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terça-feira, 30 de maio de 2023

#Livros - Steve Jobs, de Walter Isaacson

 

#Livros - Steve Jobs, de Walter Isaacson

Sinopse

No 10º aniversário da morte de Steve Jobs, recuperamos um percurso de vida marcado pelo inconformismo, por conquistas, sucessos e discursos apaixonantes. Deles é feita a história da Apple e de uma figura incontornável no mundo da tecnologia e dos negócios. 

Walter Isaacson escreveu, em 2011, a única biografia autorizada de Steve Jobs baseando-se em dezenas de entrevistas ao líder da Apple, aos seus familiares, amigos, colegas e até adversários. O resultado é uma história de vida fascinante e intensa, marcada pela personalidade invulgar de um empreendedor criativo, determinado e perfeccionista. 

Steve Jobs colaborou activamente no processo de criação desta biografia, partilhando experiências até então nunca reveladas, com uma transparência e sinceridade inesperadas. Porque não temia a verdade, Jobs não impôs quaisquer limites ao biógrafo e aceitou falar de tudo. 

Igualmente reveladoras são as impressões dos seus amigos, companheiros e colegas, que contribuíram para formar a imagem de um homem apaixonado, complexo e genial, nos negócios e na vida. Apoiado no inconformismo e numa vontade férrea, Steve Jobs revolucionou a indústria dos computadores, dos filmes de animação, da música e dos telefones. Transformou o modo como nos relacionamos com a tecnologia e deixou ao mundo um importantíssimo legado de inovação e criatividade. 


Opinião 

Depois de ter entrado em contacto com o trabalho de Walter Isaacson em 2019, com a biografia extraordinária sobre Leonardo da Vinci, fiquei com a certeza do talento do autor dentro deste género literário e com uma vontade imensa de ler tudo o que escreveu, sobretudo porque escolhe personalidades geniais para biografar. O facto do controverso Steve Jobs ter autorizado esta biografia deixou-me um pouco de pé atrás, pois é normal existirem omissões ou concessões feitas pelo autor em respeito ao biografado que permite que se escreva e colabora com os seus relatos. Não achei que fosse o caso nesta biografia, que não deixou de procurar os testemunhos de pessoas que estavam ou estiveram em conflito com Jobs e incluiu as versões dos envolvidos, mesmo quando eram diferentes ou totalmente opostas às de Steve Jobs. 


Este é um verdadeiro calhamaço, daqueles que metem respeito, com mais de setecentas páginas, mas que entregam tanto que o difícil é perceber que se chegou ao fim, que a vida desta figura genial terminou cedo de mais e que não poderá continuar a construir o nosso futuro através da sua imaginação e da sua determinação de colocar em prática o que apenas parece possível no mundo do sonho. Foi muito curioso perceber que a sua mente funcionava muito como a de Leonardo, imaginando o que seria o quotidiano das pessoas quando ninguém achava que isso seria possível. A grande diferença é que a evolução tecnológica estava a acontecer no tempo de vida de Jobs e ele usou todas essas invenções aleatórias e avulsas para construir e trazer para vida da pessoa comum as ferramentas que ele sabia que seriam necessárias, úteis, imprescindíveis, ainda que nós não o soubéssemos. 


Podes ler também a minha opinião sobre Pessoa. Uma Biografia


Mas tudo começa do início, com a infância e a juventude de Jobs, que cresceu com os pais que, sem poderem ter filhos biológicos, decidem adoptar e que lhe permitem um desenvolvimento das suas capacidades cognitivas, sem inibir ou condicionar a sua curiosidade e o seu desejo de descobrir e saber mais sobre os assuntos que verdadeiramente lhe interessam. Com o pai que lhe deu o apelido aprende a importância do design e dos pormenores, mesmo quando não são visíveis, fruto da paixão que Paul Jobs tinha por automóveis, paixão que não conseguiu transmitir ao seu filho como era seu desejo. Ainda assim, fica a certeza de que os ensinamentos transmitidos e as horas passadas na garagem e na busca da peça necessária serviram para moldar a sua personalidade e a forma como iria encarar os negócios enquanto homem adulto. 


"Durante a sua carreira, Steve Jobs ficou conhecido por criar grandes produtos. No entanto, a sua capacidade para criar grandes empresas, com marcas valiosas, era igualmente significativa. Ele criou duas das melhores da sua época - a Apple e a Pixar." 


Além desta curiosidade que foi alimentada e, de certo modo, incentivada, temos ainda de contar com o facto de ter crescido na zona da Califórnia onde se estava a dar a revolução tecnológica, onde surgiam as grandes empresas do sector informático, onde se reuniam os melhores profissionais. Ainda não era um sector global, mas era o início das descobertas que iriam permitir a globalização da computação pessoal e tudo o que se seguiu. Foi neste ambiente que conheceu o outro fundador da Apple, engenheiro brilhante, capaz de colocar em prática muito do que Jobs imaginava e queria que fosse real. Wozniak é essencial para a criação das primeiras tecnologias da marca Apple, que foram um sucesso e fonte de receita por muitos e longos anos, mas a verdade é que, tirando a paixão pelos computadores, os dois Steves não podiam ser mais diferentes. Jobs acreditava e lutou pela integração de todos os elementos, hardware e software; Wozniak era da corrente hacker e acreditava que o prazer dos utilizadores estaria em poder alterar o que compravam e até teria sido capaz de oferecer as suas inovações a quem as quisesse utilizar sem com isso obter qualquer lucro. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre A Biografia de Calouste Gulbenkian


Os relatos não são meigos e a personalidade complexa e pouco empática de Jobs é posta a nu e revela todas as consequências que daí advinham. Por um lado, o seu lado brutal fazia com que fosse muito difícil lidar com ele enquanto chefe, pois era capaz de destruir uma pessoa em poucos segundos, em frentes dos colegas ou de quem estivesse presente. Por outro, o facto de acreditar no que era considerado por todos impossível, fazia com que os que trabalhavam com ele ultrapassem as barreiras da realidade e alcançassem a genialidade, ainda que com incredulidade. Foi com esta combinação explosiva e incompreendida que foram concretizados alguns dos produtos mais icónicos e fascinantes da Apple e, mais tarde, também da Pixar. Claro que este temperamento, combinado com a juventude e com uma arrogância inata não poderiam trazer só coisas boas, e Steve Jobs acabou afastado da sua própria empresa. Essa travessia do deserto serviu para crescer, aprender, investir em negócios onde tentou aplicar tudo o que acreditava, perceber o que não era viável, o que não seria sinónimo de sucesso, e para criar outra das empresas mais icónicas do século XX, a Pixar. 


