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quinta-feira, 31 de julho de 2025

#Places - José Maria da Fonseca

 

Taça de vinho tinto em primeiro plano, com vinhas verdes ao fundo em Azeitão, refletindo a tradição e a beleza da Adega José Maria da Fonseca.

A minha primeira visita à Casa Museu José Maria da Fonseca, situada em Azeitão, foi durante o meu curso de Turismo e gostei tanto que, de lá para cá, não me canso de recomendar esta visita a todos os meus amigos. Foi precisamente o que me fez voltar, para uma nova visita, para apresentar este lugar a um amigo e, assim, dar-lhe a conhecer a história e os valores que sustentam esta marca famosa e que produz alguns dos nossos vinhos favoritos. Este é um importante património enológico desta região e visitar permite compreender a paixão, dedicação e inovação que permeiam a produção dos seus vinhos. 


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A marca foi fundada em 1834 e é uma das mais antigas e emblemáticas vinícolas de Portugal, tendo desempenhado um papel fundamental na história e no desenvolvimento da região de Azeitão. A Casa Museu, construída no século XIX e restaurada em 1923, foi a residência da família Soares Franco até aos anos 70. Com uma fachada característica e jardins lindíssimos, tem estado desde sempre associada à imagem da José Maria da Fonseca. A visita começa com o edifício principal, com uma breve explicação sobre a história da empresa e da família fundadora, seguindo-se a visita às antigas adegas, a Adega da Mata e a Adega dos Teares Novos, onde repousam alguns dos mais antigos Moscatéis de Setúbal. Pelo meio, temos oportunidade de passear pelos jardins e terminamos na Loja de Vinhos, onde podemos provar alguns dos mais icónicos vinhos da marca e, claro, comprar o que mais nos agradar. 


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Ao longo dos anos, a José Maria da Fonseca tem recebido diversos reconhecimentos e prémios que refletem a sua excelência e dedicação à produção de vinhos de alta qualidade, e que podemos ver durante a visita. À chegada fomos recebidos com cordialidade pela equipa que nos proporcionou uma recepção calorosa e profissional. Durante a visita pelas instalações, tivemos então a oportunidade de explorar as impressionantes caves onde os vinhos envelhecem em condições ideias e muito específicas, preservando e potenciando as suas características únicas. A empresa é particularmente famosa pelo seu emblemático vinho Periquita, um tinto consolidado no mercado português e internacional, bem como pelos seus vinhos de sobremesa, especialmente o Moscatel de Setúbal, que nos encanta pelo seu aroma intenso e doçura equilibrada, com especial destaque para a variedade Roxo, o melhor de todos. 


Colagem de fotos das diferentes adegas da Adega José Maria da Fonseca em Azeitão, mostrando os interiores das caves, barris de vinho, áreas de armazenamento e detalhes do processo de produção vinícola.

Como já referi, tivemos a oportunidade de, no final da visita, participar numa degustação guiada que evidenciou a riqueza e a diversidade dos vinhos produzidos por esta casa. Foram provados diferentes vinhos, incluindo o célebre Periquita e, claro, o Moscatel Roxo. A experiência permitiu apreciar as nuances aromáticas e gustativas de cada vinho, destacando a atenção aos detalhes na produção e no cuidado na seleção das uvas, sempre com as explicações enriquecedoras da nossa guia. Cada gole proporcionou uma experiência sensorial distinta, evidenciando o compromisso da José Maria da Fonseca em oferecer vinhos de excelência que exprimem a autenticidade da região de Azeitão. 


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Pessoalmente, fiquei impressionada com a combinação entre tradição e inovação presente no local. A atmosfera acolhedora e o cuidado artesanal evidenciam o compromisso com a qualidade e a preservação das técnicas tradicionais de produção. A visita proporcionou uma experiência enriquecedora, permitindo-me apreciar não só os sabores únicos dos seus vinhos, mas também a paixão e a dedicação de toda a equipa envolvida. Esta é uma oportunidade única de aprofundar o conhecimento cultural e gastronómico da região, além de permitir uma melhor compreensão das tradições, histórias e técnicas que moldaram a identidade vinícola local ao longo dos séculos. Esta experiência enriquece-nos e valoriza o património enológico, essencial para apreciar plenamente a riqueza e diversidade da cultura portuguesa. 


Imagem de uma montagem com fotos dos barris de madeira na adega, destacando detalhes do envelhecimento do vinho, acompanhada de uma placa informativa sobre o vinho Torna Viagem, exibindo sua etiqueta, informações de produção e características principais.

Só posso recomendar a visita à Casa Museu José Maria da Fonseca para quem deseja conhecer melhor esta região e a sua rica tradição vinícola, além de ser uma experiência imperdível para os amantes de vinho que andem a passear pela zona de Setúbal e arredores. Podes visitar este espaço todos os dias, com horários compreendidos entre as 10h e as 17h30, embora no Inverno o horário seja mais restrito, e é aconselhável que faças a tua marcação prévia. Também pode ser visitado nos feriados, com visitas guiadas em português, inglês ou espanhol, até um máximo de 20 pessoas por grupo. Os preços começam nos 10€ e todos incluem a prova de, pelo menos, dois vinhos premium. 


Mas agora quero muito saber a tua opinião e a tua experiência! Já conhecias esta Casa Museu da José Maria da Fonseca? Conheces e aprecias o turismo enólogo? O que mais chama a tua atenção nesta experiência? Recomendas outras visitas deste género? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 29 de julho de 2025

#Livros - Na Sombra, de Príncipe Harry

 

Imagem de capa do livro "Na Sombra", de Príncipe Harry, publicado pela Objectiva: retrato em close do rosto do príncipe, com expressão séria e olhar atento, destacando-se pelos detalhes de suas feições e pelo fundo neutro que valoriza a figura central.

Sinopse

Na Sombra transporta imediatamente os leitores para uma das imagens mais impactantes do século XX: dois jovens rapazes, dois príncipes, caminhando atrás do caixão da mãe, cena a que o mundo assistia em comoção - e horror. 

No momento em que Diana, Princesa de Gales, era entregue à sua morada final, milhares de milhões de pessoas perguntavam-se o que estariam os príncipes a pensar e a sentir - e que seria feito deles desse dia em diante. 

Para Harry, chegou finalmente o momento de contar a sua história. 

Com uma honestidade crua e inabalável, Na Sombra é um livro histórico, rico em visão, descoberta, introspeção, sobre o eterno poder do amor sobre a dor. 


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Opinião 

Na Sombra é a autobiografia escrita pelo Príncipe Harry, membro da família real britânica, na qual ele partilha as suas experiências pessoais, desafios e momentos de reflexão ao longo da sua vida. Como filho do príncipe Carlos e da falecida princesa Diana, Harry cresceu sob os holofotes da mídia e enfrentou questões de privacidade, saúde mental e deveres reais desde que se entende por gente. O autor oferece uma perspectiva intimista e honesta sobre a sua trajetória, começando com a sua memória mais traumática da infância, a morte da mãe, desenvolvendo-se com a defesa de causas sociais e a procura complexa pelo seu bem-estar emocional. Temos aqui acesso a uma faceta mais humana e vulnerável dum dos membros mais conhecidos da monarquia britânica, proporcionando-nos uma compreensão mais profunda sobre a sua vida e as suas escolhas, incluindo as mais polémicas. 


Ao abordar temas como luto e saúde mental, o livro oferece uma reflexão relevante, onde destaca a importância de discutir abertamente questões muitas vezes silenciadas por convenções sociais. Harry é o filho mais novo dos então príncipes de Gales, muito conhecido pelo seu envolvimento com causas humanitárias, o seu espírito aventureiro e a sua personalidade franca. Ao longo dos anos, o jovem príncipe ganhou destaque pelo seu trabalho em prol de veteranos de guerra e pela sua decisão de se afastar das funções tradicionais da monarquia com a família que estava a construir e que não parava de ser atacada pela imprensa britânica, sem que tivesse recebido apoio ou protecção por parte da rainha ou do seu pai e irmão. 


