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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Ser professor é inspirar e motivar


Ser professor é inspirar e motivar

Eu sei que as aulas já começaram e para quem não tem filhos, como eu, esta seja uma época de saudosismo puro, pois não temos as preocupações nem as despesas de quem tem crianças para sustentar e levar à escola. Para mim, mesmo quando já não sou estudante, Setembro é o mês de recomeços e que marca o início do ano escolar. 

Uma das coisas que mais gosto nesta altura, é a diversidade de material de papelaria que se encontra por toda a parte, bem como as apetecíveis promoções que me fazem perder a cabeça e até desejar voltar para a escola para poder comprar tantas coisas bonitas e variadas que na minha altura eram um tanto ou quando escassas. 

Dado que isso é algo pouco provável de acontecer, lá vou tirando a barriga de misérias comprando canetas bonitas, cadernos e blocos de notas ou dossiers. Só que esta é apenas a primeira fase do regresso às aulas, a compra de livros e material escolar. Recordo-me de me sentir sempre com muita vontade de voltar à escola, rever os amigos, mostrar o que tinha de novo e começar a escrever em cadernos novos e ler livros a cheirar a papel.

E quanto tempo durava este entusiasmo, perguntam vocês. Era capaz de apostar que sabes a resposta pois não deve estar muito longe da tua realidade. Passada uma semana, a rotina invadia o ânimo e a vontade de apontar tudo e mais alguma coisa desvanecia-se nas conversas escritas que sucediam durante as aulas em todos os meus cadernos novos, bonitos e a cheirar cada vez menos a novo. 

É aqui que deveria entrar o factor professor. Porque está nas mãos deles manter a atenção dos seus alunos e não permitir que se percam com as distracções da juventude. Não é tarefa fácil, eu sei, mas conheci muito professores que se demitiam dessa responsabilidade e nem se davam ao trabalho de tentar que as suas aulas fossem mais cativantes para as turmas que tinha pela frente. 

Ser professor é inspirar e motivar

A profissão de ensinar é das mais nobres que existem e só lamento a quantidade de pessoas que enveredam por esta área profissional sem qualquer vocação, sem qualquer talento para a exercer. Com a quantidade de professores que não são colocados todos os anos, não consigo deixar de pensar quantos se encontrarão em casa e que deveriam estar a inspirar e motivar jovens estudantes. 

E com isto não pretendo insinuar que a tarefa que deles se espera seja fácil nem tão pouco simples de executar. Cada aluno é um mundo por explorar e serão diferentes os gatilhos que os prendem às disciplinas. Já para não falar nos nossos gostos pessoais enquanto indivíduos que nos fazem preferir umas em detrimento de outras. 

Pela minha parte, recordo-me de alguns professores memoráveis, que marcaram bem mais do que aqueles que nunca deveriam ter sido inseridos no sistema de ensino e dos quais conheci alguns exemplares. A memória mais antiga é a da minha professora da primária, a professora Marinela, que me acompanhou até ao quarto ano - quarta classe, como se chamava na altura. 

Esta foi a professora que me deu as bases sólidas do primeiro ciclo e que foram determinantes para o meu gosto por aprender, que mantenho até hoje, e pelo sucesso que fui obtendo nos anos seguintes. Até que, no oitavo ano, tive a sorte de encontrar uma professora de História que nos agarrou desde a primeira aula e tornava os eventos históricos em interessantes aventuras que, até os que consideravam a disciplina entediante, se renderam aos seus encantos e começaram a ter positivas merecidas.

Esta última talvez seja a professora que mais me marcou, ao ponto de ter, nessa época, desejado ser professora de História. Entretanto, percebi que, neste país, os jovens professores são uma classe muito mal tratada e fiquei-me pelo interesse académico pela História enquanto disciplina, mas sem pretensões de exercer a docência.

Por fim, recordo uma professora de Inglês, já no ensino secundário, que tinha uma forma fascinante de ensinar. As aulas eram tão divertidas que eram as únicas que tentava ao máximo não perder e evitava faltar. Para alguém que nunca chumbou com uma negativa, mas se fartou de reprovar por excesso de faltas a partir do 11.º ano, isto diz tudo, não achas?

