Apesar de Agosto estar a terminar, as festas nas terriolas do nosso país ainda têm muito para dar. Todos os fins de semana há qualquer festividade a decorrer nas redondezas, não é verdade? No entanto, esta não é a primeira vez que este tema é abordado por estas paragens, como podem comprovar aqui. É o que dá ter uma festa mesmo em frente à porta (em sentido literal), não se consegue fugir. Nem do assunto nem tão pouco da música.
Já se passaram uns meses desde que a festa deste ano me bateu à porta, mas volto a este tema agora depois de ouvir, no programa da tarde da Fátima Lopes, abordarem e relacionarem as festas tradicionais com os jovens. O convidado defendia que, cada vez mais, os jovens começam a ligar-se às suas origens e a interessarem-se por essas comemorações.
Acredito que assim seja, até porque os exemplos dados referiam festas que já eram organizadas pelos próprios jovens e, como tal, atraiam esse público. É normal que a malta nova vá a festas com artistas dentro dos géneros que apreciam e que, neste caso, sejam organizadas por amigos.
Infelizmente, não é o que acontece na minha santa terrinha e, presumo, que também não seja o que acontece por muitas terriolas por este Portugal a fora. O que é uma pena. Afinal de contas, qual será o futuro dessas festas se os jovens não se interessarem por elas?
Na verdade, muitas delas continuam a ser organizadas por pessoas mais velhas, que escolhem artistas que não atraem públicos novos, e que acabam sempre por ser uma repetição do que acontece ano após ano. Mais do mesmo, em suma.
Os emigrantes, regra geral, voltam para as festas da sua terra e isso já é um enorme motivo para comemorar. O regresso a casa, o reencontro com a família, rever os amigos de uma vida inteira. São momentos que enchem a alma, certamente. E para os filhos desses emigrantes? As raízes que têm são indirectas. A ligação a esses lugares não é tão forte como a dos seus pais. No fundo, divertem-se porque férias serão sempre férias e tudo em Portugal será diferente da realidade que conhecem nos países de onde vêm. Mas será que muitos ficam com vontade de um dia voltar às origens? Tenho dúvidas.
Quanto a mim e à minha festa, lamento mas é impossível sentir-me feliz com tal acontecimento. A culpa talvez nem seja da festa. Afinal ela já existia antes de construírem aqui a minha casa. Mas o facto é que me atrapalha. Nem tanto pela música ou pelo barulho, mas pelas pessoas e, principalmente, pelos carros que traz para uma rua que não está preparada para isso. A culpa será, com toda a certeza, das comissões de festa que não limitam o acesso dos carros e deixam que a malta venha tentar estacionar quase dentro da capela.
Agora vou ter de esperar para ver se esta terra se moderniza e a juventude se manifesta e começa a preparar umas festas que me deixem com vontade de sair de casa com a certeza que posso ir curtir a noite atravessando apenas a rua.
E eu que fui ai, por pura coincidência e foi um acto isolado, calhou, não estava a contar minimamente e a culpa foi toda tua não nos termos visto pois nem me tinhas dito que tinhas voltado para a terrinha, primeiro, eu nem sabia que tinhas "terrinha", pensei que fosses alfacinha como eu e ainda por cima nem sequer que terrinha era, e eu lá, a passear, na descontra.... Por puro acaso...
ResponderEliminarNem me lembres disso, pá! Essa ainda me está atravessada. Mas ainda nos vamos encontrar :)
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