Ai, as novelas! Acho que nunca falei tanto no assunto como nos últimos tempos, ainda para mais referindo-me a novelas da actualidade. Afinal, não é segredo para ninguém que sou muito mais fã das novelas que se faziam aqui há uns anos, por todos os motivos e mais alguns.
O meu último desabafo sobre o tema foi para me queixar vivamente sobre os spoilers das novelas da TVI. E esses mesmos spoilers foram-me alertando, bem como as inúmeras revistas que por aí circulam, para este final de que hoje falo. Um final que me deixou verdadeiramente irritada, digo-vos já.
Gostava de saber qual foi a ideia das pessoinhas que escrevem esta novela interminável de colocarem uma personagem como a Luena a morrer. Podem dizer que a moça teve o seu acto de redenção porque morreu para salvar o homem que ama, contudo não me convencem nada com esse argumento de folhetim do século XIX.
Uma das coisas que mais agradava nesta novela era a complexidade das personagens. Não ser constituída pelo lado dos bons e dos maus da fita. Cada um dos protagonistas tem em si mesmo um lado negro contrabalançado por um lado mais positivo. Lembro-me do próprio Norberto ter passado por vilão e por vítima. O Jorge Sacramento também guardava alguns esqueletos no armário. A fantástica vilã Pilar não era apenas má, tinha um lado divertido e algumas mágoas do passado que contextualizavam certos comportamentos e atitudes. E por aí fora.
Voltando à "nossa" Luena. Ela começou por ser uma vilã, em busca da vingança pelo que fizeram à sua família em África. Amante de Norberto, só desejava recuperar a propriedade que pertencera aos seus pais em Angola e que fora tomada por ele. Mas a verdade é que, no decorrer dos longos episódios a que assistimos, ela foi-se humanizando. Arrependendo-se das suas atitudes do passado e perdendo-se de amores pelo homem que antes odiava.
E mesmo nesta recta final, em que voltou a fazer das suas contra o seu amado, não podemos esquecer-nos que foi manipulada e levada a acreditar que quem começara o ataque foi Norberto e a sua crença era a de que se estava a defender. Posto isto, como é possível que estes autores alucinados tenham colocado a moça a morrer numa ambulância?
O final em si mesmo já é coisa que me desagrada. Ainda mais quando penso que com esta pérola de decisão, deixaram duas crianças sem mãe e um Norberto nos braços de uma Selma que é tão sem sal que até dá sono. Com o bónus de que a senhora vai passar a vida a competir com uma mulher que além de morta, morreu pelo seu homem, para o salvar. Não existe vitória possível numa situação destas, minha gente.
Pessoas que estão desse lado a ler-me e que assistem à Única Mulher, que me dizem deste final? Estão de acordo ou acham que tenho razão quando digo que este poderá ter sido o pior final de personagem dos últimos anos?
Concordo em TUDO: a complexidade das personagens, a Selma ser sem sal (aliás, nem sei que aparição foi esta na novela...), o facto de nunca chegar aos calcanhares de uma Luena, enfim. E detestei o final, por todos os motivos que falaste. Mas... segundo sei, tiveram que fazer-lhe um final antecipado, porque ela quis sair da novela!
ResponderEliminarDesculpas, se queres a minha opinião. Embora, no lugar deles também já teria pedido para sair e não era de agora.
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