Sinopse
As irmãs March do romance mais popular e duradouro de Louisa May Alcott têm cativado gerações de leitores, jovens e adultos, homens e mulheres. A história abre-se sobre a vida das quatro raparigas quando as duas mais novas, Beth e Amy, estão a entrar na adolescência, e Meg e Jo, as irmãs mais velhas, enfrentam o início das suas vidas como jovens adultas.
A história segue as raparigas através da adolescência e do começo da feminilidade, e estas não podiam ser mais diferentes. Mas, com o seu pai ausente na guerra civil e a sua mãe a trabalhar para sustentar a família, a crescida Meg, a Jo maria-rapaz, a tímida Beth, e a precoce Amy devem contar umas com as outras.
Quer estejam a montar uma peça de teatro, a formar uma sociedade secreta, ou a celebrar o Natal, há uma coisa que não podem deixar de se perguntar: Será que o pai regressará a casa em segurança?
Cada rapariga tem um castelo imaginário pelo qual espera mas, no final, todas aprendem que nada pode trazer mais felicidade do que a de uma família próxima e amorosa.
Opinião
O romance mais famoso de May Alcott finalmente saiu da minha estante e agora posso dizer que conheço as icónicas irmãs March. Sempre se falou muito sobre elas no meio das letras e, nos últimos anos, também por causa da última adaptação cinematográfica. Como não queria nada ver o filme antes de ler o livro, decidi que deste ano não passava. Apesar de só ter sido no último trimestre do ano, ainda assim foi em 2022, por isso parece-me que cumpri este objectivo pessoal.
Estamos perante um romance simples, aparentemente despretensioso, que nos conta sobre o dia-a-dia de uma família durante um determinado período de tempo e que vive em certas circunstâncias. Parece despretensioso, mas na verdade revela-se repleto de lições de moral e exemplos moralizadores da conduta correcta, sobretudo das mulheres. Conhecemos a mãe extremosa e dedicada de quatro filhas de diferentes idades. Esta mulher vive o desafio de conduzir e prover ao sustento da sua casa e da sua família, porque o marido foi, como voluntário, para a guerra.
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Na casa vive também uma empregada que ajuda com o trabalho doméstico, e as quatro filhas, todas diferentes e com personalidades muito próprias. As duas mais velhas já são adolescentes, enquanto as mais novas ainda estão a sair da infância. A mais velha é uma menina doce e dedicada, mas com sonhos de grandeza, que gostaria de ter as coisas, os luxos e a vida das amigas ricas com quem contacta. A mais nova é a sua melhor amiga e, apesar de parecida com esta irmã, é muito mais vaidosa e com uma tendência para não entender ou acompanhar a erudição da restante família.
"A partir desse momento, ela deixou de sentir medo dele e sentou-se a conversar tão à vontade como se o tivesse conhecido toda a vida, pois o amor afasta o medo e a gratidão pode conquistar o orgulho."
Depois, temos a dupla do meio. A icónica e peculiar Jo, com o seu jeito de maria-rapaz, desbocada, com um temperamento à flor da pele e com uma grande paixão pela leitura, acalentando o sonho de ser escritora. Em contraponto, temos a frágil e tímida Beth, que não frequenta a escola por não se sentir à vontade entre muitas pessoas, tendo dificuldade em estabelecer novas amizades e socializar com gente que esteja fora do seu círculo familiar onde se sente protegida. Todas se gostam e estimam muito, mas os confrontos de personalidade ocorrem ao longo de todo o livro, e são fundamentais para as conhecermos melhor, mas também para que as próprias se tornem em melhores pessoas.
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Para completar este grupo tão feminino, sobretudo devido à ausência física da figura paternal, o rico vizinho do lado passou a viver na mansão com o seu neto, com quem as meninas fazem uma forte amizade. Esta ligação também contribui para muitos momentos divertidos e de boa disposição, bem como, tanto avô como neto, ajudam a que todas percebam melhor os seus defeitos, lutem contra eles e procurem ultrapassar as suas fragilidades, tornando-se todos, sem excepção, mais fortes no final dos meses que acompanhamos na narrativa.
"Prefiro vê-las casadas com homens pobres, mas amadas, felizes e satisfeitas, do que rainhas nos seus tronos, mas sem paz ou amor-próprio."
No final, sabemos muito pouco sobre o que acontece a cada uma das jovens e isso sucede porque existe um segundo volume, Boas Esposas, que irá contar a evolução dessas personagens. Vou querer ler, mas tenho de admitir que este livro não me arrebatou ao ponto de ter de ler a sua continuação de seguida. A sua componente de querer moralizar e determinar o que se espera de uma mulher foram aspectos que me aborreceram um pouco. Ainda assim, as personagens das irmãs são muito interessantes, umas mais que outras, claro, e a figura materna também revelou muita complexidade, sem roubar protagonismos às jovens. No entanto, se precisas de mais motivos para leres o livro Mulherzinhas, podes sempre ver os vídeos da Tatiana Feltrin e do Ler Antes de Morrer.
Já conheces o livro ou viste apenas o filme? O que achaste da história? Qual a tua irmã favorita? Conta-me tudo nos comentários!
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