As minhas férias ainda estão bem longe, mas certamente que terás melhor sorte que eu e as tuas deverão estar para muito breve. A pensar nisso e no quanto esta é uma época onde a maioria das pessoas tem mais tempo para dedicar às leituras, como já vem sendo hábito por aqui, decidi reunir alguns livros novos, que foram lançados recentemente ou que serão lançados muito em breve, que podem ser boas escolhas para leres neste Verão. Sei que nem todos os leitores conseguem ler tanto quanto gostariam, devido a vários factores, mas esta época balnear pode muito bem ser a solução para tirar a barriga de misérias e ocupar o tempo livro com um belo livro por companhia.
Existem poucas actividades mais enriquecedoras e acessíveis do que a leitura, que entreguem tanto exigindo tão pouco. Quando tudo ao redor falha, o livro certo pode salvar o dia. Esta regra aplica-se para qualquer momento da vida, mas pode ser melhor explorada nas férias da malta e como acredito que é disso mesmo que precisas, férias e bons livros, vamos passar às sugestões que podes usar para te inspirar para as tuas leituras desta época de calor, de descanso e de aproveitar os prazeres da vida. Que venham as 10 sugestões de lançamentos para leres nas férias!
1. O vento conhece o meu nome, de Isabel Allende
Viena, 1938. Samuel Adler tem apenas 5 anos quando o pai desaparece, na infame Noite de Cristal - a noite em que a sua família perde tudo. Procurando garantir a segurança do filho, a mãe consegue-lhe lugar num comboio que transporta crianças judias para fora do país, agora ocupado pelo regime nazi. Samuel embarca sozinho, deixando a família para trás, tendo o seu violino como única companhia.
Arizona, 2019. Anita Díaz e a mãe tentam entrar nos EUA, fugindo à violência que reina no seu país, El Salvador. No entanto, são separadas na fronteira, ao abrigo de uma nova lei que regulamenta a imigração, forçando à separação das famílias. A mãe desaparece sem deixar rasto, e Anita é colocada em sombrias instituições de acolhimento. O caso desperta a atenção de Selena Durán, uma californiana de ascendência latina, e de Frank Angileri, um promissor advogado, que tudo farão para reunir de novo mãe e filha. Juntos vão conhecer de perto a violência que muitas mulheres sofrem em silêncio, sem que dela consigam escapar.
Entrelaçando passado e presente, O vento conhece o meu nome conta-nos a história destas duas personagens inesquecíveis, ambas em busca da família e de um lar. É uma sentida homenagem aos sacrifícios que fazemos em nome dos filhos e uma carta de amor às crianças que sobrevivem a perigos inimagináveis - sem nunca deixarem de sonhar.
«Nada de começar a chorar. Temos de estar tranquilas. Não estamos perdidas. O vento conhece o meu nome e o teu também. Todos sabem onde estamos. Eu estou aqui contigo, sei onde estás e tu sabes onde estou. Viste? Não há que ter medo.»
2. A Criada, de Freida McFadden
Por trás de cada porta, ela consegue ver tudo.
«Bem-vinda à família», diz Nina Winchester enquanto me cumprimenta com a sua mão elegante e bem cuidada. Sorrio educadamente e olho para o longo corredor de mármore.
Este emprego caiu-me do céu. Talvez seja a minha última oportunidade para mudar de vida. E o melhor de tudo é que aqui ninguém sabe nada acerca do meu passado. Posso esconder-me e fingir ser aquilo que eu quiser. Infelizmente, não tardo a descobrir que os segredos dos Winchester são muito mais perigosos do que os meus...
Todos os dias limpo a bela casa dos Winchester de cima a baixo, vou buscar a filha deles à escola e cozinho uma deliciosa refeição para toda a família antes de subir e comer sozinha no meu quarto minúsculo no sótão.
Tento ignorar a forma como Nina gera o caos só para me ver limpar. Como conta histórias inverosímeis sobre a filha. E como o seu marido, Andrew, parece cada dia mais destroçado. Quando o vejo, e àqueles belos olhos castanhos tão tristes, é difícil não me imaginar no lugar de Nina. Com o marido perfeito, a roupa chique, o carro de luxo. Um dia, experimentei um dos seus vestidos só para ver como me ficava. Mas ela percebeu... e foi aí que descobri porque é que a porta do meu quarto só trancava pelo lado de fora...
Se sair desta casa, será algemada.
Devia ter fugido enquanto podia. Agora, a minha oportunidade desapareceu. Agora que os polícias estão na casa e descobriram o que está no andar de cima, não há volta atrás.
Estão a cerca de cinco segundos de me ler os direitos. Não sei muito bem porque não o fizeram ainda. Talvez esperem induzir-me a dizer-lhes algo que não devia.
Boa sorte com isso.