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Na obra, o autor aborda temas relacionados com a sua trajetória pessoal, conhecida de todos nós, incluindo a pressão do papel real, as questões de saúde mental, a perda da sua mãe e o trauma que só foi resolver passados muitos anos, e os efeitos do escrutínio público constante, com todos os julgamentos associados. Além disso, também são tratados temas como a luta contra o preconceito e a tentativa de encontrar um equilíbrio entre as suas responsabilidades institucionais e familiares e o seu desejo de liberdade e de justiça. Ao partilhar as suas experiências, algo inaudito para um membro da família real, Harry oferece uma perspectiva íntima sobre os custos emocionais de viver sob os holofotes desde que se nasceu, sem outro motivo que não seja a família que faz parte. 


"Reconhecemos que por fim ia ficar com a mulher que amava, a mulher que sempre amou, a mulher que o Destino terá pretendido que fosse sua desde o início. Qualquer que fosse a amargura ou tristeza que sentíssemos por se fechar outro círculo na história da Mamã, compreendemos que era irrelevante." 


Dividido em capítulos, organizados de forma cronológica, começa na infância e adolescência, passa pelos anos de serviço militar, com as diferentes missões em que participou, até aos desafios que enfrentou quando escolheu a mulher para se casar. Cada capítulo oferece uma visão aprofundada sobre os eventos que moldaram a sua personalidade e as suas escolhas, proporcionando ao leitor uma narrativa reveladora das suas perdas, conquistas e do processo de se afirmar fora do contexto real tradicional. O livro entrega muitos detalhes sobre momentos cruciais, como a trágica morte da sua mãe, que o marcou profundamente desde jovem, e o seu envolvimento nas missões militares, incluindo no Afeganistão. Harry também partilha as suas experiências com os meios de comunicação social e os muitos momentos em que divulgaram mentiras impunemente, com graves consequências para a sua vida privada, familiar e até para a sua saúde mental. 


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Um dos pontos fortes de Na Sombra é a sua honestidade brutal ao revelar detalhes íntimos da sua vida, proporcionando uma perspectiva mais completa e colocando-se numa posição vulnerável que cativa o leitor. Além disso, o livro apresenta revelações surpreendentes sobre os bastidores da realeza e da vida familiar numa família fora do comum, onde as rivalidades, por vezes, ultrapassam os laços de amor que deveriam prevalecer. Com um olhar sincero e muitas vezes inesperado, apresenta uma escrita envolvente e directa, o que muito facilita a conexão emocional e torna a leitura fluida e acessível. Deste modo, conseguimos obter uma compreensão aprofundada da história pessoal do autor, com aspectos muitas vezes deturpados pela mídia, permitindo que o nosso olhar seja mais humano e empático para com esta figura controversa. 


"Não era por uma questão de prodigalidade que o Pai me apoiava e  Willy, e às nossas famílias, financeiramente. Era a sua obrigação. Essa era a questão. Concordámos em servir o monarca, ir para onde nos enviassem, fazer tudo o que nos fosse dito, abdicar da nossa autonomia, manter permanentemente as mãos e os pés dentro da gaiola dourada e, em contrapartida, os guardiões da gaiola concordavam em dar-nos cama, mesa e roupa lavada." 


É verdade que este será o ponto de vista de um dos lados da narrativa, mas não deixa de provocar uma mudança na nossa percepção acerca da realeza e do próprio príncipe. O livro humaniza a sua figura, mostrando as suas emoções mais íntimas e as pressões que acompanharam a sua vida sob constante escrutínio, desafiando a visão idealizada e enaltecida que muito têm sobre a família real britânica. Ao concluir esta leitura, tenho de refletir sobre a profundidade das suas experiências e a coragem que precisou para partilhar momentos tão pessoais com todo o mundo. Só posso recomendar a leitura para leitores interessados em biografias, livros de memórias e admiradores da realeza e das tradições que lhe estão associadas. Claro, que também vai atrair os inúmeros fãs da icónica Princesa Diana e os curiosos sobre o que aconteceu com a entrada de Megan na família e a tempestuosa saída do casal de Inglaterra. 


Agora, quero muito saber a tua opinião! Já leste Na Sombra? Como a narrativa te impactou? Que momentos mais chamaram a tua atenção? O que mais te surpreendeu? Conta-me tudo nos comentários! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Projecto Cinema - 1966 | Música no Coração

 

Imagem de uma película de filme clássica sobre um fundo branco, representando a magia do cinema e celebrando o vencedor do Oscar de Melhor Filme de 1966, "Música no Coração".

Continuamos a revisitar os filmes vencedores do Óscar que já conhecia e que consistiu num rever da obra para acordar as memórias que já tinha. O projecto já conheces, e hoje vamos revisitar o vencedor de 1966, com o filme Música no Coração, uma obra que captura uma época e valores que continuam a encantar e inspirar até hoje. O filme foi lançado em 1965 e é considerado um verdadeiro clássico da história do Cinema. Dirigido por Robert Wise e baseado na aclamada peça da Broadway, narra a encantadora história da noviça Maria, interpretada por Julie Andrews, que vai trabalhar como governanta na casa da família Von Trapp, que vive na Áustria durante o período que antecede o gatilho que vai despoletar a Segunda Guerra Mundial. 


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Com as suas canções inesquecíveis, cenários deslumbrantes e uma mistura de drama, romance e esperança, Música no Coração conquistou o coração de milhares ao redor do mundo, consolidando-se como uma obra atemporal que combina música, narrativa emocionante e uma representação encantadora da coragem e do amor familiar. Na época do lançamento, foi amplamente reconhecido pela sua abordagem sensível e pela poderosa banda sonora, que conquistou o público e a crítica. No Cinema mundial, a década de 60 foi um período de transformação e inovação, marcada pelo surgimento de novas formas de narrativa e pela intensificação da experimentação artística. Hollywood procurava renovar o seu estilo diante da concorrência de novos cinemas internacionais e do crescimento da televisão. No fundo, o sucesso do filme na época reflete uma busca por valores familiares, que provocou identificação no público e, de lá para cá, consolidou-se como um marco no Cinema que transcendeu a simples diversão para se tornar uma expressão artística de resiliência e esperança. 


Acompanha todo o desenrolar do Projecto Cinema - Óscar de Melhor Filme 


Em Música no Coração, acompanhamos a encantadora história da família Von Trapp, composta pelo capitão, viúvo e pai de sete filhos, que vivem sob o regime rígido e autoritário deste militar. Vendo-se sozinho com os filhos, rege as crianças como faria num quartel. A chegada de Maria, a noviça enviada para cuidar das crianças, transforma as suas vidas de forma inesperada, trazendo alegria, música e esperança para este lar. À medida que a relação entre Maria e as crianças se fortalece, o amor surge, mas também são obrigados a enfrentar inúmeros desafios, fruto da ameaça crescente do regime nazista na Áustria. Quando a situação se torna insustentável, a família decide fugir, embarcando numa emocionante aventura repleta de coragem e esperança num futuro melhor. A história celebra valores universais, como o amor, a coragem, a esperança, a música e a família. 


Pôster do filme "Música no Coração" (The Sound of Music), vencedor do Oscar de Melhor Filme em 1966, mostrando Maria (Julie Andrews) e as crianças da família von Trapp em um cenário ao ar livre com cores vibrantes e um céu claro ao fundo.

