidade, incentivando-nos a lutar pelos nossos ideias e pela liberdade. A narrativa lembra-nos da importância de resistir e enfrentar os desafios com coragem, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis, ressaltando o poder transformador da acção colectiva e da determinação em momentos de crise. 



Em suma, Salgueiro Maia: O Implicado destaca-se por apresentar de forma sensível e realista a vida do militar português, herói da Revolução dos Cravos. O filme consegue humanizar o personagem histórico e mostrar a complexidade das suas acções e motivações, tornando-o ainda mais relevante na História de Portugal. A narrativa é bem construída e emocionante, recriando alguns dos momentos mais icónicos do 25 de Abril, sendo enriquecida pela actuação brilhante do Tomás Alves no papel de Salgueiro Maia. A sua relevância histórica é inquestionável, já que retrata um momento crucial na história portuguesa e na luta pela democracia, ficando evidente como e porque Maia tornou-se uma figura fundamental para o sucesso de toda a operação. Como tal, só posso recomendar este filme, que devia ser obrigatório nestas comemorações tão importantes para a nossa sociedade, para todos os interessados em conhecer mais sobre a História contemporânea do nosso país e entender melhor esta figura mítica, que tem uma aura de mistério à sua volta, por não ter obtido protagonismo após a Revolução e por ter falecido tão cedo, sem que nos fosse permitido prestar-lhe as homenagens que merecia. Podes ver este filme na HBOMAX, uma obra imperdível que precisa mesmo ser assistida! 


Agora, quero saber a tua opinião! Já viste este filme? Conheces a história deste herói de Abril? Gostaste de ver recriadas as cenas emblemáticas dessa madrugada? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 25 de junho de 2024

#Livros - O Arquipélago Gulag, de Aleksandr Soljenítsin

 

Capa do livro "O Arquipélago Gulag" de Aleksandr Solzhenitsyn com uma silhueta do rosto do autor em destaque sobre um fundo vermelho, transmitindo a seriedade e a profundidade da obra que denuncia os horrores do sistema de campos de prisioneiros soviético.

Sinopse

Escrito clandestinamente de 1958 a 1967, o manuscrito de O Arquipélago Gulag foi descoberto pelo KGB em 1973, na sequência da prisão de Elizabeth Voronskaïa, uma colaboradora de Soljenítsin que o dactilografava. Na sequência disso, Soljenítsin, que tinha sido galardoado com o Prémio Nobel em 1970, decide publicar o livro no exterior. Uma primeira edição em russo é publicada em Paris ainda em 1973 e depois finalmente a edição francesa, no Verão de 1974. Soljenítsin fora entretanto preso, acusado de traição, despojado da nacionalidade soviética e enviado para o exílio, onde estará vinte anos, até ao seu regresso à Rússia em 1994. 

Para realizar este extraordinário livro, Soljenítsin foi ajudado pelo testemunho de 227 sobreviventes dos campos do Gulag. O livro agora publicado pela Sextante, no âmbito do projeto de edição em língua portuguesa das principais obras do autor, é a versão abreviada, num só volume, preparada por Soljenítsin e por sua mulher, Natália, com o objetivo de tornar mais acessível este livro aos leitores estrangeiros e a novos leitores. Traduzida diretamente do russo por António Pescada, eis pois uma obra excecional, um livro de combate contra o totalitarismo de face estalinista, um livro que ainda hoje nos queima as mãos. 

Não esqueçamos as palavras de Soljenítsin: «Devemos condenar publicamente a ideia de que homens possam exercer tal violência sobre outros homens. Calando o mal, fechando-o dentro do nosso corpo para que não saía para o exterior, afinal semeamo-lo.» 


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Opinião 

Aleksandr Soljenítsin, nascido em 1918 na Rússia, foi um famoso escritor e dissidente político que recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1970. A sua obra-prima que hoje te trago, O Arquipélago Gulag, publicada em 1973, é uma extensa investigação e relato sobre o sistema de campos de trabalho forçado da União Soviética. O próprio Soljenítsin foi preso e enviado para um destes campos, onde passou oito anos da sua vida, experiência que inspirou a escrita deste livro. Com uma linguagem sóbria e detalhes precisos, o autor expõe a brutalidade e a desumanidade do regime soviético, lançando luz sobre um dos capítulos mais sombrios da História contemporânea. 


Durante a época em que Aleksandr Soljenítsin foi preso e enviado para os campos de trabalho forçado do Gulag, a União Soviética estava sob o regime opressivo de Josef Estaline. O país passava por um período de intensa repressão política, onde qualquer forma de dissidência era duramente reprimida pelo governo. O medo e a desconfiança permeavam a sociedade, com denúncias e perseguições constantes. A censura era uma prática comum e a liberdade de expressão era severamente limitada. A vida dos cidadãos era controlada de forma rigorosa pelo Estado, que procurava manter o seu poder absoluto através do terror e da violência. Parece uma descrição de qualquer regime fascista que existiu na Europa no século XX, não é? Mas estamos a falar, neste caso, do regime comunista que provocou ainda mais vítimas que o próprio Nazismo. No meio deste cenário de opressão, milhões de pessoas foram enviadas para os campos de trabalho forçado do Gulag, onde eram submetidas a condições desumanas e violações constantes dos seus direitos básicos. 


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O livro O Arquipélago Gulag, além de ser um grande murro no estômago de quem lê, traz uma profunda análise sobre o sistema Gulag na União Soviética, revelando a sua extensão e o seu significado na História do país. Gulag era o acrónimo em russo para «Administração Geral dos Campos de Trabalho Correctivo», e representava um vasto sistema de campos onde milhões de pessoas eram enviadas para serem punidas e reeducadas pelo regime soviético. O sistema Gulag abrangia desde campos de prisioneiros políticos até campos de trabalho forçado para criminosos comuns, e representava o controlo totalitário e opressivo do Estado sobre os seus cidadãos. Assim, Soljenítsin revela as atrocidades cometidas no Gulag, como tortura, fome, privações e execuções sumárias, mostrando o impacto devastador que teve na sociedade soviética. 


"Em diferentes anos e décadas, a instrução do processo pelo artigo 58 quase nunca buscou o apuramento da verdade, consistindo apenas no inevitável procedimento sórdido: agarrar um homem ainda há pouco livre, por vezes orgulhoso, sempre impreparado, dobrá-lo, fazê-lo passar por um tubo estreito, onde os ganchos da armadura lhe rasgavam os flancos, onde lhe era impossível respirar, de modo a que ele implorasse para chegar ao outro extremo - e o outro extremo do tubo expelia-o já transformado num perfeito indígena do Arquipélago e já na terra prometida." 


Estamos perante um relato brutal e e sincero, com descrições minuciosas sobre a vida nos campos, a opressão dos guardas, a crueldade do regime e a luta diária pela sobrevivência. Soljenítsin expõe para o mundo a brutalidade do sistema soviético, revelando ao leitor os horrores e injustiças enfrentados pelos prisioneiros políticos, relatando não só as suas experiências pessoais mas as de muitas das pessoas que viveram esses horrores e partilharam com ele, com grande sofrimento, as suas memórias. Por tudo isto, este livro é considerado uma das obras mais importantes sobre o regime totalitário estalinista e um testemunho poderoso das experiências devastadoras vividas no Gulag. Apesar de estar todo escrito numa linguagem simples e acessível, não é um livro fácil que se lê num ápice. Não só por ser longo, mas pelos seus relatos que causam náusea e desconforto a qualquer leitor com um pingo de sensibilidade. No fundo, Soljenítsin confronta-nos com uma verdade inconveniente e obriga-nos a questionar a essência da natureza humana diante de situações extremas de opressão e desumanização. 


