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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

#Livros - A Cidade Perdida, de James Rollins


#Livros - A Cidade Perdida, de James Rollins

Sinopse

Uma estranha explosão no Museu Britânico desencadeia uma perigosa corrida a uma fonte de energia brutal que se encontra bem enterrada nas areias da História. Painter Crowe é agente da Força Sigma, um braço secreto do Departamento de Defesa que tem como função manter descobertas científicas perigosas longe das mãos dos inimigos. Quando um objecto ancestral aponta para a lendária «Atlântida das Areias», Painter tem de percorrer o globo em busca da Cidade Perdida... e de uma força destruidora que está para além da imaginação. 

Mas Painter não está sozinho na corrida. Um grupo de mercenários implacáveis, liderados por um antigo amigo e aliado seu, também está determinado a reclamar o prémio e destruirá seja quem for que se atravesse no seu caminho. 

Um livro cheio de acção, onde a história da Antiguidade e a ciênccia de ponta se aliam para salvar o mundo da destruição total.

Opinião

Tal como prometi na opinião sobre A Herança de Judas, estou de volta com mais livros de James Rollins. Quem já me conhece sabe que, quando me agrada um escritor, só descanso quando ler tudo o que existe para ler. Além disso, sendo uma colecção com um fio condutor, tinha de começar pelo início desta Força Sigma e descobrir tudo. 

Atenção que não é necessário ler os livros anteriores para entender os seguintes, pois são escritos de forma independente. No entanto, estamos a falar de uma colecção que continua a crescer e onde existem personagens que são recorrentes e, por isso mesmo, pareceu-me pertinente agarrar o livro que marca o início da Força Sigma. Até porque novas edições dos que se encontravam esgotados estão a ser lançadas pela Bertrand. Só boas notícias, não é verdade? 

Como já referi, é com A Cidade Perdida que a Força Sigma começa e onde toda a estrutura nos é apresentada pela primeira vez. Tudo começa no Museu Britânico, em Londres, quando uma explosão inesperada, já de si um mistério, apresenta um mistério ainda maior que precisa ser desvendado sob pena de novas explosões poderem suceder.

Claro que algo assim, chamaria a atenção de organizações poderosas que ponderam os poderes ocultos que poderão conquistar, seja para juntar ao espólio do seu país, seja para vender a quem der mais por algo assim poderoso. A Força Sigma pretende conquistar esse conhecimento para o colocar ao serviço da América, enquanto que os seus rivais são os verdadeiros maus da fita, autênticos mercenários, mas equipados com a mais recente tecnologia e muito bem financiados nas suas missões.

Pelo meio, encontram-se as verdadeiras chaves para desvendar o mistério da explosão, que nada tem a ver com estes interesses opostos, mas que por eles são usadas na busca das respostas. Uma viagem tumultuosa que nos guia até à Arábia e aos desertos onde uma cidade ficou perdida e que agora promete reaparecer.

James Rollins combina na perfeição lendas e mistérios da Antiguidade com a ciência mais moderna e complexa e envolve-nos em assuntos aparentemente complexos que nos prendem até à última página, despertando a curiosidade de quem lê e quer descobrir as respostas que se escondem nas areias do deserto. Apesar de datar de 2004, este livro é muito actual e reporta-nos para situações que hoje são ainda mais presentes na nossa vida. Os conflitos da actualidade revelam-se bem diferentes dos que nos são ensinados nas aulas de História e é interessante perceber essas diferenças.

Após esta leitura, fica reforçado o meu desejo de continuar a ler os livros da saga Força Sigma e, inclusivamente, já tenho alguns em lista de espera cá por casa. No entanto, devo avisar que não irei ter oportunidade de os ler já de seguida devido a outras leituras de livros mais recentes que chegaram cá a casa e que ganharam prioridade na minha lista de livros para ler nos próximos tempos.

A minha experiência é que podes começar por qualquer livros deste autor sem perder nada de verdadeiramente relevante. Contudo, se fores preciosista, como eu, nada melhor do que começar pelo princípio e, por isso mesmo, deves começar por este, A Cidade Perdida, e acredita que nunca te irás arrepender de dar uma oportunidade a estas histórias que cruzam História e Ciência, temperadas com muita aventura, acção e espionagem.

Já lês James Rollins? Qual o teu livro favorito do autor?

"Todos sabiam que as fronteiras já não dividiam o mundo, tanto quanto as ideologias. Embora não de forma declarada, uma nova guerra era travada no mundo, em que a dignidade fundamental e o respeito pelos direitos humanos eram atacados por forças de intolerância, despotismo e fervor cego."

"Mais do que em qualquer outro lado, ali na Arábia passado e presente confundiam-se. A História não estava morta e enterrada debaixo de arranha-céus e do asfalto ou mesmo encarcerada atrás das paredes de museus. Ali estava viva, intimamente ligada à terra, confundindo lenda e pedra."

Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 10% de desconto em cartão e portes grátis, ou a versão em inglês na Book Depository, com 15% de desconto imediato e portes grátis para todo o mundo. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

A Banda Sonora da Semana #31


A Banda Sonora da Semana #31 com filmes para ver no Halloween, livros de Astérix e música de António Zambujo

Em vésperas de Halloween, apeteceu-me enfeitar a nossa imagem habitual que marca o início desta rubrica tão inspiradora e que tantas alegrias me tem dado. Foi também a minha estreia com o Canva que me deixou com muita vontade de explorar e descobrir todas as funcionalidades e perceber porque anda meio mundo delirante com esta ferramenta de edição de imagem. Caso aprofunde esta relação, e tenhas interesse em saber, partilho por cá o que tenho a dizer sobre ela. 

Efemérides de 29 de Outubro


1340 - Dá-se a Batalha do Salado, pela defesa da Península Ibérica da invasão dos mouros.
1810 - É fundada a Real Biblioteca, hoje designada como Biblioteca Nacional do Brasil. 
1959 - Surge a primeira publicação da personagem de banda desenhada Asterix.
1897 - Nasceu Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha Nazista. 