O elenco é marcante, liderado pela jovem Julie Andrews, que brilha como Maria, a jovem noviça que transforma o ambiente da família Von Trapp com a sua alegria e talento musical. Ao seu lado, Christopher Plummer interpreta o Capitão Georg Von Trapp, o rígido e apaixonado patriarca da família. O realizador Robert Wise, conhecido o seu talento para criar produções cinematográficas marcantes, trouxe uma abordagem sensível, com uma combinação harmoniosa de narrativa, coreografia e músicas inesquecíveis, que fazem parte do nosso imaginário colectivo. Com uma visão artística apurada, Wise conseguiu captar a essência da história e transmitir emoções profundas, consolidando-se como um dos nomes mais influentes da indústria. As filmagens aconteceram principalmente na Áustria, o que contribuiu para a atmosfera do filme, mas que representou um desafio logístico para a produção. Curiosamente, o filme foi um sucesso tão grande que ajudou a popularizar a Áustria como destino turístico. 


Apesar de ter recebido mais nomeações, no total levou para casa cinco óscares, incluindo Melhor Realizador e Melhor Banda Sonora, além de ter conquistado também o Globo de Ouro e outros prémios menos reconhecidos internacionalmente. É inegável o seu impacto na cultura pop e são muitas as referências que encontramos ainda hoje. O sucesso do filme também contribuiu para a expansão do género musical no Cinema, moldando a forma como este género é percebido até hoje. Baseado numa história real, o filme consegue transmitir uma mensagem universal, o que a tornou numa obra cinematográfica admirada na sua época e um clássico do Cinema que continua a impactar pessoas até hoje. Na verdade, a sua vitória no Óscar de 1966 reflete o reconhecimento do impacto que uma história inspiradora, aliada a uma banda sonora extraordinária, pode ter na cultura e na memória colectiva. 



Se ainda não assististe a Música no Coração, ou se desejas revisitar esta encantadora produção como eu fiz, esta é a desculpa perfeita! Se és subscritora do Disney +, lá poderás ver o filme gratuitamente, mas também está disponível noutras plataformas para alugar. Não deixes de te emocionar com esta família que enfrenta desafios e encontra esperança através da música. A sua combinação de narrativa envolvente, performances memoráveis e músicas inesquecíveis torna-o uma escolha imperdível para quem aprecia filmes que aquecem o coração e que podem ser assistidos por toda a família, com miúdos e graúdos. Não percas a oportunidade de reviver esta obra-prima que continua a inspirar gerações. 


Agora, quero muito saber a tua opinião! Já viste Música no Coração? Ou viste alguma versão de teatro musical? Qual a tua memória mais forte deste filme? Tens alguma música favorita? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 22 de julho de 2025

#Livros - Hamlet, de William Shakespeare

 

Capa do livro "Hamlet" de William Shakespeare, publicado pela Assírio & Alvim. Fundo azul escuro com uma ilustração de máscara em tom azul claro, transmitindo mistério e teatralidade.

Sinopse

Tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen.

«No Hamlet (e a tradução de Sophia torna-o transparente), a progressão da peça segue o processo de amadurecimento do pensamento de uma personagem que à partida é um jovem, um jovem príncipe. As suas descobertas são ainda pueris. Acaba quando perceber o que é o tempo e a morte e a responsabilidade individual, sempre perturbado com a confusão dessa responsabilidade com qualquer coisa que se lhe opõe: o poder. Aí a sua reflexão torna-o adulto, torna-o exemplar, torna-o simbólico.» 

Luis Miguel Cintra, no Prefácio a esta edição


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Opinião 

Hamlet, uma das obras mais célebres de William Shakespeare, é uma tragédia que explora temas universais como a vingança, a loucura e a corrupção moral. Escrita pelo maior dramaturgo da língua inglesa, cuja carreira abrange o final do século XVI e o início do XVII, a peça é considerada uma das maiores realizações do teatro clássico. Afinal, Shakespeare é conhecido pela sua profunda compreensão da natureza humana e pela sua habilidade para criar personagens complexos que permanecem relevantes até aos dias de hoje, prova de que mudamos muito pouco, mesmo passadas centenas de anos. É inegável que a sua obra influenciou gerações de escritores, criando os pilares do teatro como nenhum outro, e que continua a ser estudada e encenada em todo o mundo, consolidando o seu lugar como marco incontornável da literatura universal. 


Escrita durante o período do Renascimento inglês, uma época marcada por intensas transformações culturais, artísticas e filosóficas na Europa. A peça reflete as inquietações do homem renascentista, sobretudo no que toca às dúvidas existenciais e à complexidade da condição humana. Literariamente, Hamlet destaca-se pelo seu aprofundamento psicológico, pelo uso inovador do monólogo e pela riqueza das suas figuras de linguagem. A peça narra a tragédia do príncipe da Dinamarca, que deseja vingar a morte do seu pai, o rei Hamlet, assassinado pelo seu próprio irmão, Claudio, que usurpou o trono e se casou com a rainha Gertrudes. Ao longo do texto, o jovem Hamlet luta com dúvidas, conflitos internos e questionamentos morais enquanto procura por justiça, o que leva a uma série de eventos dramáticos, incluindo traições, loucura, mortes e o desfecho trágico. 


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No livro, os temas de vingança e justiça entrelaçam-se de forma complexa e profunda, refletindo as tensões morais e éticas enfrentadas pelos personagens. Afinal, é a vingança que impulsiona a acção da peça e que leva o príncipe a questionar a legitimidade e as consequências dos seus actos. Ao mesmo tempo, o conceito de justiça é apresentado de maneira ambígua, pois a tentativa de corrigir uma injustiça acaba por gerar mais caos e sofrimento, o que coloca em evidência a dificuldade de equilibrar o desejo de vingança com a moralidade e as possíveis consequências de permitir que emoções e desejos impulsivos prevaleçam sobre a racionalidade e a ética. Por outro lado, temos a loucura que aparece tanto como uma manifestação verdadeira quanto como uma estratégia artificial. Hamlet, por exemplo, muitas vezes finge estar louca para melhor investigar a verdade sobre a morte do seu pai, colocando em questão a fronteira ténue entre a sanidade e a loucura. Em contraponto, a insanidade também revela como o peso da responsabilidade, a dor e a dúvida podem corroer a mente humana. 


"Mas o terror de alguma coisa que está depois da morte

- País desconhecido de cujas fronteiras

Nenhum viajante regressa - perturba o nosso desejo

E leva-nos a suportar o mal que temos

E a não voar para males dos quais nada sabemos." 


A peça retrata um ambiente repleto de enganos, conspirações e a quebra de valores morais, onde figuras próximas ao protagonista se traem uns aos outros em busca de poder e vingança. A corrupção, tanto moral quanto política, permeia o reino da Dinamarca, refletindo a decadência do Estado e a decomposição dos princípios éticos. Esta atmosfera de desconfiança e traição intensifica o drama, evidenciando como a corrupção corrompe não só os indivíduos, mas também o tecido social como um todo. Shakespeare também mergulha nas questões do existencialismo e da dúvida, com Hamlet a encarnar a crise existencial quando questiona a própria existência, a moralidade das suas acções e o sentido da vida diante do sofrimento e da injustiça. A sua dúvida constante e hesitação refletem a condição humana de incerteza diante das escolhas e das verdades absolutas, evidenciando um profundo conflito interno que permeia toda a peça. 


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No universo de Hamlet, os personagens apresentam uma profunda complexidade que enriquece a tragédia. O príncipe introspectivo é marcado por dilemas e obriga-nos a refletir sobre a vida, a morte e a justiça, assuntos determinantes da humanidade, seja qual for a época em que vivam. Além do protagonista, outros personagens desempenham papéis cruciais na trama, cada um revelando camadas de complexidade e contribuindo para a tensão dramática da peça. Tanto Gertrudes, a rainha cuja lealdade permanece ambivalente, quanto o rei Cláudio, astuto e manipulador, cuja ambição e corrupção representam o mal encarnado na peça, ou Ophélia, personagem trágica que simboliza a fragilidade e a vulnerabilidade feminina, ilustram as múltiplas facetas da condição humana. De forma brilhante, Shakespeare utiliza monólogos internos, diálogos subtis e acções contraditórias para explorar toda esta riqueza psicológica, permitindo ao espectador ou, neste caso, ao leitor compreender as motivações e os conflitos internos dos seus personagens de maneira detalhada. 


