A vida, por estes lados como em tantos outros, tem dados muitas voltas e reviravoltas. Por vezes, sinto que a vida gosta de me tirar o tapete e deixar-me sem chão. No entanto, tudo se compõe, de uma forma ou de outra. Regra geral, não como sonhamos ou gostaríamos, mas da forma que é possível dar a volta por cima.
Com isto refiro-me aos longos meses de desemprego que me levaram a voltar a uma área já sobejamente conhecida. No fundo, fui comercial a maior parte da minha vida profissional e talvez seja o que faço melhor. Aliás, o meu primeiro emprego foi a vender aspiradores, portanto é natural voltar a uma área que sempre precisa de gente para trabalhar.
Quando voltei às vendas, regressei ao mercado das telecomunicações e a esta coisa do porta-a-porta. Gostava de ter oportunidade de fazer outras coisas, é certo. De experimentar algo novo e desafiante. Só que quando penso nisso, existe algo mais desafiador do que lutar todos os dias pelo objectivo mensal que nos permite ganhar mais dinheiro?
Todos as portas são diferentes e os dias nunca se repetem. Cada cliente é um desafio para conseguir servi-lo bem, da melhor forma possível, sem esquecer que é preciso que as vendas surjam no final do mês. E não basta captar o cliente e levá-lo a assinar um contrato. É essencial, nos dias de hoje, fazer o acompanhamento desse cliente. Não só até ao dia da instalação, mas também no pós-venda.
Tenho tido a sorte de encontrar pessoas espectaculares. Daquelas que nos convidam para jantar ou que, mesmo após terem o serviço instalado e a funcionar, nos ligam a perguntar quando passamos por lá para tomar um café e fumar um cigarro à janela. Sem precisarem de mais nada. Sem cobrarem nem reclamarem de coisa nenhuma.
A única coisa que me causa algum incómodo é esta mania que certas pessoas têm de que lá porque nos deram a ganhar uma comissão, comissão essa fruto de um serviço que lhe prestámos, temos de estar disponíveis a toda a hora.
Claro que nesta sociedade em que vivemos, os dias de descanso cada vez são mais aleatórios e são muitas as pessoas que têm de trabalhar aos fins de semana para que outros possam ter acesso aos serviços essenciais ou simplesmente para que possam se divertir.
Agora, será assim tão estranho que um comercial, que trabalha de Segunda a Sábado, esteja incontactável a um Domingo? Que possa estar ocupado com actividades de quem tem uma vida e que, por isso, não atenda uma chamada? É que esta raça, conhecida como vendedores, também tem família e amigos e relações amorosas e vida social e momentos em que precisam de descansar, de desligar a ficha, recarregar as baterias para mais uma semana de trabalho e pressões várias.
A propósito, bom Domingo a quem tem pachorra para aturar os meus devaneios hoje, que é Domingo!
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