Parece-me que 2020 ficará para sempre marcado como um ano para esquecer e com poucas coisas relevantes e ainda menos coisas positivas que o tenham pontuado. Talvez por essa razão e por tantos termos estado isolados ou confinados entre quatro paredes, com poucas saídas que não fossem por motivos absolutamente necessários, se tenha falado mais sobre saúde mental. Ainda assim, penso que se fala pouco sobre esses temas existindo ainda um grande estigma e muitos terem vergonha de pedir ajuda em situações desse âmbito.
Portanto, seguindo este movimento de interesse maior sobre o assunto, irei aproveitar para também deixar aqui registadas algumas considerações sobre aquele que pode ser considerado o mal do século XXI, a Depressão. Está longe de ser algo recente na nossa sociedade, até porque quando observamos a biografia de algumas personalidades percebemos que esse mal já lá estava mas não existia um diagnóstico nem tão pouco tratamento.
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No entanto, ainda continuamos a considerar quem sofre de depressão como loucos ou fracos e falta empatia e vontade de compreender os problemas dos outros, que por serem diferentes dos nossos não são necessariamente menores. E muito por causa das reacções dos outros e até devido aos próprios preconceitos sobre estas doenças, ainda são muitas as pessoas que escondem a sua condição e não procuram ajuda chegando, por vezes, a becos sem saída.
Chegados aqui, o perigo é entrar por um caminho sem volta onde se procura aliviar a dor a qualquer custo e com prejuízo da própria vida. Os mais próximos nem sempre são capazes de perceber essa dor e, mesmo quando percebem, nem sempre conseguem ajudar a ultrapassar a situação. É por isso que considero essencial quebrar com os preconceitos associados à depressão e doenças do género e mostrar a importância vital de pedir ajuda a alguém especializado que poderá guiar o caminho de regresso à saúde mental.
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Esta sensibilização deveria ser incluída nas escolas porque as crianças e jovens de hoje serão os adultos de amanhã e são a nossa melhor hipótese de começar efectivamente a mudar as mentalidades e alcançar um crescimento civilizacional no que toca a estes assuntos fundamentais nos dias que correm. Afinal, nunca vivemos uma vida tão stressante, repleta de solicitações várias e a toda a hora, com um grau de exigência absurdo e voltados para dentro, sem olhar quem nos rodeia, distraídos que estamos com todos os ecrãs que nos colocam na frente dos olhos.
Posto isto, quero aqui dizer-te que, se estás a passar por um momento depressivo, procura ajuda agora e recupera a esperança no futuro e redescobre o prazer que é viver no presente! Não tenhas vergonha, porque ninguém sabe o que é calçar os teus sapatos e sentir as tuas dores. Acredita em ti, como os que te amam acreditam!
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