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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

#Filmes - The Idea of You

 

O pôster do filme 'The Idea of You' apresenta Anna Hathaway e Nicholas Galitzine em um momento intimista, abraçados e sorridentes, com a luz suave criando uma atmosfera romântica. Ao fundo, uma guitarra repousa elegantemente ao lado de dois copos de champanhe, simbolizando a conexão musical e emocional entre os protagonistas.

Sinopse

Baseado na célebre história de amor contemporânea com o mesmo nome, The Idea of You centra-se em Solène, uma mãe solteira de 40 anos que começa um romance inesperado com Hayes Campbell, de 24 anos e vocalista dos August Moon, a boysband mais cobiçada do mundo. 

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Opinião 

The Idea of You é um filme realizado por Michael Showalter, que nos apresenta uma história de amor e autodescoberta, protagonizada por Anne Hathaway e Nicholas Galitzine. Baseado no romance homónimo de Robinne Lee, a longa-metragem segue a trajetória de Solène, uma mãe divorciada que, ao levar a sua filha a um festival de música, acaba por conhecer um jovem astro pop, membro da banda que a filha e as amigas costumavam ser fãs. O interesse do jovem Hayes é notório e não desiste de procurá-la e aproximar-se, levando a que o romance acabe inevitavelmente por acontecer, ao mesmo tempo que são exploradas as complexidades do amor e da maternidade. À medida que a relação improvável se desenvolve, Solène enfrenta o desafio de equilibrar as suas responsabilidades como mãe e as suas emoções em relação a esse universo glamouroso e efémero da indústria da música. 


O filme mergulha em temas como a pressão da sociedade sobre a idade, sobretudo das mulheres, a busca por identidade pessoal e artística e o que realmente significa amar e ser amado em diferentes fases da vida. A conexão entre os protagonistas parece desafiar as normas sociais decadentes, enquanto também provoca reflexões sobre o desejo, a vulnerabilidade e as segundas oportunidades que a vida pode oferecer. O desenvolvimento dos personagens traz uma dimensão emocional que vai muito além do mero entretenimento romântico, abordando também as consequências emocionais e sociais das suas escolhas. 


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Anne Hathaway é uma cara habitual em comédias românticas e encarna bem o género, e aqui não foi excepção. Aqui, entrega uma performance marcante como Solène, uma mulher de quarenta anos que se vê envolvida num romance inesperado com um jovem ícone pop, com tudo o que isso implica e sendo obrigada a lidar com o impacto da fama na sua vida quotidiana. Por outro lado, temos Nicholas Galitzine, que desconhecia até agora, que interpreta a jovem estrela Hayes Campbell, cantor carismático, envolto na indústria mas com sonhos de fazer coisas novas e diferentes, onde possa encontrar-se artisticamente, o que o afasta do estereótipo da estrela pop, fútil, vazio e construído por terceiros. A verdade é que Hayes revela ser um jovem que tem de lidar com as pressões da fama e que, talvez por causa dessas mesmas pressões, procura conexões genuínas com pessoas que o vejam como é, para além do mediatismo. Fora isso, ainda me custa a acreditar que Hathaway já interpreta mulheres de meia idade, mas é bom que se reconheça o envelhecimento como algo natural, até para as mulheres que tanto são cobradas pela sua aparência e para manterem uma juventude eterna e irreal. 


Anna Hathaway e Nicholas Galitzine, protagonistas do filme "The Idea of You", estão abraçados em uma rua movimentada, ambos usando óculos de sol estilosos. O cenário vibrante ao fundo reflete a energia da cidade, enquanto o casal exibe um sorriso cúmplice e expressões de alegria. A conexão entre eles é palpável, simbolizando a intensidade e a complexidade de seu relacionamento no filme.