"A personalidade de Steve Jobs reflectia-se em todos os produtos que criava. A filosofia da Apple, desde o Macintosh original em 1984 ao iPad uma geração depois, assentava na integração extremo-a-extremo do hardware e do software, e o mesmo se passava com o próprio Steve Jobs: a sua personalidade, as suas paixões, o seu perfeccionismo, os seus demónios, os seus desejos, o seu espírito artístico, a sua crueldade, e a sua obsessão pelo controlo estavam interligados na sua abordagem aos negócios e aos produtos inovadores que desenvolveu." 


Em 1996, o seu destino volta a cruzar-se com a Apple, que se encontrava numa grave crise. As direcções passaram a procurar o lucro e deixaram de se preocupar com o propósito da marca o que quase a levou à destruição. É neste regresso que se cimenta definitivamente o espírito Apple, onde os produtos recebem a importância que merecem e o foco passa a estar em menos variedade e mais na qualidade e no diferencial que podem oferecer ao cliente. Será nesta fase que as suas visões mais inacreditáveis se concretizam e que a sua filosofia controladora revela poder ser um caminho válido nesta nova fase de desenvolvimentos tecnológicos. Da sua visão, aliada aos melhores profissionais que leva sempre ao limite, são apresentados os revolucionários iPod, iPhone e iPad. A sua genialidade deixou a sua marca em vários sectores, criou empresas com um propósito tão forte que sobrevive mesmo após a sua partida, abriu o caminho do que seria o futuro tecnológico e, depois de ler tudo o que a sua mente foi capaz de construir, só posso lamentar a sua partida tão precoce e pensar no que ainda nos entregaria se tivesse vivido mais anos com saúde. Não era uma pessoa amável, fácil de lidar, nem tão pouco agradável de conviver; mas foi um homem inspirador e revolucionário, disposto a tudo para defender o que achava certo. 


Já leste esta biografia de Steve Jobs? Gostas deste género literário? O que pensas sobre o fundador da Apple? Tens consciência da sua importância? Comenta e vamos conversar sobre esta figura incontornável da História! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 25 de maio de 2023

A minha experiência com Marafada

 

A minha experiência com Marafada


Isto de dar presentes em datas especiais é muito giro, mas obriga a um exercício de criatividade difícil e complexo, para não repetir presentes, ser algo útil, bonito ou, pelo menos, do agrado do presenteado. Temos os aniversários, o Natal e, no caso dos pais, Dia do Pai e da Mãe. São muitos presentes ao longo do ano, não achas? É por isso que estou sempre atenta a novas marcas e produtos originais que possam ajudar-me a fazer boa figura nestas épocas festivas. Apesar de gostar de oferecer marcas consagradas e conhecidas quando as aprecio, também gosto muito de comprar de artesãos e negócios pequenos, pois isso permite que essas marcas cresçam, ganhem dinheiro e notoriedade, e possam continuar a produzir peças únicas, especiais e originais. Afinal, ninguém começa grande, importante e famoso. 

Buy Me A Coffee

Foi em Abril, quando não fazia a menor ideia do que iria oferecer à minha mãe no dia dela, quando encontrei a página Marafada e os seus produtos com uma imagem diferenciada e que, depois de veres, vais imediatamente associar à marca. O leque da oferta é muito variado e é fácil encontrar presentes para todos os gostos, tanto que, apesar de ter comprado o presente para a minha mãe, acabei por comprar também algo para mim. A proposta é aliar a criatividade e originalidade da artesã, combinadas com cores bem coloridas, a alguns símbolos bem portugueses ou que são muito apreciados na nossa cultura. Combina tradição com modernidade, mas também tem ofertas bem actuais e jovens que serão escolhas acertadas para tipos de cliente diferentes. 


Podes ler também sobre a minha experiência com de.coração


Temos bijuterias diversas, colares, brincos, pulseiras, com motivos tradicionais decorados ou com motivos modernos pintados à mão. São estes acabamentos que permitem que cada peça seja única e se torne verdadeiramente especial e marcante. Para oferecer à mãe escolhi a medalha de Nossa Senhora de Fátima, em tons de lilás e azul, com a corrente em aço dourado que não escurece. Depois de ter escolhido a peça que queria, confesso que a dificuldade foi escolher os tons, porque são muitas opções e todas lindas de morrer. Dá vontade de encomendar uma de cada. O atendimento é feito com muita atenção e permite escolher calmamente o que pretendemos, com uma ajuda que esclarece qualquer dúvida que surja. O envio é feito em correio registado, sendo os portes gratuitos em compras superiores a 50€, portanto tudo se processo com toda a segurança. Os métodos de pagamento aceites são MBWAY e transferência bancária. 


A minha experiência com Marafada

Logo quando recebi, no início de Maio, partilhei no Instagram porque logo na embalagem fiquei conquistada. Cada peça vem numa bolsa linda, que pode ser utilizada para guardar peças mais delicadas, embrulhada de maneira a não sofrer qualquer dano no transporte e com um cartão da marca a acompanhar. O embrulho é tão bonito e tão cuidado, que não é necessário preocupação na hora de oferecer, porque já recebemos em modo perfeito. Sem estar à procura de nada para mim, mas pensando em conseguir portes grátis, acabei por explorar um pouco mais a página, e foi quando encontrei os marcadores mais lindos que já vi serem feitos em Portugal. São pintados à mão, em madeira envernizada e com um tassel, e com imagens lindas de morrer. Pessoalmente, escolhi um com Fernando Pessoa e, depois de o receber, fiquei ainda mais apaixonada por ele. 


