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terça-feira, 26 de setembro de 2023

#Livros - Poemas, de Mário de Sá-Carneiro

 

A imagem da capa do livro de Poemas de Mário de Sá-Carneiro, editado pela Relógio d'Água, é um retrato que transmite uma atmosfera melancólica e introspectiva. Dominada pelos tons de castanho, a fotografia em preto e branco apresenta uma figura enigmática do autor, com um olhar profundo e imerso em pensamentos tumultuosos.  A escolha de cores escuras e terrosas estabelece uma ligação com o mundo interior do autor, que explorou em seus poemas temas como solidão, saudade, desespero e angústia existencial. A foto em sépia intensifica essa sensação de nostalgia e melancolia, evocando uma atmosfera atemporal e contemplativa.  O posicionamento do autor na imagem é outro elemento relevante, uma vez que o rosto em primeiro plano ocupa grande parte da capa, enfatizando sua importância e reflexões íntimas presentes nos poemas. A expressão facial transmitida pela fotografia nos convida a entrar no universo poético de Mário de Sá-Carneiro e mergulhar em suas emoções complexas e intensas.  A capa, portanto, proporciona uma experiência visual que antecipa o conteúdo do livro, transportando-nos para a mente e a alma do autor e preparando-nos para uma jornada poética profundamente pessoal e emocional.

Sinopse

«A poesia de Mário de Sá-Carneiro, sobretudo nalguns poemas de Dispersão, possui um fulgor, uma força e um dinamismo únicos na lírica portuguesa contemporânea. Pode-se dizer que na sua obra há poemas que nascem de uma impulsão arrebatadora que domina inteiramente a síntese viva e fulgurante da realidade poética. Essa impulsão pode ser tão intensa e instantânea que se volve vertigem, delírio ou álcool (palavras-chave da poesia do autor de Indícios de Oiro) ou esvai-se, após o seu súbito surgir, ou então obscurece a consciência do sujeito: «Mas a vitória fulva esvai-se logo... / E cinzas, cinzas só, em vez de fogo...», «É só de mim que ando delirante - / Manhã tão forte que me anoiteceu.» Do Prefácio. 


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Opinião 

O meu propósito de ler mais poesia continua firma e segue de vento em popa, desta vez, com a leitura do autor modernista Mário de Sá-Carneiro. Nascido em Lisboa, em 1890, foi um dos mais importantes escritores do movimento modernista em Portugal. Integrou a chamada "Geração Orpheu", que se destacou no início do século XX, Sá-Carneiro foi um pioneiro na exploração da subjectividade e da experimentação estética, influenciado por correntes artísticas como o simbolismo e o decadentismo. A sua obra, marcada pelo intimismo e pelo pessimismo, aborda questões existenciais, desejos e angústias, além de mergulhar profundamente nas complexidades da alma humana. Aproximando-se do movimento literário conhecido como "Saudosismo", que defendia a valorização do passado e da tradição, o autor revela nos seus poemas uma busca por sentidos e significados num mundo cada vez mais desencantado e fragmentado. 


O livro Poemas, de Mário de Sá-Carneiro, apresenta uma colectânea da sua poesia mais emblemática. Grande nome do modernismo português, o autor expõe nos seus poemas uma profunda busca pela identidade e pelos sentimentos. Através duma escrita lírica e melancólica, retrata angústias existenciais, amores não correspondidos e a constante insatisfação com a realidade. Nesta colectânea, encontramos desde os versos mais introspectivos e pessoais até os mais provocantes e surrealistas, mostrando a riqueza e variedade da obra deste autor singular. A verdade é que a poesia de Sá-Carneiro é de extrema importância para a literatura portuguesa, pelo seu trabalho inovador e revolucionário. Explorando temas como o amor, a solidão, a morte e o desespero, traz uma nova perspectiva pessoal e intimista para os seus poemas. 