A dinâmica entre Solène e Hayes é construída sobre uma ligação inesperada que desafia normas e gerações. Esta relação, que se torna mediática, provoca um intenso conflito interno na protagonista, que navega entre a tentação de viver uma paixão revitalizante depois dum divórcio traumático e os problemas que surgem na sua vida e da sua filha por causa desta ligação com alguém famoso e tão mais novo, provocando reações nos media e nos fãs do jovem cantor. A diferença de idades e as expectativas sociais criam o drama que impulsiona a narrativa, enquanto as decisões tomadas por cada um influenciam a sua evolução pessoal, ao mesmo tempo que obrigam os espectadores a reconsiderar preconceitos caducos. Esta história ilustra bem a vulnerabilidade inerente ao amor, enquanto o filme expõe como as pressões da sociedade e as normas culturais podem dificultar a autenticidade nos relacionamentos. 


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Relativamente à realização, as cenas são meticulosamente compostas, com closes que revelam a vulnerabilidade de Solène, enquanto ângulos mais amplos, dos concertos ou das viagens, transmitem a grandiosidade do mundo ao seu redor. A banda sonora, que tem grande protagonismo ao longo do filme, complementa a narrativa visual e cria uma atmosfera envolvente que transporta o espectador para o coração da história. Essa harmonização entre imagem, som e narrativa proporciona uma experiência cinematográfica rica e multifacetada, o que comprova o investimento feito pela Amazon Prime Video na produção. As performances de todo o elenco são notáveis, incluindo da filha de Solène e do ex-marido, peças fundamentais neste romance e na construção de muitos dos conflitos que surgem. A química entre os dois protagonistas é visível desde a primeira cena e atinge o expoente máximo naquele primeiro beijo, sendo continuada durante o tempo que passam juntos durante a digressão da banda pela Europa. 



Nos dias que correm, com discussões pertinentes sobre empoderamento feminino, idade e a luta por direitos iguais, o filme encaixa e permite que o público questione os estereótipos instituídos. Assim, inspira-nos a seguir os nossos desejos, independentemente das expectativas externas. The Idea of You, além de nos entreter e proporcionar um serão agradável, também provoca conversas necessárias sobre a liberdade de amar e de ser genuíno num mundo cheio de limitações artificiais como é o nosso. Em suma, estamos perante um filme que certamente vai agradar aos fãs de romances contemporâneos e de histórias que explora as complexidades do amor. Recomendo para os que apreciam narrativas sensíveis e bem construídas e, claro, para os muitos admiradores de Anne Hathaway. 


Agora, quero saber a tua opinião sobre The Idea of You. Já viste o filme? O que achaste da narrativa e das actuações? Ficaste a torcer por este casal improvável? Vais querer ler o livro também? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 10 de setembro de 2024

#Livros - O Homem Revoltado, de Albert Camus

 

Capa do livro 'O Homem Revoltado' de Albert Camus, publicado pela Livros do Brasil. O fundo é uma mescla de cinza e amarelo, criando um contraste dramático. Em destaque, uma ilustração de um vidro partido, simbolizando a ruptura e a revolta. O título do livro aparece em letras grandes, refletindo o tom provocativo da obra.

Sinopse

Escrito por um dos mais influentes pensadores do século XX, O Homem Revoltado é um ensaio em torno de dois conceitos-chave na obra de Albert Camus: o absurdo e a revolta. O impulso para a revolução é, para Camus, uma das dimensões essenciais do ser humano, expressa não só a nível individual, na constante luta do homem com a sua existência, mas também coletivo, nas sucessivas rebeliões populares contra a ordem instituída. Contudo, e pondo-se do lado da liberdade humana e da defesa da dignidade, o autor faz um apelo à reflexão - sobre as consequências da revolta, sobre os riscos da tirania, sobre as lições que se impõem no pós-Segunda Guerra Mundial. Eloquente, apaixonado, polémico, este texto abalou o panorama cultural francês assim que foi revelado em 1951 e, duramente criticado por Jean-Paul Sartre, acabaria com a amizade entre os dois autores. 


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Opinião 

Albert Camus, nascido em 7 de Novembro de 1913, na Argélia francesa, foi um filósofo, escritor e jornalista cujas obras deixaram uma marca profunda na Literatura e no pensamento do século XX. O seu trabalho abrange romances, ensaios e peças de teatro, sendo O Estrangeiro e A Peste algumas das suas obras mais emblemáticas. Em 1957, recebeu o Prémio Nobel da Literatura, como reconhecimento da sua contribuição à literatura e a sua profunda exploração da condição humana e tudo o que escreveu só consolidou a sua voz como uma das mais influentes do modernismo literário. Publicado em 1951, O Homem Revoltado é um ensaio que emerge num período de intensas turbulências sociais e políticas no pós-Segunda Guerra Mundial. 