Podes ler ainda sobre a minha experiência com a Portugal Jewels 


Os meus favoritos, além do que escolhi, e que ficaram debaixo de olho, são os da Frida e do Camões, mas adoraria que fosse lançada uma colecção dedicada a escritores, pois acredito que existe espaço no mercado para este tipo de produto destinado aos apaixonados por livros. Quem sabe um dia proponho uma parceria à Marafada e avançamos com uma colecção? O que achas da ideia? Entretanto, já fiquei com a página marcada porque tenho a certeza que vou comprar mais coisas em datas próximas. Em Setembro a minha mãe fará anos e já fiquei a namorar os terços e o colar com o coração de Viana decorado. Agora que estou a escrever este post, estou a pesquisar a página para verificar se não me esqueci de nenhum pormenor importante, e acabo de descobrir que também tem porta-chaves, o que muito me interessa. Em suma, vou-me desgraçar na Marafada


A minha experiência com Marafada

Portanto, se procuras uma loja online com peças únicas e originais, tens aqui na Marafada uma excelente opção que podes e deves considerar. Vais encontrar peças para oferecer que irão ao encontro dos gostos de várias gerações, mas também para ofereceres a ti própria. A qualidade é excelente, os preços acessíveis, e todo o acompanhamento proporcionado torna a experiência merecedora de toda a divulgação, de todas as partilhas. Já conhecias o trabalho da Marafada? Foste espreitar as peças que ela faz? Qual a tua favorita? Qual a que gostarias de receber como presente? Deixa o teu comentário e vamos conversar sobre esta marca fantástica! 

terça-feira, 23 de maio de 2023

#Livros - Por Quem os Sinos Dobram, de Ernest Hemingway

 

#Livros - Por Quem os Sinos Dobram, de Ernest Hemingway

Sinopse

Em 1937, Ernest Hemingway viajou para Madrid, com o intuito de aí realizar algumas reportagens sobre a resistência do governo legítimo de Espanha ao avanço dos revoltosos fascistas. Três anos mais tarde, concluiria a elaboração de um dos mais famosos romances sobre a Guerra Civil de Espanha, Por Quem os Sinos Dobram

A história de Robert Jordan, um jovem americano das Brigadas Internacionais, membro de uma unidade guerrilheira que combate algures numa zona montanhosa, é um relato de coragem e lealdade, de amor e derrota, que acabou por constituir um dos mais belos romances de guerra do século XX. 

«Se a função de um escritor é revelar a realidade», escreveria o editor Maxwell Perkins em carta dirigida a Hemingway após ter concluído a leitura do seu manuscrito, «nunca ninguém o fez melhor do que você.» 

Buy Me A Coffee

Opinião 

Nos últimos anos, tenho seleccionado alguns autores, daqueles extraordinários, e tenho procurado ler um livro deles a cada ano. Isto permite que não fique sem bons livros todos os anos, até porque a maioria destes autores já faleceu e não é provável que surjam novas obras suas no mercado. É precisamente o que acontece com o americano Ernest Hemingway, cujos livros que li até agora me deixaram com vontade de ler tudo. Este é o terceiro que leio e o primeiro romance que descubro, o que me levou para toda uma nova dimensão do estilo do autor, ainda mais fascinante e empolgante. 


O primeiro aspecto que deixa qualquer leitor perplexo é que estamos perante um romance de mais de quatrocentas páginas e que se passa em cerca de três dias. E não é que seja descritivo em demasia, ou com parágrafos aborrecidos, sem desenvolvimentos relevantes, pelo contrário, tudo acontece com um ritmo inacreditável, quando pensamos o curto espaço de tempo que é utilizado. Tudo se passa em Espanha, durante a Guerra Civil, que tanto fascinou os artistas de todo o mundo e não só os espanhóis. Este romance é fruto do impacto que este acontecimento histórico teve sobre o próprio autor, como aconteceu com outros que o fizeram neste e noutros formatos literários. 


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Começamos por acompanhar Robert Jordan a caminho do lugar onde terá de cumprir a sua missão, que é destruir uma ponte, para com isso contribuir para o sucesso da operação militar que se encontra planeada para a mesma altura. Apesar dos comunistas serem o governo, a luta contra os fascistas continua a decorrer em várias regiões espanholas, com uma violência de ambas as partes que chocou o mundo. Os estrangeiros que acreditam na causa comunista e que se posicionam contra o fascismo procuram formas de ajudar neste conflito, e é o caso do nosso protagonista. Robert é um professor americano que parte para Espanha para se colocar às ordens da força comunista e que se torna num especialista em bombas muito bem conceituado entre os seus superiores. 


"A gente tem de falar com alguém. Antes havia a religião e outras porcarias. Agora devia haver uma pessoa em quem pudéssemos confiar e com quem falar francamente; porque por maior que seja a nossa coragem, a solidão dói." 


Segue com Anselmo, um velho da resistência que lhe serve de guia até ao local e como intermediário para encontrar a ajuda que vai necessitar para a missão que lhe foi destinada. O destino será o bando do Pablo, que se esconde por essas bandas e que é amigo de outro bando que se encontra perto, o do El Sordo. As suas forças combinadas poderão permitir, com o material trazido por Robert, que a missão seja realmente bem sucedida. É no bando de Pablo que conhece as únicas mulheres da narrativa, Pilar, mulher de Pablo, com sangue cigano que diz conseguir ler as pessoas e o futuro; e Maria, uma jovem resgatada pelo grupo e salva por eles depois de ter sofrido na pele o preço deste banho de sangue. 


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O que dá mais volume a estes três dias, são os relatos do passado de alguns personagens, como Anselmo, Maria, Pilar ou Pablo. Todos viveram episódios dignos de nota e que são explorados durante o tempo que passam com o recém-chegado e que servem para o protagonista e para o leitor ficar a conhecer melhor as suas personalidades e os contornos complexos desta guerra que parece não ter um fim à vista. O passado de Robert também ganha contornos mais nítidos à medida que se vê perante uma missão que tem tudo para correr mal e onde poderá colocar em risco aquelas pessoas que aprendeu a estimar e respeitar. O amor também nasce onde menos se espera e é vivido intensamente, como só a guerra e a proximidade da morte pode estimular numa pessoa. 


"Matar é para eles uma espécie de sacramento. O velho sacramento que tinham antes da nova religião vir dos confins do Mediterrâneo, esse impulso que eles nunca destruíram, apenas dissimularam e esconderam para que irrompesse violentamente nas guerras e na Inquisição. São o mesmo povo dos autos-de-fé." 


O ritmo é acelerado e, em determinados momentos, não conseguia parar de ler, porque precisava saber o que ia acontecer a seguir, que decisões seriam tomadas, que desgraças iriam cair sobre este bando unido pela adversidade e pela convicção de estarem do mesmo lado, do lado certo. Se ainda não conheces o Hemingway romancista, tens de lhe dar uma oportunidade porque a sua escrita é viciante, sem nada que seja supérfluo ou meramente decorativo, e com temas que marcaram o século XX e moldaram a sociedade que foi construída nessa fase. Ainda assim, se precisas de mais incentivos para ler Por Quem os Sinos Dobram, vai ver o vídeo da Tatiana Feltrin e depois corre a comprar ou tirar o teu exemplar da estante. Já leste o livro ou outros deste autor? Qual o teu favorito de Hemingway? Preferes os romances, as novelas ou os contos? Deixa o teu comentário e vamos conversar sobre este vencedor do Nobel da Literatura? 


