Sabes que isto de estar a gozar os últimos dias de férias deste ano de 2017 tem sido avassalador. É que a pessoa sente-se na obrigação de aproveitar ao máximo todos dias e noites, o que se agravou com o aniversário da melhor amiga calhar precisamente nesta semana, e quando damos por ela já avisto o dia em que terei de voltar ao trabalho e na tortura de pensar se ainda me lembro de alguma coisa do pouco que tinha aprendido entretanto.
Enfim, são os problemas da classe trabalhadora, não é verdade? Tanto que no meu último dia de férias será também o dia que o nosso Presidente da República escolheu para irmos às urnas dizer de nossa justiça. São muitas responsabilidades para uma pessoa só, é o que tenho a dizer. Para perceberes a gravidade da coisa, este post era para ter sido escrito no início da semana. Foi impossível. Aliás, se for analisar bem a coisa seria impossível até ao ano de 2034.
No entanto, se quero mesmo falar sobre estas eleições convém que me apresse. E tendo em conta ao dia em que estamos, achei por bem que o melhor seria mesmo apressar-me e tratar disto hoje porque, segundo ouvi dizer, na véspera da multa falar de política. Não sei se a regra se aplica aos blogs mas, como sou tesa, achei por bem não pagar para ver, que é como quem diz, descobrir da pior forma, pagando a dita multa.
Já não é novidade que gosto dos temas políticos, afinal é algo que nos afecta de uma forma incontrolável. Basta pensar no tema Trump, que se encontra lá do outro lado do Atlântico e que, ainda assim, pode nos colocar a todos no epicentro de uma Guerra Mundial. Mas não vamos dispersar que não é de egos inflamados que vamos falar hoje. Ou talvez seja...
Não deve existir nada de mais deprimente do que ver as campanhas autárquicas que se fazem por este Portugal a fora. Parece quase aquelas disputas que a malta fazia pela presidência da Associação de Estudantes do Liceu, que não servia para rigorosamente coisa nenhuma. Não é à toa que se multiplicam os programas para gozar com os cartazes de políticos de Norte a Sul.
Contudo, não é disso que quero falar, até porque os meios financeiros não são iguais, como todos bem sabemos. A minha dúvida prende-se com os motivos que levam um candidato a querem vencer uma eleição. É uma dúvida que me assola, porque olhando ao redor não consigo descortinar o que os faz guerrear, por vezes de forma feroz, pelo tacho ambicionado.
Estou longe de ter uma cor política. Tenho o péssimo hábito (na óptica dos partidos, claro) de pensar pela minha cabeça e tirar as minhas próprias conclusões sobre os assuntos. O que, neste país, é coisa muito mal vista. Quando analiso candidatos em que tenho de votar, mais do que o seu partido, interessa-me perceber qual o mais capaz de servir o cargo a que se propõe. E é em alturas como esta, que percebo o que leva a que os portugueses estejam tão fartos da classe política.
É extremamente difícil encontrar pessoas que, de facto, procurem fazer algo pelos outros. Pela sua comunidade, pelos seus pares. Representá-los devidamente. Honrar os votos que receberam. É como procurar uma agulha no palheiro. Eu, por exemplo, vivo numa aldeia deste país, onde só conheço um candidato à minha Junta de Freguesia que é o actual Presidente.
Será dele o meu voto, até porque acredito no seu trabalho e quero acreditar que irá fazer um ainda melhor trabalho num próximo mandato. Porém, a verdade é que não me foi apresentado mais nenhum outro, embora existam. Não me chegou às mãos os seus projectos para a Freguesia nem nada que se assemelhe. É assim que se faz Campanha Eleitoral? Como podem as pessoas se sentir impelidas a cumprir um dever cívico se não as procuram interessar nem nos assuntos locais, mais próximos de cada um, onde as propostas podem afectar e até melhorar a vida dessas pessoas de forma muito mais directa??
Posto isto, volto a afirmar, faz-se muito mal política em Portugal, sem qualquer margem para dúvida. Só que a abstenção não é a solução, minha gente! Como aqui disse, é preciso honrar um direito que nos foi dado, e que custou tanto a ser conquistado, e ir votar. Nem que não seja em ninguém. Mas ir! Vais votar no Domingo? Ou tens outros planos?
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