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terça-feira, 12 de outubro de 2021

#Livros - Sapiens História Breve da Humanidade, de Yuval Noah Harari

 

#Livros - Sapiens História Breve da Humanidade, de Yuval Noah Harari

Sinopse

Recorrendo a ideias da paleontologia, antropologia e sociologia, Yuval Noah Harari analisa os principais saltos evolutivos da humanidade, desde as espécies humanas que coexistiam na Idade da Pedra até às revoluções tecnológicas e políticas do século XXI - que nos transformaram em deuses, capazes de criar e de destruir. 


Esta é uma obra desafiadora, desconcertante e inteligente, uma perspectiva única e original sobre a nossa História e o impacto do ser humano no planeta. 


Opinião

Quero começar já por dizer que este é um sério candidato a ser encontrado no top de leituras de 2021. O tema é fascinante, mas torna-se viciante pela forma como o autor estruturou o livro, e o modo como escreve de forma deliciosa, partilhando várias visões dos acontecimentos e as diferentes conclusões, sem nunca tentar nos limitar a uma única. Portanto, é um livro que nos faz pensar e procurar as nossas próprias respostas, as que nos fazem sentido, mediante o que nos é contado. 


"A coisa mais importante a reter em relação aos seres humanos pré-históricos é que se tratava de animais insignificantes, sem mais impacto sobre o seu meio ambiente do que gorilas, pirilampos ou alforrecas"


Mas começando pelo princípio, em Sapiens somos apresentados à nossa própria evolução sob diferentes aspectos e ângulos. Assim, tudo começa com a revolução cognitiva, que é quando começamos a ser capazes de formular pensamentos cada vez mais complexos. É aqui que nos afastamos dos animais existentes, deixando de ser apenas mais um a pisar o planeta, começando a influenciar e alterar o meio envolvente. De uma forma muito diminuta, a princípio, mas que permitiu a sobrevivência sobre espécies mais fortes do que a nossa. 


Podes ler também a minha opinião sobre 1808


Em seguida, explora as consequências da revolução agrícola que permitiram a fixação da população em lugares que começaram a tornar-se em povoações e que foi o combustível para produzir mais alimentos e, consequentemente, alimentar mais elementos. Ao contrário de alguns mitos criados em torno deste momento histórico, esta revolução não trouxe um estilo de vida mais descansado ou mais feliz. Pelo contrário, implicou muito mais trabalho físico e danos nos nossos corpos pois a nossa coluna ou os nossos joelhos não estavam preparados para todo esse esforço. 


"Os culpados foram uma mão-cheia de espécies de plantas, incluindo o trigo, o arroz e as batatas. Foram estas plantas que domesticaram o Homo Sapiens, e não o contrário."


É também explorado os elementos que permitiram que vivêssemos em grandes comunidades, com um sentimento de pertença que supera o nosso bairro e as pessoas que nos rodeiam. O mais interessante é perceber que esta união entre pessoas de lugares distantes e diferentes é fundamentada em conceitos imaginados e não reais, o que só foi possível devido à revolução cognitiva que nos permite visualizar de forma abstrata ainda que não existam à nossa frente ou nas nossas mãos. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre O Sexo da Música


Por fim, chegamos ao capítulo que retrata a revolução científica que se encontra a acontecer na frente dos nossos olhos. As perspectivas que se abrem à nossa frente são incontáveis e até parecem saídas de um filme de ficção científica, mas nunca estiveram tão perto de ser reais, isto as que ainda não são efectivamente. O ponto que parece mais unânime, embora com diferentes visões, é que o Homo Sapiens, como o conhecemos e somos, está prestes a chegar ao fim. O que seremos ainda é uma incógnita, mas existem muitas teorias e hipóteses em estudo, que parecem não estar mais desenvolvidas apenas por questões morais e éticas. 


"Hoje em dia a religião é, muitas vezes, considerada fonte de discriminação, discórdia e desunião. Contudo, na verdade, a religião tem sido o terceiro maior unificador da humanidade, ao lado do dinheiro e dos impérios."


Se pensas que te contei demasiado, posso já adiantar que nem 5% do livro foi aqui comentado, pois a experiência de leitura deste livro é espectacular, estimulante e desafiante. São quase quinhentas páginas que valem a pena cada minuto investido na leitura e que vai ficar contigo mesmo depois de terminares de ler. Se ainda não leste, aceitas o desafio de ler Sapiens? Conta-me tudo nos comentários. 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem qualquer custo adicional para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog


Wook | Bertrand | Book Depository

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