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Wook | Bertrand

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Vamos falar sobre Terceira Idade

 

João Botelho, realizador português.

O mundo mudou muito nas últimas décadas, as pessoas vivem de uma forma totalmente diferente dos seus avós. O papel das mulheres sofreu uma revolução, ainda que seja verdade que muitas batalhas continuam a ser necessárias para manter os direitos adquiridos e para alcançar os que ainda faltam conquistar. Não será este o tema de hoje, mas é inegável que a entrada definitiva das mulheres no mercado de trabalho alterou totalmente a disponibilidade para cuidar da família em casa a tempo inteiro, seja dos filhos ou dos mais velhos. Este é uma dinâmica complexa e que obriga a reestruturar as relações familiares e parece estar a causar uma mudança nos princípios individuais. 

Buy Me A Coffee

Em grande parte do século passado, em Portugal, existia um núcleo familiar grande e reunido em torno dos mais velhos. Os filhos casavam e ficavam a morar com os pais, os netos nasciam e viviam nesse ambiente de múltiplas gerações. Afinal, comprar casa própria não estava ao alcance de toda a gente e esta era uma forma de existir entreajuda entre mais velhos e mais novos, os pais apoiavam os filhos no início de vida, continuando a dar um tecto, os filhos, um dia quando fosse necessário, iam amparar os pais na velhice e nas dificuldades próprias dessa época. Outro aspecto importante é que a esperança média de vida era bem mais baixa do que nos dias que correm, o que significa que não existia tantas pessoas a atingir idades avançadas. No fim de contas, as evoluções cobram o seu preço sempre. 


Podes ler também sobre a Depressão  


Hoje, em pleno século XXI, não estamos preparados para os desafios que foram colocados no que toca aos nossos velhos. Nem os indivíduos, nem os governos, nem as empresas. Ainda não vivemos para sempre, mas cada vez morremos mais tarde e os problemas de saúde são agravados com o passar dos anos, logo os cuidados necessários são cada vez mais exigentes. Poucos e felizes são os que conseguem chegar e atravessar a terceira idade com autonomia razoável, independência e discernimento. Os idosos acabam por precisar de um acompanhamento e atenção que a maioria das pessoas não consegue dar a tempo inteiro, porque é preciso trabalhar para pagar as contas e abdicar dessa fonte de rendimento não é uma opção viável. As reformas da maioria são uma miséria que não chega nem para as necessidades básicas, que dizer para pagar a ajuda que precisam. 


Vamos falar sobre Terceira Idade

Postas em evidências as dificuldades das famílias na gestão dos seus idosos, sobretudo em fases mais complicadas da saúde, não posso ignorar a quantidade de pessoas desprezíveis que existem neste mundo, que sofrem de uma total falta de noção na hora de cuidar de quem cuidou de nós um dia. Tenho plena consciência de que nem sempre conhecemos o passado destas famílias, e que os idosos de hoje podem muito bem ter sido adultos abusadores ou negligentes com os seus filhos, que quando precisam não recebem porque nunca deram. Infelizmente, conheço imensos casos que não se enquadram neste cenário, que tudo fizeram pelos seus e acabam abandonados, ignorados, negligenciados. O meu núcleo duro familiar é pequeno, mas ao meu redor existe uma família mais afastada gigantesca e alguns elementos paralelos, que me permitem observar muitas realidades por perto e sendo conhecedora do tal background importante para distinguir comportamentos. 


Podes ler ainda O amor não escolhe idades


A realidade é que vejo, em alguns destes casos próximos, atitudes inacreditáveis. Criaram filhos, às vezes criaram netos, os seus rendimentos servem para sustentar essas pessoas durante anos e anos a fio, directa ou indirectamente, e no momento em que mais precisam de cuidados são abandonados, deixados sem assistência, sem condições físicas, psicológicas e até financeiras para viverem sozinhos, porque o acesso ao dinheiro não está nas suas mãos. A degradação humana é deixada chegar ao extremo, sem cuidados de higiene, sem uma alimentação adequada, sem que exista uma verdadeira preocupação em buscar uma solução para um problema que toma proporções insustentáveis. Consigo entender que a solução pode não ser fácil de encontrar, nem sempre é possível trazer essas pessoas para morar conosco, as casas onde vivemos podem não estar preparadas para isso, as vidas profissionais e familiares podem não permitir um acompanhamento tão próximo quanto gostaríamos, mas existem soluções mais dignas do que abandonar os nossos idosos à sua própria sorte. 


É um dilema moral que nos deve preocupar a todos, afinal não seremos jovens para sempre e, a menos que a morte chegue cedo, seremos velhos um dia a lidar com estes mesmos problemas sociais. O exemplo que damos aos jovens será um testemunho muito mais forte do que qualquer discurso politicamente correcto ou publicação de exaltação nas redes sociais. Porque os actos ainda dizem muito mais sobre nós do que as palavras que gostamos de tomar como nossas, mesmo quando não as pomos em práctica. Os nossos políticos e as entidades relacionadas com estes problemas sociais precisam de trabalhar para oferecer melhores soluções e de mais fácil acesso, mas acredito que essa preocupação tem de partir dos cidadãos, de quem vota, de quem comenta, de quem procura mudar a sociedade para melhor. Os casos de abandono de idosos em hospitais são chocantes, mas não podem servir apenas para criar notícias populares nos meios de comunicação, precisam de ser utilizados para nos obrigar a pensar, para criar uma consciência social sobre esta realidade e para nos fazer exigir mecanismos de ajuda reais e exequíveis. 


Já pensaste nos problemas da Terceira Idade? Tens idosos na família? Como consegues proporcionar os cuidados e a qualidade de vida que merecem? Achas que existem soluções suficientes para este problema da nossa sociedade? Deixa o teu comentário e vamos conversar sobre este tema tão importante! 

terça-feira, 16 de maio de 2023

#Livros - Pedaços de Vida, de Judite Sousa

 

#Livros - Pedaços de Vida, de Judite Sousa

Sinopse

Partindo de pedaços da sua vida pessoal e profissional, Judite Sousa reflecte, neste livro, sobre a nossa existência em sociedade, sobre a forma como comunicamos, como agimos, como evoluímos. 

