Sinopse
Realizado por Ridley Scott, escrito por David Scarpa e protagonizado por Joaquin Phoenix, um épico de cavalaria sobre a ascensão e queda do imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821), ainda hoje considerado um dos maiores comandantes da História.
Alistado, bastante jovem, nas forças da Revolução Francesa como oficial de baixa patente, Napoleão foi escalando as hierarquias, liderando várias campanhas militares bem-sucedidas durante as Guerras Revolucionárias Francesas, que ocorreram entre 1792 e 1802. Revelando-se um estratega brilhante, tornou-se imperador da França entre os anos 1804 e 1814 (e, posteriormente, em 1815, durante o seu Governo dos Cem Dias), comandando grande parte da Europa continental antes do seu colapso final. A par disso, o filme acompanha a relação, algo tóxica e obsessiva, com a sua mulher, Josephine, que conheceu em 1795 e que amou até ao fim dos seus dias.
Opinião
Napoleão, lançado em 2023, é um épico histórico protagonizado por Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby e realizado por Ridley Scott. O filme narra a extraordinária trajetória do icónico líder militar e político francês, Napoleão Bonaparte, desde a sua ascensão ao poder até à sua queda. Com uma fotografia marcante, Ridley Scott transporta o público para os campos de batalha da Europa do século XIX, oferecendo uma visão do seu impacto duradouro na História mundial. Com um elenco de estrelas, Napoleão prometia ser um filme inesquecível, repleto de emoção e grandiosidade.
Napoleão Bonaparte, uma das figuras mais importantes e controversas da História mundial, viveu no século XIX e foi um líder militar e político francês de destaque. Nascido em 1769, na ilha da Córsega, ele ingressou no exército francês jovem e rapidamente ascendeu ao poder durante a Revolução Francesa. O seu talento estratégico e habilidades políticas levaram-no a tornar-se o Primeiro Cônsul da França em 1799 e, posteriormente, o imperador dos franceses em 1804. Napoleão embarcou numa série de conquistas militares que visavam consolidar o seu poder e expandir a influência francesa pela Europa. No entanto, sofreu uma série de derrotas, como na Rússia e na Batalha de Waterloo, o que eventualmente resultou na sua queda em 1814.
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No filme Napoleão, somos apresentados à história do icónico líder militar e imperador francês, interpretado por Joaquin Phoenix. Era de se esperar que fosse retratado como um homem ambicioso, estrategista brilhante e um líder carismático. Não foi exactamente o que aconteceu. De facto, entende-se em parte o seu brilhantismo enquanto estratega militar, a sua liderança também pode ser verificada em alguns momentos, sobretudo junto dos seus exércitos que o seguiam com uma confiança cega, mas a sua ambição não marcou presença neste filme. Tudo o que lhe acontece, os cargos que ocupa, a sua ascensão até ao topo da França parecem ter-lhe chegado sem que tivesse feito algo para os alcançar ou que os tenha sequer desejado verdadeiramente. No fundo, parece desempenhar um papel passivo no desenvolvimento da sua vida e da sua carreira.
Outro personagem de destaque é a incontornável Josefina Bonaparte, vivida pela Vanessa Kirby, a famosa esposa e amor da vida de Napoleão. Josefina desempenha um papel significativo na vida de Napoleão, influenciando a sua entrada nos círculos mais elegantes da sociedade, fornecendo um verniz que muita falta lhe fazia nos primeiros anos e sendo sua confidente e parceira. A sua presença na trama, apesar de algo estranha em determinados momentos, adiciona uma dimensão emocional à narrativa e ao próprio Napoleão, cujo coração parece bater apenas por ela e pela França, mostrando o seu lado mais humano e vulnerável, uma quase dependência da existência desta mulher na sua vida. Esta relação entre os dois é retratada, fazendo referência a alguns mitos, com a devida complexidade, sendo um dos aspectos mais interessantes do filme, a par com os momentos das batalhas mais famosas e épicas.
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O filme Napoleão é uma obra cinematográfica que contou com uma equipa de produção excepcional. O realizador, famoso pela sua habilidade a retratar grandes histórias épicas, procurou colocar nesta versão condensada o máximo de elementos históricos, mas essa tarefa revelou-se bem difícil e o resultado final parece ter perdido muitos elementos que seriam importantes para melhor se compreender o que foi narrado, sobretudo para quem não domina a História dessa época. Ouvi dizer que será lançada em alguma plataforma de streaming uma versão alongada deste filme, por isso, talvez seja o caso dessa versão mais elaborada nos trazer os elementos de ligação que parecem ter faltado. O elenco é de luxo, composto por actores talentosos e com provas dadas, mas a grande falha parece ter sido a idade dos protagonistas. Todos sabemos que Napoleão chegou ao poder muito, muito jovem e não um homem maduro, que parece ter a mesma idade ao longo de todo o filme. Também é sobejamente conhecido que Josefina era mais velha que Napoleão, o que não se verifica em nenhum momento. Não existiu nenhuma tentativa de rejuvenescer ou envelhecer as personagens ao longo da narrativa, mesmo sendo óbvio que os acontecimentos levaram anos. Apesar das interpretações terem sido esplêndidas, ficaram comprometidas por este detalhe importante.
Esta novidade cinematográfica mostra alguma lentidão na narrativa, mostrando dificuldade em prender o interesse do público ao longo do seu desenvolvimento. Os melhores momentos são, sem margem para dúvidas, as batalhas meticulosamente coreografadas, envolvendo tanto os combates em campo como as intrigas políticas nos bastidores. Ainda que contenham algumas liberdades criativas, revelam estar muito próximas da realidade e fascinantes de assistir numa tela gigante de Cinema. Os cenários meticulosamente criados transportam o espectador directamente para a França do século XIX, recriando com fidelidade os palácios elaborados, os campos de batalha e o ambiente nas ruas da época. Os figurinos são igualmente impressionantes, com roupas e acessórios detalhados que refletem o estilo e a elegância da aristocracia francesa. Não posso esquecer a espectacular banda sonora do filme, que desempenha um papel fundamental na amplificação da experiência emocional. Afinal, nem tudo merece críticas negativas neste filme.
Se a ideia era criar uma peça de arte épica, acredito que teria sido mais interessante terem criado uma série onde o tempo não fosse um problema, onde pudessem retratar todos os episódios e detalhes fundamentais para se entender melhor a figura complexa de Napoleão Bonaparte. Apesar de todas as críticas que fiz ao longo desta resenha, ainda assim, considero que estamos perante um filme que vale a pena ver e que vale a pena discutir, onde podemos refletir sobre um dos personagens mais fascinantes da História e que moldou para sempre a Europa que conhecemos hoje. Agora, convido-te a partilhar as tuas próprias impressões sobre este filme notável nos comentários! Vamos falar sobre Napoleão?
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