Não soltem os foguetes nem abram as garrafas de champagne, que não estou apaixonada nem para lá caminho, meus amigos. Não pretendo fazer nenhum tipo de declaração de amor, ainda que o título te possa ter deixado confuso. Vamos conversar, mais uma vez, de amor, mas de nenhum caso pessoal e recente.
Já conversámos sobre dúvidas existenciais, que podem ser resolvidas com algum facilidade, e sexo puro e simples, entre tantos outras variantes deste tema que é o amor e outros milhares estão por falar ainda. Hoje, não quero falar do antes ou do caminho que leva ao amor. Pretendo falar de quando estamos inteiramente entregues a alguém e já nos encontramos a viver uma dita relação estável.
Os mais atentos certamente já reparam o quanto a frase soa familiar, correcto? A verdade é que senti uma necessidade de falar sobre esta coisa de sentirmos que é amor para a vida toda, depois de ouvir na rádio, vezes sem conta, a música da Carolina Deslandes, que mais não é do que uma bonita declaração do seu amor pelo homem com que divide os dias e a vida. Quem ainda não ouviu isto??
Pois é, tanto ouvi que a ideia começou de facto a martelar na minha cabeça de forma incessante até que não fui capaz de controlar mais o impulso de debater este assunto contigo. Claro que, quando nos aventuramos numa relação, ninguém se põe a pensar como irá terminar. Se assim for é porque não vale mesmo a pena começar, porque vai se revelar um pura perda de tempo e energia.
Quando o amor nos invade, a pessoa gosta de acreditar que é para todo o sempre e mais além. E presume-se que os seus intervenientes façam o melhor que sabem para que assim seja e que se transformem num daqueles casais que, em gerações mais novas, estão difíceis de acreditar ser possível. Enquanto a paixão está no auge, tudo é perfeito e só se enxerga até um determinado local onde não existem defeitos nem problemas de qualquer espécie.
Depois, como é óbvio, esse estado de enamoramento vai esmorecendo e, se tudo correr bem, dando lugar a um sentimento mais calmo e sólido. Onde se aprende a gostar dos defeitos do outro, onde se fazem cedências em prol do bem comum ou mesmo do bem-estar da pessoa amada. Houve uma altura em que acreditei de verdade que quando há amor entre duas pessoas, nada as pode separar.
Contudo, passado não muito tempo, veio a vida ensinar-me que só o amor não chega para que duas pessoas fiquem juntas. Existe um cocktail de ingredientes essenciais ao sucesso de uma relação, onde pode incluir a confiança, o respeito e admiração mútua. Além do amor, estes são, para mim, os kit básico para qualquer relação saudável e duradoura.
Agora, que já falámos das rosas, vamos falar dos espinhos? É que tenho muita dificuldade em colocar-me à mercê de alguém, por muito que a ame e por muito envolvida que esteja. Existe um espaço emocional que é só meu e que me permite continuar a viver depois de um desgosto amoroso, sem sentir que a minha vida sem aquela pessoa já não faz sentido. E existe também um lado prático que gosto muito de preservar, onde se encontram coisas como a independência financeira.
Todos julgamos conhecer as pessoas com quem vivemos, até ao momento da separação. Regra geral, é nesses momentos que o outro se revela, pelo menos para os mais desatentos. O resultado imediato de uma rotura nunca será positivo. Ou se fica com o coração partido ou ganhamos alguém para nos infernizar a existência por uns tempos, que se esperam curtos.
É por isso que me faz muita confusão que, pessoas com experiência de vida, se coloquem dessa forma desabrida nas mãos de outra pessoa, por muito apaixonadas que estejam. Qual é a tua posição no amor? Concordas comigo ou entregaste sem pensar no amanhã?
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