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O Arquipélago Gulag teve um impacto gigantesco na percepção da história soviética e na denúncia dos abusos do regime comunista. Por muito tempo este manuscrito esteve escondido, sem esperança de ver a luz do dia durante a vida do seu autor. Mas a sua descoberta pelo KGB fez com que Soljenítsin decidisse avançar com a publicação em França, expondo ao mundo todo a verdadeira face do regime, quebrando para sempre a imagem de idealismo e justiça que muitos ainda acreditavam existir no comunismo. Com a sua obra, o autor conseguiu mostrar a verdade sobre a União Soviética, mas pagou o preço, pois foi preso, perdeu a sua nacionalidade soviética e foi expatriado, só regressando em 1994. Portanto, ninguém pode ficar indiferente a este conhecimento e esquecer o que leu sobre o lado mais obscuro do comunismo e as consequências devastadoras deste regime para a sociedade. 


"A pessoa enfraquece, enfraquece, e tanto mais depressa quanto maior é a estatura. Fica surdo, idiota, perde a capacidade de chorar, mesmo quando o levam de rastos pelo chão atrás de um trenó. Já não tem medo da morte, passou todas as fronteiras, esqueceu-se dos nomes da mulher e dos filhos, esqueceu-se do seu próprio nome. Por vezes todo o corpo de quem está a morrer de fome cobre-se de sinais do tamanho de ervilhas, com cabeças purulentas mais pequenas que a cabeça de um alfinete. Não se lhe pode tocar, de tão doloroso. A pessoa apodrece em vida." 


Assim, esta obra não se limita a expor as atrocidades cometidas contra milhões de pessoas, mas também serve como um alerta contra os abusos de poder e a necessidade de preservar a liberdade e os direitos individuais. O Arquipélago Gulag é um grito de resistência e uma lembrança dolorosa dum dos capítulos mais sombrios da História mundial, sendo um testemunho poderoso para as gerações futuras. Como pura obra literária, narrativa de Soljenítsin é magistral e envolvente, fazendo com que o leitor mergulha de cabeça naquela realidade terrível e perturbadora. Ao contrário do que aconteceu com outros regimes repressivos, o comunismo soviético teve pouca exposição na Literatura, mas este autor corajoso foi capaz de romper a censura e ofereceu-nos esta obra-prima que deveria ser lida por todos nós, mesmo os mais sensíveis, para que nunca fique esquecido o perigo de cair novamente em qualquer tipo de regime repressivo e nunca deixemos de estar alerta. 


Em suma, O Arquipélago Gulag é uma obra fundamental para compreender a brutalidade do sistema repressivo soviético. Através dos seus relatos emocionantes e detalhados, o autor expõe as atrocidades cometidas nos campos e nas prisões durante o regime de Estaline. Este livro é um convite para a reflexão, tão em falta nos dias que correm, sobre os limites do poder opressor do Estado e sobre a resistência dos indivíduos diante da tirania. Este é um livro que muito me impactou, perturbou e que permanece na minha memória. Fiz uma leitura lenta e pausada, capítulo a capítulo, que me permitiu absorver a enormidade do que era contado mas também fazer uma pausa entre cada atrocidade relatada. Só posso recomendar a leitura desta obra impactante e reveladora, que nos faz repensar a História e os valores da humanidade. 


Posto isto, agora quero saber o que tens a dizer sobre O Arquipélago Gulag! Já leste esta obra fantástica? O que sentiste ao ler tantas atrocidades desumanas? Conheces e recomendas outros livros deste autor extraordinário? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog


Wook | Bertrand 

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Compras na Feira do Livro de Lisboa 2024

 

Explorando os tesouros da Feira do Livro de Lisboa 2024: uma viagem pelas páginas que encantam e inspiram. Descubra as minhas melhores compras e experiências neste evento literário imperdível!

A Feira do Livro de Lisboa é sempre um dos eventos culturais mais aguardados do ano na nossa capital. Com as suas barracas coloridas, cheias de livros de todos os géneros e para todas as idades, a Feira atrai não só os fieis amantes da leitura, mas também os curiosos que procuram novas histórias e não resistem a um evento que dinamiza o centro da cidade como poucos. 


Buy Me A Coffee

Em 2024, a Feira do Livro de Lisboa atingiu o seu limite máximo, sendo que muitos são os que querem participar e já não conseguem, permitindo ainda mais diversidade e atracção para todos os gostos. Apesar de não ir tantas vezes a Lisboa quanto gostaria, esta é a altura em que arranjo sempre forma de ir, nem que seja numa corrida, como foi o caso deste ano. As visitas foram curtas e não permitiram os encontros que gostaria ou participar nos eventos que me interessavam, mas as compras não podiam faltar neste evento literário imperdível! Se costumas acompanhar as minhas compras na Feira, já sabes que não tenho idade nem paciência para me dedicar à maratona da Hora H, portanto, as minhas compras são muito baseadas nos livros do dia, que me permitem determinar com antecedência e calma o que quero, o que posso e o que preciso mesmo de comprar. Agora, prepara-te para descobrir o que encontrei entre as estantes da Feira e trouxe para as minhas. Vens comigo? 


Podes ver também as Compras na Feira do Livro de Lisboa em 2023


DIA 1


Uma pilha de tesouros literários adquiridos na Feira do Livro de Lisboa 2024! 📚 Que delícia é poder explorar as bancas cheias de livros e encontrar verdadeiras pérolas para enriquecer nossa estante. Quais foram as suas melhores compras neste evento literário tão especial?

1. As Vinhas da Ira, de John Steinbeck 

Tinha este livro debaixo de olho há tanto tempo que já tinha perdido a conta, mas nunca li nada dele. Será a estreia com o que talvez seja o seu livro mais famoso que espero conseguir ler ainda em 2024. Era livro do dia e veio pelo simpático preço de 13,32€. 


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2. 21 Lições para o Século XXI, de Yuval Noah Harari

Depois de ter lido o Sapiens e o Homo Deus, queria muito ler este novo livro deste filósofo moderno. Não são os livros mais acessíveis nem é fácil encontrá-los em promoções dignas desse nome, portanto, quando vi que seria livro do dia sabia que tinha chegado a hora de vir morar para minha casa. Apesar de ter sido o mais caro do dia, ficou apenas por 15,57€ e já está em andamento. 


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3. O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe

Ainda não acredito que demorei tanto tempo para ler este autor português. Talvez tenha sido por ter consciência de que seria um caminho sem volta e que teria mais uma obsessão literária. Assim, depois de ter lido A máquina de fazer espanhóis percebi que precisava de ler tudo o que este homem escreveu. Com isto em mente, tratei de assegurar a próxima leitura de Valter Hugo Mãe de 2025 com o livro do dia com o simpático preço de 10,65€. 