O polícia com o cabelo preto raiado de grisalho está sentado ao meu lado no sofá. Muda a posição do seu corpo entroncado sobre o cabedal italiano cor de caramelo queimado. Pergunto-me que tipo de sofá terá em casa. Não um, certamente, com um preço de cinco dígitos como este. Provavelmente de uma cor foleira como laranja, coberto de pelo de animais de estimação e com mais do que um rasgão nas costuras. Pergunto-me se estará a pensar no seu sofá em casa e a desejar ter um como este. Ou, mais provavelmente, está a pensar no cadáver lá em cima no sótão.
3. O Cuco, de Camilla Läckberg
A RAINHA DO THRILLER ESCANDINAVO ESTÁ DE REGRESSO A FJÄLLBACKA
Dois terríveis acontecimentos, sem ligação óbvia, abalam os alicerces de Fjällbacka. Um fotógrafo famoso é encontrado brutalmente assassinado numa galeria de arte. Henning Bauer, prestes a receber o Prémio Nobel da Literatura, encontra-se refugiado na sua luxuosa ilha quando um triplo homicídio destrói a sua família.
Patrik Hedström e os colegas da polícia de Tanumshede deparam-se com enormes dificuldades na resolução destes casos. As pistas apontam numa direcção, mas a intuição de Patrik diz-lhe que algo não bate certo. Ao mesmo tempo, Erika Falck começa a sua própria investigação sobre a morte de uma mulher trans em Estocolmo, nos anos 80.
Aos poucos, Erica percebe que o que aconteceu no passado está ligado aos crimes do presente e que os velhos pecados deixaram um rasto sombrio.
4. Twisted Lies, de Ana Huang
Stella Alonso é uma romântica sem tempo para relacionamentos. Mas quando uma ameaça do seu passado a leva directamente para os braços - e para a casa - de Christian, o homem mais perigoso que alguma vez conheceu, fica tentada a deixar-se sentir algo pela primeira vez em muito, muito tempo. O seu amor é distorcido por segredos e manchado pelas mentiras. Quando as verdades finalmente são reveladas, podes destruir tudo irremediavelmente.
5. Atlas, de Jorge Luis Borges
Jorge Luis Borges começou a viajar com María Kodama em 1975. Os lugares, as cidades e os países que percorreram juntos foram vistos e vividos pelo escritor através dos sons, das línguas que neles se falavam, da textura do ar, das qualidades da luz. Kodama fotografava e descrevia; Borges recitava e, da memória, recuperava nomes, poemas, fragmentos e testemunhos da grande literatura. Escreveu depois pequenos textos: sobre a História, os mitos e a poesia que habitavam esses lugares, aliando às impressões de viagem a riqueza inesgotável da sua biblioteca. Por isso, nestas páginas estão parte dos seus sonhos, dos seus escritores preferidos, dos temas que sempre povoaram os seus livros e as suas alegrias.
6. Revolução, de Hugo Gonçalves
Um disparo perfura a noite na serra de Sintra, durante um jantar da família Storm, e a matriarca sabe que perdeu um dos três filhos.
O epicentro do colapso tem origem muitos anos antes, entre o fim da ditadura e os primeiros tempos da revolução. Maria Luísa, a filha mais velha, opositora clandestina do regime, é perseguida pela PIDE. Frederico, o filho mais novo, está obcecado em perder a virgindade antes de ser mobilizado para a guerra colonial. E Pureza, a filha do meio, vê os seus sonhos de uma perfeita família tradicional despedaçados pelo processo revolucionário em curso.
Revolução acompanha a família Storm, do desmoronar do império ao despertar da democracia, ao longo dos rocambolescos, violentos e excessivos meses do PREC, quando a esperança e o medo dividem os portugueses e muitos acreditam que o país está a um triz da guerra civil.
Um romance tragicómico sobre a liberdade e as relações familiares, num período único de transformação, na História de Portugal, em que o carácter e o radicalismo medem forças, separando os filhos dos pais, colocando irmãos em lados opostos da barricada, criando terroristas fanáticos e heróis improváveis.
7. O Quarto do Bebé, de Anabela Mota Ribeiro
Escrito em grande parte durante o confinamento e a doença, e concluído após uma longa gestação, O Quarto do Bebé é um romance autoficcional em forma de diário íntimo.
Depois da morte de um conhecido psicanalista, a filha, sua única herdeira, encontra entre os papéis que ele deixou o diário de uma paciente. Tem título - Fala Orgânica - e está assinado: Ester do Rio Arco. O que começou por ser uma curiosidade transformou-se numa obsessão e objeto de leitura compulsiva. Neste manuscrito, a filha do psicanalista vai encontrar não apenas uma forma de conviver com o pai, como também inúmeros pontos de identificação com a paciente dele.
