Sinopse
O Império Otomano desmorona-se e a minoria arménia é perseguida. Apanhada na voragem dos acontecimentos, a família Sarkisian refugia-se em Constantinopla. Apesar da tragédia que o rodeia, o pequeno Kaloust deixa-se encantar pela grande capital imperial e é ao atravessar o Bósforo que pela primeira vez formula a pergunta que havia de o perseguir a vida inteira:
"O que é a beleza?"
Cruzou-se com a mesma interrogação no rosto níveo da tímida Nunuphar, nos traços coloridos e vigorosos das telas de Rembrandt e na arquitectura complexa do traiçoeiro mundo dos negócios, arrastando-o para uma busca que fez dele o maior coleccionador de arte do seu tempo.
Mas Kaloust foi mais longe do que isso.
Tornou-se o homem mais rico do planeta.
Inspirado em factos reais, O Homem de Constantinopla reproduz a extraordinária vida do misterioso arménio que mudou o mundo - e consagra definitivamente José Rodrigues dos Santos como autor maior das letras portuguesas e um dos grandes escritores contemporâneos.
Mas Kaloust foi mais longe do que isso.
Tornou-se o homem mais rico do planeta.
Inspirado em factos reais, O Homem de Constantinopla reproduz a extraordinária vida do misterioso arménio que mudou o mundo - e consagra definitivamente José Rodrigues dos Santos como autor maior das letras portuguesas e um dos grandes escritores contemporâneos.
Opinião
Esta é a segunda vez que vos venho falar de obras de José Rodrigues dos Santos (a primeira foi aqui) e não será certamente a última. Não só porque tenho cá em casa grande parte dos seus livros, mas também porque é um autor que me tem conquistado ao longo do tempo.
Contudo, aqui estreia-se num registo novo, mas para o qual se revelam as suas qualidades de jornalista, com muito trabalho de pesquisa. É verdade que este livro não é uma biografia e, portanto, não são relatados apenas os factos inegáveis da história de um homem que tanto deu a Portugal, Calouste Gulbenkian. Muita fantasia ou, pelo menos, dados que não podem ser comprovados devidamente, é colocada por entre os factos. Talvez seja essencial para fazer deste livro um romance e colocar mais nuances do que as que seriam apresentadas com um relato fiel.
Assim sendo, é possível acompanhar e perceber, pelas soberbas descrições físicas e contextuais à época onde se inserem, os locais que Kaloust vai percorrendo, como Trebizonda, Constantinopla, Marselha, Londres ou Baku. É-nos apresentada a Inglaterra Vitoriana, mas também a dos reinados de Eduardo VII e Jorge V; a vida agitada e cheia de glamour de Paris e terminamos com o clima antes da I Guerra Mundial que se vivia na própria Alemanha.
Outro tema muito falado neste livro (e, para mim, deveras importante) foi a perseguição dos Turcos aos Cristãos que pertenciam ao Império Otomano, legislando medidas de igualdade para agradar as potências europeias e na prática humilhando e maltratando todos os que consideravam infiéis. Uma situação que se foi agravando à medida que os povos Cristãos que se encontravam no Continente europeu (Romélia) foram se libertando, tornando-se autónomos primeiro e, em seguida, independentes. Uma raiva que foi crescendo e que foi descarregada nos Cristãos do território asiático, nomeadamente, nos Arménios, numa altura em que a Europa se encontrava demasiado ocupada com os seus problemas internos, não interferindo no que se tornou em mais um massacre.
É muito interessante encontrar grandes figuras da época, daquelas que ainda hoje são reconhecíveis, como a família Nobel, Ritz, a Shell ou Churchill. Acompanhamos, ainda, o início da sua paixão por tudo o que é belo e que dá origem a muitas das suas colecções de arte.
Também, compreendemos como surgiu o nome pelo qual ficou tão conhecido, senhor 5%, bem como, o negócio do petróleo e como despertou para o prazer dos negócios, do investimento lucrativo e a sua predileção por hotéis de luxo.
Mas como a história não termina neste livro, para a semana voltamos a falar deste Kaloust Sarkisian, em Um Milionário em Lisboa.
Contudo, aqui estreia-se num registo novo, mas para o qual se revelam as suas qualidades de jornalista, com muito trabalho de pesquisa. É verdade que este livro não é uma biografia e, portanto, não são relatados apenas os factos inegáveis da história de um homem que tanto deu a Portugal, Calouste Gulbenkian. Muita fantasia ou, pelo menos, dados que não podem ser comprovados devidamente, é colocada por entre os factos. Talvez seja essencial para fazer deste livro um romance e colocar mais nuances do que as que seriam apresentadas com um relato fiel.
Assim sendo, é possível acompanhar e perceber, pelas soberbas descrições físicas e contextuais à época onde se inserem, os locais que Kaloust vai percorrendo, como Trebizonda, Constantinopla, Marselha, Londres ou Baku. É-nos apresentada a Inglaterra Vitoriana, mas também a dos reinados de Eduardo VII e Jorge V; a vida agitada e cheia de glamour de Paris e terminamos com o clima antes da I Guerra Mundial que se vivia na própria Alemanha.
Outro tema muito falado neste livro (e, para mim, deveras importante) foi a perseguição dos Turcos aos Cristãos que pertenciam ao Império Otomano, legislando medidas de igualdade para agradar as potências europeias e na prática humilhando e maltratando todos os que consideravam infiéis. Uma situação que se foi agravando à medida que os povos Cristãos que se encontravam no Continente europeu (Romélia) foram se libertando, tornando-se autónomos primeiro e, em seguida, independentes. Uma raiva que foi crescendo e que foi descarregada nos Cristãos do território asiático, nomeadamente, nos Arménios, numa altura em que a Europa se encontrava demasiado ocupada com os seus problemas internos, não interferindo no que se tornou em mais um massacre.
É muito interessante encontrar grandes figuras da época, daquelas que ainda hoje são reconhecíveis, como a família Nobel, Ritz, a Shell ou Churchill. Acompanhamos, ainda, o início da sua paixão por tudo o que é belo e que dá origem a muitas das suas colecções de arte.
Também, compreendemos como surgiu o nome pelo qual ficou tão conhecido, senhor 5%, bem como, o negócio do petróleo e como despertou para o prazer dos negócios, do investimento lucrativo e a sua predileção por hotéis de luxo.
Mas como a história não termina neste livro, para a semana voltamos a falar deste Kaloust Sarkisian, em Um Milionário em Lisboa.
"Nenhum ser humano esquece o dia em que o pai morreu. Dizem que é o momento em que nos tornamos adultos e o futuro nos é confiado como a chave de uma mansão de que somos enfim herdeiros. Fingimos que assumimos a vida como senhores do nosso destino, mas a orfandade nada nos oferece a não ser a solidão dos que se descobrem entregues à sua sorte."
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