Estas foram as professoras que marcaram o meu percurso académico e influenciaram profundamente a minha capacidade de aprender e reter informação. Outras existiram que foram igualmente profissionais e foram capazes de prender a minha atenção, mas a empatia liga-me às que referi anteriormente. Gostaria muito que a maioria dos profissionais do ensino tivessem algumas destas qualidades e fossem, efectivamente, capazes de inspirar e motivar os seus alunos para serem melhores, bem como a encontrarem o caminho profissional que os poderá realizar e fazer felizes.

Ensinar não é educar, mas é uma parte fundamental na nossa formação e que certamente dita o tipo de pessoa que seremos enquanto adultos. Tiveste sorte nos professores que encontraste ao longo do teu percurso académico? Qual o professor que mais te marcou? Conta-me tudo nos comentários! 

4 comentários:

  1. Acho que já tínhamos falado pelo meu blog sobre esta temática, possivelmente abordando o tema bullying, que faço com alguma frequência, e o facto de ter sofrido dele tanto por parte de alunos, como por parte de professores...
    Tive dos piores professores que há história, violentos física e verbalmente, sei bem o que é chumbar por faltas, a total desmotivação escolar, tanto que eu desisti mesmo da escola, e só terminei o 12º ano precisamente 10 anos depois, nem mais, nem menos, devido essencialmente aos professores, que não têm capacidade para o ser...

    Acho que a maior parte dos professores não têm noção da influência que são para a vida dos alunos, e se sabem, não querem saber...

    Depois, há professores excelentes com alunos que não valem nada, e bons alunos com professores que não valem nada...

    Até ao meu 5º ano, eu era excelente a matemática. De facto, modéstia à parte, eu era excelente em tudo, era uma aluna excelente, só de excelentes, depois, fui para uma escola a que eu dei o nome de "boca do inferno", e pela primeira vez na vida vi o meu percurso académico a entrar por maus caminhos e assim se manteve até eu desistir de vez...

    Tive um professor, que de professor não tinha nada, que me traumatizou de tal maneira com a matemática, que nunca mais na vida consegui agarrar nessa disciplina, e ainda hoje não consigo dominar por nada...

    Tive excelentes professores de história e português, e ainda hoje é a área dominante da minha vida, em que optei pelas letras e história, e tenho o blog para o provar...

    O que me valeu, é que no meio de 9 professores maus, havia um bom, ou pelo menos não tão mau, e lá me fui agarrando até não dar mais, até um bom não valer os maus, e mal atingi a maioridade, lá me fiz eu à vida...

    Terminei o 12º ano através do RVCC numa escola secundária, e incrivelmente disseram-me que fui a aluna mais aplicada e interessante que alguma vez tiveram... lá estava a minha vertente de boa aluna perdida...

    Nem sei que te dizer sobre este assunto, se fosse eu a mandar, quem se candidatasse a professor teria de passar por provas duríssimas, tanto quanto os médicos, testes psicológicos, psicotécnicos, de personalidade, de resistência ao stress, de motivação, de TUDO quanto necessitam para moldar a vida dos alunos, mas como e não mando nada, fica a minha opinião por aqui,...

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    Respostas
    1. Sim, este é um assunto que realmente já abordámos e muito há para dizer.
      Então, és a favor da avaliação dos professores?

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    2. Obviamente, há outras profissões onde o pessoal é constantemente avaliado (anualmente!), psicológica, física e a nível de medicina, e nem sequer são profissões em que se entra directamente com o contacto das pessoas, e muito menos na influência da sua vida e educação (militares, polícias, até lojistas, por exemplo!), porque raio não haveriam eles de ser avaliados? Ainda mais que os outros?

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    3. Que bom encontrar alguém que concorde com o meu ponto de vista! Não poderia estar mais de acordo. E as vagas deveriam dar prioridade aos melhores e não aos que exercem por mais tempo.

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