Esta semana não deixarei uma sugestão cinematográfica porque já partilhei o meu Top 10 de filmes para ver no Halloween e assim ficas, não com uma, mas dez inspirações para filmes a ver nesta quadra. Espero que, entre eles, encontres os teus favoritos, mas que também descubras filmes que desconheces ou que nunca te despertaram a atenção anteriormente. Já sabes que filmes vais ver neste Halloween? 

A Banda Sonora da Semana #31 com filmes para ver no Halloween, livros de Astérix e música de António Zambujo

Hoje, data em que se celebra mais um aniversário da primeira publicação dos heróis gauleses, apetece-me deixar uma sugestão daquelas que se tornam intemporais. Refiro-me ao último livro publicado em Portugal, Astérix e a Transitálica. Penso que todos crescemos com estes grandes personagens e com as suas histórias de resistência contra o Império Romano. Aliás, agora que penso nisso, tenho ideia de ter, cá por casa, ainda alguns exemplares da minha infância. 

Também eras fã de Astérix? Que memórias guardas destas histórias?


Por fim, a música da semana será de António Zambujo, com letra e música de Miguel Araújo. Tornou-se um fenómeno e poucos serão os que não conhecem esta música. O mérito é todo desta nova geração de músicos que, aqui em particular, fizeram um uso brilhante da musicalidade das palavras, aliada a uma melodia perfeita e que culmina com uma interpretação extraordinária de Zambujo. 

Ouvi-a, por acaso, na rádio e fiquei com ela na cabeça, como sempre acontece quando se ouve o Pica do Sete. Será que te acontece o mesmo? Qual a tua música favorita de António Zambujo? 

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Top 10 - Filmes para ver no Halloween


Top 10 - Filmes para ver no Halloween

Depois de falarmos no Top 10 das Novelas da Globo, é chegada a hora de falarmos de filmes. Só que não vamos criar um Top 10 qualquer com os melhores filmes de todos os tempos, que isso há-de ser tarefa para cima de difícil. Aproveitando a festa importada que se tornou impossível de ignorar, o Halloween, será nesse âmbito que irei eleger o meu Top 10 de sugestões cinematográficas para esta quadra. 

Nesta selecção irei reunir filmes incontornáveis, que conheço e aprecio e misturá-los com outros que ainda não tive oportunidade de ver, mas que pretendo fazer devido a boas críticas e porque me parecem, de facto, interessantes. Além de te servir de base para uma maratona de Cinema neste Halloween, irá também servir como lembrete dos filmes que pretendo ver e rever e sobre os quais pretendo escrever opiniões futuramente. Vens comigo nesta aventura por filmes de terror, medo e morte? 

1. Beetlejuice 

Este é um filme tão bom que já me referi a ele durante o Desafio de Cinema, mas penso que nunca me vou cansar dele. É um típico filme de Tim Burton e isso é dizer tudo. Para mim, é o melhor filme de fantasmas de todos os tempos. 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween Beetlejuice

2. O Estranho Mundo de Jack

Mais um filme de Tim Burton sobre o qual já ouvi imensas críticas e que quero muito ver! Num formato diferente, Stop Motion, estou muito curiosa para ver como se conta uma história dessa forma original. 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween O Estranho Mundo de Jack

3. It - A Coisa

Baseado no livro de Stephen King - que também pretendo ler -, um filme que tem andado nas bocas do mundo. Pessoalmente, irei aguardar pelo lançamento da segunda parte para assistir à primeira, que já sou pessoa que não aguenta estas ansiedades de esperar para saber o que se segue. 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween It A Coisa

4. O Exorcista

Este é um clássico do terror dos anos 70 que não tenho bem a certeza de ter visto. Caso tenha visto, já foi há tanto tempo que está na altura de o rever! 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween O Exorcista

5. Carrie

Mais um filme inspirado no talento de Stephen King e, como tal, acrescento à lista de desejos o livro homónimo. O filme deixou-me recordações difusas e uma consciência do enredo, mas também me parece que o devo rever, mas será só depois de ler o livro. 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween Carrie

6. O Exorcismo de Emily Rose

Mais um filme de exorcismo, este mais recente, e que fez muito sucesso na época. Lembro-me bem, até porque o revi nos últimos anos na estreia do filme para um amigo que deixou passar este fenómeno e voltei a gostar muito. 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween O Exorcismo de Emily Rose

7. Coco

Este faz parte dos filmes que quero ver com a maior brevidade possível! Além de já me sentir curiosa para conhecer esta história animada, mais fiquei depois de ler a opinião da minha querida amiga Liliana no seu Um Blog entre Bibliotecas. Deste ano não passa, está prometido. 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween Coco

8. Halloween

Mais um clássico deste género de filme que remonta aos idos anos 70. Apesar de ter visto este filme, já passou tanto tempo que pouco recordo da história original. Tendo em conta que acabou de estrear um novo filme desta franquia que pretende ser a continuação deste primeiro filme, ignorando as restantes sequelas que foram feitas, é chegado o momento de rever este filme antes de rumar ao Cinema para ver o novo Halloween. Vais ver? 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween Halloween

9. A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça

Até tenho vergonha de admitir que nunca vi este filme. Ainda por cima tem o gato do Johnny Depp como protagonista e isto, por si só, já seria motivo suficiente para incluir A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça em qualquer lista de filmes a ver. 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça

10. The Ring - O Aviso

Ora aqui está um filme fantástico e daqueles que, sempre que com ele me cruzo, fico presa e não consigo deixar de ver. Isto revela o quanto ele nos prende ao ecrã, mesmo sabendo antecipadamente como termina. Se ainda não viste, não fazes ideia do que perdes. 

Top 10 - Filmes para ver no Halloween The Ring O Aviso

Que me dizes destas sugestões? Qual o filme que devo ver neste Halloween? Podes comentar com o teu filme favorito nesta lista ou com o que achas que deveria ter incluído! 

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Assédio sexual ou sedução?


Assédio sexual ou sedução? Uma reflexão sobre o movimento #MeToo e algumas das suas consequências

Ora aqui está um tema polémico e que tem, nos últimos meses, incendiado as redes sociais, desde o movimento #MeToo nos Estados Unidos e que se tem vindo a espalhar por todo o mundo ocidental, causando estragos na vida dos inocentes e expondo os culpados aos olhos do grande público. Ainda antes deste escândalo que envolve o português Cristiano Ronaldo, este post já se encontrava na minha cabeça, embora tenha sido adiado devido a não ter tido o tempo que um tema tão sério exige.