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4. Apneia, de Tânia Ganho

Depois de todo o hype em torno deste livro e desta autora, chegou a hora de o trazer para casa e descobrir por mim mesma se o que se diz se confirma. É um livro robusto, mas pode ser que seja possível lê-lo ainda este ano. Mais um livro do dia que ficou por apenas 13,70€. 


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5. Vera Lagoa - Um Diabo de Saias, de Maria João da Câmara

Quando descobri esta figura carismática na série 3 Mulheres, percebi que tinha de saber mais sobre Vera Lagoa. Resulta que quando vi que a sua biografia ia ser livro do dia e que poderia comprar por 13,10€ nem pensei duas vezes e ficou no topo da lista dos meus desejos. 


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6. O Som e a Fúria, de William Faulkner 

Mais um autor que será uma estreia e com muitas expectativas para esta leitura. No âmbito da promoção da Leya, em que compras 4 e pagas 3, este ficou a custo zero, embora o seu preço como livro do dia fosse 10,60€, que era bem convidativo. 


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7. Ensaio sobre a Lucidez, de José Saramago

Não costumo comprar livros do nosso Nobel na Feira porque tenho muitos ainda cá por casa para ler, mas como andava a adiar a leitura do Ensaio sobre a Cegueira por não ter este ainda, decidi aproveitar que era livro do dia e que custava apenas 10,65€. A somar a isto temos de ter em consideração a campanha do grupo Porto Editora que dá um desconto de 5€ por cada 30€, que sempre aproveito e recomendo. 


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Podes ver ainda as minhas compras na Feira do Livro de Lisboa em 2022


DIA 2


Uma pilha de tesouros literários adquiridos na Feira do Livro de Lisboa 2024! 📚 Que delícia é poder explorar as bancas cheias de livros e encontrar verdadeiras pérolas para enriquecer nossa estante. Quais foram as suas melhores compras neste evento literário tão especial?

1. Rainhas de Portugal, de Francisco da Fonseca Benevides 

Começo pelo livro que não estava nos planos e que foi encontrado naquelas caixas mágicas de livros com defeito a preços que nos fazem querer trazer todos para casa. Foi o caso deste que estava na Infinito Particular e que, com um pequeno defeito na capa, ficou por apenas 5€. Quem lhes resiste? 


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2. A Minha Avó Pede Desculpa, de Fredrik Backman

O mundo (e eu também) apaixonou-se por Ove, e fiquei rendida ao talento deste autor nórdico. Não sei se a ideia se vai manter, mas ficou o desejo de ler mais deste autor. Portanto, em breve vamos falar sobre este livro de Backman que, como livro do dia, veio cá para casa por 10,65€. 


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3. Fiesta, de Ernest Hemingway

Todos os anos leio um livro de Hemingway, mas fiquei sem nada nas estantes, portanto precisava de comprar o eleito para 2025. Claro que quando vi que este ia ser livro do dia, ficou logo debaixo de olho e custou apenas 9,99€. Já disse que adoro esta colecção da Livros do Brasil? Fica registado. 


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4. O Homem do Casaco Vermelho, de Julian Barnes 

Aqui temos outro livro que me lembro de estar em toda a parte quando foi lançado, mas que acabei por não ler. Como precisava dum terceiro livro para completar os ditos 30€ para a promoção que já referi, decidi que este seria a escolha certa dentre os livros do dia e ficou por 11,28€. 


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5. Napoleão, de Adam Zamoyski

Parece que o meu gosto por biografias já é bem conhecido por quem costuma frequentar este blog e, depois de ter visto o filme pouco satisfatório sobre Napoleão, fiquei com ainda mais vontade de saber mais sobre esta figura fascinante. Assim, parece-me óbvio que não ia resistir a este livro do dia, apensar de também não ter sido dos mais baratos. Foram 15,54€ mas são mais de setecentas páginas. 


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6. Quincas Borba, de Machado de Assis

Machado talvez seja o meu autor brasileiro favorito e andava com muitas saudades de ler algo dele. Depois, outro argumento de peso, são estes livros da Guerra e Paz que me fazem o coração derreter e que sinto sempre que preciso de todos. Por tudo isto, trouxe o clássico do autor que me faltava por apenas 9,90€. 


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7. Antologia Poética, de Natália Correia 

O meu stock de livros de poesia estava em falta e contava com a Feira do Livro para resolver esse problema. Não foi fácil encontrar algo que me interessasse verdadeiramente, mas acabei por deparar-me com este livro do dia com os poemas da inigualável de Natália Correia, que ficou por 10,60€. 


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8. Kingsbridge: O Amanhecer de uma Nova Era, de Ken Follett

Mais um autor e uma série que estão entre os meus favoritos da vida. Não comprei pessoalmente, mas aproveitei a visita à Feira duma amiga para pedir esta encomenda que foi a minha compra mais cara de 2024. Era livro do dia e ficou por 16,15€. 


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Muitos mais ficaram por lá, com oportunidades incríveis, mas a pessoa tem contas para pagar e ainda precisa de comer até ao final do mês, além de que vai de férias em breve e não se pode esquecer que existe vida para além dos livros. O que é inegável é que a Feira do Livro de Lisboa de 2024 mostrou mais uma vez ser um evento imperdível para os apaixonados por livros. Com uma variedade incrível de livros e preços bem acessíveis e convidativos, os visitantes puderam encontrar verdadeiras preciosidades e aumentar a sua biblioteca pessoal. Sem esquecer a diversidade de actividades culturais e a presença de autores famosos que tornam esta experiência ainda mais especial para quem os viveu. Só posso ficar feliz por ver tanta gente que por lá passou, com os seus sacos cheios de livros e de sonhos, e que vêm provar o quanto a leitura é um hábito que vale a pena ser cultivado. Em 2025 voltaremos a dar vida ao Parque Eduardo VII e a promover e divulgar os livros e os seus autores. 


Agora, conta-me tudo! Foste à Feira do Livro? Quais as melhores compras que fizeste este ano? Gostaste das minhas escolhas? Qual o teu favorito? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 18 de junho de 2024

#Livros - Um Dia, de David Nicholls

 

Um Dia: O romance que emocionou milhões de leitores agora ganha vida na série da Netflix, com Leo Woodall e Ambika Mod protagonizando a história de amor inesquecível. Em um abraço apaixonado e um beijo revelador, os protagonistas Dex e Em se entregam ao amor em meio a um cenário vibrante de fundo amarelo. Uma história tocante sobre a importância de viver o presente e apreciar as pequenas alegrias da vida.

Sinopse

Naquele dia, eles conheceram-se. 

E as suas vidas ficaram profundamente ligadas para sempre. 

Estamos em 1988, mais precisamente a 15 de Julho: Dexter Mayhem e Emma Morley acabam de se conhecer na noite de formatura. Depois de passarem apenas um dia juntos, já não conseguem parar de pensar um no outro, mas têm de seguir caminhos diferentes. 

Onde estarão a 15 de Julho do ano seguinte? 

E daqui a dois anos? 

Como serão as vidas de Dexter e Emma naquele mesmo dia, ao longo de duas décadas? 

Esta é a história de um encontro único, que junta as vidas de duas pessoas para sempre, mesmo se essas vidas implicam dois caminhos tão diferentes. 