Dentro do contexto da Guerra Fria e das revoluções que marcavam a época, a obra reflete as inquietações dum mundo que procurava o sentido diante do absurdo e da injustiça. Usando uma perspectiva existencial, o autor contribui para o debate filosófico sobre a moralidade, a liberdade e a responsabilidade individual. A obra começa com uma análise histórica e filosófica da revolta, abordando como o ser humano, diante da injustiça e do sofrimento, se levanta contra a opressão, procurando afirmação e liberdade. Camus examina figuras revolucionárias, desde a revolta do homem contra Deus até movimentos políticos e sociais, revelando a dualidade entre a necessidade de liberdade e os perigos da violência e do totalitarismo. Ao longo do livro, ele defende a ideia de que a revolta, quando realizada com um senso de responsabilidade ética, pode servir como um acto de afirmação da vida, mas alerta para o risco da transformação da revolta em tirania. 


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Para Camus, a revolta não é apenas um acto de rebelião, mas uma afirmação da dignidade humana face ao sofrimento e à opressão. Ele argumenta que, ao reconhecer a falta de sentido da vida, o indivíduo pode escolher erguer-se em revolta, pela liberdade pessoal, mas também pela solidariedade com os outros. Essa revolta torna-se, então, um acto de resistência que se fundamenta na busca por valores universais e na negação da desumanização, apresentando-se como uma forma de resistência ética contra a tirania e a barbárie. A intersecção entre a revolta e a filosofia existencialista revela-se um campo fértil para a reflexão ética e política, onde a recusa em aceitar a opressão e a injustiça torna-se um acto de revolta e ainda um imperativo moral, essencial na construção duma existência autêntica e significativa. 


"Convém salientar que já então se põe o grande problema dos tempos modernos, quando a inteligência descobre que libertar o homem do destino significa entregá-lo ao acaso." 


No livro, o autor também explora a complexidade da revolta, revelando como este impulso pode manifestar-se tanto como um acto solitário quanto como um clamor por unidade coletiva. Camus sugere que esta revolta tem o potencial para unir os indivíduos numa procura comum por significado e justiça. Ao questionar e desafiar a opressão e a tirania, a revolta cria laços entre aqueles que partilham da mesma insatisfação, promovendo uma solidariedade que transcende a solidão. Assim, a revolta torna-se num meio de conexão, um convite para que os homens se reconheçam mutuamente na sua luta, promovendo muito mais do que uma resistência individual, mas um movimento coletivo que pode transformar a realidade. Inicialmente, Camus posiciona a revolta como um acto afirmativo do ser humano, mas à medida que avança na sua análise, somos confrontados com as consequências da revolta quando esta se torna dogmática ou é mobilizada em nome da ideologia. 


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No livro, voltamos a encontrar o estilo literário que caracteriza as obras de Camus, que combina clareza e profundidade. A sua prosa é directa e incisiva, o que revela a sua habilidade excepcional para abordar temas muito complexos de maneira acessível e compreensível. Como sempre, Camus utiliza uma linguagem precisa, sem floreios desnecessários, o que permite ao leitor entender rapidamente as nuances das suas reflexões filosóficas. A verdade é que a importância da linguagem e da estrutura em O Homem Revoltado é fundamental para a transmissão das suas ideias centrais sobre a revolta e a condição humana. A construção do texto, que mistura ensaio filosófico e análise histórica, permite ao leitor acompanhar a evolução do pensamento do autor de forma coesa e envolvente. 


"Se é verdade que a revolta instintiva do coração humano tem caminhado, pouco a pouco, ao longo dos séculos em direção a uma consciência mais elevada, também cresceu, como vimos, em audácia cega até ao momento excessivo em que decidiu responder ao assassínio universal com o homicídio metafísico." 