Mas de hoje não passa esta reflexão sobre este fenómeno social que se está a espalhar e sobre o qual todos temos opinião e estão determinados a partilhá-la a todo o custo. As redes sociais inflamam os acontecimentos como nunca se viu e, apesar da informação nunca ter estado tão acessível, nunca existiu um nível de desinformação tão elevado. A preguiça intelectual invadiu a mente de todos e, com base apenas nos títulos de notícias, por vezes até falsas notícias, formamos opiniões pessoais e com elas emitimos julgamentos e sentenças.

Assédio sexual ou sedução? Uma reflexão sobre o movimento #MeToo e algumas das suas consequências

Qualquer pessoa que viva neste mundo, seja homem ou mulher, e que tenha noção e capacidade de observar o que a rodeia, certamente compreende que os abusos sobre as mulheres foram prática corrente no passado e continuam a ser praticados na actualidade, disfarçados ou encobertos de forma mais dissimulada. Afinal, este tipo de prática já não é publicamente aceite, embora a sociedade ainda proteja os que se escondem por trás de uma porta fechada.

Este movimento americano permitiu que muitas mulheres quebrassem o silêncio e viessem procurar que a Justiça fosse feita sobre agressores do seu passado. Até aqui parece-me tudo muito bem e merecedor de admiração e respeito. O que me incomoda são os julgamentos em praça pública que destrói a imagem e a vida dos acusados, que até serem devidamente julgados pelos tribunais competentes, deverão ter direito à presunção de inocência.

É um fenómeno preocupante porque coloca todos, culpados e inocentes, no mesmo saco e permite que os oportunistas, que sempre se aproveitam destes fenómenos para proveito próprio, ganhem voz e sejam capazes de obter visibilidade, fama ou dinheiro, conforme qual seja o seu real interesse. Com isto não quero desvalorizar o papel da vítima, mas também não aceito que se diabolize os alegados agressores.

Assédio sexual ou sedução? Uma reflexão sobre o movimento #MeToo e algumas das suas consequências

Com este fenómeno de exposição de agressões sobre mulheres, existe uma consequência social que tem vindo a crescer na sociedade e que influencia as relações entre homens e mulheres. De facto e ainda antes destas questões do #MeToo, os homens têm vindo a ganhar uma espécie de medo de se aproximar de mulheres que detenham alguma forma de poder, ainda que seja o simples poder de decidir a sua vida e tomar as suas próprias decisões.

Sentem-se intimidados e cada vez é mais difícil engatar miúdas giras que não sejam parvinhas ou se façam de parvas para se tornarem mais apetecíveis à primeira vista. Só que tudo se complica quando é possível ser acusado de abuso sexual após um caso de uma noite apenas e só porque a dita rapariga se arrependeu de ter dito que sim. E como ninguém espera pelas investigações da Polícia nem pela decisão dos juízes, mal a queixa é feita a vida de uma pessoa pode tornar-se num verdadeiro Inferno.

Sempre me senti muito feliz com a minha condição de mulher, mas nunca senti, como hoje, que os homens estão numa posição muito desagradável, os inocentes, claro está. É um lugar onde não gostaria nada de estar e, com isto, não estou a diminuir os crimes que foram, de facto, cometidos, os abusos que foram perpetuados ao longo de anos e anos, a dor das vítimas que não conseguiram fazer valer os seus direitos ou o desejo legítimo de que estes agressores sejam expostos para que não possam continuar impunes.

O que tens a dizer sobre este assunto? Acreditas que tudo pode ser abuso sexual? Ou existe margem para a tentativa de sedução onde o não possa ser aceite em qualquer momento? 

terça-feira, 23 de outubro de 2018

#Livros - Lethal White, de Robert Galbraith


#Livros - Lethal White, de Robert Galbraith

Sinopse

'I seen a kid killed... He strangled it, up by the horse.'

When Billy, a troubled young man, comes to private eye Cormoran Strike's office to ask for his help investigating a crime he thinks he witnessed as a child, Strike is left deeply unsettled. While Billy is obviously mentally distressed, and cannot remember many concrete details, there is something sincere about him and his story. But before Strike can question him further, Billy bolts from his office in a panic. 

Trying to get to the bottom of Billy's story, Strike and Robin Ellacott - once his assistant, now a partner in the agency - set off on a twinsting trail that leads them through the backstreets of London, into a secretive inner sanctum within Parliament, and to a beautiful but sinister manor house deep in the countryside. 

And during this labyrinthine investigation, Strike's own life is far from straightforward: his newfound fame as a private eye means he can no longer operate behind the scenes as he once did. Plus, his relationship with his former assistant is more fraught than it never has been - Robin is now invaluable to Strike in the business, but their personal relationship is much, much more tricky than that...

The most epic Robert Galbraith novel yet, Lethal White is both a gripping mystery and a page-turning next instalment in the ongoing story of Cormoran Strike and Robin Ellacott.

Opinião

Depois de esperar ansiosamente por dois longos anos, mal pude acreditar quando saiu a notícia do lançamento do quarto volume da saga Cormoran Strike. Fiquei tão entusiasmada que tive de partilhar contigo a notícia da pré-venda de Lethal White ainda antes de encomendar o meu exemplar. Regra geral, prefiro aguardar pela tradução e respectiva publicação em português, mas não me estava a imaginar ignorar este lançamento e ficar à espera de saber o que aconteceu depois de terminar o fantástico A Carreira do Mal.

#Livros - Lethal White, de Robert Galbraith

Antes de me começar a debruçar sobre a história que terminei de ler, quero muito reflectir contigo na diferença entre as edições nacionais e as britânicas, que é o caso desta que comprei. Na verdade, eu já tinha sentido esta grande diferença quando comprei as edições em inglês de Harry Potter e agora voltei a perceber que continua tudo igual.

