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terça-feira, 1 de agosto de 2023

#Livros - Poemas, de Alberto Caeiro

 

A foto de capa do livro "Poemas", do heterónimo Alberto Caeiro, na edição de bolso da editora 11x17, apresenta uma estética minimalista e sofisticada. Com motivos decorativos que lembram um papel de parede, a imagem é composta por tons de preto, branco e cinzento, que criam um contraste marcante e elegante.  No centro da capa, destacando-se sobre o fundo neutro, encontra-se o título do livro, "Poemas", escrito de forma estilizada em letras pretas, que transmite uma sensação de leveza e simplicidade. A escolha de fonte remete à caligrafia manual, evocando uma atmosfera poética e intimista.  Ao redor do título, é possível observar pequenos desenhos sutis, como flores estilizadas e folhas delicadas que se entrelaçam suavemente. Esses elementos decorativos, embora discretos, trazem uma sensação de delicadeza e poesia à capa do livro.  O uso predominante de tons de preto, branco e cinzento transmite uma sobriedade e sofisticação, sem deixar de ser atraente e cativante. Essa escolha de cores também reforça a seriedade e profundidade dos poemas presentes na obra.  Combinando elementos minimalistas e detalhes elaborados, a foto de capa do livro "Poemas" cria uma atmosfera visual que reflete a essência da poesia contida nas páginas. É uma capa que convida o leitor a mergulhar nas palavras de Alberto Caeiro e explorar os sentimentos e reflexões que cada poema tem a oferecer.

Sinopse

Segundo Fernando Pessoa, Alberto Caeiro nasceu em 1889 em Lisboa e morreu em 1915, mas viveu quase toda a sua vida no campo, com uma tia-avó idosa, porque tinha ficado órfão de pais cedo. Era louro e tinha olhos azuis. Como educação, apenas tinha tirado a instrução primária e não tinha profissão, sendo apenas um «guardador de rebanhos». Considerado pelo próprio Pessoa o mestre dos heterónimos, Caeiro representa a visão pura e primitiva do ser humano, despojado de toda a emoção e cultura que o Homem foi criando. 


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Opinião 

No âmbito do meu projecto pessoal de ler mais poesia, decidi começar por um dos mestres da Língua Portuguesa. Fernando Pessoa é um dos mais reconhecidos e influentes escritores portugueses do século XX, conhecido principalmente pela sua vasta obra poética. O seu génio literário reside não apenas na qualidade dos seus poemas, mas também na capacidade singular de criar múltiplas vozes literárias, conhecidas como heterónimos. Estas personalidades fictícias desenvolvidas por Pessoa possuem estilos, temáticas e perspectivas únicas, proporcionando uma diversidade rica e fascinante à sua produção literária. 


Entre os heterónimos criados por Pessoa, destaca-se Alberto Caeiro, que se tornou um dos mais importantes e influentes na literatura portuguesa. Caeiro é conhecido como o mestre dos outros heterónimos, sendo considerado o poeta da simplicidade e da contemplação da natureza. A sua poesia procura reflectir sobre a experiência sensorial do mundo, num estilo límpido e descomplicado, rejeitando a complexidade intelectual e as reflexões metafísicas. A importância de Caeiro na literatura portuguesa reside na forma como rompeu com as normas poéticas tradicionais, defendendo uma linguagem mais directa e uma visão de mundo mais próxima do pensamento intuitivo. A sua abordagem revolucionária foi fundamental para a renovação do cânone literário e para a consolidação do modernismo em Portugal. 


Podes ler também a minha opinião sobre Livro do Desassossego


Os poemas de Alberto Caeiro são marcados por uma sensibilidade aguçada para os detalhes do mundo natural, com uma atenção especial para elementos como a luz, as paisagens campestres, os animais e os ritmos da natureza. A sua poesia desperta a contemplação e a conexão com a simplicidade essencial da existência, promovendo uma experiência estética profunda e cativante. Ao explorar a obra de Alberto Caeiro, mergulhamos num universo literário que nos convida a redescobrir a beleza e a grandiosidade da natureza através de uma linguagem simples e de uma visão despojada de preconceitos e artifícios. A relevância e particularidade de Caeiro está na sua capacidade de nos proporcionar uma imersão na simplicidade, no aqui e agora, resgatando a essência singular da vida e da poesia portuguesa. 