Por incrível que pareça, a verdade é que O Homem Revoltado permanece relevante até hoje, oferecendo profundas provocações e lições para o leitor moderno. Numa era marcada por crises sociais, políticas e até existenciais, a obra de Camus continua a confrontar-nos com a nossa natureza. Apesar de ser uma leitura que foge da zona de conforto da maioria de nós, é um deleite mergulhar neste ensaio e na mente brilhante do autor, que constrói a sua narrativa numa ordem cronológica de eventos e que permite compreender a evolução da revolta nas sociedades ao longo do tempo. Uma leitura fascinante e que reforça a minha vontade de continuar a ler toda a obra deste autor excepcional num futuro próximo. 


Agora, quero muito saber as tuas impressões sobre este livro e sobre Albert Camus! Já leste O Homem Revoltado? Costumas ler ensaios filosóficos? Qual a tua obra favorita deste autor? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

A minha experiência no Rock in Rio 2024

 

Público do Rock in Rio 2024 em Lisboa levanta os braços em celebração, com o palco iluminado ao fundo, criando uma atmosfera vibrante e emocionante durante a apresentação.

O Rock in Rio é um dos festivais de música mais icónicos do mundo, com as suas origens que remontam a 1985 no Brasil. Desde então, a sua expansão por diferentes cidades globais, incluindo Lisboa, solidificou o seu papel como um verdadeiro ponto de encontro para os amantes da música de todos os géneros. Além de apresentar artistas famosos, também promove a celebração da diversidade cultural e da linguagem universal da música. Com uma proposta que vai muito além do entretenimento, o Rock in Rio destaca-se pelo seu compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Em 2024, com um novo cenário junto ao rio Tejo, chegou a minha vez de viver esta experiência única, que une fãs e cria memórias inesquecíveis. 


Buy Me A Coffee

A decisão de ir ao Rock in Rio 2024 em Lisboa foi, acima de tudo, para unir o amor pela música de algum dos meus artistas favoritos, com a vontade de experenciar um dos festivais mais emblemáticos do mundo e, a cereja em cima do bolo, partilhar este momento especial com a melhor amiga da vida. O cartaz conquistou-nos, ao reunir no mesmo dia James e Ivete Sangalo, e as expectativas ficaram bem altas, com a organização dum fim de semana bem especial e que prometia muitas surpresas boas. O planeamento foi articulado com as viagens da santa terrinha das amigas até Lisboa, sendo que o alojamento ficou por minha conta. Afinal, Montijo é já ao lado e num instante chegamos onde queremos. Depois de as ter apanhado na Gare do Oriente, apesar das dificuldades em chegar lá de carro por causa do festival, decidimos estacionar num dos parques dessa zona, para não perdermos mais tempo e poder almoçar antes de irmos apanhar o Shuttle que nos levaria ao recinto. 


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Também fez parte do planeamento escolher o que levar, entre o que precisávamos e o que poderíamos levar para dentro do recinto sem problemas. Para começar, optei por roupas leves e confortáveis, perfeitas para longas horas de caminhada e muito calor, sem esquecer os ténis para garantir que os meus pés resistissem a tantas horas de espetáculos. Quanto aos itens essenciais, foram reunidos numa mochila prática, e incluíram a garrafa de água, protetor solar, bolachas para petiscar e uma sanduíche para tentar reduzir os custos lá dentro. Depois de ter reservado o autocarro na aplicação, desembarcamos, longe de mais da entrada, mas sempre bem acompanhados pelos voluntários disponíveis para orientar e esclarecer dúvidas. Como tinha o MBWay Pulse, oferecido junto com a compra do meu bilhete, a passagem pelos seguranças foi feita nessa fila bem mais rápida, ainda que eficiente e com revistas de bagagem realizadas de maneira cuidadosa e ágil, assegurando que a entrada era feita com toda a segurança para todos. 


Montagem de fotos da entrada do Rock in Rio 2024 em Lisboa, destacando o icônico placard do festival com seu nome em letras grandes e coloridas. Ao fundo, é visível a majestosa roda gigante iluminada, que adiciona um toque vibrante à atmosfera do evento. A imagem captura a expectativa e a energia do público entrando no recinto.