Claro que já conhecemos as motivações que levam aos preços mais elevados em Portugal e edições em capa dura e com acabamentos de excelência poderem ser encontradas em inglês por preços mais simpáticos do que as portuguesas. O nosso mercado é pequeno e prova disso são as edições brasileiras que são uma lição de fazer livros bonitos, autênticas obras de arte.

#Livros - Lethal White, de Robert Galbraith

A edição que me chegou a casa deixou-me deliciada com a qualidade dos acabamentos e dos materiais. Aquela sobre-capa em tons de verde tem um toque aveludado e a capa, em preto liso, tem na lombada uma impressão das silhuetas de Strike e Robin entre o nome do autor e o título do livro. O papel utilizado é mais grosso do que estamos habituados a encontrar e o tamanho e a fonte da letra super confortável para a leitura. Enfim, só razões para me deixar com vontade de ficar com este exemplar e completar a colecção com os anteriores volumes.

#Livros - Lethal White, de Robert Galbraith

Agora que já elogiei a edição da Sphere, vamos passar ao novo livro sobre o detective Cormoran Strike e a sua nova sócia, Robin Ellacott, escrito por Robert Galbraith, pseudónimo de J. K. Rowling. Tudo começa com um prólogo que nos conta o que aconteceu imediatamente a seguir ao final do livro anterior. Na minha opinião, este deveria ter sido o verdadeiro último capítulo de A Carreira do Mal, mas a autora preferiu escondê-lo de nós e acicatar a nossa curiosidade.

Ultrapassada a curiosidade pelos acontecimentos em torno do casamento de Robin com o seu namorado da adolescência e terminado o prólogo, um ano se passou quando começa o primeiro capítulo. O negócio começa a tornar-se um pouco mais estável, embora o volume de trabalho mantenha os dois sócios afastados e a conviver muito pouco tanto pessoal como profissionalmente.

Até que um jovem perturbado e com claros problemas mentais invade o escritório de Strike com um pedido de ajuda e uma acusação com vinte anos. A testemunha está confusa, com memórias pouco fiáveis e foge antes de Strike ser capaz de o interrogar devidamente. Mas a semente da dúvida fica na sua mente e começa a despontar a vontade de chegar à verdade dos factos, o que o leva a procurar o irmão mais velho de Billy.

O mistério adensa-se quando um membro do Governo solicita os serviços de Strike para investigar esse mesmo irmão mais velho, alegando que este o está a chantagear, ameaçando revelar à Imprensa algo que o Ministro preferia que ficasse longe dos ouvidos da opinião pública. Agora que está a ser pago para investigar algo tão próximo do mistério inicial, o nosso detective nem pensa duas vezes e reúne a melhor equipa em torno dos suspeitos.

Este livro é marcado ainda pelo reencontro de Strike com a sua ex-noiva, que vimos no primeiro livro e que tinha feito pequenas tentativas de aproximação no segundo e terceiro livro da saga. São momentos curiosos e que me parecia inevitável, principalmente quando Strike começa a circular por famílias importantes e que se conhecem entre si, devido a este último caso.

Este é um livro que termina convenientemente, com todas as perguntas a serem respondidas, seja do caso que retrata, seja da vida pessoal dos protagonistas. Claro que ainda existe muita coisa a ser explorada e por isso mesmo fico sempre com aquele sabor de quero mais quando termino a leitura. É o talento inacreditável que só Rowling consegue ter em mim. Só espero não ter de esperar mais dois anos pelo próximo...

#Livros - Lethal White, de Robert Galbraith

Lethal White foi uma leitura incrível, tal como estava à espera e, mesmo em inglês, acabei de ler num ápice, tal era o desejo de saber o que ainda estava para vir. Quem acompanha esta saga, pode contar com mais um mistério com muitas reviravoltas e diversos enigmas para desvendar, bem como com desenvolvimentos importantes para a relação, pessoal e profissional, de Strike e Robin. Se fazes parte dos que ainda não se renderam a esta saga, só te digo uma coisa, não imaginas o que andas a perder!

Agora conta-me tudo, gostas da saga Strike? Vais ler já em inglês ou esperar pela tradução em português? Se, tal como eu, já leste este livro, deixa também o teu comentário para podermos enriquecer a caixa de comentários com spoilers, sem incomodar quem ainda não leu, ok? 

"He had had a choice, after all. The army had been keen to keep him, even with half his leg missing. Friends of friends had offered everything from management roles in the close protection industry to business partnerships, but the itch to detect, solve and reimpose order upon the moral universe could not be extinguished in him, and he doubted it ever would be."

Apesar de já estar disponível na Wook, o meu conselho é que, caso pretendas adquirir o teu exemplar em inglês e numa edição luxuosa como a minha, encomendes na Book Depository com 36% de desconto imediato e portes grátis para todo o mundo.

As opiniões da saga Cormoran Strike que podes encontrar aqui publicada:


Quando o Cuco Chama
O Bicho-da-Seda
A Carreira do Mal

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A Banda Sonora da Semana #30


A Banda Sonora da Semana #30 com livros sobre o Estado Novo, o novo filme sobre Pedro e Inês e a Lambada da Blaya

Depois de gozar de um fim de semana completo de folga, o ânimo é logo outro e as baterias encontram-se bem mais carregadas e prontas a funcionar. 

Efemérides de 22 de Outubro


Dia Nacional da cidade-estado do Vaticano.
1946 - É criada em Portugal a Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE), que tinha como objectivo a defesa do Estado Novo. 
1955 - É proclamada a república do Vietname do Sul.
1978 - João Paulo II inicia o seu pontificado. 
1383 - Morreu D. Fernando I de Portugal. 

A Banda Sonora da Semana #30 com livros sobre o Estado Novo, o novo filme sobre Pedro e Inês e a Lambada da Blaya

Para marcar a data relacionada com o Estado Novo e a PIDE, pedaços importantes da nossa História recente e cujos relatos ainda estão vivos na memória de muita gente, o livro que irei sugerir esta semana terá como pano de fundo a Lisboa dos espiões, onde Salazar permitia que ambos os lados da II Guerra Mundial conspirassem livremente.