Os temas são os do dia a dia do isolamento e da doença, a escrita, o corpo, a mutilação, a relação com a mãe e com as origens, a ligação profunda a uma amiga (figura tutelar e espécie de mãe de Ester) e a morte dela. Em suma, a perda, a infertilidade, maternidade e filiação, nascimento e morte. O arco narrativo desenha-se a partir do que poderia vir a ser um quarto de bebé, mas que nunca albergará uma criança, até à transformação desse quarto num lugar físico e mental de criação, nomeadamente da escrita.
Daqui emerge ainda um retrato antropológico do país em que os pais estiveram na guerra e as mães escreveram aerogramas, e é exposta a violência que a sociedade patriarcal exerce sobre as mulheres. Com ecos do universo literário da recentemente nobelizada Annie Ernaux, uma das grandes referências da autora, O Quarto do Bebé é um relato cru e corajoso que revela uma nova e envolvente faceta de Anabela Mota Ribeiro.
8. O Reino dos Amaldiçoados, de Kerri Maniscalco
Emilia embarcou numa missão para vingar a sua querida irmã, uma missão que a levou a percorrer os Sete Círculos e a vender a sua alma para se tornar a Rainha dos Malditos, acompanhada pelo enigmático príncipe Ira. Mas qual é a primeira regra da corte dos Malditos? Não confies em ninguém. E quanto mais tempo Emilia passa no Inferno, um mundo sedutor e repleto de prazeres viciosos, mais claro se torna para ela que nada é mesmo o que parece. Até Ira, o seu antigo aliado, aparenta guardar segredos sobre a sua verdadeira natureza, e Emilia vê-se presa entre ele e o seu irmão ainda mais perverso, o príncipe do Orgulho, rei dos demónios.
Por entre palácios luxuosos e bailes deslumbrantes, mas enredada numa corte traiçoeira - e em pistas contraditórias sobre o que realmente aconteceu à sua irmã Vittoria -, Emilia terá de continuar a missão para desvendar os mistérios do seu passado, pois só assim encontrará as respostas que tanto deseja. Desde que não tenha de pagar primeiro pelos seus pecados...
9. Uma Valsa com a Morte, de João Tordo
Partindo da música e da literatura, João Tordo regressa ao ensaio, com um conjunto de textos onde explora a relação humana com a espiritualidade e a religião, assim como o medo que nos limita, o optimismo que nos impele, a melancolia que nos afunda e a possibilidade da alegria e da comunhão.
«Não é o medo da Morte uma expressão de vida?» que fazer da vida, e que sentido tem ela, quando a Morte é um facto consumado para todos nós? Após o falecimento da sua avó, o escritor João Tordo encontrou o fio de luz que une as reflexões contidas neste livro: a sombria, intangível, inevitável, e por vezes até cómica, presença da Morte na vida. Partindo da música e da literatura - e da relação destas com o Sublime -, João Tordo regressa ao ensaio com um conjunto de textos nos quais explora a relação humana com a espiritualidade e a religião, assim como o medo que nos limita, o optimismo que nos impele, a melancolia que nos afunda e a possibilidade da alegria e da comunhão.
«Essa contradição interna do ser humano - não encontrar lógica na existência, porque a Morte derrota-a, e ao mesmo tempo continuar ligado à vida - é mais propriamente aquilo a que Aristóteles chamava espanto ou assombro. Se, no início, o Homem se maravilhava diante dos fenómenos mais simples - imaginemos o hominídeo do Paleolítico Superior, com cara de Homer Simpson, a vislumbrar um eclipse, de boca aberta e olhos esbugalhados -, mais tarde, esse espanto transforma-se em pergunta, e a pergunta em dúvida. Entramos no território do pathos, que nos faz questionar o que somos, a razão pela qual aqui estamos e, sobretudo, pela qual permanecemos.»
10. Talvez um Dia, de Colleen Hoover
Por altura do seu 22.º aniversário, Sydney parece ter tudo para uma vida feliz.
Conjuga os estudos na faculdade com um emprego estável, tem uma relação invejável com Hunter e partilha casa com Tori, a sua melhor amiga. Mas tudo isto acaba por se desmoronar num abrir e fechar de olhos, deixando-a sem rumo e completamente destroçada emocionalmente.
A braços com um desgosto amoroso e uma enorme desilusão, é na amizade e companheirismo de Ridge, o seu misterioso vizinho, que Sydney irá encontrar algum consolo e tentar reencontrar-se a si própria através da música, a grande paixão que os une.
No entanto, embora seja evidente o bem que ele lhe faz, há coisas na vida de Ridge que Sydney não pode ignorar, sob pena de se transformar naquilo que mais despreza...
Que te parecem estas sugestões literárias para leres nas férias? Ajudei-te a escolher o livro que vais levar na mala de viagem? Qual foi o que mais te interessou? Conta-me tudo nos comentários!
Não conheço nenhuma das obras que apresentas, mas fiquei curiosa com algumas, e como tal vou levar as sugestões!
ResponderEliminarBjxxx
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Que bom que te possa ser útil ;)
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