Ao longo da vida, passamos por experiências que nos vão marcar, que vão definir a nossa maneira de estar, de pensar e, no limite, de agir. Guardamos o que nos foi acontecendo de bom e de mau. Conhecermo-nos é um exercício difícil, porque as circunstâncias da vida apanham-nos, muitas vezes, de surpresa e não estamos preparados para lidar com mágoas, tristezas, mentiras ou, em sentido contrário, alegrias ou bem-estar. 

O que damos como certo e verdadeiro pode deixar de o ser em horas, minutos, segundos. Em rigor, ninguém pode dizer que está preparado para as maiores adversidades: a decepção, o fracasso ou a morte. 

A vida é uma aprendizagem permanente e, neste livro, Judite Sousa fala sobre a Vida, tal como a entende e tal como a vive até hoje. 

Buy Me A Coffee

Opinião 

Esta foi uma leitura totalmente inesperada e pouco programada da minha parte. Confesso que não tinha intenção de comprar o novo livro de Judite Sousa, mas ele chegou cá a casa depois do meu pai ter comprado e terminado a sua leitura. Ele ficou algum tempo na estante esquecido, até que vi a entrevista que a autora e jornalista deu a Daniel Oliveira no seu Alta Definição e fiquei com muita curiosidade de descobrir de forma mais aprofundada o que Judite teria a esclarecer, o que queria contar sobre os anos mais difíceis que viveu depois da tragédia que se abateu na sua vida. A perda do seu único filho foi devastadora e tem sido impossível voltar a ser a mulher que antes fora. 


Por muita empatia que tenhas, penso que nunca será possível compreender a dimensão da dor causada pela perda de um filho sem ter passado pela situação. Este talvez seja o exercício de empatia mais difícil de alcançar, e por isso seja tão complicado para a maioria entender os comportamentos desiquilibrados de Judite. O primeiro aspecto que me saltou logo à vista, é que a sua escrita é muito fácil de identificar como sua, pois sentia que a estava a ouvir, como se continuasse a assistir à entrevista anterior. Escreve bem, ou não fosse uma jornalista com uma carreira sólida e com uma trajetória que prima pela competência, e consegue transmitir com clareza as suas emoções, mesmo quando a própria parece andar em busca de as entender. 


Podes ler também a minha opinião sobre Girlboss


O seu relato de alguns episódios relacionados com a morte do seu filho é de deixar o leitor sem ar, com um registo de uma tristeza sem medida, por vezes um desespero que nos invade também. Ainda assim, encontramos também muitas memórias boas da vida desta mãe, quando o filho estava vivo e era um jovem brilhante, inteligente, determinado e com um futuro fantástico pela frente. A infância, a adolescência e a vida enquanto jovem adulto foram partilhadas e pretendem demostrar que muitas calúnias foram ditas na época que procuraram manchar a memória de uma vítima de um acidente estúpido, com o único propósito de vender revistas, jornais e obter clicks nos sites. A notícia teria de ser dada, afinal era filho de uma figura pública, mas todo o circo em volta, com um propósito puramente comercial e sem empatia dos seus pais, era desnecessário e chegou a ser cruel para uma mulher que acabara de perder o seu único filho. 


"O modo como pensamos, conhecemos, interagimos e agimos não é referenciado em função da idade. Nem do nível de instrução. Há pessoas muito preparadas academicamente, mas que não têm alfabetização emocional." 


Outro aspecto destas memórias dolorosas está relacionado como foi recebida no seu regresso ao trabalho pelos seus colegas, depois da tragédia que viveu. Pelo que conta, foi muito mal recebida pelos seus pares, que não compreenderam a sua pressa em voltar ao trabalho, seja por pura ignorância ou por sentirem que seria a oportunidade de colocar de parte um elemento importante e assim poderem ocupar o seu lugar. Sabemos que os meios profissionais podem ser ferozes, mas nunca deixa de ser revoltante quando nos deparamos com relatos tão crus como os que Judite nos oferece. Alguns nomes ficam subentendidos pelos detalhes, outros achei mais difíceis de descortinar pois não sou assim tão entendida nesses meios da televisão. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Giuseppe Garibaldi


A verdade é que os nomes só interessam para as pessoas muito curiosas como eu ou que estavam à espera disso para fazer mais manchetes escandalosas que lhes permitissem vender mais à custa da autora. As várias polémicas em que esteve envolvida, como a reportagem que fez na época dos incêndios de Pedrógão e a sua ida para a Guerra na Ucrânia, estão aqui expostas e justificadas, dentro do que é possível explicar. Além disso, temos ainda vários pontos de vista pessoais sobre muitos temas da actualidade que são relevantes do ponto de vista jornalístico e enquanto cidadãos que somos. O fio condutor desta narrativa é o luto, a solidão e o jornalismo. 


"Corremos contra as nossas ideias feitas, os valores e princípios que nos moldaram, o que temos como certo e adquirido e, chegados ao final do dia, achamos que estamos certos e que os outros estão errados. Mais uma vez, é a ideia de que a culpa não é nossa." 


É um livro curto mas repleto de temas pesados, mas contados com uma verdade que escorre por cada palavra, por cada página. Por vezes, com dor, com uma tristeza profunda e entranhada na pele, mas sempre com o intuito de partilhar e fazer com que o leitor pense e reflita sobre vários temas e até sobre si mesmo, sobre a forma como se relaciona com os demais. Tem pouco mais de duzentas páginas, mas é impensável ler de um fôlego, porque a dada altura terás de parar para digerir o que leste, as emoções que foram despertas, as memórias que foram partilhadas. Já leste Pedaços de Vida? O que sentiste ao ler estas memórias de Judite Sousa? Gostas deste género literário? Conta-me tudo nos comentários e vamos conversar sobre livros! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 11 de maio de 2023

#Places - Clube de Chá

 

#Places - Clube de Chá

Nem tudo se resume a comer fora, nomeadamente almoçar e jantar. Aliás, em Portugal, existe uma grande tradição de cafés e snack-bar, onde se toma o pequeno-almoço, o lanche ou os cafés que nos apetecem tomar quando andamos na rua. Até quando combinamos saídas com amigos ou colegas, regra geral, o compromisso gira em torno de uma mesa de café ou bar, porque é um hábito muito nosso e se incluir uma esplanada temos ouro sobre azul. Eu não sou excepção à regra e, portanto, sou muito apreciadora deste tipo de espaço, sobretudo quando reúnem uma boa oferta, bons preços, atendimento excelente e uma localização privilegiada. 