Embora, te possa sugerir um outro livro, A Vida Num Sopro, que retrata melhor a vivência de quem acompanhou o crescimento do poder de Salazar até culminar com um conhecimento pessoal do que se passava no interior da PIDE. Contudo, pretendo deixar assinalado este, Enquanto Salazar Dormia, porque é um livro que faz parte da minha wishlist e pode ser que assim me decida a comprar o dito.

Costumas ler livros sobre esta época? Qual seria a tua sugestão?

A Banda Sonora da Semana #30 com livros sobre o Estado Novo, o novo filme sobre Pedro e Inês e a Lambada da Blaya

Entretanto, não sei já reparaste, mas estreou na semana passada um filme que promete recriar o maior mito nacional, o amor de D. Pedro e Inês de Castro. É um filme que quero muito ver, tanto pelos actores como pelo enredo alternativo, e que me parece uma boa sugestão no dia de aniversário do rei que lhe sucedeu no trono português e que era seu filho legítimo, D. Fernando I.

Já foste ver este filme? Ou também queres ir ver, como eu? 


Para música da semana, deixo-te a música que anima o genérico da nova novela da TVI, Valor da Vida. A Blaya canta uma versão muito própria da célebre Lambada que não sai da cabeça e que deixa uma enorme vontade de dançar como se não houvesse amanhã. Ando tão viciada nesta novela, como podes verificar pelo seu protagonista já ter recebido o título de #gatodasemana por estas paragens.

Estás a assistir esta nova novela? Diz-me que não sou a única, ok? 

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

#Review - Cápsulas Dolce Gusto Ristretto Napoli


#Review - Cápsulas Dolce Gusto Ristretto Napoli

E quando se pensava que estava tudo dito sobre a temática do café após comparar as Máquinas Delta Q e Dolce Gusto, esta última lança uma nova gama de cafés com a maior intensidade da marca até à data. Claro que, mal pus os olhos nestas novas cápsulas, fiquei em pulgas para as experimentar e ficar a conhecer mais uma variedade de café no mercado e compatível com uma das máquinas de café que tenho em casa. 

Assim que encontrei o novo Ristretto Napoli à venda no meu hipermercado habitual. com um desconto simpático, tratei de adquirir a minha embalagem e descobrir este novo café. Até porque a busca pelo melhor café do mundo é coisa que nunca termina. Os verdadeiros apreciadores estão sempre dispostos a coleccionar experiências e sabores diferentes dentro, desde que dentro de uma chávena. 

O que diz a marca?

"Um expresso curto, particularmente rico e intenso de sabor prolongado. Um café inspirado em Nápoles onde arte e história criam grandes cafés. O seu creme escuro e espesso e o seu típico corpo denso revelam os seus aromas quentes e torrados."
#Review - Cápsulas Dolce Gusto Ristretto Napoli

Até aqui, o único café que cumpria os requisitos era o Ristretto Ardenza e era este que comprava quando encontrava as cápsulas Dolce Gusto em promoção. Assim era até ter experimentado este Napoli que destronou completamente o anterior. Este, de facto, já é um café capaz de me encher as medidas e proporcionar a sensação de satisfação que espero de um bom café. 

Aliás, por causa desta novidade, a minha Delta Q tem tido umas férias. Desde que experimentei, tenho-me mantido fiel ao Ristretto Napoli e acredito que tem tudo para se tornar o meu café de eleição. Contudo, acredito que a marca tem muito por onde crescer e por onde expandir a sua variedade de cafés e, portanto, espero que outras novidades vão surgindo nos próximos tempos. 

Também consomes as bebidas da Dolce Gusto? Qual a tua favorita? 

terça-feira, 16 de outubro de 2018

#Livros - A Praia das Pétalas de Rosa, de Dorothy Koomson


#Livros - A Praia das Pétalas de Rosa, de Dorothy Koomson

Sinopse

Todas as histórias de amor sofrem reviravoltas.
Depois de quinze anos de um grade amor e um casamento perfeito, Scott, marido de Tamia, é acusado de algo impensável. 
De repente, tudo aquilo em que Tamia acreditava - amizade, família, amor e intimidade - parece não ter qualquer valor. Ela não sabe em quem confiar, nem sonha o que o futuro lhe reserva. 

Então, uma estranha chega à cidade para lançar pétalas de rosas ao mar, em memória de alguém muito querido e há muito perdido. Esta mulher transporta consigo verdades chocantes que transformarão as vidas de todos, incluindo Tamia que será obrigada a fazer a mais dolorosa das escolhas. 

O que estaria disposta a fazer para salvar a sua família?

Opinião

Numa altura em que saiu um novo livro de Dorothy Koomson, A Sereia de Brighton, trago um livro que encontrei num grupo de Facebook e que comprei por apenas 5€, o que foi um verdadeiro achado, tratando-se desta autora. Como andava entusiasmada com os livros de Philippa Gregory, fui adiando a leitura deste livro que andava perdido na estante sem agarrar a minha atenção.

E como, depois de começar, fiquei agarrada ao livro A Praia das Pétalas de Rosa! O talento desta autora é inegável e a sua capacidade de criar enredos simples e complexos ao mesmo tempo, com um grande foco nas emoções dos protagonistas e com uma crescente dose de mistério que nos prende até à última página. Como se tem dito por aí, Dorothy Koomson está a construir um caminho na área dos Thrillers e a pontuar os seus livros com mais crimes por resolver.

Quando li, no ano passado, Os Aromas do Amor, já tinha sentido uma maior presença de mistérios por solucionar, enquanto as emoções confusas dos personagens nos são expostas de forma brilhante pela autora, com aquela capacidade de nos tornar empáticos com uns e com sentimentos negativos por outros.

Aqui, n' A Praia das Pétalas de Rosa tudo acontece em torno de uma queixa de tentativa de violação feita à Polícia. Tamia vê o seu marido ser levado de casa, algemado pelos agentes policiais, após ser acusado de tentar violar a melhor amiga de Tamia e colega de trabalho do dito marido. A confusão instala-se na mente da protagonista.