Podes ler também a minha opinião sobre Poemas de Alberto Caeiro


A sua obra foi muito influente no movimento modernista português e tornou-se uma referência para as gerações posteriores de escritores. Com a sua linguagem poética única e as suas reflexões profundas sobre a existência humana, Sá-Carneiro deixou um legado duradouro e vital na literatura portuguesa, sobretudo se tivermos em consideração a sua curta vida. Mas antes de ter influenciado outros autores, a sua obra foi influenciada por diferentes movimentos e autores. O autor apresenta influência do simbolismo, principalmente de Charles Baudelaire, com os seus versos melancólicos e imagens poéticas carregadas de simbolismo e atmosfera sombria. É possível observar também traços do decadentismo, desenvolvido por escritores como Oscar Wilde, que explora o desencanto e a decadência da sociedade. A influência do dandismo de Wilde faz-se presente, ainda, na persona construída por Sá-Carneiro, com a sua procura pela originalidade e pelo culto à estética. 


"Arranquem-me esta grandeza! 

- Pra que me sonha a beleza,

Se a não posso transmigrar?..." 


Os temas, abordados de forma intensa e sensível, estão sempre relacionados com a vida e as emoções. O amor e a desilusão amorosa são protagonistas na sua obra, onde expressa a intensidade e complexidade dos sentimentos amorosos, bem como as dores e frustrações decorrentes das relações amorosas. Outro tema recorrente no livro é a solidão e a melancolia. Através das suas palavras, o autor retrata os vazios existenciais, a sensação de abandono e a busca incessante por conexões humanas verdadeiras. A melancolia transparece em versos carregados de nostalgia e tristeza, revelando a profundidade da alma atormentada de Sá-Carneiro. A busca pela identidade e a relação com o eu lírico também marcam presença ao longo dos seus poemas. O autor utiliza os seus versos para reflectir sobre a sua própria identidade, como quem procura compreender quem realmente é e como se encaixa neste mundo. 


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A morte e a angústia existencial são explorados de forma eloquente nas poesias de Sá-Carneiro. O autor expressa a inquietação frente à finitude da vida e os questionamentos sobre o sentido da existência. Abordadas de forma visceral, assim é demonstrado a intensidade das dúvidas e inquietações existenciais do nosso autor perturbado. Por fim, o livro de Poemas de Mário de Sá-Carneiro também traz reflexões sobre a arte e a condição humana. De forma habilidosa, explora os limites entre a realidade e a imaginação, o papel da arte como forma de expressão e enfrentamento das contradições da vida. As reflexões sobre a condição humana estão presentes nas entrelinhas dos versos, revelando a sensibilidade e a profundidade do autor em relação à própria existência. 


"Perdi-me dentro de mim

Porque eu era labirinto,

E hoje, quando me sinto,

É com saudades de mim."


Apesar de ter vivido uma vida conturbada e ter enfrentado inúmeros problemas pessoais, Mário de Sá-Carneiro foi reconhecido como um dos principais poetas do Modernismo português após a sua morte. As suas obras, incluindo os livros de poemas, foram redescobertas e valorizadas por críticos literários e leitores ao longo dos anos. O impacto da sua escrita e a ousadia da sua linguagem foram apreciados, tornando-o num autor de culto. A morte prematura do autor contribuiu para o mito que se formou ao redor da sua obra, fazendo com que o seu legado se tornasse ainda mais significativo. Hoje, a sua poesia é considerada um tesouro literário, destacando-se pela sua originalidade e profundidade emocional. 


O livro de Poemas de Sá-Carneiro é uma obra de extrema importância na poesia portuguesa, como já foi referido. Com a sua linguagem arrebatadora e profunda, o autor leva-nos num mergulho intenso nas suas palavras, trazendo à tona sentimentos e reflexões que ecoam nas nossas almas. As temáticas são retratadas de forma única e emocionante, fazendo com que cada verso seja uma verdadeira obra de arte. Portanto, convido-te a entregares-te a esta experiência literária e a apreciares a genialidade dos versos de Mário de Sá-Carneiro! Agora, gostava muito de conhecer a tua opinião sobre este livro! Comenta abaixo o que achaste da resenha e da obra. 


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Wook | Bertrand 

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