É precisamente o caso do espaço sobre o qual te vou falar hoje. Fica bem no centro de São João da Madeira, numa das avenidas principais, com muitos lugares de estacionamento pago e gratuito. Chama-se Clube de Chá e tem um conceito muito particular e pouco explorado nesta região. Além da localização fantástica, tem ainda uma decoração de muito bom gosto, onde a elegância impera e que se estende até à esplanada que pode ser aproveitada sempre que as condições meteorológicas permitem. 


Podes ler também sobre a minha experiência com a Glovo


Depois de apreciados o exterior e a decoração, é chegado o momento de dedicar atenção e tempo à carta. Digo tempo porque tenho a certeza absoluta que vai ser muito difícil decidir rapidamente o que vais pedir. São tantas coisas boas, tantas opções tentadoras, que a vontade é pedir um de cada. A oferta de chás é gigante, mostrando a sua especialização no que dá nome à casa, mas também podes encontrar vários tipos de chocolates quentes, cappuccinos, sumos naturais, batidos, só para dar alguns exemplos, sendo que dentro de cada categoria temos vários sabores disponíveis. 


#Places - Clube de Chá | Batidos

Depois desta tarefa complexa que é escolher o que beber, temos de escolher o que comer e que combine com a primeira escolha. Normalmente, opto pela Torrada em Pão Saloio com compota, mas tens muitas outras opções saborosas, com outros tipos de pão, que também podem ser servidos em várias opções de Tostas de queijo, fiambre ou mistas. Mas, além do que sempre se encontra no menu, é hábito terem vários bolos que podes pedir à fatia e também bolas de gelado. Na minha última visita, provei um cheesecake de frutos vermelhos que era delicioso, e olha que é a minha sobremesa favorita da vida. 


#Places - Clube de Chá  | Torrada

Este é um spot de visita obrigatória, sempre que viajo até ao Norte. Primeiro, porque oferece uma experiência agradável, um espaço bonito, confortável e perfeito para por a conversa em dia, uma carta deliciosa, que só queremos experimentar novos sabores a cada nova visita. Também é o lugar ideal para levar a família a lanchar ou para tomar um pequeno almoço diferente, garantindo que todos, de todas as idades, vão ver as suas expectativas correspondidas. É um lugar que ultrapassa a barreira das gerações diferentes e que pode servir como ponto de encontro perfeito. 


Já conheces o Clube do Chá? Gostas deste género de salão de chá? Costumas ser cliente deste tipo de espaço? Qual o teu favorito e que recomendas a todos os teus amigos? Deixa o teu comentário e vamos conversar! 

terça-feira, 9 de maio de 2023

#Livros - Ilíada, de Homero

 

#Livros - Ilíada, de Homero

Sinopse

A Ilíada é o primeiro livro da literatura europeia e, sob certo ponto de vista, nenhum outro livro que se lhe tenha seguido conseguiu superá-la - nem mesmo a Odisseia. Lido hoje, no século XXI depois de Cristo, a Ilíada mantém inalterada a sua capacidade de comover e de perturbar. 

As civilizações passam, mas a cultura sobrevive? É nesse sentido que parece apontar a mensagem deste extraordinário poema épico, que decorre durante o décimo ano da guerra de Troia, tratando da ira, do heroísmo e das aventuras e desventuras de Aquiles (em luta contra Agamémnon), apresentando-nos personagens como Heitor, Eneias, Helena, Ájax e Menelau, bem como episódios que marcam toda a história da nossa civilização: nas palavras de Frederico Lourenço, é um «canto de sangue e lágrimas, em que os próprios deuses são feridos e os cavalos do maior herói choram». 

Buy Me A Coffee

Opinião 

Já estou em pulgas só de pensar que estamos quase a receber mais uma nova Feira do Livro de Lisboa, agora de volta às datas normais, e nada como continuar a reduzir a lista de livros por ler das compras feitas na Feira de 2022. É assim que a minha consciência fica menos pesada, pois tenho a certeza que não vou resistir a comprar novos livros que precisam viver na minha estante e que quero muito ler, ainda que não tenha tempo de os ler todos antes da próxima edição. Foi assim que me dediquei a ler um senhor clássico da Literatura europeia, Ilíada


Este é um poema épico, cuja autoria é atribuída a Homero, figura misteriosa da Grécia Antiga, sobre quem se sabe muito pouco ou quase nada. Confesso que sempre tive algum medo de entrar nestas obras antigas, sem que fosse pelas adaptações infanto-juvenis, porque acreditava que iria ser difícil de entender a linguagem, o vocabulário e a própria estrutura da narrativa. Estes preconceitos fizeram com que nunca tivesse arriscado comprar um exemplar, e agora entendo como estava enganada. Muito embora, acredite que o trabalho de tradução do Frederico Lourenço seja um factor decisivo para o sucesso desta minha leitura. 


Podes ler também os 20 Clássicos que me faltam ler


Ao contrário do que muita gente que nunca leu o livro diz, a Ilíada não conta a Guerra de Tróia, mas apenas um episódio dessa guerra fascinante, que não incluí sequer o final dela. Está mais próxima do final do que do início, longos anos já se passaram e o cansaço é evidente em ambos os lados desta contenda. Aquele que é considerado o grande protagonista deste livro, Aquiles, passa longos capítulos ausente das batalhas. Quando lemos a obra completa, percebemos que o protagonista está mais perto de ser o herói de Tróia, Heitor. Estes são alguns dos mitos mais comuns que encontramos em torno deste livro clássico, e que só podem ser desmitificados com a leitura. 


"Já passaram nove anos do grande Zeus: 

das naus apodrecem as madeiras, soltam-se as amarras. 

As nossas esposas e os nossos filhos pequenos

estão sentados nos palácios à nossa espera. Mas a nossa tarefa

está por cumprir - aquela por causa da qual aqui viemos." 