Não consegue reconhecer o apaixonado e romântico homem com quem casou e teve filhas nas acusações lançadas. Por outro lado, também não consegue compreender que motivos levariam a sua grande amiga a lançar uma calúnia destas, tornando a vida de Tamia num autêntico inferno. Tudo se complica quando marido afirma a sua inocência, mas admite estar a ter um caso com a colega de trabalho e que a acusação foi fruto de uma vingança por ele não deixar a mulher para ficar com ela.

Como se este mistério já não fosse suficiente para nos prender à trama, tudo se agrava quando um assassinato acontece e todos se tornam em suspeitos de silenciar a alegada vítima. Após o assassinato, as revelações sucedem-se a cada nova capítulo e a leitura torna-se frenética. O casamento de Tamia e o seu declínio são expostos até que ela toma consciência da pessoa em que se transformou o homem que pensava ser perfeito.

No fundo, todos têm esqueletos no armário que gostariam de esconder a todo o custo, mas que vão sendo revelados até que todas as peças se encaixam e somos capazes de ver tudo em grande plano. E ainda assim, só mesmo nos capítulos finais percebemos quem é o verdadeiro assassino e as suas motivações passionais.

Koomson já se encontrava entre as minhas autoras favoritas, mas com esta evolução incrível ganhou um lugar ainda mais especial no meu coração. Agora, tenho de arranjar espaço na estante pois pretendo reunir todos os seus livros publicados e continuar a acompanhar o seu excelente trabalho, cada vez mais rico e interessante.

Quanto a ti, já leste A Praia das Pétalas de Rosa? Qual o teu livro favorito de Dorothy Koomson? 

"Temos sempre escolhas. Todos nós. Alguns são demasiado cegos para perceber isso. Alguns não as aproveitam. Alguns não sabem aproveitá-las. E outros são privados delas, encurralados numa situação da qual não podem escapar. Mas, ainda assim, temos escolhas."

"Aquilo que mais me assusta é o amor. Quando dizemos que amamos alguém, estamos a dar-lhe licença para nos fazer sofrer. Parece cínico e amargo da minha parte, mas pensem em todos os horrores que as pessoas cometeram neste mundo em nome do amor."

Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 10% de desconto em cartão e portes grátis, ou a versão em inglês na Book Depository, com portes grátis para todo o mundo.

Outros livros de Dorothy Koomson com opinião publicada no blog:


A Filha da Minha Melhor Amiga
Os Aromas do Amor

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A Banda Sonora da Semana #29


A Banda Sonora da Semana #29 com livro de Agustina Bessa-Luís, filme de Charlie Chaplin e música de Fernando Daniel

Isto de trabalhar e, em simultâneo, produzir conteúdo para um blog está longe de ser tarefa fácil. Quem nunca tentou ou quem desistiu quando terminou o fulgor do entusiasmo dos primeiros tempos, não pode ter real consciência do trabalho que dá e do esforço que exige. Talvez por isso, os ganhos gerados através deste tipo de plataforma, gerem tanta polémica e tantos comentários agrestes de quem apenas lê. 

Mas isso seria tema para todo um novo post que talvez conheça a luz do dia por estas paragens, mas não hoje. Com isto, queria apenas dizer que nem sempre consigo publicar o que pretendia, mas que me esforço ao máximo para sempre ter alguma coisa nova para ti. Foi o que aconteceu na semana passada e que espero não aconteça nesta que hoje começa.

Efemérides de 15 de Outubro


1582 - Primeiro dia do calendário gregoriano, introduzido pelo Papa Gregório XIII.
1815 - Napoleão Bonaparte é exilado para a ilha de Santa Helena. 
1940 - Lançamento do filme O Grande Ditador, de Charles Chaplin. 
1844 - Nasceu Friedrich Nietzsche, filósofo alemão. 
1922 - Nasceu Agustina Bessa-Luís, escritora portuguesa. 
1917 - Morreu Mata Hari, dançarina holandesa executada por espionagem. 

A Banda Sonora da Semana #29 com livro de Agustina Bessa-Luís, filme de Charlie Chaplin e música de Fernando Daniel

Confesso que nunca li nada de Agustina Bessa-Luís nem tenho tido muita curiosidade para ser sincera. No entanto, nesta vontade de ler mais autores de língua portuguesa esta pode muito bem ser mais uma alternativa de qualidade para adicionar aos autores que pretendo ler. Como tal, convido-te a descobrires comigo um dos livros mais conhecidos desta autora, A Sibila. Que me dizes? Alinhas neste desafio? Ou tens outro livro de Agustina Bessa-Luís que queiras deixar como sugestão?

A Banda Sonora da Semana #29 com livro de Agustina Bessa-Luís, filme de Charlie Chaplin e música de Fernando Daniel

Já antes falei aqui de filmes de Charlie Chaplin, como foi o caso de Tempos Modernos, que está entre os meus favoritos deste brilhante artista. Mas dado que hoje se comemora o aniversário de lançamento do filme O Grande Ditador e num momento em que a extrema-direita cresce por todo o mundo, parece-me uma semana muito apropriada para voltar a ver mais este clássico do Cinema mudo. Já viste este filme? Qual o teu filme favorito de Chaplin?


Para música da semana, nada como uma acabada de sair do forno e que já está a fazer sucesso. Fernando Daniel lançou a música Voltas e o vídeo no Youtube já está entre os mais populares. Este é um dos poucos casos em que um cantor sai de um concurso de talentos, como vencedor, e consegue construir uma carreira no difícil mundo da música em Portugal. Gostas deste rapaz e das músicas que tem feito? 

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

#Livros - Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez


#Livros - Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez

Sinopse

«Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.»

Com estas palavras - tão célebres já como as palavras iniciais do Dom Quixote ou de À Procura do Tempo Perdido - começam estes Cem Anos de Solidão, obra-prima da literatura contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, que consagrou definitivamente Gabriel García Márquez como um dos maiores escritores do nosso tempo. 

A fabulosa aventura da família Buendía-Iguarán com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultério, rebeldias, descobertas e condenações são a representação ao mesmo tempo do mito e da história, da tragédia e do amor do mundo inteiro. 

Opinião

No distante ano de 2016, decidi reunir alguns Clássicos da Literatura que me faltavam ler, com o inocente e ingénuo intuito de me motivar a ler mais desses livros incontornáveis e que todos deveríamos ler, pelo menos, uma vez na vida. Pois que a intenção foi muito boa, mas a concretização foi péssima.