Mal entramos, somos logo envolvidos pela atmosfera vibrante e contagiante, com uma energia única, onde jovens e adultos se misturavam numa celebração coletiva da música e da cultura. Onde a vista alcança só vemos cores vivas, instalações interativas e cenários deslumbrantes. A experiência vai além dos artistas, dado que por toda a parte temos uma diversidade de actividades e atrações, com stands temáticos, muitos associados a marcas conhecidas, onde a caça ao brinde parece ter-se tornado um desporto olímpico. Toda a gente me alertou para os preços altos da comida e da bebida, mas devo dizer que não achei nada fora do normal, sobretudo no que se refere à comida. A variedade de food trucks era considerável, oferecendo opções para todos os paladares e estavam bem distribuídas pelo espaço, de forma a todos os palcos terem acesso a bares para matar a sede, mas também onde comer bem. 


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O ponto alto, claro, que foram os concertos propriamente ditos, com performances memoráveis que marcaram e tornaram a minha experiência inesquecível. A exuberância de Ivete Sangalo, que já tinha visto antes no Meo Arena, iluminou o palco com a sua energia contagiante. A multidão cantou em uníssono os sucessos que transcendem gerações, ainda que o som não tivesse a qualidade que esperava num evento desta envergadura. Ainda assim, os ritmos brasileiros e a sua presença de palco arrebatadora tornaram a sua apresentação um verdadeiro espetáculo. Em seguida, enquanto jantávamos, a nostalgia tomou conta com os míticos Ornatos Violeta que, com a sua sonoridade única e as suas letras poéticas, proporcionaram um momento especial e nostálgico. Por último, temos James, que deveriam ter sido cabeças de cartaz, e que entregaram uma performance cheia de emoção e intensidade, criando uma atmosfera mágica que nos fez a todos dançar sob as luzes vibrantes do festival. Entretanto, a noite ficou desagradável com um vento frio que nos fez fugir a vontade de ficar para ouvir Kura e assim fomos embora depois do fogo de artifício lançado após o concerto de James. 


Montagem de fotos do Rock in Rio 2024 em Lisboa, destacando a atuação da banda James no Palco Galp. As imagens capturam a energia vibrante do público, os músicos em ação e, ao fundo, um deslumbrante espetáculo de fogos de artifício que ilumina o céu, celebrando o encerramento memorável do concerto. A cena transmite a emoção e a magia do festival, refletindo momentos de alegria e integração entre artistas e espectadores.

Um dos desafios enfrentados nesta edição do Rock in Rio, em Lisboa, foram as longas filas para alguns stands, que talvez tenham permitido que se tenha gasto bem menos durante o evento. O espaço propriamente dito também precisa de ser melhorado com mais áreas verdes que ofereçam mais sombras no Verão e sem todo aquele pó que se levanta à medida que a multidão caminha e que nos deixa as roupas, os sapatos e até os cabelos impróprios para consumo. Algo que muita gente reclamou foram as filas para sair do recinto, o que não nos aconteceu de todo. O dia 22 era o que terminava mais tarde, o único que não esgotou e, além disso, não ficámos mesmo até ao final. Ainda assim, muita gente saiu na mesma altura que nós e não houve qualquer problema para passar os portões nem para rapidamente entrar no autocarro que nos levou de volta à Gare do Oriente. 


Apesar de achar o custo do bilhete muito alto face a outros, ainda assim, a experiência foi transformadora, muito devido à música e aos artistas que assistimos, mas também pela excelente companhia que levei comigo e que me permitiu viver este momento ainda mais intensamente. Portanto, só posso recomendar este festival a todos os amantes de música e de experiências inesquecíveis. Vale pelo cartaz, o mais importante na minha opinião, mas também pela atmosfera eletrizante, pela vista extraordinária que o novo espaço oferece e pela organização de alto nível, que promete melhorar muito mais nas próximas edições, já familiarizados com o novo recinto. Em suma, as minhas expetativas que estavam altas, forma ultrapassadas e acredito que, com um cartaz sedutor, posso muito bem voltar a viver este festival único. Agora, convido-te a partilhares as tuas próprias experiências no Rock in Rio, desta ou doutras edições. O que consideras mais único neste festival? Qual a tua memória mais marcante deste evento? Se tens perguntas ou curiosidades também as podes deixar nos comentários abaixo! 

