Sinopse
Uma fábula moderna sobre a revolucionária odisseia de uma vaca, de um porco e de um peru. Elsie é uma vaca feliz. Passa os dias a comer, a dormir e adora a quinta e os fazendeiros. Mas, um belo dia, aproxima-se da casa dos fazendeiros e, através da janela, vê uma televisão onde está a passar um horroroso programa sobre «produção industrial de carne». E o mundo de Elsie cai a seus pés. Ou melhor, patas. Apenas uma solução se apresenta: fugir para um mundo melhor e mais seguro.
Mas não vai sozinha: rapidamente se juntam a ela o peru Tom, que não sabe voar mas é ágil a usar um iPhone; e o porco Jerry, ou melhor, Shalom, recém-convertido ao Judaísmo. Elsie tem tanto de filósofa e viajante quanto de hábil narradora, cheia de referências pop e nerd e um humor muito peculiar. Tom é um peru psicanalista que aprenderá a voar. Shalom é rejeitado pelo povo que adopta mas acaba por ser um diplomata involuntário. Deixe-se surpreender por estes carismáticos heróis - e pelas lições morais e de vida que lhe vão dar. Quem diria que uma visão do mundo de uma vaca seria tão divertida e, ao mesmo tempo, tão honesta e verdadeira? Vaca Sagrada é um livro inteligente e divertido desde a primeira página.
Opinião
Aqui está um livro que me foi MUITO recomendado pela minha amiga Liliana Carvalho, já bastante famosa por estas paragens e que só me apresenta coisas boas e que, regra geral, aprecio bastante. É o que acontece quando temos amigos que nos conhecem bem e conseguem antever o que vamos gostar. Assim, enquanto passeávamos pela Feira do Livro de Lisboa, no ano passado, demos de caras com este livro em promoção na banca da Saída de Emergência e não pensei duas vezes.
Começo por dizer que o autor do livro é o famoso actor dos Ficheiros Secretos e outras tantas produções icónicas dos anos 90, David Duchovny, que aqui nos revela os seus pensamentos sobre os direitos dos animais de uma forma divertida, leve e alegórica. Além de tudo o que possa vir a dizer sobre este livro, preciso destacar o sentido de humor brilhante, inteligente, estimulante que vais encontrar da primeira à última página.
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Posto isto, vais querer mesmo conhecer esta vaca que vivia feliz na sua quinta, rodeada de amigas vacas, pronta para cumprir o caminho que se esperava dela: procriar e ter o seu próprio bezerro. As hormonas começam a palpitar e quando se prepara para se aproximar do sexo oposto, por mero acaso, descobre a televisão na sala dos humanos que tomam conta da quinta. É este o momento determinante e que a transforma de forma irreversível.
"A inocência é fantástica, mas o mundo oferece-nos mais do que isso e é errado não aceitar. Não podemos ser bezerras para sempre."
Esta crise existencial que assola a nossa vaca, leva a que deseje sair da quinta e procurar o país onde é venerada e não um animal que alimenta os humanos com o seu leite, a sua carne e os seus filhos. Deste modo começa a preparar a sua viagem improvável até à Índia e encontra os mais espectaculares companheiros de viagem. Ora vejamos, temos um porco, que pretende ir para Israel onde é considerado impuro e onde não será comido, e um peru que acredita que o seu destino é ir para o lugar no mapa que partilha consigo o mesmo nome.
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É ao longo desta aventura que os laços de amizade crescem e se fortalecem e o crescimento pessoal de cada indivíduo ganha protagonismo. Afinal de contas, ninguém fica igual após uma longa e atribulada viagem que procura buscar o seu lugar num mundo que parece não lhes dar importância enquanto seres vivos. Mesmo quando o assunto é sério e profundo, a escrita do autor é leve e despretensiosa, passando a mensagem e o alerta, mas de forma divertida.
"Claro que não consigo ser parcial. Como poderia sê-lo? É a parcialidade que faz girar o mundo, às vezes depressa de mais. Mas já me perdi. E talvez não me tenha perdido. Talvez a distância mais curta entre dois pontos não seja uma reta. Ruminem lá isso."
Este é o livro certo tanto para crianças quanto para jovens e adultos e pode muito bem ser lido e debatido em família, tantas são as questões pertinentes que levanta, e ainda permite umas boas gargalhadas. Quero ainda realçar a excelente tradução feita, que conseguiu manter, quase na íntegra, as piadas e os jogos de palavras que fazem sentido na sua língua de origem. Pela minha parte, fiquei muito contente por ter, mais uma vez, ouvido o conselho da minha amiga e ter comprado este livro.
Já conhecias esta faceta do David Duchovny? O que achaste deste livro improvável e tão divertido?
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