Como referi, a Guerra de Tróia leva longos anos sem que se esteja próximo de um desfecho, a vitória parece escapar por entre os dedos de ambos os lados. Umas vezes, sentem que os deuses favorecem os Troianos, outras, parece que estão a auxiliar os Aqueus. Aliás, os deuses do Olimpo são personagens presentes ao longo de todo o livro, manifestando a sua predilecção e procurando ajudar os seus favoritos. Existe uma divisão nos apoios, embora sejam todos limitados pelas ordens do grande Zeus, isto quando não procuram desobedecer e fazer valer as suas vontades pessoais. A quantidade de nomes que se sucedem pode-se tornar confuso e a probabilidade de nos perdermos nessas ligações é muito grande. Usar um bloco de notas pode ajudar muito neste processo, bem como ter por perto um livro de apoio sobre Mitologia. Nesta leitura, utilizei O Livro da Mitologia, simples, prático e com informação sucinta e útil. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Rei Édipo


Numa fase inicial, temos todos os heróis de ambos os lados dedicados a vencer cada batalha, e determinados em terminar com uma guerra que parece não ter fim. A superioridade dos Aqueus parece estar em evidência, e os Troianos começam a desanimar, estando até dispostos a restituir os bens que Paris trouxe de Menelau, só que este está determinado a receber a sua esposa traidora de volta. A bela Helena foi a causadora desta Guerra infinita, e parece ser a única capaz de a terminar sem que Tróia seja invadida, saqueada e destruída. Mas o orgulho ou o amor, impede que tomem a decisão mais fácil. Só que a reviravolta começa a surgir quando Agamémnon decide ofender Aquiles, herói sensível e com um ego muito grande, que nesse momento decide não participar mais nesta guerra. 


"Sobre nós fez Zeus abater um destino doloroso, para que no futuro

sejamos temas de canto para homens ainda por nascer." 


Esta decisão do grande herói faz com que os Troianos ganhem uma vantagem importante, até porque Zeus decide permitir que a falta de Aquiles seja verdadeiramente sentida, não permitindo que os deuses ajudem os Aqueus. Assim, durante longos capítulos, Aquiles está desaparecido da narrativa, e os Troianos estão perto de alcançar as naus e expulsarem os Aqueus ou de os destruírem totalmente, liderados pelo corajoso Heitor, filho do rei de Tróia e irmão de Paris, o causador da contenda. Apesar de ameaçar abandonar a praia de Tróia com os seus homens, o orgulhoso Aquiles fica porque pretende precisamente que lhe peçam, que implorem pelo seu regresso, o que só poderá acontecer se tiver paciência para esperar pelo momento certo. 


Portanto, agora que terminei a leitura de a Ilíada, posso assegurar-te que vais ser capaz, basta para isso que gostes de ler e tenhas interesse nas obras fundadoras da Humanidade ou simplesmente tenhas fascínio pela Mitologia Grega. Não conheço as outras, mas esta edição da Quetzal, além de ser linda e de qualidade superior, é muito acessível e simples de ler, sem esquecer a qualidade do papel e do tamanho de letra que torna a tarefa de ler as mais de quinhentas e cinquenta páginas um prazer. Se os meus argumentos não foram suficientes para te convencer, podes ver o vídeo da Tatiana Feltrin, que também leu esta tradução. 


Já conheces este poema épico? Já te atreveste a ler esta obra fundadora? Que desafios encontraste nesta leitura? Conta-me tudo nos comentários e vamos conversar sobre a Ilíada! 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog


Wook | Bertrand

quinta-feira, 4 de maio de 2023

BUY ME A COFFEE

 

BUY ME A COFFEE

Hoje, venho-te apresentar uma nova opção que terás para apoiar o trabalho que aqui faço desde 2012, e permitir que esse trabalho continue a existir e possa inclusivamente ser melhorado. Conforme falei nas minhas Resoluções para 2023, a intenção é monetizar este espaço, para que possa oferecer uma experiência cada vez melhor e mais personalizada à minha comunidade, com recompensas para quem decide contribuir de forma regular. Em Portugal, não existem muitas opções que se enquadrem no que procurava, ao contrário do que acontece no Brasil, por isso foi com alegria que encontrei o Buy me a coffee


Buy Me A Coffee


Antes de mais, quero relembrar da importância de apoiares o trabalho gratuito que é feito nos canais, nos blogs, nos perfis de redes sociais que segues e acompanhas. Muitas vezes, este não é o trabalho dessas pessoas, mas pela dedicação, esforço e conteúdo relevante que entregam mereciam obter algum retorno. Afinal, ninguém gosta de trabalhar de borla, mesmo que ame o que faz. Durante muito tempo, a publicidade e as parcerias com marcas serviam para suprir esta necessidade, mas a verdade é que já ninguém tem paciência para ver duzentas páginas e sites a divulgar a mesma coisa. Por isso, para que seja possível continuar com este trabalho de forma isenta e sem ceder a pressões externas, é essencial que quem segue e aprecia se chegue à frente e ajude os seus favoritos, da forma que lhe for possível, e são várias. 


Lê também sobre Ferramentas para gerir Blog e Redes Sociais


Posto isto, vou passar a apresentar esta novidade. Esta é uma plataforma que te vai permitir pagar um café, ou vários, uma vez isolada, ou aderir à Membership e passar a ter acesso a várias recompensas exclusivas que servem para te agradecer a confiança e o apoio. As contribuições começam nos 2€ e, neste momento, tenho o objectivo estabelecido para lançar o Grupo de Whatsapp, onde irás ter acesso a conversar comigo e com todos os membros sobre o que mais nos apaixona, os livros. No futuro, pretendo oferecer ainda mais recompensas para níveis superiores que serão criados à medida que o crescimento permita dedicar ainda mais tempo a esta actividade. 


BUY ME A COFFEE


Vais encontrar o widget no blog e também o botão de acesso nos novos posts, para que a qualquer momento possas tomar a tua decisão sem ter de procurar por este artigo. Se fazes ou vais fazer parte desta comunidade, fica desde já o meu agradecimento sincero. No entanto, se este não é um bom momento para entrares, relembro-te que existe muitas formas gratuitas de ajudar este e qualquer espaço digital que gostes. Primeiro, podes deixar o teu comentário sempre que leias um artigo, com o que gostaste, com o que achas que pode ser melhorado, com o teu ponto de vista que pode agregar valor ao tema. Caso aches que o que leste pode ser útil ou do interesse de alguém que conheças, partilha para que chegue a mais gente. Tudo isto, é gratuito e pode fazer toda a diferença para quem está deste lado. 


Se me segues e lês por aqui, certamente que gostas de ler e costumas comprar livros, que isso é uma tentação difícil de resistir. Sei do que falo, porque vivo essa luta de forma constante e perco com muita frequência. Mas com essas compras e sem custos adicionais para ti, podes contribuir utilizando os links de afiliado com os quais trabalho. São eles os da Wook e da Bertrand. Aqui, com as compras que já decidiste fazer, vais estar a ajudar com uma pequena comissão e a permitir que possa comprar mais livros para te apresentar. 


