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terça-feira, 13 de agosto de 2024

#Livros - A minha avó pede desculpa, de Fredrik Backman

 

A capa do livro "A minha avó pede desculpa", de Fredrik Backman, traz uma ilustração cativante que captura a essência da história. Em primeiro plano, uma menina de costas, vestindo um delicado vestido azul, evoca uma sensação de inocência e curiosidade. Atrás dela, esconde-se uma carta, simbolizando a comunicação e os sentimentos não expressos que permeiam a narrativa. Ao seu lado, um cão preto, companheiro fiel, sugere lealdade e amizade, fundamentais na jornada emocional da protagonista. A combinação de elementos na capa promete aos leitores uma aventura tocante e repleta de reflexões sobre família, perdão e as complexidades das relações humanas. Com o toque delicado da ilustração, a obra convida a adentrar na história de maneira envolvente e sensível.

Sinopse

Elsa tem sete anos de idade, quase oito, e é diferente. Para já, tem como melhor - e única - amiga a avó de setenta e sete anos de idade, que é doida: não levemente talharoca, mas doida varrida a sério, capaz de se pôr à varanda a tentar atingir pessoas que querem falar sobre Jesus com uma arma de paintball, ou assaltar um jardim zoológico porque a neta está triste. Todas as noites, Elsa refugia-se nas histórias da Avozinha, cujo cenário é o reino de Miamas, na Terra-de-Quase-Acordar, um reino mágico onde o normal é ser diferente. 

Quando a Avozinha morre de repente e deixa uma série de cartas a pedir desculpa às pessoas que prejudicou, tem início a maior aventura de Elsa. As cartas levam-na a descobrir o que se esconde por detrás das vidas de cada um dos estranhíssimos moradores de um prédio muito especial, mas também a verdade sobre contos de fadas, reinos encantados e a forma como as escolhas do passado de uma mulher ímpar criam raízes no futuro dos que a conheceram. 

A minha avó pede desculpa é uma belíssima história, contada com o mesmo sentido de humor e a mesma emoção que o romance de estreia de Fredrik Backman, o bestseller internacional Um homem chamado Ove


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Opinião 

A minha avó pede desculpa é um romance comovente e cativante de Fredrik Backman, que conta a história duma avó excêntrica e a sua relação com a neta, que enfrenta desafios na sua vida. A narrativa mistura humor e emoção, enquanto a avó, uma figura forte e instigante, deixa uma missão onde a sua neta se vê envolvida numa série de aventuras inesperadas que permitem que a senhora peça desculpa àqueles que cruzaram o seu caminho ao longo da sua longa e misteriosa vida. Através duma mistura de memórias e reflexões, Backman explora temas como o amor, arrependimento e a complexidade das relações familiares, criando uma uma profunda conexão entre gerações e revelando que, mesmo nas situações mais complicadas, o perdão e a compreensão podem florescer. 


Fredrik Backman é um autor sueco que conquistou o coração dos leitores ao redor do mundo com a sua prosa sensível e envolvente. Nascido em 1981, o autor desenvolveu uma habilidade única de contar histórias com empatia e humor, criando personagens muito especiais. Fiquei convencida do seu talento quando tive a minha primeira experiência com este autor, e passou a fazer parte daquela lista de autores que quero ler tudo o que publique. Assim, na minha visita à Feira do Livro de Lisboa deste ano, mal percebi que se encontravam livros seus nas promoções do dia da Porto Editora, fiquei com a certeza de que iria voltar a ler Fredrik Backman em 2024 e este foi o escolhido da vez. 


Podes ler também a minha opinião sobre Um Homem Chamado Ove


No livro A minha avó pede desculpa, a história desenrola-se sobretudo num prédio que serve de microcosmo para as complexas interações humanas e as emoções que permeiam a vida quotidiana. Esta comunidade, recheada de personagens peculiares e com um passado que os liga, reflete uma atmosfera de pertencimento e tradição, ao mesmo tempo que apresenta as tensões e desentendimentos que surgem nas relações interpessoais. A transformação da avó numa personagem central da narrativa é um convite à exploração das complexas dinâmicas familiares, mas também um reflexo do impacto profundo que uma mulher destemida e generosa, ainda que esteja longe de ser consensual, pode ter na vida duma pessoa. O ambiente íntimo, repleto de memórias longínquas, inimizades e aprendizagens, torna-se num espaço de reconciliação e crescimento, onde as conversas e as revelações tornam-se catalisadores para a mudança. 


"Ter uma avó é como ter um exército. É o derradeiro privilégio dos netos: saberem que têm alguém sempre do seu lado sejam quais forem as circunstâncias. Mesmo quando estão errados. Na verdade, principalmente quando estão errados." 


