Se existe algo que dificilmente passará de moda, tenho cá para mim que serão os reality shows. Por muito que todos digam que não gostam, que não assistem, que não percebem como ainda se produz este tipo de programas, a verdade é que estes formatos continuam a ter audiências significativas que comprovam que existe muito boa gente que afirma não ver mas que, protegidos no secretismo das suas casas, assistem religiosamente ao que de melhor, ou pior, de faz em Portugal dentro deste género.
Falando por mim, o meu fascínio nasceu com o surgimento do primeiro Big Brother e cresceu com aquele grupo inteiramente genuíno, que não sabia bem para o que ia e que nunca almejou fama fácil ou reconhecimento. Foram em busca da aventura. Uma aventura que gostaria de ter vivido na primeira pessoa e que foi perdendo essa inocência em cada nova remessa de concorrentes.
No entanto, permaneço uma telespectadora assumida destes formatos e não tenho qualquer espécie de vergonha por o dizer. É um programa como outro qualquer e, para quem olhar com atenção, muito se aprende, pelo menos no que diz respeito a relações humanas e comportamentos a evitar nas nossas vidas.
Esta é a leitura que faço, sem esquecer a quota parte de entretenimento que, no fundo, é para isso mesmo que isto serve. No entanto, quando penso na última Casa dos Segredos, salta à vista algumas mudanças, tanto nos concorrentes como em quem assiste e vota.
Basta pensar que, na edição anterior, foi uma conquista e uma surpresa ter sido uma mulher a vencedora. Agora, quem levou a taça foi uma mulher, declarada vencedora durante semanas e semanas, com uma margem recordista no que a Casa dos Segredos diz respeito.
A verdade é que toda esta edição girou em torno de Helena e das inimizades que foi conquistando. Atacada por todos os lados, e apesar de considerar a concorrente a mulher mais inteligente e culta de todas as edições, chegou à vitória empurrada pelos ataques recorrentes dos seus companheiros.
Foi inclusivamente atacada por Teresa Guilherme, assunto sobre o qual divaguei aqui. Os que a acompanhavam não aprenderam nada com as sucessivas expulsões de quem a atacava. Foram seguindo com os ataques, transformando-a numa vítima, e oferecendo-lhe o prémio de bandeja.
Tirando o incidente do racismo, que para mim foi grave, só se falou em Helena. E isso ditou a sua vitória esmagadora. E é assim que chegamos ao derradeiro Desafio Final. Aquele que, segundo se diz, irá ditar o final do formato Casa dos Segredos e da Voz.
Não acredito que seja o fim dos reality shows em Portugal, mas a verdade é que este formato está gasto e é cada vez mais difícil encontrar concorrentes fortes, interessantes e carismáticos para suplantar os mais antigos. No fundo, é o que torna estes desafios tão especiais. É a oportunidade para rever concorrentes que ficaram na memória e que souberam se mover nos meandros da casa como ninguém.
O que tornou este desafio ainda mais interessante foi a mistura com concorrentes de outros formatos, como o Love on Top ou A Quinta. Revolucionou de tal forma que, em vez de discussões violentas e lavar de roupa suja, tivemos muito mais amor e ciúme. Em três semanas, é obra!
O lote de finalistas, a meu ver, foi perfeito. Foram os mais importantes e que mais deram a este desafio. Quanto ao vencedor, o que se pode dizer? Acho o Filipe um gato cheio de classe e com uma inteligência fascinante, mas sou completamente fã do meu Carlinhos desde o primeiro instante em que o rapaz nos entrou pelos ecrãs a dentro.
Inclusivamente, já tive a oportunidade de estar com ele quando fez uma presença por terras próximas e percebi perfeitamente o motivo para continuar a ser requisitado para as mesmas tantos anos passados após a edição onde surgiu pela primeira vez. Posto isto, considero a vitória do Carlos inteiramente justa. A primeira vitória de um concorrente que tanto nos deu e que ficará nas nossas memórias.
Concordaste com estas vitórias? Foram, a Helena e o Carlos, justos vencedores?