"Ele é assim e como ele conheço muitos da mesma espécie que a nossa época grosseira adora - treinam-se em mundanismos, apanham só o tom do tempo e da moda, uma espécie de sabedoria fútil que os promove e os faz trepar através das opiniões mais profundas e escolhidas, mas se, para os pores à prova, lhes soprares, as bolhas desaparecem." 


As características do estilo de William Shakespeare, evidentes em Hamlet, incluem uma linguagem rica e poética, marcada pelo uso frequente de metáforas, trocadilhos e jogos de palavras que enriquecem o texto e aprofundam os significados. Combina momentos de grande dramaticidade com diálogos inteligentes e irónicos, refletindo uma maestria na manipulação do verso e na criação de cenas carregadas de simbolismo e ambiguidade, que se tornaram ícones da cultura popular até aos dias de hoje. A linguagem utilizada desempenha também um papel fundamental na criação da atmosfera sombria, introspectiva e tensa que vai crescendo ao longo de toda a peça. Como um das obras mais célebres de Shakespeare, a peça estabeleceu padrões para o teatro e a dramaturgia, influenciando inúmeras gerações de escritores e artistas ao redor do mundo. No fundo, é a prova de que só é possível tornar-se uma obra atemporal quando se colocam as questões e dilemas pertinentes para a compreensão do comportamento humano, que permaneceram actuais em diferentes épocas e culturas. 


É impossível ficar indiferente aos encantos desta peça, seja pela riqueza dos personagens, pelo seu desenvolvimento psicológico, seja pelo estilo único do autor. A minha edição é bilíngue e permitiu-me alternar a leitura no original com a tradução, o que me permitiu compreender melhor os desafios enfrentados por quem se atreve a traduzir estas obras, e a ter consciência da riqueza da linguagem em inglês. Acho que não seria capaz de retirar todo o proveito se tivesse lido apenas no original, embora não possa dizer que seja verdadeiramente impossível com um bom nível de inglês e algum hábito e esforço. Em suma, não é à toa que permaneceu relevante ao longo dos séculos, tendo conquistado pela sua profundidade filosófica e pela sua abordagem artística sofisticada. Se tens receios de começar, só te posso aconselhar que abordes a leitura com mente aberta e muita disposição para refletir. Tenho a certeza que não te vais arrepender. 


Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já leste Hamlet? Ou viste a encenação da peça? Refletiste sobre as questões universais abordadas? Que dilema moral consideras mais relevante nos dias de hoje? Qual a tua cena favorita? Conta-me tudo nos comentários! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 17 de julho de 2025

A minha experiência com A Horta em Casa

 

Sacóis de papel contendo frutas e legumes frescos, exibindo uma variedade colorida e saudável, prontos para entrega em casa pela empresa "A Horta em Casa".

Nos últimos anos, tem-se observado uma crescente procura por alimentos frescos, saudáveis e de alta qualidade, especialmente com o aumento do interesse por um estilo de vida mais sustentável e consciente. Como consequência, cada vez mais pessoas procuram alternativas práticas para adquirir frutas e legumes frescos, sem precisar sair de casa, que é definitivamente o meu caso. Neste contexto, empresas como A Horta em Casa têm ganho destaque ao oferecer cabazes com produtos selecionados, entregues directamente na porta do consumidor, correspondendo ao desejo por conveniência, qualidade, alimentação saudável e sustentabilidade. 


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A Horta em Casa é uma empresa dedicada a distribuir produtos frescos locais, com especial destaque para os cabazes com frutas e legumes, selecionados cuidadosamente para garantir qualidade e sabor aos seus clientes. Com um serviço de entregas ao domicílio prático e conveniente, a empresa procura aproximar os consumidores de produtos hortícolas de alta qualidade, o que contribui para um estilo de vida mais equilibrado e conectado à origem dos alimentos. Como sabes, já era cliente deste tipo de empresa, mas descobri A Horta em Casa através da recomendação duma amiga, que encomendou pela primeira vez e adorou, tanto a qualidade como o preço. Fui pesquisar o site da empresa e a sua proposta chamou muito a minha atenção, pelo que decidi experimentar o serviço e, desde então, tenho tido uma experiência bastante positiva com a empresa, semana após semana. 


Podes ler também sobre a minha experiência com O Chico da Fruta


Com uma variedade de produtos que atendem às diferentes necessidades dos clientes, destaca-se pelos seus cabazes de frutas e legumes frescos. Disponibilizam opções de tamanhos variados, desde cabazes pequenos, ideais para quem vive sozinho ou pequenas famílias, até tamanhos maiores, perfeitos para grupos ou para quem deseja manter uma despensa sempre abastecida. Além disso, a sua oferta é diversificada e inclui frutas e legumes sazonais e todos os produtos passam por um rigoroso acompanhamento técnico desde o plantio até ao envio para as nossas casas, o que garante que recebemos sempre frutas e legumes de alta qualidade, frescos e saborosos. 


Imagem de um amplo cabaz com frutas e legumes frescos e coloridos, entregues em casa, exibindo uma variedade de produtos naturais e saudáveis.

Fazer o pedido foi também uma experiência bastante prática e intuitiva. O site é de fácil navegação, permitindo selecionar os cabazes de forma rápida e sem complicações, além de ser possível fazer trocas no que diz respeito ao conteúdo do cabaz escolhido, o que torna a experiência mais ajustada às minhas necessidades. O processo de checkout é simples e seguro, e só peca por não ser possível pagar no site. Quanto às entregas, existe uma rota que permite que recebas semanalmente a tua encomenda, com flexibilidade nos horários, durante o dia ou pós-laboral, o que oferece uma maior comodidade em todo o processo e permite uma melhor organização e adaptação das rotinas. As entregas sempre ocorrem dentro do horário combinado e os cabazes chegam sempre em perfeitas condições, bem organizados e frescos, o que demonstra bem o compromisso com a satisfação do cliente. 


Podes ler ainda sobre a minha experiência com Maria do Pomar 


Passados tantos meses, só posso confirmar que a qualidade das frutas e dos legumes recebidos tem sido sempre excepcional. Tudo sempre fresco, com cores vibrantes e uma aparência saudável, evidenciando o cuidado na seleção e no manuseio. São inúmeros os benefícios de encomendar, como a praticidade e comodidade que oferece ao entregar na nossa casa, permitindo que economize tempo e esforço. Por outro lado, desta forma temos acesso a produtos mais frescos e saborosos do que os que temos à disposição nas grandes superfícies, além de apoiarmos os produtores da região e contribuirmos para a economia da comunidade onde vivemos, reduzindo a pegada de carbono associada ao transporte de alimentos de longas distâncias. Por fim, o pormenor de recebermos estes produtos no conforto da nossa casa, faz com que as desculpas para não termos uma alimentação mais saudável caiam por terra e é assim que novos e bons hábitos podem ser implementados na nossa vida. 


Para aprimorar ainda mais a experiência do cliente, seria interessante a implementação da possibilidade de pagar a encomenda no site, com os métodos de pagamento mais usados, ou até permitir que fosse pago por Multibanco no acto da entrega. Resumindo, posso afirmar que a minha experiência com esta empresa tem sido muito positiva e que pretendo continuar a encomendar os seus cabazes cá para casa. Em suma, vale a pena investir nesta iniciativa, especialmente se procuras praticidade e qualidade na tua alimentação diária. Por isso, se tens uma rotina agitada ou se queres apenas incentivar hábitos alimentares mais nutritivos na tua família e, claro, se te encontras na Área Metropolitana de Lisboa, tens aqui o serviço que precisas experimentar já. Mas agora, quero muito saber a tua opinião! Já conhecias A Horta em Casa? Ficaste com alguma dúvida sobre o seu serviço? O que pensas deste tipo de oferta? Costumas encomendar cabazes? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 15 de julho de 2025

#Livros - Carrie Soto está de volta, de Taylor Jenkins Reid

 

Ilustração na capa do livro "Carrie Soto Está de Volta", publicado pela Topseller, apresentando uma jogadora de tênis de costas, com os braços levantados em sinal de vitória ou celebração. A imagem é composta por tons vibrantes de verde e rosa, transmitindo energia e determinação.