É a história das dificuldades, da esperança, das conquistas e dos desaires, do riso e das lágrimas de Dexter e Emma - e de como a memória e o verdadeiro significado daquele dia se revelam e os fazem confrontar com a natureza da vida e do amor. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

Um Dia, de David Nicholls, é um romance que se destaca pela originalidade da sua narrativa, que acompanha a história de Emma e Dexter ao longo de vinte anos. O autor é conhecido pelas suas obras que exploram as complexidades dos relacionamentos amorosos e as escolhas que moldam as nossas vidas. Com uma escrita envolvente e emocionante, Nicholls tece uma trama que prende o leitor desde a primeira página, levando-o a refletir sobre as diferentes fases da vida e os desafios do amor e da amizade. Este livro encaixa-se no género literário do romance contemporâneo, explorando temas como amizade, amor, perdas e amadurecimento, de forma sensível e emocionante, com uma dose de realismo devastadora. 


A narrativa do livro é construída de forma muito original, com cada capítulo a passar-se num dia específico ao longo de vinte anos na vida dos dois protagonistas, Emma e Dexter. Essa estrutura cronológica não linear permite ao leitor acompanhar o amadurecimento e a evolução dos personagens ao longo do tempo, criando uma maior conexão emocional com eles. Além disso, a alternância entre os pontos de vista de Emma e Dexter proporciona uma visão mais completa e complexa da história de amor dos dois, tornando-a mais real e menos idealizada. Sem esquecer, que nos permite ter uma imagem da forma como se vêem a si mesmos, mas também como o outro é visto ao mesmo tempo. 


Podes ler também a minha opinião sobre Como Vento Selvagem


Os personagens principais, Emma Morley e Dexter Mayhew, conhecem-se na festa de formatura da faculdade e mantém uma amizade ao longo dos anos, mesmo quando a vida os leva por caminhos bem diferentes e até opostos. Emma é uma jovem idealista e sonhadora, enquanto Dexter é um playboy charmoso e impulsivo. Ao longo da história, podemos ver a evolução destes personagens, conforme enfrentam desafios, desilusões e amadurecimento. Emma passa a lutar pelas suas ambições profissionais, sentindo muitas vezes que nada de significativo lhe acontece que a leve em direcção ao que almeja, enquanto Dexter se torna famoso com uma carreira na televisão que o leva num mergulho de egocentrismo acompanhado de muito álcool e drogas e o afasta das amizades da juventude, incluindo de Emma que, a dada altura, não consegue suportar o homem desagradável e superficial em que se tornou. Como tal, a relação entre os dois também evolui, com altos e baixos, mas sempre com uma base de amizade pura e de amor latente por viver. 


"Às vezes, quando lhe está a correr mal, pergunta-se se aquilo que crê ser amor à palavra escrita é na realidade apenas um fetiche por papel. O verdadeiro escrito, o escritor nato, escrevinha as suas palavras em bocados de lixo, nas costas dos bilhetes de autocarro, na parede de uma cela. Emma fica sem saber o que fazer com algo inferior a papel de 120 gramas." 


Um dos principais e mais fascinantes temas abordados por David Nicholls em Um Dia é o da passagem do tempo e como isso afecta a vida dos personagens ao longo dos anos. Além disso, o livro também aborda questões como amizade, amor, ambição e a busca por realização pessoal, trazendo reflexões sobre as escolhas que fazemos e o impacto que elas têm nas nossas vidas. Nicholls cria personagens complexos e realistas, que nos permitem identificar-nos, como se aquela pudesse muito bem ser a nossa história e a nossa vida. Por outro lado, a escrito do autor é verdadeiramente envolvente, construindo uma narrativa fluída e hábil, que nos mantém presos do início ao fim. Com o seu estilo talentoso, o autor consegue capturar com precisão as complexidades e nuances das relações humanas, bem como os altos e baixos da vida. Com diálogos inteligentes e uma profundidade emocional cativante, fiquei totalmente rendida ao talento deste escritor após a leitura deste romance marcante. 


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Este é um daqueles livros que ficam gravados na mente do leitor por muito tempo depois de terminar a leitura. Isso já me tinha acontecido na época em que vi o filme, momento em que fiquei com uma vontade imensa de o ler. Os anos passaram e deixei que passassem de forma consciente para tentar esquecer um pouco o final surpreendente e, em certa medida, chocante. Pura ilusão, posso já dizer-te. Este ano, o livro veio morar para a minha estante e tenho adiado a leitura precisamente por me lembrar de parte do desfecho que considero surpreendente e deprimente e que nos deixa uma sensação de melancolia e nostalgia. A história é tão bem construída e consegue envolver-nos de tal maneira que, quando o momento decisivo se aproximava, só o compreendi quando li o que aconteceu, como se não estivesse ainda preparada para ele, tal como Dexter. 


"A amizade entre ambos era como uma jarra de flores murchas que ela insistia em tornar a encher de água. Porque não deixá-las morrer? Era irrealista esperar que uma amizade durasse para sempre, e ela tinha montes de outros amigos (...)" 


Portanto, Um Dia é uma obra que encanta e emociona os leitores, tão bem escrita e construída que mereceu uma adaptação para o Cinema e agora tornou-se também uma série da Netflix, que ainda não vi mas sobre a qual tenho muita curiosidade. A verdade é que esta história e este casal é memorável e provoca uma infinidade de emoções, nem sempre agradáveis mas sempre credíveis. Passamos da esperança à desilusão, da alegria à profunda tristeza, tudo ao longo de vinte anos e menos de quinhentas páginas. Só posso recomendar esta leitura a todos os leitores que apreciam uma história cativante e emotiva sobre amizade e amor. Acompanhar a jornada de Emma e Dexter ao longo de vinte anos é uma experiência transformadora que certamente ficará marcada na memória de quem se aventurar nas suas páginas. Apesar das adaptações já existirem e serem muito populares, acredito que nada substitui a descoberta do enredo que lhes deu origem, por isso, não te limites ao caminho mais fácil e agarra no livro para viveres a experiência na sua totalidade. 


Agora quero saber a tua opinião! Já leste o livro? Viste o filme ou a série? O que achaste desta história de amor e amizade? Foste apanhada de surpresa pelo desfecho? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

#Places - Fierabella

 

Um prato de esparguete à bolonhesa, coberto com um generoso molho de carne e tomate, decorado com folhas frescas de manjericão. Uma combinação irresistível de sabores italianos que promete surpreender até os paladares mais exigentes.

Restaurante italiano localizado no centro de São João da Madeira, o Fierabella destaca-se pela sua atmosfera aconchegante e charmosa. Com uma decoração elegante, o ambiente é ideal para um jantar romântico ou para uma reunião de amigos, que foi precisamente o meu caso. Com um cardápio repleto de pratos tradicionais italianos, a culinária do Fierabella promete conquistar até os paladares mais exigentes. A verdade é que a gastronomia italiana é conhecida mundialmente pela sua riqueza de sabores e ingredientes frescos e saborosos, e em Portugal não falta oferta, dado o amor que todos temos por ela. 