"Pensar incomoda como andar à chuva

Quando o vento cresce e parece que chove mais. 


Não tenho ambições nem desejos.

Ser poeta não é uma ambição minha. 

É a minha maneira de estar sozinho." 


Alberto Caeiro procura, através da simplicidade, uma volta à essência das coisas, uma busca pelo real, pelo genuíno e nos seus versos valoriza a natureza e a vida no seu estado mais puro. Tem na observação da natureza a sua maior fonte de inspiração e contemplação. Os seus poemas são repletos de referências à flora e fauna, aos elementos naturais e aos ciclos da natureza. Caeiro vê na natureza uma harmonia e equilíbrio que muitas vezes não encontramos na vida quotidiana. Este heterónimo vê no homem a capacidade de se conectar com a natureza e encontrar uma verdade profunda através dessa conexão. Para Caeiro, é na simplicidade e na observação atenta da natureza que encontramos a verdade, é aí que nos aproximamos do nosso propósito na vida. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Mensagem


Caeiro vê a vida como algo fugaz e efémero, mas também como algo belo e significativo. Ele convida-nos a valorizar cada momento, cada detalhe, como se fosse um milagre. A simplicidade, para ele, é uma forma de despertar a beleza do mundo e encontrar a paz interior. Em suma, os poemas de Alberto Caeiro conduzem-nos a uma imersão na simplicidade e contemplação. A sua poesia convida a olhar além das distrações e superficialidades da vida moderna, e encontrar na natureza e na valorização da vida no seu estado mais puro um fonte de inspiração e genuína conexão com o mundo ao nosso redor. Sem esquecer que o impacto da visão de mundo de Alberto Caeiro na poesia pessoana como um todo é evidente e profundo. Apesar de ter criado outros heterónimos, cada um com a sua própria personalidade e visão, é em Caeiro que vemos a base para a reflexão sobre o eu e o mundo. 


"Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,

Não há nada mais simples. 

Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. 

Entre uma e outra coisa todos os dias são meus." 


Pessoa utiliza Caeiro para explorar a busca pela simplicidade e a autenticidade, bem como para questionar as convenções sociais e intelectuais que impõem limites ao indivíduo. Assim, através da sua identificação com Caeiro, interpreta a existência como algo que transcende qualquer conceito ou sistema filosófico. Nos seus poemas, ele explora a dualidade do ser humano, as suas contradições e o conflito entre a razão e a emoção. Com este heterónimo, Fernando Pessoa parece procurar uma forma de libertação do labirinto intelectual em que muitas vezes se encontrava e uma simplicidade que permita apreciar a vida na sua essência, como está bem desenvolvido na biografia Pessoa. Uma Biografia, onde estes aspectos são mencionados, dado que a obra deixada é a melhor forma de conhecer o autor misterioso que se esconde dos holofotes. 


Recomendo fortemente este livro como leitura essencial para todos aqueles que desejam descobrir a obra de Pessoa e do heterónimo Alberto Caeiro, sem se limitar ao pouco que nos é apresentado na escola. Cada verso de Caeiro é uma obra de arte em si, capaz de nos transportar para uma realidade onde a simplicidade é exaltada e a nossa conexão com a natureza é restaurada. Agora, faço-te um convite especial: após leres os poemas de Alberto Caeiro, compartilha a tua experiência nos comentários. Quais os versos que mais te tocaram? Como eles te fizeram ver o mundo de uma maneira diferente? Deixa a tua opinião e inspira outras leitores a também se renderem às maravilhas da poesia de Caeiro. 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog


Wook | Bertrand 

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