Sinopse

Seis anos depois de se retirar dos courts de ténis devido a uma lesão no joelho, Carrie Soto vê o seu recorde de vitórias ameaçado por Nicki Chan, uma jogadora intensa e deslumbrante que ameaça tirar-lhe o título de melhor tenista de sempre, um patamar a que ascendera à custa de muitos sacrifícios pessoais e com a ajuda do pai, o seu treinador desde tenra idade. 

Aos 37 anos, Carrie não quer perder esse estatuto, por isso decide regressar ao ténis profissional durante um ano, numa tentativa de defender os seus títulos. No entanto, as marcas a nível físico e mental deixadas pelo hiato forçado fizeram com que Carrie já não tenha o vigor e a energia de outrora, resultando numa certa falta de confiança por parte da imprensa desportiva e dos seus patrocinadores. 

Mais uma vez, Carrie terá de contar com a ajuda do pai e com a enorme determinação e a fome de vencer que sempre a definiram. Mas terá também de enfrentar desafios inimagináveis, tanto no court como na sua vida pessoal, pois o preço da fama nem sempre a favoreceu e algumas das suas atitudes deixaram más memórias. E para conseguir voltar a singrar terá até de engolir o orgulho e fazer uma improvável aliança com um homem que, tal como ela, ainda tem muita coisa a provar. 


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Opinião 

E foi preciso um livro para me transportar para o universo do ténis profissional, onde são explorados a superação, paixão e o preço da fama, e para entender um pouco melhor o que desperta tanto interesse por este desporto. A história acompanha Carrie Soto, uma lendária jogadora que, após se ter retirado por causa duma lesão, decide regressar às quadras para conquistar um último grande título. Taylor Jenkins Reid é uma famosa autora americana, que tem feito muito sucesso, incluindo em Portugal, com leitores ao redor do mundo e que já tinha descoberto com outro dos seus livros muito famosos, tendo ficado a curiosidade para ler mais desta autora e entender melhor o seu estilo. 


O livro narra a trajetória de Carrie Soto, desde a infância até se tornar uma tenista profissional, com uma carreira marcada por recordes e conquistas, e que acaba por se retirar do desporto quando uma lesão a leva a começar a cair no ranking. Entretanto, uma nova tenista consegue igualar o seu recorde de vitórias, o que a leva a retornar às quadras para recuperar o seu prestígio e superar os seus limites, com a ambição de preservar o seu lugar como a melhor tenista. A história explora o seu esforço intenso, os seus desafios pessoais e profissionais e a sua ambição desmedida para deixar a sua marca definitiva no mundo do ténis. 


Podes ler também a minha opinião sobre Um Dia


Carrie Soto é uma personagem complexa e determinada, cuja personalidade forte e competitiva define grande parte da sua trajetória. Marcada por uma obsessão pela excelência e pelo perfeccionismo, alimentada pela formação que recebeu do seu pai desde criança, isso torna que, muitas vezes, seja difícil se relacionar com os outros. A sua motivação principal é o desejo de manter o seu recorde e o seu legado, mas também é a vontade de voltar a treinar com o seu pai, numa última temporada, partilhando esses momentos com o homem mais importante da sua vida e recuperando o prazer de jogar. Ao longo da narrativa, Carrie passa por uma evolução significativa, enfrentando os seus próprios limites, lidando com a pressão dos jornalistas e das adversárias e aprendendo a valorizar mais as conexões humanas do que as conquistas desportivas, numa luta interior que a tornará numa desportista e numa mulher muito melhor. 


"As pessoas comportam-se como se fosse impossível esquecermos o nosso próprio nome, mas, se não estivermos vigilantes, podemos desviar-nos de tal forma de tudo o que sabemos sobre nós próprios que nos arriscamos a chegar ao ponto em que deixamos de nos reconhecer no que nos chamam." 


Na narrativa, os personagens secundários desempenham papéis fundamentais ao enriquecer a trama e oferecer diferentes perspectivas sobre a protagonista. Javier Soto, pai de Carrie, é uma figura essencial na sua carreira como treinador que a formou e que patrocinou o seu regresso, representa o apoio incondicional e a única conexão familiar que conheceu na vida. Bowe Huntley, jogador de 40 anos que não desiste de jogar profissionalmente, mesmo que já esteja longe do seu auge, torna-se seu parceiro de treinos e, juntos, melhoram o seu jogo, tornando-se uma figura de apoio e motivação, contribuindo para o seu crescimento pessoal e profissional e recuperando uma ligação que ficou por desenvolver no passado. Já Nicki Chan, a rival que a ameaça e obriga a superar-se, é uma mulher que, tal como Carrie, luta ferozmente para ocupar o lugar no topo do ténis, mesmo que não esteja dentro dos estereótipos que costumam ser privilegiados nos circuitos. 


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Estes personagens ajudam a construir o universo emocional da protagonista, destacando as relações que moldam a sua trajetória e aprofundando as camadas da sua personalidade. Afinal, as relações interpessoais são onde se revelam as complexidades e as fragilidades dos personagens. A interação de Carrie com as outras jogadoras também evidencia rivalidades, ambições e o desejo de superação, criando um ambiente carregado de tensões, pois nunca conseguiu criar amizades verdadeiras nesse meio onde se inseriu durante tantos anos. A narrativa destaca a intensidade e a disciplina necessárias para alcançar a excelência, bem como os altos e baixos do mundo desportivo, revelando as pressões, os sacrifícios e a determinação destes atletas de alto nível. Além disso, também questiona os limites do sucesso, a busca por perfeição e o impacto da competitividade extrema na identidade no bem-estar dos protagonistas. 


"Há muito que a minha ambição me oprime. Não é um motivo de alegria, é um senhor ao qual tenho de prestar vassalagem, uma onda de fumo que se abate sobre a minha vida e me dificulta e respiração. Só consigo avançar devido à minha disciplina, à minha vontade de puxar cada vez mais por mim." 


Taylor Jenkins Reid constrói a sua narrativa de maneira envolvente e emocional, enquanto mergulha profundamente na psicologia dos seus personagens, com destaque para a sua protagonista, onde explora as suas motivações, conflitos internos e evolução ao longo da história. A autora também faz uso duma linguagem acessível e diálogos autênticos, o que cria uma conexão íntima entre o leitor e os personagens. Sem esquecer o equilíbrio entre momentos de introspecção e outros dinâmicos, que mantém o leitor interessado do começo ao fim, numa experiência de leitura verdadeiramente imersiva. A prosa fluida e detalhada, permite que o leitor mergulha no universo do ténis profissional, mesmo sendo leiga como é o meu caso, na luta pela superação e na complexidade duma protagonista tão forte quanto vulnerável. 


Para mim, Carrie Soto está de volta foi uma leitura fascinante e inspiradora, ao combinar uma narrativa envolvente com personagens complexos e bem desenvolvidos. Apesar de alguns momentos difíceis, o livro consegue transmitir uma mensagem poderosa de resiliência e autoconhecimento, tornando-se uma leitura que certamente ficará na memória e que mantém desperto o meu desejo de ler mais obras desta autora. Assim, recomendo esta leitura para fãs de histórias intensas de superação e sobre desporto, e também para quem aprecia romances contemporâneos com elementos fortes e para quem procura motivação para perseguir os seus sonhos. Agora que estamos em pleno Verão e as férias aproximam-se, podes levar este na mala e contar com uma bela companhia, seja na praia ou na piscina. 