Buy Me A Coffee

Este espaço encanta logo quando entramos. Com uma decoração elegante e aconchegante, o ambiente é perfeito para uma refeição agradável numa atmosfera sofisticada, contando ainda com uma bela esplanada no piso superior que pode ser bem aproveitada no Verão, embora no dia que fomos não nos foi possível jantar lá. As mesas bem arrumadas, as cores suaves das paredes e a iluminação subtil criam uma atmosfera acolhedora e convidativa, que dá vontade de ficar um pouco mais. Portanto, o restaurante tem um ambiente simplesmente encantador, que proporciona satisfação pela escolha feita. 


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O Fierabella oferece uma ampla variedade de pratos no seu menu, que aposto que atende a todos os gostos e apetites. Desde massas tradicionais, como tagliatelle e lasanha, até pratos mais elaborados com frutos do mar, carnes e saladas, vais encontrar uma opção para o teu paladar. Além disso, também vais encontrar uma seleção de entradas e sobremesas deliciosas para completar a refeição. Na nossa experiência, optamos pelo clássico Pão de Alho, mas também existem bruschettas e tábuas de queijo e enchidos. Para acompanhar as entradas e a refeição, escolhemos uma bela sangria, muito agradável e saborosa, com um bom equilíbrio entre as bebidas alcóolicas e o travo doce. 


Montagem com o menu do restaurante Fierabella em destaque e ao lado, o delicioso Pão de Alho e o refrescante Jarro de Sangria tinta. O menu apresenta uma variedade de pratos italianos autênticos, enquanto o Pão de Alho é uma entrada irresistível e a Sangria tinta promete complementar a refeição com muito sabor. Um verdadeiro convite para uma experiência gastronômica inesquecível no coração de São João da Madeira.

Com uma variedade de especialidades italianas tão grande o difícil é escolher o que vamos comer. Depois de algum tempo a analisar as opções, veio para a mesa uma pizza, com massa fina e um aspecto de deixar água na boca; um Macarrão e um Tagliatelle com frutos do mar e muito queijo derretido, o que não pode faltar neste tipo de prato italiano. Preciso destacar a utilização de ingredientes frescos e de alta qualidade em todos os pratos. Desde as massas até aos molhos e temperos, cada detalhe é cuidadosamente pensado para proporcionar uma experiência gastronómica única. Além disso, a apresentação dos pratos é impecável, demonstrando o cuidado e dedicação da equipa da cozinha. Em suma, os sabores são intensos e equilibrados, garantindo uma refeição memorável para os clientes. É por tudo isto que o Fierabella merece destaque e o torna uma opção imperdível para os amantes da culinária italiana. 


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Por outro lado, o atendimento prestado no Fierabella deixou muito a desejar. Os funcionários não foram tão atenciosos, simpáticos ou prestativos como seria de esperar encontrar num estabelecimento como este. Desde a chegada até à saída, não nos sentimentos verdadeiramente bem-vindos, revelando alguma falta de profissionalismo e deixando uma mancha um tanto ou quanto desagradável na experiência como um todo. Talvez tenha sido um caso isolado, o que espero sinceramente, mas não deixa de impactar na imagem com que ficamos dum lugar, sobretudo quando acontece logo na primeira visita. Ainda assim, apesar deste aspecto menos agradável, o balanço final acaba por ser positivo, em especial devido à qualidade da comida servida ao longo de toda a refeição. 


Nesta montagem de fotos, podemos ver dois pratos deliciosos servidos no restaurante italiano "Fierabella" em São João da Madeira. À esquerda, temos uma suculenta massa carbonara com bacon crocante e queijo parmesão ralado por cima. À direita, uma pizza margherita com molho de tomate fresco, queijo derretido e manjericão. Ambos os pratos são acompanhados por uma refrescante sangria, perfeita para harmonizar com as delícias italianas servidas no restaurante. Uma combinação irresistível de sabores que certamente faz jus à fama do "Fierabella" como um dos melhores restaurantes italianos da região.

Outro aspecto positivo é a excelente relação qualidade/preço que o Fierabella oferece. Com pratos muito bem elaborados, porções generosas e preços acessíveis, os clientes podem desfrutar duma refeição de alta qualidade sem comprometer a carteira. Assim, certamente .que o Fierabella pode ser a escolha certa para quem procura uma refeição deliciosa num ambiente charmoso e acolhedor. Com tanta comida, não foi desta que experimentei as sobremesas deste restaurante, terá de ficar para uma próxima visita. No entanto, se andas por São João da Madeira - ou Santa Maria da Feira - e aprecias a gastronomia italiana, não deixes de visitar este espaço e descobrir o que ela encerra de bom. Agora, quero saber o que tens a dizer sobre o Fierabella! Já conhecias este restaurante? O que achaste da sua proposta? Ficaste com vontade de descobrir o espaço e a sua comida? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 11 de junho de 2024

#Livros - O Castelo, de Frankz Kafka

 

A capa do livro "O Castelo" de Franz Kafka, publicado pela Livros do Brasil, apresenta uma ilustração de uma silhueta imponente de um castelo em uma colina, em meio a um fundo azul que traz uma atmosfera misteriosa e intrigante. A imagem sugere a grandiosidade e o mistério que envolvem a narrativa desta obra-prima da literatura mundial, que explora temas como burocracia, poder e alienação. A capa convida o leitor a embarcar em uma jornada de questionamentos sobre a complexidade da natureza humana e das estruturas sociais.

Sinopse

Cristalizado no coração de um inverno perpétuo, ergue-se um castelo despido, tão esbatido na paisagem que se diria ser uma cidadezinha miserável com um amontoado de casas aldeãs. K. é um agrimensor, ou talvez não, recrutado para lá prestar os seus serviços pela invisível conde Westwest e pelos enigmáticos e inalcançáveis «senhores do Castelo». Perdido na burocracia labiríntica da administração condal, K. deambula pela aldeia, onde não é bem-vindo, envolve-se sexualmente com uma empregada de balcão, salta de um albergue para o outro, aceitando, por fim, o cargo de contínuo da escola. Na sua inconfundível escrita sem fôlego, Franz Kafka grava em O Castelo, romance póstumo e inacabado (como todos os três que escreveu), a força de uma narrativa que se debruça sobre a espera, a frustração e a impotência perante um mundo turvo e instransponível. A presente tradução, de Álvaro Gonçalves, segue o manuscrito original (cuja escrita Kafka iniciou em Janeiro de 1922 e interrompeu definitivamente em Setembro do mesmo ano), que anula as profundas alterações introduzidas pelo seu amigo e testamenteiro Max Brod, na sua primeira edição de 1926. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

O Castelo é uma das obras mais emblemáticas do escritor Franz Kafka, publicada postumamente em 1926. Kafka, considerado um dos maiores expoentes da literatura moderna, é conhecido pelas suas narrativas que abordam temas como alienação, burocracia e a incompreensão do indivíduo diante dum mundo absurdo e opressivo. Em O Castelo, acompanhamos a história de K., um homem que chega a uma vila dominada por um misterioso castelo onde tenta obter autorização para trabalhar, mas é constantemente impedido pela burocracia e pela intransigência dos funcionários do lugar. A obra reflete de forma magistral a angústia e o desamparo do protagonista, além de questionar a natureza do poder e da busca por sentido num universo incompreensível. 


