Eis que finalmente e depois de muitos percalços e desvios, nos chegaram as últimas temporadas de Lúcifer. Depois da quinta temporada ter ficado a meio por demasiado tempo, foi com ânsias que devorei o final da mesma e roí as unhas enquanto esperava pela sexta que prometia apresentar o final da série. As expectativas eram muito altas, pelo brilhantismo da história que nos vem sendo contada desde o primeiro episódio, pelo elenco soberbo e porque é impossível não ficar envolvido por esta combinação explosiva.
Começo por dizer que adorei a aparição física e sem sentidos dúbios ou possíveis mal entendidos de Deus, enquanto pai de Lúcifer, Amenadiel e todos os restantes anjos, bem como, da humanidade. A sua tentativa de colocar a casa em ordem e resolver os conflitos entre os seus filhos é uma grande empreitada e a sua visita estende-se por vários episódios, dando nos a oportunidade de assistir à tentativa de aproximação com Lúcifer e a admissão dos seus erros e falhas enquanto pai. Quase como mais uma prova de que nós, humanos, fomos realmente criados à imagem e semelhança de Deus.
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A batalha final da quinta temporada é épica e, não fosse o gancho deixado em aberto no seu final, teria sido uma forma para cima de espectacular de terminar a série. A luta que coloca anjos contra anjos, na defesa do seu candidato para substituir o pai, é mesmo especial e empolgante. Isto sem esquecer o papel fundamental da Maze, com os seus irmãos demónios, e de Chloe e da sua viagem inacreditável durante a batalha.
O início da sexta temporada é um tanto ou quanto estranho, transmitindo uma sensação de quebra perante o ritmo que sentimos no final da anterior. O novo anjo a quem somos apresentados introduz um clima de mistério muito interessante e renova o vigor da série, mas é importante não esquecer nem subestimar alguns dos personagens, considerados secundários, que acompanhamos desde o início. Falo da Linda, a psicóloga mais icónica da História da Humanidade, depois de ter sentado no seu sofá o Diabo em pessoa e o próprio Deus. Isto para não falar de que teve um filho de um anjo e foi torturada pela Deusa da Criação.
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Depois a fofinha da Ella, que tinha em torno de si a dúvida sobre se algum dia saberia a verdade sobre os seus amigos. Independentemente de saber ou não, comprova-se que é nela que reside a voz da razão, consubstanciada na sua fé imensa e profunda, aliada a uma empatia e sensibilidade acima da média. Por outro lado, o pouco destaque dado à Trixie deixou toda a gente triste e eu não sou a excepção. Penso que existiram alguns momentos-chave onde a filha de Chloe tinha de estar presente. Isto para não falar que não existiu um momento onde a menina diz claramente que sabe a verdade, algo que podemos intuir obviamente mas, ainda assim, teria sido bonito de ver.
Ao contrário do que tenho ouvido, confesso que não estava a ver para onde a história estava a caminhar e a dada altura até me senti meio perdida e inquieta. Inquieta por temer que fossem tocar algo sem sentido e pouco credível, mas a verdade é que o final foi muito coeso e de facto faz sentido, tendo em conta o que sabemos sobre cada um dos protagonistas. As saudades já são muitas e agora só me resta ganhar coragem para ver se me dedico a ler A Divina Comédia e Paraíso Perdido.
Agora conta-me tudo: já viste as últimas temporadas? O que achaste deste final? Ficaste satisfeita?