Agora, quero muito saber a tua opinião! Já leste este livro? Com que impressão ficaste da protagonista? Conquistou-te ou preferes outra personagem? O que pensas do estilo de Taylor Jenkins Reid? Tens algum livro favorito da autora? Conta-me tudo nos comentários! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 10 de julho de 2025

#Filmes - F1: O Filme

 

Imagem de um pôster do filme "F1 - o Filme" (2025). Ao centro, Brad Pitt veste um macacão branco de equipe de Fórmula 1, com uma expressão determinada. Na frente dele, um carro de corrida de alta performance, reluzente sob a luz do pôr do sol vibrante. Ao fundo, um céu dourado com tons laranja e rosa, destacando um pôr do sol dramático que simboliza velocidade, paixão e o glamour das corridas.

Sinopse

Apelidado d'"o maior que nunca foi", Sonny Hayes foi o fenómeno mais promissor da F1 nos anos 90, até que um acidente na pista quase acabou com a sua carreira. Trinta anos mais tarde, é um piloto nómada de aluguer quando é abordado pelo seu antigo colega de equipa Ruben Cervantes, dono de uma equipa de F1 à beira do colapso. Ruben convence Sonny a regressar para uma última oportunidade de salvar a equipa e ser o melhor do mundo. Ele vai pilotar ao lado de Joshua Pearce, o rookie primissor da equipa que quer impor o seu próprio ritmo. Mas à medida que os motores roncam, o passado de Sonny apanha-o e ele descobre que o seu companheiro de equipa é o seu mais feroz concorrente - e o caminho para a redenção não é algo que se possa percorrer sozinho. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

F1 - O Filme é uma produção cinematográfica lançada em 2025 que retrata o emocionante universo da Fórmula 1, apresentando as emoções, os desafios e os bastidores dessa elite do automobilismo mundial. Colocando lado a lado Brad Pitt e Javier Bardem, o filme oferece uma experiência imersiva, combinando acção, drama e a complexidade das estratégias da alta velocidade, enquanto explora as histórias pessoais dos pilotos e as pressões enfrentadas nas pistas. A sua proposta parecer ser proporcionar ao público uma visão aprofundada e realista do mundo das corridas, destacando não só a adrenalina das competições, mas também os aspectos humanos e emocionais envolvidos na luta pela vitória. 


A trama acompanha o regresso aos palcos da Fórmula 1 dum piloto veterano, que nunca cumpriu o seu potencial quando era uma jovem promessa. Sonny, depois de ter sofrido um grave acidente, saiu da competição e passou a correr o mundo para participar nas mais diversas corridas, desde conhecidas até obscuras. O que lhe importava era continuar a conduzir, aquilo que fazia de melhor. O seu amigo, Ruben, desesperado e prestes a perder a sua equipa, convence-o a voltar para uma última temporada, acreditando que só ele será capaz de revitalizar a marca, unir o grupo e encontrar a estratégia que lhes permita conquistar um lugar de destaque na competição. Em oposição ao experiente Sonny, temos o jovem Pearce, cheio de talento e arrogância, incapaz de perceber ou de admitir o tanto que pode aprender com a convivência com um piloto veterano, destemido e que foi capaz de manter consigo apenas a paixão pela condução. 


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Com um elenco de peso, liderado pelo sempre lindo de morrer Brad Pitt e pelo sempre charmoso Javier Bardem, o filme foi dirigido por Joseph Kosinski e feitas gravações em diversos circuitos de corrida, contando ainda com vários pilotos reais a aparecerem no decorrer da acção. A produção contou com um orçamento expressivo, permitindo a utilização de tecnologia de ponta para recriar com realismo as emoções das corridas de Fórmula 1, além de contar com efeitos visuais impressionantes. O roteiro, assinado por Ehren Kruger, oferece uma trama envolvente que combina elementos de drama, acção e bastidores do desporto, enquanto explora a pressão, a rivalidade e os desafios dos pilotos. 


magem de Brad Pitt e Damson Idris vestidos com os fatos brancos da equipe de Fórmula 1, posando juntos em um cenário de corrida, com seus uniformes reluzentes sob a luz intensa, simbolizando a emoção e a velocidade do filme "F1 - o Filme".

Antes mesmo da estreia, F1, o Filme gerou grande expectativa entre os fãs de Cinema e de Fórmula 1, afinal o elenco e a temática prometiam uma narrativa intensa e emocionante. As críticas que fui lendo dividiram-se e, se as primeiras diziam mal e quase me tinham deixado sem vontade de ir ver, as últimas acicataram-me a curiosidade e tive mesmo de ir ver com os meus olhos e, de preferência, na grande tela duma sala de cinema. O primeiro impacto que tive foi ver como o Brad Pitt continua com uma beleza perturbadora, mesmo já sendo um sexagenário. Dá para acreditar? A sua interpretação traz uma combinação marcante de carisma e intensidade, capturando com autenticidade a paixão, a determinação e os dilemas emocionais do seu protagonista, ao mesmo tempo que consegue equilibrar momentos de adrenalina com cenas mais introspectivas. Longe vão os tempos em que Hollywood achava que este homem era apenas um rosto bonito. 


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Por seu lado, o jovem Damson Idris, que interpreta o piloto novato, mas cheio de talento e de desejo de se afirmar, entrega uma actuação muito marcante e surpreendeu-me o seu trabalho, dado que não me recordava de o ter visto em projectos anteriores. Assim, verifico que conseguiu capturar a complexidade do seu personagem, transmitindo com subtileza as pressões e desafios enfrentados, bem como a sua evolução ao longo da narrativa. No que toca a Javier Bardem, apesar de ter um papel com menos protagonismo, a sua interpretação contribui para entendermos o passado do piloto esquecido, as suas lutas, as consequências das suas decisões, quase como um contraponto do que poderia ter sido a vida de Sonny, se tivesse seguido outros trilhos. 



A temática da corrida e da velocidade é explorada de maneira intensa e visceral, transmitindo a adrenalina e a emoção que envolvem o mundo da Fórmula 1 e que é transversal a todos os intervenientes deste universo, desde os pilotos, passando pelas equipas técnicas, sem esquecer o público. Este é o pano de fundo perfeito para explorar os temas inevitáveis relacionados com competição e rivalidade. Não só com as equipas adversárias, mas sobretudo as internas, que contaminam as equipas e impedem que os resultados desejados sejam alcançados. Os conflitos vão muito além da velocidade e da técnica, e refletem as pressões externas, os egos, a experiência de vida e os sacrifícios envolvidos na busca pelo topo. 


Gostei particularmente da forma como retratam a emoção das corridas, destacando-se pela sua direcção dinâmica e por momentos de tirar o fôlego, mesmo para quem não seja adepto ferrenho desta modalidade desportiva. A narrativa é eletrizante, com cenas de corridas intensas, ultrapassagens arriscadas e acidentes dramáticos que testam os limites dos pilotos. A combinação de efeitos visuais impressionantes e uma banda sonora pulsante reforça a emoção do filme, colocando-o como uma homenagem vibrante ao mundo da Fórmula 1, a elite dos pilotos, onde os melhores do mundo sonham chegar. Assim, só posso recomendar este filme a todos os amantes de Cinema e aos apaixonados por velocidade. Também se destina a quem gosta de emoções intensas e histórias de superação, contando com todos os clichés desse género de narrativa. 


Por isso, corre para o cinema mais próximo e prepara-te para uma experiência emocionante e cheia de adrenalina com F1 - O Filme. Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já viste o filme? Como avalias a actuação de Brad Pitt? Gostaste da narrativa? Ou ficaste incomodada com os clichés? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 8 de julho de 2025

#Livros - A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães

 

Ilustração da capa do livro "A Escrava Isaura" publicado pela Guerra e Paz, apresentando uma mulher branca acorrentada, retratada em tons de laranja e vermelho, transmitindo uma atmosfera de opressão e resistência.