A narrativa é marcada pela atmosfera perturbadora e opressiva presente em toda a obra de Kafka. No que toca a este livro em particular, a sua relevância na literatura mundial dá-se pela sua capacidade de provocar reflexões profundas sobre a condição humana e a sociedade, destacando-se como uma obra única e atemporal. O protagonista, K., é descrito como determinado e obstinado, porém também confuso e desorientado diante das regras e protocolos inexplicáveis estabelecidos pelos misteriosos habitantes do castelo. Cada personagem, desde a estalajadeira até à empregada com quem K. se envolve, revela-se cheio de mistérios e ambiguidades, tornando a narrativa ainda mais enigmática e instigante. A atmosfera de isolamento e alienação que permeia a história reflete a sensação de estranheza e impotência experimentada por K. diante da burocracia e da autoridade opressiva do castelo. 


Podes ler também a minha opinião sobre O Processo


A trama labiríntica e surreal que encontramos na busca do protagonista por respostas é um dos aspectos mais fascinantes da obra de Franz Kafka. A sensação de desorientação e desconforto que o leitor experimenta ao acompanhar K. na sua jornada no meio das burocracias do misterioso castelo é uma metáfora brilhante da alienação e da impotência do indivíduo diante de instituições opressivas e incompreensíveis. A narrativa intrincada e enigmática de Kafka leva-nos por um labirinto de significados ocultos sobrepostos em inúmeras interpretações possíveis, desafiando-nos a questionar o sentido da busca de K. e a natureza do poder e da autoridade que ele enfrenta. Estamos perante uma leitura perturbadora e profundamente reflexiva, que nos deixa inquietos e intrigados, enquanto nos perdemos nos corredores sinuosos que nunca levam ao castelo e da complexa mente de Kafka. 


"Não se podia dizer que fosse excessivamente difícil o contacto directo com as autoridades; pois a estas, por mais excelente que fosse a sua organização, cumpria apenas defenderem sempre coisas invisíveis, remotas, em nome de invisíveis, remotos Senhores; ao passo que ele, K., lutava por algo muito mais próximo, muito mais vivo: por si mesmo; além disso, pelo menos de início, por deliberação própria, pois era ele quem atacava; e não só ele lutava por si, também outras forças deviam lutar por ele, forças que K. não conhecia, mas em que o faziam crer as medidas tomadas pelas autoridades." 


Através da jornada de K. em busca de reconhecimento e aceitação num castelo inalcançável, Kafka expõe a incomunicabilidade existente entre o indivíduo e as estruturas de poder que regem a sua vida. A sensação de impotência e isolamento que encontramos a cada novo capítulo em crescendo reflete a dificuldade do ser humano em estabelecer conexões autênticas num ambiente de desencontros e mal-entendidos. Com a sua escrita densa e enigmática, o autor convida-nos a pensar sobre a própria condição de estranhamento diante dum mundo regido por normas e expectativas muitas vezes incompreensíveis. Em O Castelo, Franz Kafka volta a demonstrar todo o seu talento explorando o seu estilo narrativo único, caracterizado pela atmosfera angustiante que envolve os personagens e pelo constante sentimento de opressão que assola também o leitor. A ambiguidade dos acontecimentos é uma marca registrada da obra, deixando o leitor constantemente em dúvida e imerso num universo perturbador. Kafka utiliza uma linguagem densa e carregada de simbolismos, criando uma teia complexa de significados que desafiam o leitor a decifrar as entrelinhas e os mistérios da narrativa. 


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Kafka volta a demonstrar a sua incrível habilidade para criar um universo ficcional denso e intrigante com O Castelo. A atmosfera opressiva e misteriosa que encontramos na narrativa é construída de forma magistral, transportando o leitor para um mundo onde a burocracia e o absurdo se fundem de maneira perturbadora. A complexidade dos personagens e a intrincada teia de relações sociais exploradas pelo autor contribuem para a construção dum enredo cativante e repleto de camadas. É inegável a genialidade de Kafka, cuja curta vida nos entregou poucas mas intensas obras, ao criar algo tão rico e instigante, que continua a desafiar e fascinar leitores de todo o mundo até aos dias de hoje. A verdade é que Franz Kafka é um dos autores mais influentes da literatura contemporânea, sendo amplamente estudado e discutido desde que foi descoberto pelo mundo após a sua morte. Os temas complexos e a escrita única inspiram autores e fascinam leitores ao redor do mundo. A forma como aborda questões como a burocracia, o absurdo da vida e a alienação do indivíduo na sociedade ressoa fortemente na actualidade, refletindo aspectos universais da condição humana. 


"As ordens passavam por cima dele, as desfavoráveis como as favoráveis, e também as favoráveis tinham um último núcleo desfavorável; mas, favoráveis ou desfavoráveis, a verdade é que passavam por cima dele, e ele estava colocado a um nível demasiado baixo para poder intervir, quanto mais para as reduzir ao silêncio e fazer ouvir a sua própria voz." 


Apesar de estarmos perante uma obra inacabada que foi abandonada pelo seu autor e só foi publicado postumamente, O Castelo é uma obra que retrata a angústia e a solidão dum homem, tema com o qual é impossível não nos relacionarmos. Por todas as características já referidas, temos aqui uma das obras mais emblemáticas do existencialismo e do absurdo, influenciando gerações de escritores e filósofos, onde desafia as convenções narrativas e questiona as estruturas sociais e existenciais. Depois da minha experiência enriquecedora e perturbadora, recomendo esta leitura a todos, mas sobretudo aos amantes da literatura surrealista e filosófica, pela imersão profunda num universo misterioso e enigmático, permeado por elementos fantásticos e simbólicos que desafiam a lógica e a razão. 


Agora, quero saber de ti. Já leste O Castelo? O que achaste desta história surreal? Sentiste o peso da narrativa a crescer a cada página? Que outros livros de Kafka já leste e recomendas? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 6 de junho de 2024

#Documentário - The Inventor: out for blood in Silicon Valley

 

A foto de capa do documentário "The Inventor: out for blood in Silicon Valley" apresenta Elizabeth Holmes, fundadora da empresa Theranos, segurando uma gota de sangue, simbolizando a revolução no campo da saúde promovida por sua tecnologia inovadora. A imagem em preto e branco destaca a complexidade e mistério em torno da figura de Holmes, enquanto nos leva a refletir sobre as consequências de suas ações no mundo da tecnologia e da medicina.

Sinopse

O grande escândalo passado pela empresa privada de tecnologia em saúde, Theranos, fundada em 2003 por Elizabeth Holmes. O documentário retrata a explosão da fraude cometida pela empresa, que garantiu uma revolução mundial por meio de testes de exames de sangue, e a capacidade de trapacear e persuadir da CEO. 


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Opinião 

The Inventor: out for blood in Silicon Valley é um documentário que retrata a ascensão e queda de Elizabeth Holmes, a jovem empreendedora por trás da empresa de tecnologia médica Theranos. A história de Holmes começou com a promessa revolucionária duma nova tecnologia de análise de sangue que poderia diagnosticar uma ampla gama de doenças com apenas uma pequena quantidade de sangue. No entanto, à medida que a verdade por trás da empresa começou a ser revelada, ficou claro que as alegações de Elizabeth eram falsas e a empresa estava envolvida com fraude e engano. Assim, este documentário explora a ascensão meteórica e a queda dramática duma figura controversa no mundo da tecnologia e dos negócios. 


