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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Gregos e Troianos



Muito se tem dito e escrito no que toca à Grécia. Pela minha parte, quando penso neste assunto, o que me mais me ocorre é a incongruência que é perceber que a Democracia nasceu neste país. Quase nem dá para acreditar, sobretudo quando vemos a forma como os gregos lidam com esta crise que se abateu pelo sul da Europa e não os deixou ilesos. 

É incrível como os gregos se manifestam, de forma violenta, sempre que se ameaça com a possibilidade de lhes irem ao bolso. Os gregos querem assumidamente manter os seus níveis de vida, sem sofrer qualquer alteração para se pagar a dívida que o seu Governo tem com a Europa. Penso que não se recordam que sem essa injecção de capital, os seus governantes não teriam como cumprir os seus compromissos, nomeadamente os ordenados da sua função pública. 

Contudo, o que é certo é que a sua forma de protestar tem cumprido o propósito e já se fala em reduzir a dívida, perdoando uma parte do que a Grécia ainda deve. Como portuguesa, como alguém que tem sofrido os efeitos da austeridade, com o propósito de colocar as contas públicas em dia, sinto-me injustiçada. 

É uma injustiça gigante que se perdoe a quem não está disposto a qualquer sacrifício, e se cobre até ao último cêntimo a quem tem cumprido todas as directrizes do FMI. O povo português limita-se a ir para a rua com manifestações pacíficas e a aceitar que os seus vencimentos sejam cortados, o seu património taxado e por aí fora, até que nos digam que a dívida está paga e que podemos respirar de novo. 

Esta dualidade de critérios deixa-me com os nervos em franja. Aliás, já tinha falado disso mesmo, quando tratava do caso francês, lembram-se? E devo dizer que as palmadinhas nas costas que se apressaram a dar, quando nos disseram que Portugal não precisava de rever a dívida porque tinha capacidade para cumprir o combinado, não me enganaram. Foi uma tosca forma de nos dizer para não irmos para a rua partir tudo, como se com isso fosse possível um perdão igual ao grego.

A verdade é que os gregos fazem barulho, partem o que lhes aparecer à frente e ainda incendeiam umas coisas e, no final, não pagam. Os portugueses fazem por ser bons alunos e cumprir o que lhes mandam e pagam tudo e mais um par de botas. Que conclusão podemos tirar desta lição, afinal? Se calhar, ser arruaceiro tem as suas vantagens... 

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