Entretanto, dois anos se passaram e a pessoa (eu) ganhou vergonha na cara e começou a dedicar-se à leitura de livros intemporais e que deveriam fazer parte de toda e qualquer biblioteca pessoal. E é assim que te apresento um segundo livro que consta daquela lista de que te falei e que, após ter terminado, me deixou com a real consciência do tanto que perdi por ter demorado tanto a agarrar nele.

Podes querer ler também a opinião sobre o primeiro clássico da lista acima, 1984, de George Orwell

É que Gabriel García Márquez é um gigante e brilhante autor que deu projecção ao icónico realismo mágico e que lhe valeu um merecido Nobel da Literatura, em 1982. O primeiro aviso que faço é que existe uma constante repetição de nomes em sucessivas gerações da família Buendía, que provoca alguma confusão para os leitores mais inexperientes e cuja atenção não fique focada no enredo.

Apesar de um pouco confuso, faz parte do universo desta família peculiar e que reflecte o círculo de acontecimentos e personalidades, que surge como inevitável, e que reforça as repetições próprias do ciclo da vida e da mensagem que, embora o tempo passe e os pormenores mudem, o essencial permanece imutável.

Os saltos temporais são outra constante nesta obra, pois o narrador, contando os acontecimentos numa possível ordem cronológica, diverte-se a partilhar informação sobre o passado dos personagens e também de acontecimentos futuros. O que se traduz, não raras vezes, no facto de já sabermos o desfecho quando é chegada a hora de determinada situação.

E não é que aquilo, a que hoje chamamos de spoilers, não diminui em nada o interesse e a vontade de continuar a ler mais e mais, num ritmo que se torna frenético. Apesar do tempo passar com alguma lentidão e calma, não existem momentos mortos e tudo está interligado entre si o que torna a trama num novelo que se desenrola na frente dos nossos olhos.

Quando acompanhamos o surgimento de Macondo e os seus primeiros habitantes, percebemos como surgiu e o quanto se encontravam alheados do mundo. Depois, os acessos são facilitados e com isso chega o progresso e o que era uma pequena aldeia transforma-se numa próspera região. Toda a ascensão e queda, tanto de Macondo como da família Buendía, é temperada com o tal realismo mágico que se reflecte em detalhes fantásticos e imaginativos, que não são suportados pelo que conhecemos como verdadeiro ou possível, mas que são tratados com a mesma atenção que os acontecimentos mais banais.

Muitos foram os autores que foram beber a Gabriel García Márquez, como é o caso de uma autora que muito aprecio, Isabel Allende. De facto, este transformou-se num dos meus livros de eleição de todo o sempre e tenho a certeza que irei reler, pois quer-me parecer que é daqueles que, a cada leitura, novas perspectivas são reveladas.

Antes de terminar, quero te deixar como sugestão mais um vídeo da Tatiana Feltrin, Youtuber brasileira, onde ela faz uma excelente análise sobre esta fantástica obra da latina-americana e te mostra porque precisas de ler este livro, nem que seja uma vez na vida. Já leste algum livro de Gabriel García Márquez? Qual o teu livro favorito?

"Era como se Deus tivesse resolvido pôr à prova a capacidade de assombro e mantivesse os habitantes de Macondo num permanente vaivém entre o alvoroço e o desencanto, a dúvida e a revelação, até ao extremo de já ninguém poder saber com certeza onde se encontravam os limites da realidade." 

"Ao dizê-lo, teve consciência de estar a dar a mesma réplica que recebeu do coronel Aureliano Buendía na sua cela de condenado, e mais uma vez estremeceu com a confirmação de que o tempo não passava, como ela acabava de admitir, mas que andava às voltas."

"Não havia nenhum mistério no coração de um Buendía que fosse impenetrável para ela, porque um século de naipes e de experiências tinham-lhe ensinado que a história da família era uma engrenagem de repetições irreparáveis, uma roda giratória que teria seguido às voltas até à eternidade, não fosse o desgaste progressivo e irremediável do eixo."

Podes encomendar o teu exemplar, numa edição de capa dura, na Wook, com 10% de desconto em cartão. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

A Banda Sonora da Semana #28


A Banda Sonora da Semana #28 com livros de Saramago, filmes de Matt Damon e música de Bob Dylan

Passaram-se dois doces inícios de semana no idílico paraíso proporcionado pelas férias mas, como tudo o que é bom, acabou depressa e a rotina de ter de trabalhar já está a decorrer. E, para que vejas a minha sorte, o primeiro dia de trabalho coincidiu com o próprio do feriado que celebra a Implantação da República. Diz lá se não é maravilhoso regressar ao trabalho de atender pessoas precisamente num feriado, seguido de fim de semana? Enfim, é o que temos e a pessoa ainda precisa de trabalhar para ter dinheiro para pagar as contas. Imagino que sabes do que falo, certo? 

Efemérides de 8 de Outubro


Dia da Independência da Croácia
1998 - José Saramago torna-se o primeiro autor de língua portuguesa laureado com o Nobel da Literatura.
1895 - Nasceu Juan Domingo Péron, presidente da Argentina. 
1970 - Nasceu Matt Damon, actor norte-americano. 

Já aqui falámos de José Saramago, no aniversário da sua morte, onde enumerei alguns dos livros que mais curiosidade me suscitam e que fazem parte da minha wishlist deste autor. No entanto, quando se comemora o primeiro e único Nobel da Literatura, não apenas português, mas de língua portuguesa, parece-me essencial recomendar a leitura do livro que foi considerado para o prémio. 

A Banda Sonora da Semana #28 com livros de Saramago, filmes de Matt Damon e música de Bob Dylan

Assim, irei recomendar o único livro de Saramago que li, Memorial do Convento, e que faz parte do Plano Nacional de Leitura. Aliás, pretendo mesmo aproveitar o facto de o ter cá em casa e terem-se passado longos anos para reler esta obra e poder aqui deixar uma opinião mais fundamentada no blog. Afinal, muitos são os miúdos que têm de estudar esta obra na escola e parece-me que os adultos que ainda não leram devem aproveitar a oportunidade e deixarem-se inundar pelas propostas absurdas mas coerentes deste autor invulgar. Parece-te bem publicar aqui a minha opinião sobre este livro? 