O Vale do Silício é sobejamente conhecido como um dos principais centros de inovação e empreendedorismo do mundo, sendo lar de diversas empresas de tecnologia de renome global. Localizado na região da Califórnia, o Vale do Silício atrai milhares de empreendedores e investidores em busca de oportunidades disruptivas e revolucionárias no campo da tecnologia. Com uma cultura que valoriza a criatividade, a experimentação e a procura por soluções inovadoras, este é o cenário perfeito para o aparecimento de startups ambiciosas e visionárias. É nesse contexto de efervescência tecnológica e competitividade acirrada que este documentário se desenvolve. Elizabeth Holmes fundou a Theranos em 2003, aos 19 anos, com a promessa ambiciosa de revolucionar a indústria de testes de sangue com uma máquina inovadora capaz de realizar múltiplos exames a partir duma única gota de sangue. A empresa rapidamente atraiu investidores importantes, chegando a ser avaliada em bilhões de dólares. Só que a verdade acabou por vir à tona, revelando um esquema elaborado de falsificação de resultados de exames e colocando em cheque a ética e a integridade de Holmes. 


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A protagonista do documentário, Elizabeth Holmes, é retratada como uma figura carismática e persuasiva, capaz de convencer grandes investidores e colaboradores talentosos a acreditarem na sua visão revolucionária da indústria da saúde. A sua personalidade cativante e o seu discurso convincente e até inspirador levaram a empresa Theranos a atingir um valor de mercado incrivelmente alto, mesmo sem uma tecnologia comprovada e certificada. Contudo, ao longo do documentário, é possível perceber que Holmes tinha uma mentalidade obsessiva e manipuladora, disposta a mentir e pregar falsas promessas para manter a sua narrativa de sucesso. A sua capacidade de manipular a verdade dos factos e com isso enganar tantas pessoas, além da sua filosofia de fingir até conseguir, culminaram em consequências devastadoras e que colocaram muitas pessoas em risco de vida devido aos falsos resultados das análises de sangue. 


Elizabeth Holmes, vestindo roupas pretas, encostada à parede com a frase escrita em preto "Do or do not. There is no try. Yoda". A imagem transmite a determinação e a ambição da controversa fundadora da Theranos, que buscou revolucionar a indústria da saúde com tecnologia inovadora.

O ponto fundamental que permitiu este crescimento inusitado da empresa e da própria Elizabeth foi a sua promessa de conseguir realizar exames de sangue com apenas uma gota, algo que iria promover uma mudança significativa na forma como os exames eram tradicionalmente realizados. Foi assim que a fundadora da Theranos, que vendia a ideia que a sua empresa poderia fornecer resultados rápidos e precisos com um custo acessível, acabou na capa das mais respeitadas revistas do mundo e rodeada de gente famosa e poderosa. De forma chocante e assustadora, o documentário revela como todas essas promessas não passavam duma farsa, graças aos testemunhos de ex-funcionários, parceiros e jornalistas que expõem a fraude por trás da empresa. Uma fraude que implica problemas éticos e legais muito graves. 


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Elizabeth Holmes é acusada de falsificar resultados de testes e enganar pacientes ao prometer resultados confiáveis e precisos através duma tecnologia revolucionária que, na verdade, se mostrou ineficaz. A manipulação dos dados e a falta de transparência da empresa resultaram em sérias consequências para os pacientes, que confiaram nos seus resultados para decisões importantes sobre a sua saúde. Portanto, causou um choque e abalou o mundo dos negócios e da tecnologia, quando se percebeu verdadeiramente o quanto de engano e mentira existia em torno desta figura que se achava o novo Steve Jobs. Levantando questões profundas sobre ética, responsabilidade e confiança, a trajetória conturbada de Holmes serve como um alerta poderoso de que o sucesso a qualquer custo não vale a pena. O impacto do escândalo da Theranos ecoou por todas as indústrias americanas, destacando a importância de proteger valores como a integridade e a transparência no mundo dos negócios. 



Este documentário faz-nos refletir sobre os perigos de idolatrar figuras carismáticas sem questionar as suas acções e nos lembra que a verdade sempre vem à tona, não importa o quão convincente seja a narrativa que está a ser contada. The Inventor: out for blood in Silicon Valley e o caso da Theranos em particular mostra como a falta de fiscalização e controlo adequados pode permitir que empresas irresponsáveis e sem ética prejudiquem a saúde e a segurança dos consumidores. Agora que a fraude foi exposta e Holmes se encontra a responder pelos seus actos criminosos, tendo sido condenada em 2022, resta saber o que irá ser retirado como lição, tanto pelas instituições quanto pela própria Elizabeth. Será que compreendeu a gravidade do que fez? Terá existido verdadeiro arrependimento ou apenas pena por ter sido descoberta? Talvez estas respostas nunca nos cheguem, mas espero que os Estados Unidos tenham aprendido alguma coisa com este escândalo e não voltemos a encontrar nada semelhante no futuro. 


Descobri esta história através do canal do Beto Ribeiro, onde fique com muita vontade de ver o documentário. Em Portugal, ele está disponível na HBOMAX e são quase duas horas muito bem empregues, com testemunhos, imagens e entrevistas que saíram durante a ascensão da empresa, bem como muitas declarações de ex-funcionários, investidores, cientistas e jornalistas, gente que se sentiu enganada por esta mulher. As provas surgem de todo o lado, enquanto Elizabeth se recusa a admitir até ao último momento. É verdadeiramente assustador verificar a facilidade com que esta personagem enganou, iludiu e conquistou dinheiro e poder em cima duma mentira. Se achas que estas coisas não acontecem, precisas mesmo de assistir ao documentário para entender a gravidade da situação! 


Agora, quero saber o que tens a dizer sobre esta fraude tecnológica! Viste o documentário? Conhecias este caso? O que achaste da figura de Elizabeth Holmes? Louca ou psicopata? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 4 de junho de 2024

#Livros - Os Inovadores, de Walter Isaacson

 

Capa do livro "Os Inovadores" de Walter Isaacson, publicado pela Porto Editora, que retrata figuras icônicas da história da tecnologia: Ada Lovelace, considerada a primeira programadora da história; Steve Jobs, visionário fundador da Apple; Bill Gates, cofundador da Microsoft; e Alan Turing, matemático pioneiro da computação. As fotos em preto e branco destacam a genialidade e o legado desses visionários que revolucionaram o mundo digital. Um fundo preto ressalta a modernidade e a inovação presentes no conteúdo do livro.