A protagonista deste livro é Elsa, uma menina de sete anos que se destaca pela sua inteligência aguçada e por uma personalidade peculiar, marcada por um senso de justiça e uma grande, grande imaginação, alimentada por uma avó extraordinária que tornou o seu mundo muito mais colorido. Desde o início, Elsa é retratada como uma criança solitária e diferente das outras, que sofre bullying na escola, mas que tem sempre o consolo da avó excêntrica e disposta a tudo para animar o seu dia e o escapismo que os contos de fadas e o mundo imaginário que partilha com esta avó lhe oferecem. Ao longo da narrativa, o leitor testemunha o desenvolvimento emocional de Elsa à medida que ela enfrenta os desafios da vida, a dor da perda e entende a complexidade das relações familiares. Através das histórias fantasiosas contadas pela sua avó e das interações com os moradores do prédio em que vivem, Elsa aprende valiosas lições sobre empatia, perdão e sobre o passado da sua avó, com todos os erros e acertos que cometeu. Esta jornada de autodescoberta transforma a percepção que ela tem de si mesma e da sua família, e a forma como se relaciona com os outros, acabando uma menina muito mais confiante e segura, capaz de romper com o círculo vicioso da infelicidade escolar. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre a máquina de fazer espanhóis


A avó, por seu lado, é uma personagem verdadeiramente marcante que exerce um papel fundamental, nem sempre óbvio, em toda a comunidade onde se insere e que criou ao seu redor. Estamos perante mais uma idosa peculiar, forte mas que não se quer enquadrar nas regras da sociedade, que nos entrega humor e sabedoria, ao mesmo tempo que nos provoca reflexões profundas sobre as relações familiares. Pode uma avó tão extraordinária ter sido uma mãe ausente? Pode uma mulher que procurou sempre fazer o bem, ter causado mal aos outros? Ter sido negligente, cruel? Este é um mosaico duma vida cheia, duma mulher que decidiu o seu caminho, com decisões controversas e que reuniu à sua volta uma variedade de pessoas a quem marcou, salvou e a quem, ainda assim, devia um pedido de desculpa. 


"Acho que a tua avó funcionava tão bem em lugares caóticos porque era, ela própria, uma pessoa caótica. Era sempre fantástica no meio de uma catástrofe. Era só com a vida quotidiana e a normalidade que ela não sabia lidar bem." 


Em A minha avó pede desculpa o perdão é abordado de maneira tocante e profunda, destacando a sua importância nas relações humanas. Esta avó especial, com a sua sabedoria peculiar e o seu jeito directo, ensina que o perdão não é apenas uma questão de absolver os outros, mas um acto libertador que nos permite avançar na vida sem os fardos do passado. As lições que ela transmite são fundamentais: o perdão é, acima de tudo, uma escolha que fazemos para cuidar de nós mesmos, permitindo que as feridas se cicatrizem e que novos começos sejam possíveis. Através das histórias que descobrimos, a avó mostra que as imperfeições são parte da condição humana, e que, ao reconhecer e aceitar esses erros, encontramos não só a empatia, mas também a possibilidade de renovação. 


O autor sueco destaca-se pelo seu estilo de escrita envolvente e cativante, com a sua prosa leve e acessível, com diálogos afiados que capturam a essência dos personagens e as suas complexidades, ainda que neste livro tenha introduzido elementos de fantasia muito exagerados e que me perderam um pouco, não tendo sido uma experiência de leitura tão compulsiva como a anterior. Em suma, estamos perante uma obra que se destaca pela profundidade emocional e pelos temas explorados, como o amor, a perda e a complexidade das relações humanas. Fiquei rendida à personagem da avó, muito mais do que à sua neta, confesso, além de me ter divertido e emocionado ao descobrir a história daqueles vizinhos e a forma como se ligavam à avó e, consequentemente, agora à neta que todos devem proteger. 


Assim, só posso recomendar esta leitura para os que apreciam narrativas que exploram a complexidade das relações e o poder das memórias afetivas. O livro pode ser ideal também para quem aprecia refletir sobre a vida, a perda e o amor através duma perspectiva sensível e, muitas vezes, humorística. No fundo, é a leitura certa para quem gosta de histórias que aquecem o coração, sejam jovens adultos ou pessoas mais velhas. Agora, é o momento de saber o que tens a dizer sobre este livro incrível. Já leste A minha avó pede desculpa? O que achaste desta leitura e deste autor? Que outros livros recomendarias? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


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Wook | Bertrand 

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