Sinopse

A Escrava Isaura é uma das principais obras do romantismo brasileiro e um marco na literatura a favor do fim da escravatura. 

Isaura é uma escrava lindíssima, criada como filha pela mulher do comendador Almeida, numa magnífica fazenda do século XIX, em Campos de Goitacases, no Rio de Janeiro. A sua beleza desperta múltiplas paixões e desejos libidinosos, dos quais Isaura tenta escapar, particularmente dos avanços de Leôncio, o filho do comendador, um fazendeiro autoritário que não admite ser contrariado. A fuga com a ajuda do pai, o feitor português Miguel, parece ser a única solução. Serão eles bem-sucedidos nos seus planos? Poderá Isaura encontrar a liberdade e o amor? 

Escrito em plena campanha pelo fim da escravatura, este romance tornou-se rapidamente num êxito editorial, dando a Bernardo Guimarães o reconhecimento que até aí não granjeara na proporção merecida. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, é um clássico da literatura brasileira publicado em 1875, que retrata com sensibilidade e realismo a temática da escravidão e da injustiça social no Brasil do século XIX. O autor foi um importante romancista, poeta e jornalista brasileiro, reconhecido pelas suas obras que abordam questões sociais e morais do seu tempo. A sua escrita combina elementos do romantismo com uma forte crítica às desigualdades e injustiças, tornando-se uma das referências do século XIX. Passado num Brasil marcado pela escravidão, que perduraria até 1888, e por profundas contradições sociais, foi publicado num momento em que o país vivia o auge do regime escravocrata. 


A história de Isaura, uma escrava branca e virtuosa, serve como um símbolo da esperança de mudança e da luta contra a opressão, inserindo-se num contexto de crescente debate social e político que culminaria na abolição da escravatura pouco tempo depois. Apesar da sua condição, Isaura é pura e sonha com liberdade e amor verdadeiro. Tendo recebido uma educação esmerada e sido tratada como filha da senhora da casa, a sua vida complica-se quando esta morre sem a libertar e acaba por despertar o interesse do cruel fazendeiro Leôncio, herdeiro e agora dono de todos os escravos, que deseja torná-la sua amante a todo o custo. Ao longo da narrativa, são muitas as dificuldades que esta jovem enfrenta, mas nunca desiste de lutar pela sua dignidade, mesmo quando esmorece e deixa de acreditar que a liberdade é um sonho possível. 


Podes ler também a minha opinião sobre Quincas Borba 


Na obra, cada personagem principal desempenha um papel essencial na trama, com uma forte carga simbólica. Isaura, a escrava de carácter nobre, é símbolo de pureza e esperança de liberdade. Leôncio é o fazendeiro racista e cruel, sem escrúpulos quando quer obter o que deseja. Álvaro, um jovem generoso e idealista, torna-se o grande aliado de Isaura e o dono do seu coração, representando a justiça e a crença na igualdade. Malvina, esposa de Leôncio, é ingénua e acaba vítima da manipulação do marido, que consegue iludir a sua percepção e esconder os seus defeitos e faltas, colocando toda a culpa na pobre escrava. O autor, sempre de forma contundente, aborda temas relacionados com a escravatura, como a crueldade e desumanização impostas aos cativos, numa época sobejamente marcada pela desigualdade. 


"Essa educação, que me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... são trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala." 


O romance também explora o poder do amor puro e verdadeiro, evidenciado como uma força transformadora, capaz de desafiar os obstáculos impostos pelo sistema, reforçando a ideia de que a esperança é uma arma vital na luta por dignidade e igualdade. Assim, além de denunciar os horrores da escravatura, também inspira uma reflexão sobre os valores humanos universais de justiça, amor e esperança, além de promover a bondade e a esperança num mundo mais justo. Por fim, também reforça a importância da fé, da coragem e da perseverança diante das adversidades. Portanto, além de denunciar uma realidade triste, também inspira a crença na possibilidade de transformação social. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre As Meninas 


Com uma linguagem repleta de lirismo e uma trama tecida com delicadeza, o autor revela as dores e os anseios duma alma que, apesar das amarras da escravidão, mantém viva a esperança de liberdade e de viver um amor verdadeiro e digno. São muitos os recursos narrativos empregados para envolver o leitor e aprofundar a história. Entre eles, destaco a narrativa em terceira pessoa, a descrição detalhada de ambientes e personagens, de forma gradual, e a utilização de diálogos que revelam as personalidades e as dinâmicas entre os personagens, o que contribui para o desenvolvimento da trama. Um dos pontos fortes da narrativa é a sua construção de personagens complexos e cativantes, especialmente a protagonista Isaura, que conquista o leitor desde o início. 


"Parece que Deus de propósito tinha preparado aquela interessante cena, para mostrar de um modo palpitante quanto é vã e ridícula toda a distinção que provém do nascimento e da riqueza, e para humilhar até o pó da terra o orgulho e fatuidade dos grandes, e exaltar e enobrecer os humildes de nascimento, mostrando que uma escrava pode valer mais que uma duquesa." 


É impossível ler A Escrava Isaura e não ser tocado pela sensibilidade com que o autor retrata a luta pela liberdade e a dignidade humana. A história de Isaura, que todos conhecemos por ter sido celebrizada numa novela da Globo, é fascinante e cumpriu bem as expectativas associadas a um enredo tão reconhecido, tanto no Brasil quanto em Portugal. Retrato da sociedade brasileira do século XIX, a narrativa envolvente, aliada à construção de personagens profundos e humanizados, confere ao livro uma força emocional que permanece impactante até hoje. Apesar de alguns aspectos do romance refletirem o contexto da época, a obra mantém a sua relevância por promover uma compreensão crítica da História e das desigualdades sociais. 


Só te posso recomendar esta leitura, qualquer que seja a tua idade, se te interessas por histórias de resistência, amor e luta contra a injustiça. Claro que se viste e adoraste a novela, vais querer muito ler o livro enquanto é tempo, além de ser essencial para quem gostava de compreender um capítulo importante da História brasileira. Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já leste o livro ou viste apenas a novela? O que achaste desta história? Algum personagem te marcou? Que reflexões te levantou esta leitura? Conta-me tudo nos comentários! 


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quinta-feira, 3 de julho de 2025

Compras na Feira do Livro de Lisboa 2025

 

Livros abertos em destaque na Feira do Livro de Lisboa 2025, com estantes ao fundo, transmitindo o entusiasmo pela leitura e a diversidade de obras disponíveis.

A Feira do Livro de Lisboa é, há décadas, um dos eventos culturais mais aguardados do calendário português, reunindo leitores, autores e editoras numa celebração vibrante do universo literário. Em 2025, a Feira continuou a encantar os visitantes com uma vasta seleção de novidades editoriais, debates, sessões de autógrafos e actividades para todas as idades. Este momento especial é uma oportunidade para adquirir livros, mas também para mergulhar na cultura, conhecer autores e descobrir novas paixões literárias, e é o evento de que não abdico, ainda que não consiga ir todas as vezes que gostaria. 


Buy Me A Coffee

Desta vez, consegui ir três vezes, uma a cada semana, e aproveitei para explorar as diversas bancas e escolher algumas obras que prometem enriquecer a minha colecção, num grande rombo no orçamento, mas controlado pois não trouxe comigo tudo o que desejaria. Entre as várias opções disponíveis, encontrei títulos de diferentes géneros, desde clássicos até obras contemporâneas, o que reflete bem a diversidade e a riqueza do panorama literário actual. Hoje, como vem sendo hábito, venho partilhar as minhas compras, com a certeza de que fiz bons negócios e adquiri obras que muito prazer me darão. Vens comigo ver as novas aquisições? 