terça-feira, 3 de setembro de 2024

#Livros - Os últimos dias de Henrique VIII, de Robert Hutchinson

 

"Reproduzindo a majestade e a complexidade do rei, a capa de 'Os Últimos Dias de Henrique VIII' apresenta o icônico retrato do monarca, pintado por Hans Holbein em 1538. Com suas vestes opulentas e imponente presença, Henrique VIII é retratado em toda a sua glória, refletindo um período de poder absoluto e conflitos internos que marcam o fim de sua vida. Este vislumbre do passado captura a essência de um rei que moldou a história da Inglaterra e cujos últimos dias são explorados com profundidade por Robert Hutchinson."

Sinopse

Após trinta e cinco anos como monarca absoluto, Henrique VIII era um homem velho, hediondamente obeso, perverso e raras vezes visto em público. 

Governou pelo terror e foi pioneiro em muitos métodos que os ditadores do século XX tornaram banais. Henrique VIII criou o moderno «julgamento fantasma» e manipulou as facções rivais com um brilhantismo cínico. 

O relato que Robert Hutchinson nos traz dos últimos anos de Henrique VIII tem inúmeras revelações espantosas. Hutchinson desenterrou sentenças de morte, confissões, pedidos de clemência desesperados, provas de chantagem, inclusive as cartas de amor entre Katherine Parr, a última rainha de Henrique VIII, e o almirante Thomas Seymour, que se julgavam perdidas. 


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Opinião 

Robert Hutchinson é um famoso autor e historiador britânico, conhecido pelas suas obras que exploram a rica tapeçaria da História inglesa, particularmente no que diz respeito à era Tudor, a minha favorita. Andava de olho neste livro há bastante tempo e antes das férias consegui deitar-lhe a mão numa boa promoção e levei-o para me fazer companhia na primeira época de descanso a sério. Depois de ter lido vários livros de ficção sobre esta época e sobre este rei e as suas esposas e filhas, chegou a hora de ler um livro de não ficção que se propõe contar os últimos anos do famoso monarca, Henrique VIII, oferecendo uma melhor compreensão deste período tumultuado e fascinante da História inglesa. 


Henrique VIII talvez seja o monarca mais controverso de Inglaterra e viveu num período marcado por mudanças drásticas nas esferas política, religiosa e social, tendo sido a causa de muitas delas no seu país. O livro procura contextualizar a crise de saúde e os desafios pessoais que Henrique VIII enfrentou enquanto tentava consolidar o seu legado e a sua dinastia. Assim, Hutchinson retrata não só a deterioração física do rei, mas também os labirintos de intrigas palacianas, a luta por poder entre as esposas e as suas famílias e os seus conselheiros, e as repercussões das suas decisões na formação da Inglaterra moderna. Estamos a falar dum rei que foi exuberante e carismático, chamado o mais belo príncipe da Cristandade em tempos, mas que, na velhice, encontra-se preso num corpo doente, sempre atormentado por dores e rodeado de gente pouco recomendável, sem um aliado em quem pudesse confiar plenamente. 


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O autor destaca os conflitos familiares, especialmente com as últimas esposas e as filhas, além das tensões políticas com a expansão do Protestantismo e as alianças perigosas que cercavam a corte. O livro é um retrato rico e detalhado da luta de um homem contra o tempo e as consequências das suas próprias escolhas, culminando num fim de vida sombrio e degradante. A morte e o sonho da imortalidade são temas incontornáveis nesta obra. Afinal, Henrique VIII, conhecido pela sua busca incessante por poder e prestígio, vê-se confrontado com a sua mortalidade à medida que a sua saúde se deteriora, revelando a inevitável decadência que aflige a todos os seres humanos, independentemente da sua estatura. Além disso, as intrigas políticas são emblemáticas neste reinado em particular. Hutchinson ilustra como a personalidade volátil de Henrique e as obsessões pessoais moldaram um cenário político desigual, onde as alianças eram frágeis e as traições comuns. 


