Por vezes dou por mim a pensar que me sinto uma adolescente a lançar-se de olhos quase fechados para uma piscina. Sem saber se terei água à minha espera ou apenas o fundo da piscina onde aterrarei.
Com 15 anos cheguei a esta terriola. Na época, ia iniciar o ano lectivo numa escola onde não conhecia ninguém. Os poucos amigos de infância eram mais novos e frequentavam uma escola que não era secundária. Assim aterrei na sala de aula no primeiro dia. É verdade que tive a vida facilitada pelo facto de ser recém chegada da capital. No ido ano de 2001 havia colegas que nunca tinham entrado num shopping. Que nunca tinham provado um hambúrguer da McDonald's. Que desconheciam as Bershkas, Stradivarius e Zaras deste mundo. Para mim eram conceitos básicos, para eles era todo um mundo por conhecer.
O que é certo é que era quase uma atracção da escola. Assim que tocou para o intervalo fui apresentada a metade da escola. Todos me queriam dar a conhecer aos amigos. Integrar a lisboeta no seu grupo.
Confesso que teve a sua piada inicial. Mas assim que encontrei as pessoas certas, escolhi o núcleo duro que me acompanharia durante os anos que por lá andei.
Hoje, com 27 anos, preparo-me para voltar ao estudo. Completar o 12º ano com uma vertente profissional como eu queria. Mas, para isso, mais uma vez, irei entrar numa escola onde não conheço ninguém. Sem amigos, conhecidos ou pontos de referência. Nem sequer conheço minimamente a cidade onde fica.
Será mais uma aventura, agora sem a vantagem que me conferiu a capital há 12 anos atrás. Um tiro no escuro. Com adultos, que conseguem ser bem piores que adolescentes.
O frio na barriga acompanha-me desde que tomei esta decisão. É o temor e a preocupação de quem não sabe se tomou a decisão certa. De quem não sabe se era este o momento apropriado.
As incertezas são mais que muitas mas, por outro lado, dão-me a sensação de que estou viva. Porque arriscar com 15 anos não é assim tão difícil. Nessa fase achamos que somos os donos do mundo e que tudo nos é permitido. Tudo nos é devido. O universo tem a obrigação de conspirar a nosso favor.
Na idade adulta é bem mais difícil cortar as amarras e seguir rumo ao desconhecido. Até porque as raízes estão mais fortes e profundas. E a vida já nos ensinou que não basta a nossa força de vontade para alcançar os nossos sonhos. Ensinou também que o universo, tantas vezes, conspira contra nós.
Isto para dizer que me sinto com 15 anos e que a contagem decrescente para a despedida já começou.
E logo eu que detesto despedidas. Essa talvez seja a parte mais dolorosa desta nova fase. Talvez não. É sem margem para dúvidas. O mais difícil de tudo o que me espera.
Irá correr tudo bem tenho a certeza disso :) Estou aqui a torcer por ti e à espera de novidades assim que tiveres o primeiro impacto :)
ResponderEliminarClaro que não faltarão notícias. Afinal de contas, nestes últimos tempos, o melhor lugar para desabafar tem sido neste meu cantinho. E isso deve-se a todas vocês que por cá vão deixando as vossas palavras de incentivo e força, como agora as tuas. Obrigada! ;)
EliminarHoje és uma mulher adulta e segues o teu sonho, tens outra força e outra vontade e com elas vais conseguir. Força.
ResponderEliminarBeijos
Como em tudo na vida, crescer implica perder umas coisas e ganhar outras.
EliminarObrigada pela força!
Beijos*