DIA 1 


Pilha de livros adquiridos na Feira do Livro de Lisboa 2025, exibindo diversas capas coloridas e títulos variados, refletindo a variedade e a riqueza cultural do evento.

1. Gente Ansiosa, de Fredrik Backman

Depois de descobrir este autor sueco, não parei mais e todos os anos procuro ler um livro dele. Portanto, este era um dos autores que sabia que ia comprar na Feira e o eleito foi este, com o preço simpático de 11,31€. 


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2. Eneida, de Vergílio 

Agora que já comecei a ler as grandes obras épicas, fundadoras da cultura ocidental, não posso parar, e esta é uma das que me faltavam. Conto que marque presença ainda durante este ano, portanto, não será uma obra para ficar muito tempo parada na estante. O preço também foi muito apetecível, 10,62€, como livro do dia. 


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3. Salgueiro Maia, de Moisés Cayetano Rosado 

Este foi o grande motivo para ter ido à Feira neste dia, pois ando de olho nele há muito tempo. Desta vez não me escapou e veio para minha casa por 12€. 


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4. A História do Rei Artur e dos seus Cavaleiros, de H. Pyle

Este e o próximo não estavam nos planos, mas quando os encontrei na caixinha das oportunidades, não lhes resisti. Afinal por apenas 7€, quem podia resistir? 


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5. As Aventuras de Robin dos Bosques, de H. Pyle

Como já referi no livro anterior, este também veio das adoradas caixas de oportunidades e custou também apenas 7€. Aquilo a que se chamam bons negócios, não achas? 


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6. A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães

Este também não estava nos planos, mas teve de vir comigo quando o vi na caixa dos manuseados da Guerra e Paz, a custar apenas 5€. Um caso sério de amor à primeira vista que já conquistou o direito de ser lido antes de todos os outros que trouxe. 


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7. Hamlet, de William Shakespeare

Para conseguir receber o desconto de 5€ em compras acima dos 30€, promoção da Porto Editora, juntei ao meu carrinho esta obra essencial, numa edição bilíngue e com tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen. Como livro do dia estava apenas a 9,99€, mas o total dos três livros teve direito ao referido desconto, o que a minha carteira muito agradeceu. 


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8. Solaris, de Stanislaw Lem

Apesar de ter este livro debaixo de olho nos livros do dia, acabou por vir logo na minha primeira visita quando o encontrei na caixa dos manuseados da Antígona por apenas 5€. Mais uma pechincha! 


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Podes ver também as minhas compras na Feira do Livro de Lisboa 2024 


DIA 2


Pilha de livros adquiridos na Feira do Livro de Lisboa 2025, exibindo diversas capas coloridas e títulos variados, refletindo a variedade e a riqueza cultural do evento.

1. O Botequim da Liberdade, de Fernando Dacosta

Tenho andado fascinada pela figura carismática de Natália Correia, por isso, não consegui ignorar esta obra que nos fala sobre o seu bar mítico em Lisboa, sobretudo porque era livro do dia e custou apenas 10,50€. 


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2. Batalha Incerta, de John Steinbeck

Mais um autor que ganhou lugar cativo nas minhas leituras anuais e que precisava de adquirir algo seu para este ano de 2025. Este foi o eleito, dado que era livro do dia e custava apenas 11,31€. 


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3. A Peste, de Albert Camus

Ler Camus tem sido uma aventura extraordinária, mas ainda não tinha o livro que todos leram na pandemia. Agora já tenho e custou apenas 9,99€. 


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4. Pais e Filhos, de Ivan Turguéniev

Os autores russos não costumam falhar e queria muito descobrir Turguéniev, além de não ser capaz de passar pela Feira sem trazer nada da singular Relógio d'Água. Este foi o eleito da vez e custou apenas 9€. 


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5. Obra Poética, de Ary dos Santos

Só mesmo este poeta revolucionário para me fazer ir para Lisboa na véspera do Santo António, depois do trabalho, quando ia haver marchas e muitos arraiais nessa noite. Andava a adiar esta compra há demasiado tempo e como andava sem stock de livros de poesia, de 2025 não podia passar. A sua obra poética ganhou lugar na minha estante e custou somente 7,50€. 


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6. Biblioteca Pessoal, de Jorge Luis Borges 

Assim que começamos a ler Jorge Luis Borges, nunca mais conseguimos parar. Esta é uma obra inacabada, mas que queria muito descobrir. Como livro do dia, custava apenas 9,30€, mas mais uma vez consegui aproveitar o desconto de 5€ da Porto Editora com a compra dos três livros. 


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DIA 3


Pilha de livros adquiridos na Feira do Livro de Lisboa 2025, exibindo diversas capas coloridas e títulos variados, refletindo a variedade e a riqueza cultural do evento.

1. Pão de Açúcar, de Afonso Reis Cabral

Não foi uma compra planeada, mas confesso que tinha muita curiosidade para ler algo do neto do gigante Eça de Queiróz. Para aproveitar a promoção da Leya, que oferece o quarto livro na compra de três, decidi trazer este para casa por apenas 11,30€. 


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2. Novas Cartas Portuguesas, das três Marias 

Em tempos tão conturbados como os que vivemos, parece-me essencial revisitar as lutas do passado, porque a memória é o que nos pode salvar. Este já está na estante e custou apenas 14,90€. 


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3. Madre Paula, de Ricardo Correia

O género romance histórico é um dos meus favoritos e estava a sentir a sua falta nas minhas pilhas de livros. Esta foi uma compra de última hora a que não resisti, mesmo não sendo livro do dia na minha última visita. Veio por 7€ e espero que seja tudo o que promete. 


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4. Vida e Destino, de Vassili Grossman

Um clássico calhamaço que precisava de ter na estante, embora ainda me faltem outros do autor desta série. Mas temos de começar por algum lado, não é? Talvez seja o mais caro que comprei, mas não me arrependo dos 17,90€ que custou. 


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5. Eu sou a minha poesia, de Maria Teresa Horta

Mais um livro de poesia, género a que me ando a dedicar nos últimos tempos, duma autora que perdemos recentemente. Com a já referida promoção, acabou por ser oferta. 


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6. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley

Compra sempre adiada nos últimos anos, de 2025 não passou e será desta que vou ler a distopia que me falta. O preço? 11,10€. 


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7. Outono Alemão, de Stig Dagerman

Confesso que nunca ouvi falar deste livro, mas ele foi uma oferta da Antígona, muito simpática, e o tema parece ser bem interessante. Quando o ler, partilho contigo! 


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8. Um quarto só seu, de Virginia Woolf

Para terminar, já tratei de agarrar a minha leitura de Virginia Woolf de 2026, com esta obra da Penguin, com um preço muito tentador, apenas 5,97€. 


Wook | Bertrand 


Podes ver ainda as minhas compras na Feira do Livro de Lisboa 2023 


EXTRA


Imagem da capa do livro "Uma Pequena Vida" de Hanya Yanagihara, exibida na Feira do Livro de Lisboa 2025.

No intervalo das visitas que fiz, aproveitei a visita duma amiga querida, para encomendar este calhamaço que andou nas bocas de meio mundo. Na verdade, até foi o mais caro, 17,95€, mas pareceu-me uma tentação difícil de resistir. 


Wook | Bertrand 


Mais uma edição terminada, com muitas compras realizadas e com o entusiasmo de sempre pelo universo dos livros. Cada livro adquirido representa uma oportunidade de descobrir novas histórias, novos autores, aprofundar conhecimentos ou simplesmente desfrutar de momentos de lazer. Fica a certeza de que o mundo literário continua vivo e vibrante, impulsionado pela paixão de leitores, autores e livreiros. Mas agora, quero saber da tua experiência? Visitaste a Feira este ano? O que achaste do ambiente e das editoras presentes? Quais as melhores compras que fizeste? Ficaste curiosa com alguma das minhas? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

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