A Banda Sonora da Semana #28 com livros de Saramago, filmes de Matt Damon e música de Bob Dylan

Deixo ainda uma sugestão cinematográfica, apoiada por ser o dia de aniversário do gato do Matt Damon, onde te apresento o melhor filme - ou pelo menos o meu favorito - da carreira deste actor. Refiro-me ao O Bom Rebelde, onde contracena com o gigante Robin Williams, e nos conta uma história repleta de lições profundas e cenas memoráveis. Lembraste deste filme? 


E já que falamos sobre o Nobel da Literatura e tendo em conta que este ano não iremos ter premiados, acho que a música da semana teria de ser a de Bob Dylan, um dos prémios mais controversos e que deu que falar nesta categoria. Concordaste com a atribuição deste prémio a Bob Dylan? 

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Uma noite com... #153


Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Uma noite com... #153  Rúben Gomes

Rúben Gomes
O novo protagonista da nova novela da TVI, Valor da Vida.

Podes ver os gatos das semanas anteriores aqui.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Ser professor é inspirar e motivar


Ser professor é inspirar e motivar

Eu sei que as aulas já começaram e para quem não tem filhos, como eu, esta seja uma época de saudosismo puro, pois não temos as preocupações nem as despesas de quem tem crianças para sustentar e levar à escola. Para mim, mesmo quando já não sou estudante, Setembro é o mês de recomeços e que marca o início do ano escolar. 

Uma das coisas que mais gosto nesta altura, é a diversidade de material de papelaria que se encontra por toda a parte, bem como as apetecíveis promoções que me fazem perder a cabeça e até desejar voltar para a escola para poder comprar tantas coisas bonitas e variadas que na minha altura eram um tanto ou quando escassas. 

Dado que isso é algo pouco provável de acontecer, lá vou tirando a barriga de misérias comprando canetas bonitas, cadernos e blocos de notas ou dossiers. Só que esta é apenas a primeira fase do regresso às aulas, a compra de livros e material escolar. Recordo-me de me sentir sempre com muita vontade de voltar à escola, rever os amigos, mostrar o que tinha de novo e começar a escrever em cadernos novos e ler livros a cheirar a papel.

E quanto tempo durava este entusiasmo, perguntam vocês. Era capaz de apostar que sabes a resposta pois não deve estar muito longe da tua realidade. Passada uma semana, a rotina invadia o ânimo e a vontade de apontar tudo e mais alguma coisa desvanecia-se nas conversas escritas que sucediam durante as aulas em todos os meus cadernos novos, bonitos e a cheirar cada vez menos a novo. 

É aqui que deveria entrar o factor professor. Porque está nas mãos deles manter a atenção dos seus alunos e não permitir que se percam com as distracções da juventude. Não é tarefa fácil, eu sei, mas conheci muito professores que se demitiam dessa responsabilidade e nem se davam ao trabalho de tentar que as suas aulas fossem mais cativantes para as turmas que tinha pela frente. 

Ser professor é inspirar e motivar

A profissão de ensinar é das mais nobres que existem e só lamento a quantidade de pessoas que enveredam por esta área profissional sem qualquer vocação, sem qualquer talento para a exercer. Com a quantidade de professores que não são colocados todos os anos, não consigo deixar de pensar quantos se encontrarão em casa e que deveriam estar a inspirar e motivar jovens estudantes. 

E com isto não pretendo insinuar que a tarefa que deles se espera seja fácil nem tão pouco simples de executar. Cada aluno é um mundo por explorar e serão diferentes os gatilhos que os prendem às disciplinas. Já para não falar nos nossos gostos pessoais enquanto indivíduos que nos fazem preferir umas em detrimento de outras. 

Pela minha parte, recordo-me de alguns professores memoráveis, que marcaram bem mais do que aqueles que nunca deveriam ter sido inseridos no sistema de ensino e dos quais conheci alguns exemplares. A memória mais antiga é a da minha professora da primária, a professora Marinela, que me acompanhou até ao quarto ano - quarta classe, como se chamava na altura. 

Esta foi a professora que me deu as bases sólidas do primeiro ciclo e que foram determinantes para o meu gosto por aprender, que mantenho até hoje, e pelo sucesso que fui obtendo nos anos seguintes. Até que, no oitavo ano, tive a sorte de encontrar uma professora de História que nos agarrou desde a primeira aula e tornava os eventos históricos em interessantes aventuras que, até os que consideravam a disciplina entediante, se renderam aos seus encantos e começaram a ter positivas merecidas.

Esta última talvez seja a professora que mais me marcou, ao ponto de ter, nessa época, desejado ser professora de História. Entretanto, percebi que, neste país, os jovens professores são uma classe muito mal tratada e fiquei-me pelo interesse académico pela História enquanto disciplina, mas sem pretensões de exercer a docência.

Por fim, recordo uma professora de Inglês, já no ensino secundário, que tinha uma forma fascinante de ensinar. As aulas eram tão divertidas que eram as únicas que tentava ao máximo não perder e evitava faltar. Para alguém que nunca chumbou com uma negativa, mas se fartou de reprovar por excesso de faltas a partir do 11.º ano, isto diz tudo, não achas?

Estas foram as professoras que marcaram o meu percurso académico e influenciaram profundamente a minha capacidade de aprender e reter informação. Outras existiram que foram igualmente profissionais e foram capazes de prender a minha atenção, mas a empatia liga-me às que referi anteriormente. Gostaria muito que a maioria dos profissionais do ensino tivessem algumas destas qualidades e fossem, efectivamente, capazes de inspirar e motivar os seus alunos para serem melhores, bem como a encontrarem o caminho profissional que os poderá realizar e fazer felizes.

Ensinar não é educar, mas é uma parte fundamental na nossa formação e que certamente dita o tipo de pessoa que seremos enquanto adultos. Tiveste sorte nos professores que encontraste ao longo do teu percurso académico? Qual o professor que mais te marcou? Conta-me tudo nos comentários! 

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