Portanto, agora já sabes da novidade de forma oficial e podes ser membro desta comunidade, tornando-te um elemento fundamental para o futuro deste espaço, além de poderes dar a tua opinião sobre o que aqui temos e dar sugestões sobre o que gostarias de aqui encontrar. Lembra-te, todos os comentários são importantes e vão ter resposta! O que pensas desta nova modalidade? Vais apoiar pontual ou regularmente? Tens alguma dúvida que queiras ver esclarecida? Tens o hábito de ajudar os teus produtores de conteúdo favoritos? Deixa o teu comentário para mostrares que se não o fazias, vais passar a manifestar o teu api

terça-feira, 2 de maio de 2023

#Livros - Contas Poupança Como Superar a Inflação e Ganhar com a Crise, de Pedro Andersson

 

#Livros - Contas Poupança Como Superar a Inflação e Ganhar com a Crise, de Pedro Andersson

Sinopse

Com a inflação a atingir valores que há muito não se viam, a vida de muitas famílias portuguesas complicou-se mais. Depois de anos em valores negativos, a subida da Euribor foi inevitável. A escalada dos preços de bens e serviços parece não ter fim, em especial a dos combustíveis, que já atingiram máximos históricos. 

Saiba como manter o equilíbrio financeiro quando tudo aumenta ao mesmo tempo que os nossos salários encolhem e como pode fazer as suas poupanças crescerem para poder enfrentar o futuro com segurança e tranquilidade. 

Dicas para: 

- Lidar com a subida da Euribor

- Saber quais os PPR mais vantajosos e como ganhar dinheiro com os ETF

- Investir no sector imobiliário comprando e vendendo casas, mesmo com poucos recursos financeiros

- Fintar o aumento generalizado dos preços e a inflação 

- Aprender a poupar combustível 

- Se é emigrante, poupar milhares de euros em impostos alterando a morada fiscal 

- Aprender a usar de forma inteligente o primeiro ordenado

- Saber se pode beneficiar do Complemento de Dependência e como o solicitar

- Atingir a paz financeira de modo a garantir um futuro sem sobressaltos 


Opinião 

Sou uma grande fã do trabalho extremamente útil de Pedro Andersson no seu site que sigo atentamente e dos livros que publica que colecciono e considero repletos de dicas essenciais para quem quer aprender como lidar melhor com o seu dinheiro. Sempre baseado nas suas pesquisas extensas, na sua experiência pessoal, bem como no testemunho de muitos leitores e seguidores que colocaram em prática os seus ensinamentos e partilham o resultado positivo que obtiveram, nos seus livros estão compiladas as dicas mais seguras, comprovadas e essenciais que, no seu quarto livro, se focam no combate à inflação que parece ter chegado para ficar. 


A proposta do autor é apresentar dicas novas, sem repetir as publicadas anteriormente, embora por vezes refira assuntos paralelos e indique que se encontram explicados devidamente no livro correspondente. Além disso, não podemos esquecer que o autor tem uma rubrica na SIC onde partilha precisamente este tipo de conteúdo. Juntando isso ao seu site, poderia parecer desnecessária a publicação em formato de livro, mas acredito que faz todo o sentido este tipo de livro e de divulgação financeira para as pessoas comuns e leigas na matéria. Até porque, infelizmente, em Portugal, não se ensina sobre estes temas nas escolas e chegamos à vida adulta sem qualquer preparação prática. 


Podes ler também a minha opinião sobre Contas-Poupança Vença a crise com inteligência


Como já referi, o foco deste livro está muito voltado para a inflação e para estratégias para combater esta praga que devora o nosso dinheiro, diminuindo o nosso poder de compra, para alguns, sem sequer dar conta disso. O primeiro capítulo é dedicado a tentar mudar a mentalidade do leitor, para que entendam que o dinheiro pode não trazer felicidade, mas pode significar ter paz e tranquilidade nas nossas vidas. Alerta também para os sinais aos quais devemos estar atentos para evitar entrar num estado de pré-falência, que nos irá levar ao caos financeiro e a problemas muito mais sérios e difíceis de resolver. 


Nesta época de aumentos absurdos nos créditos à habitação, também temos novas dicas para lidar com a subida imparável da Euribor, bem como formas de baixar a prestação mensal e assim manter o bem imóvel e conseguir continuar a pagar as restantes contas. A própria inflação tem um capítulo todo dedicado a ela, onde se explica de forma simples e acessível o conceito e o que isso implica nas nossas vidas quotidianas. Outro conceito que é explicado é o da reduflação, prática corrente nos últimos meses e que pode passar despercebida aos mais distraídos. Os investimentos voltam a ter um capítulo a eles dedicado, e que tanta falta faz, porque é a única forma de obter a tal paz financeira e colocar o dinheiro a trabalhar para nós. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Contas-Poupança Poupe ainda mais Invista melhor


Temas como PPR, ETF e Criptomoedas são explorados e explicado porque podem ser interessantes formas de investir o nosso dinheiro, sempre com risco, mas, ainda assim, uns mais que outros. Por fim, temos dicas valiosas para os jovens terem em conta na hora de decidir o que fazer com o seu primeiro salário; e algumas novas sugestões relativas a Apoios do Estado, que muita gente pode ter direito e, como sempre, não sabe e não é informada pelas autoridades competentes. Gosto de todas as dicas de Andersson, mas as minhas favoritas são as relacionadas com esta última parte, porque tenho consciência de que existem inúmeras pessoas carenciadas que têm direito a ajudas e que vivem sem elas por pura ignorância e por não existir mecanismos que tornem, pelo menos alguns, mais automáticos. 


Se ainda não lês os livros da série Contas-Poupança e sabes que tens dificuldade em entender estes assuntos relacionados com literacia financeira, estás a perder tempo e dinheiro. Mas se não conheces o trabalho excelente do autor e duvidas do que ele tem para te ensinar, aconselho-te a seguir o seu blog Contas-Poupança e subscrever a Newsletter para entenderes melhor a que me refiro quando falo na utilidade do seu trabalho. Pessoalmente, vou continuar a acompanhar os seus artigos e todos os livros que decidir publicar no futuro, sem sombra de dúvida. Já conheces o Pedro Andersson e o seu Contas-Poupança? Acompanhas o seu trabalho na Internet ou na TV? Costumas ler os seus livros? Conta-me tudo nos comentários e vamos conversar sobre literacia financeira! 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog 


Wook | Bertrand

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