Sinopse

Quais as capacidades que permitiram a certos inventores e empreendedores transformar as suas ideias visionárias em realidade? O que provocou os seus saltos criativos? Por que razão alguns foram bem-sucedidos e outros fracassaram? Em Os Inovadores, Walter Isaacson dá resposta a estas questões, oferecendo-nos a mais completa história da revolução digital, uma narrativa fascinante acerca daqueles que criaram o computador e a Internet. Numa escrita empolgante e ágil, Isaacson organiza um roteiro minucioso que começa com Ada Lovelace, filha de Lord Byron e pioneira da programação na década de 1840, passa pela fundação do mítico Silicon Valley e segue até aos nossos dias, com Steve Jobs ou Bill Gates. Explorando mais as personalidades desconcertantes destes génios do que as suas invenções, Os Inovadores é o guia indispensável para o modo como nasce a inovação e para se compreender o mundo digital que é hoje o nosso. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

Os Inovadores, escrito por Walter Isaacson, é um livro que narra a história da revolução digital, desde os primórdios da computação até ao surgimento de inovações como a Internet e os dispostivos móveis. O autor, que já conhecia das suas biografias de personalidades extraordinárias como Steve Jobs e Leonardo da Vinci, apresenta neste livro a trajetória de visionários e inventores que transformaram o mundo com as suas ideias e criações. Com uma narrativa envolvente e repleta de detalhes fascinantes, Isaacson leva-nos numa viagem pela evolução tecnológica e mostra-nos como a criatividade e a colaboração foram fundamentais para impulsionar a inovação ao longo da História. 


Com o seu estilo muito próprio e a sua capacidade de simplificar temas complexos, o autor apresenta a história das pessoas por trás das revoluções tecnológicas que moldaram o mundo moderno com as suas invenções, desde as mais simples às mais complexas. Começando com Ada Lovelace e Alan Turing, sem esquecer Steve Jobs e Bill Gates, o autor destaca como estes visionários e empreendedores foram capazes de revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia e como ela passou a impactar as nossas vidas diárias. Ao longo do livro, Isaacson destaca a importância da colaboração, do pensamento inovador e da perseverança na busca por soluções criativas que mudaram mesmo o mundo. 


Podes ler também a minha opinião sobre Steve Jobs


Assim, estamos perante uma obra que aborda o contexto histórico que moldou a revolução digital e a maneira como a tecnologia transformou a nossa sociedade. O autor mergulha na história das mentes brilhantes por trás das descobertas e invenções, mas também dos que não conseguiram implementar as suas ideias e que acabaram ultrapassados por outros, muitos deles esquecidos e ignorados por não terem sido capazes de encontrar ajuda e prosseguir no caminho do progresso tecnológico, acabando por serem meras figuras que ficaram aquém das suas mentes. Deste modo, vamos passeando pelas primeiras inovações que revolucionaram a forma como comunicamos e nos conectamos, como a descoberta da programação, a criação dos computadores pessoais ou a criação da Internet. Estas mudanças tecnológicas não só revolucionaram indústrias inteiras, criaram novas, e ainda alteraram a forma como pensamos e nos relacionamos com a tecnologia. 


"A chave para a inovação - nos Laboratórios Bell e na era digital em geral - estava na percepção de que não havia qualquer conflito entre estimular o génio individual e promover o trabalho de equipa. Não era uma questão de optar por um ou por outro. Na verdade, ao longo da era digital, as duas abordagens caminharam lado a lado." 


Em Os Inovadores, encontramos um grupo extraordinário de personagens que ajudaram efectivamente a moldar a era da revolução digital. Desde pioneiros, como Ada Lovelace, considerada a primeira programadora de computadores - e de quem não sabia nada -, até visionários famosos como Steve Jobs e Bill Gates, o autor leva-nos numa jornada fascinante através da história da tecnologia, mostrando como a genialidade e a colaboração de mentes brilhantes de diferentes áreas do conhecimento foram essenciais para o avanço da computação e da Internet. Além disso, Isaacson também destaca o papel fundamental das mulheres, muitas vezes ignoradas pelos entendidos, na evolução da tecnologia, destacando nomes como Grace Hopper e Jean Jennings Bartik. Nas suas páginas, somos apresentados a uma rica tapeçaria de personagens, desvendando as suas origens familiares e académicas, cujas contribuições revolucionaram e mudaram para sempre as nossas vidas. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Leonardo da Vinci


Graças à escrita simples e acessível de Walter Isaacson e à sua capacidade de explicar conceitos complexos, percebemos como estes inovadores desafiaram convenções, romperam barreiras e conseguiram, muitas vezes sem ter total consciência, moldar a maneira como vivemos, trabalhamos e comunicamos nos dias de hoje. Além dos protagonistas, temos ainda um destaque enorme para as inovações, como o caminho trilhado até à criação do computador pessoal, a revolução da Internet iniciada pela ARPANET e a posterior popularização da World Wide Web, a criação dos sistema operacional Windows pela Microsoft ou o desenvolvimento do motor de busca Google. Estamos perante inovações, algumas que, confesso, ultrapassam o meu real entendimento, que tiveram um impacto profundo na sociedade e no mundo actual. A rápida evolução da tecnologia tem proporcionado avanços significativos em áreas como medicina, economia, educação e comunicação, fruto desde as primeiras tecnologias básicas mas revolucionárias até às mais recentes descobertas. 


"A criatividade humana envolve valores, intenções, juízos estéticos, emoções, consciência pessoal e sentido moral. É isto o que as artes e as humanidades nos ensinam, e esse é o motivo por que esses mundos são tão valiosos quanto a ciência, a tecnologia, a engenharia e a matemática como parte da educação. Se nós, mortais, quisermos defender o nosso lado na simbiose entre o homem e o computador, se quisermos conservar o nosso papel como parceiros criativos das nossas máquinas, temos de continuar a cultivar as fontes da nossa imaginação, da nossa originalidade e da nossa humanidade." 


Este leitura é uma verdadeira aula, divertida e estimulante, sobre a história da tecnologia e sobre as mentes brilhantes por trás das grandes inovações. São lições valiosas sobre perseverança, criatividade e visão de futuro. Através das suas experiências e trajetórias, podemos extrair ensinamentos inspiradores sobre a importância da colaboração, da ousadia e da busca constante por soluções inovadoras. Num mundo em constante transformação e que ainda colhe os frutos do trabalho destas pessoas visionárias, este livro lembra-nos da importância de manter a mente aberta e o espírito empreendedor para enfrentar os desafios do presente e do futuro. Mostra também que as grandes transformações e avanços da humanidade só foram possíveis graças àqueles visionários que desafiaram o status quo e ousaram pensar fora da caixa. Através das histórias pessoais e do colectivo, podemos concluir que a inovação não é um evento isolado, mas sim um processo contínuo, além de ser o motor que impulsiona o progresso e a evolução da sociedade. 


Pessoalmente e como vem sendo hábito com este autor, esta tornou-se uma leitura fascinante e inspiradora, capaz de nos conduzir pelos últimos séculos e as mais importantes inovações que levaram a esta revolução tecnológica que vivemos até aos dias de hoje. Trata-se duma leitura essencial para aqueles interessados em entender as raízes da revolução digital e se inspirar com o poder da inovação. Uma leitura inspiradora e enriquecedora que certamente expandirá a tua visão sobre o poder da inovação, pelas palavras dum autor que é mestre na arte de biografar o progresso, a inovação, a criatividade e a genialidade. Pela minha parte, fica a certeza de querer continuar a descobrir o trabalho de Walter Isaacson e incentivar-te a entrar neste universo também. Agora, quero saber o que tens a dizer sobre Os Inovadores. Já conhecias esta obra? O tema agrada-te? Interessas-te por personalidades geniais? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


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