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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Robin Williams *


Em tempos idos, quando pensava em suicídio, achava que seria precisa muita coragem para cometer tal acto. Com o passar dos anos e, sobretudo, com o passar da vida diante de mim, cheguei à conclusão que não chega bem a ser isso... Pelo menos, só a coragem não chega para tomar a decisão e concretizar o fim da própria vida. Afinal o que levará uma pessoa a desistir de viver? A pensar que a morte e o desconhecido que ela encerra serão melhores que o hoje, o aqui e o agora? De facto, para falar a verdade, não saberei responder com conhecimento de causa. Com todos os problemas que a vida nos brinda constantemente, mesmo assim, contínuo a sentir que vale a pena e que cada dia é uma descoberta que não quero perder.

Contudo, posso tentar colocar-me nessa posição. E o que me passa pela cabeça, actualmente, quando penso nisto, sem falar no óbvio, a depressão, que coloca essas ideias em destaque com mais frequência do que seria desejável, concluo que o motor, que faz a ideia passar a acções, é a profunda falta de esperança. Só quem não acredita, de nenhuma forma, por mais pequena que seja, é que consegue, efectivamente, colocar um ponto final à vida. Tem de se perder a fé em nós próprios, nos outros que nos rodeiam, talvez, em toda a Humanidade. O que nos dias que correm e com tudo o que vemos acontecer à nossa volta, não é de todo difícil... No entanto, esta será uma desesperança de muito tempo, e não só do momento. Uma coisa com raízes entranhadas e que sufocam ao ponto de se desejar a morte como consolo.

Apesar dos dias que já se passaram desde a notícia, contínuo com este sentimento de perda. Porque me revolta que sejam sempre os mais talentosos, os mais (aparentemente) alegres, os mais amigos a caírem nas malhas da morte. Caírem não, a atirarem-se quando, com toda a certeza, teriam tanto para fazer, dizer, para tocar outras pessoas. Robin Williams talvez naquele momento não tenha pensado nisto, mas é notório que tocou a vida de imensas pessoas em todo o mundo com o seu talento e com papéis que marcaram crianças, adolescentes e adultos. Que pena que não tenha pensado nisto e no que poderia ainda fazer no futuro...

Sei que o Clube dos Poetas Mortos será encarado como um cliché nesta altura, mas é de facto a memória mais antiga, mais forte e com mais significado que tenho de cinema. Um filme para ver, rever e voltar a ver. Porque a mensagem é intemporal e toca qualquer geração. Esta frase em particular, foi também ela uma escolha propositada, porque quero acreditar que, apesar de tudo, ele terá aproveitado cada dia que viveu com intensidade, da mesma forma, que ensinou todos nós a fazê-lo. A morte é certa para todos, por isso o hoje é tudo o que temos. Carpe Diem!
 
 
*Sei que este post já vem um tanto ou quanto fora de horas, mas as férias não permitiram - nem eu permiti - debruçar-me sobre tão pesado tema durante a minha silly season. Preferi esperar, pensar e sentir o assunto com o respeito e atenção que merece. Para este homem, um RIP seria pouco.

5 comentários:

  1. Sim, também nunca imaginei que assim fosse. Mas, de facto, é recorrente neste meio, infelizmente.

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  2. Era o meu actor preferido e ainda não consegui aceitar a ideia...

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    Respostas
    1. Estava no meu top dos favoritos pelo talento e pelos brilhantes filmes em que participou.
      Nem dá para acreditar, é verdade.

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    2. Este é um assunto muito delicado por mim, porque como acho que tu bem sabes eu é raro apegar-me às coisas, sou muito fria, mas quando me apego apego-me com toda a alma e coração e este é um desses casos... Adorava-o muito. E ainda adoro. Sempre.
      Eu sei o que é o limite do desespero... O que é ter esses pensamentos... Não foi só uma pessoa que adoro, como foi com um assunto tão sensível para mim...

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    3. Sim, eu compreendo o quanto te toca este assunto por todos os motivos e mais algum.

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