"Apesar das palavras pacificadoras, Catarina sabia perfeitamente que, depois das experiências fatais das malogradas antecessoras consortes reais, entregar-se simplesmente à misericórdia de Henrique não a salvaria da execução." 


No contexto desta obra, a religião desempenha um papel fundamental na formação da sociedade inglesa do século XVI, especialmente à luz do impacto da Reforma Protestante. A ruptura com a Igreja Católica, impulsionada pelas disputas pessoais de Henrique VIII, transformaram a estrutura e a doutrina religiosa da Inglaterra, e também reverberou em diversas esferas da vida social, política e cultural. A ascensão do Anglicanismo e a imposição de novas práticas de culto levaram a tensões entre fé e poder, criando um ambiente de incerteza e conflito, levando o país a abeirar-se duma guerra civil nos anos que se seguiram. O descontentamento crescente entre os diversos grupos religiosos, como católicos, anglicanos e reformistas, levou a uma era de dúvidas e divisões que moldaram a identidade nacional e levou a momentos de intolerância e perseguição. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Os Habsburgos 


Tenho de destacar o estilo do autor, que combina fluidez com uma rica variedade de detalhes históricos. O autor entrega-nos uma narrativa envolvente, que informa ao mesmo tempo que entretém o leitor, transportando-nos para os conturbados anos finais do famoso rei inglês. A sua prosa é marcada por uma linguagem acessível, capaz de descrever minuciosamente os costumes, intrigas e tensões da corte, enquanto mantém um ritmo apaixonante, que instiga a curiosidade sobre os desdobramentos da História. A habilidade de Hutchinson para entrelaçar rigor histórico com uma narrativa dramática torna a obra uma fonte de conhecimento, sem que isso se torne aborrecido. Tudo isto assenta numa pesquisa histórica meticulosa, fundamentando-se em registos históricos, cartas e documentos da época. Além de relatar os eventos, também explora as motivações e os conflitos pessoais que marcaram esses anos finais, revelando a complexidade do monarca e os desafios enfrentados por aqueles ao seu redor. 


"Temos assim diante de nós a imagem de um monarca cruel, sem remorsos, completamente impiedoso ao comando das rédeas do poder; descuidado em relação às vidas dos seus amigos e súbditos; sempre determinado a levar a sua avante; e ávido na acumulação de riqueza, quase sempre a expensas de terceiros. Era um vândalo psicótico, paranoico, perigosamente apreciador da autoridade absoluta." 


O desenvolvimento é construído de forma brilhante. A imagem do rei poderoso, jovem, belo e sedutor, dá lugar ao homem cada vez mais consumido pela paranoia e pela decadência física e emocional. Deste modo, ilustra a luta interna e os dilemas morais enfrentados por cada figura essencial para contar este pedaço da História inglesa, apresentando uma nova camada de profundidade aos acontecimentos. Além do já referido, como a pesquisa minuciosa e a habilidade do autor em prender o leitor, tenho de referir ainda que a clareza na apresentação dos factos é um dos grandes trunfos desta obra. Hutchinson consegue explicar conceitos estranhos para os nossos dias e acontecimentos complicados de maneira simples e organizada, contando ainda com um objecto de estudo que talvez seja dos mais interessantes espécimes masculinos que a Inglaterra nos ofereceu. 


Aqui, com Os Últimos Dias de Henrique VIII, vais encontrar uma leitura interessante se gostas de História ou se tens curiosidade sobre um dos períodos mais fascinantes do Renascimento e pela dinastia mais carismática da Inglaterra, os Tudors. Vale a leitura por tornar a História acessível e emocionante, enquanto nos apresenta a complexidade dum líder que, ao mesmo tempo, era carismático e tirano. Agora, quero muito saber a tua opinião! Já leste este livro de Robert Hutchinson? Que aspectos da narrativa te chamaram mais a atenção? Alguma das revelações sobre Henrique VIII e o seu círculo íntimo te surpreendeu? Deixa o teu comentário abaixo! 


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