A resposta perfeita seria certamente antes, durante e depois. No entanto, como não vivemos num mundo cor de rosa (nem perto disso), a verdade é que não é assim que as coisas acontecem.
Costumo ler com alguma frequência no Facebook de algumas pessoas uma frase sobre o assunto: "Desde que o sexo ficou fácil, encontrar o amor ficou mais difícil."
Não concordo. Acho que não é o facto de o sexo ser, finalmente, encarado como uma coisa normal e importante na nossa vida que amamos menos.
Nem tão pouco me parece justo porem as culpas nas mulheres que hoje em dia são consideradas mais levianas, única e exclusivamente, porque assumem que gostam de sexo e que é fundamental ter uma vida sexual saudável.
Apesar de não me considerar assim muito experiente no que ao amor diz respeito (suspeito que nunca passarei de aprendiz), já vivi ambas as situações.
Quando aos 16 anos me apaixonei pela primeira vez, de forma arrebatadora como é própria da idade, o sexo não fazia parte da minha vida. Era uma menina, cheia de sonhos e ideias, mas na prática sabia muito pouco. O que é certo é que amei muito e durante imenso tempo a dita pessoa. Primeiro sem sexo à mistura, e só passados dois anos é que cedi às investidas. Não amei mais por isso. Mas foi um momento único porque sexo quando se ama tem sabor a céu. E quando passados outros dois anos dei por encerrada essa história, fiquei com um universo de bons momentos e boas recordações que tornam insignificantes tudo o que de mau vivi durante esse tempo. Aqui o sexo veio muito depois do amor se ter instalado.
Depois disto acho que não voltei a amar. E muito por culpa minha, admito. Estive perto, muito perto, mas fugi sempre que senti estar prestes a entrar num caminho sem volta.
Desengane-se quem pensa que isto aconteceu muitas vezes. Conto duas, nos últimos 6/7 anos.
Até sou sentimental, mas acho que tenho uma camada de gelo que cobre o coração que me torna inacessível à primeira vista. É preciso tempo e dedicação para abanar as minhas estruturas.
Pelo menos sempre assim foi até ao ano passado. Por essa altura, o sexo veio primeiro. Quase que de surpresa. Já nos conhecíamos e éramos até amigos. Mas desde o primeiro beijo até à primeira noite passaram dois ou três dias e senti quebrarem-se barreiras em mim que demorei anos e anos a fio a construir. Aquela pessoa abanou o meu mundo. Não sei se seria amor, mas ele fez-me desejar descobrir e explorar até onde poderíamos ir nessa viagem. Infelizmente foi unilateral e ele não mostrou estar no mesmo comprimento de onda que eu estava. Talvez o sexo antes do sentimento tenha-me feito ver e sentir coisas que não eram reais. Que só estavam a acontecer na minha cabeça.
Não acho que tenha de existir uma regra neste caso. O amor pode existir e ser sublimado pelo sexo. E também pode enfraquecer o amor e levá-lo ao seu fim. Como o sexo pode vir antes e descobrir-se que não passou de um caso do momento. Mas também pode-se revelar e a partir daí nascer uma bela história de amor.
No fundo, tudo depende da nossa disponibilidade para amar. De nos abrirmos e dar espaço para que a outra pessoa nos conquiste. E que essa pessoa esteja tão disponível quanto nós. Mais do que pessoas certas, é preciso o timing certo.
Concordo!
ResponderEliminarNós é que nos impomos regras que mais tarde com a sabedoria que o tempo nos vai pondo à frente dos olhos, acabamos por derrubar.
Devemos viver o momento em plenitude, porque o mesmo momento nunca é repetido.
É isso mesmo ;)
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