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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

#Livros - A História de uma Serva, de Margaret Atwood

 

#Livros - A História de uma Serva, de Margaret Atwood

Sinopse

Uma visão marcante da nossa sociedade radicalmente transformada por uma revolução teocrática. A História de Uma Serva tornou-se um dos livros mais influentes e mais lidos do nosso tempo. 

Extremistas religiosos de direita derrubaram o governo norte-americano e queimaram a Constituição. A América é agora Gileade, um estado policial e fundamentalista onde as mulheres férteis, conhecidas como Servas, são obrigadas a conceber filhos para a elite estéril. 

Defred é uma Serva na República de Gileade e acaba de ser transferida para a casa do enigmático Comandante e da sua ciumenta mulher. Pode ir uma vez por dia aos mercados, cujas tabuletas agora são imagens, porque as mulheres estão proibidas de ler. Tem de rezar para que o Comandante a engravide, já que, numa época de grande decréscimo do número de nascimentos, o valor de Defred reside na sua fertilidade, e o fracasso significa o exílio nas Colónias, perigosamente poluídas. Defred lembra-se de um tempo em que vivia com o marido e a filha e tinha um emprego, antes de perder tudo, incluindo o nome. Essas memórias misturam-se agora com ideias perigosas de rebelião e amor. 


Opinião

As distopias são um género literário que sempre apaixona os leitores pelo cenário que nos apresentam e, ainda que seja irreal, parece credível e perfeitamente possível que venha a tornar-se verdade. Assusta, inquieta, obriga a pensar comportamentos e a sociedade como um todo. Isso tem acontecido de forma crescente, conforme os anos foram passando e mostrando que as distopias mais antigas parecem estar muito perto de se tornarem reais diante dos nossos olhos. A História de uma Serva tem sido tão falado e comentado nos últimos anos, sobretudo depois do lançamento da série, que acabei por adiar a leitura, mas agora foi a vez dele. 


Quando começa o relato de Defred já o mundo ficou virado de pernas para o ar e ela prepara-se para começar a viver na segunda casa de um Comandante do novo regime como uma Serva. Apesar de, a partir daqui termos uma ordem cronológica, temos muitos retrocessos para contar o que aconteceu antes e que fez com que a nova ordem das coisas fosse essa, mas também voltamos lá atrás para conhecer como era a vida da própria Serva antes de ser destituída do seu trabalho, da sua família e até do seu nome. É assim que descobrimos que tinha uma vida familiar estável, com um marido, uma filha pequena, uma mãe e uma amiga muito próxima, desde os tempos da faculdade. 


Podes ler também a minha opinião sobre 1984


Vamos percebendo que existia um grande problema de natalidade nas sociedades modernas e, após um ataque ao presidente americano, a Constituição foi rasgada e foram tomadas medidas para combater esse problema de uma vez por todas. As mulheres são os grandes alvos de todas as alterações implementadas. Deixam de trabalhar, de ter acesso ao seu dinheiro, ficando à mercê dos maridos ou dos pais. Mas isto foi só princípio dos direitos roubados a todas as mulheres. Todas perdem o seu nome e a sua identidade individual. Passam a ser dividas pelo seu estatuto e pela sua função para com os homens poderosos. Temos as Esposas, as Servas, as Martas, só para nomear algumas que serão as mais presentes nesta narrativa. 


"Tento não pensar demais. À semelhança de outras coisas, agora o pensamento tem de ser racionado. Há muitas coisas em que é insustentável pensar. Pensar pode diminuir as hipóteses de uma pessoa, e a minha intenção é durar." 


As Esposas são casadas com os membros poderosos desta sociedade, figuras decorativas, sem grandes funções reais que não seja presidir às suas casas. As Martas são as criadas que limpam e cozinham as casas. Depois, temos as Servas, mulheres férteis, coisas rara neste tempo, e cuja fertilidade é a sua salvação, o que lhes permitiu ter escapado a um destino que poderia ter sido bem pior. Quando as Esposas não são capazes de produzir crianças, são colocadas as Servas para cumprir essa função. As suas mentes foram preparadas para apagar todo o passado, os modos antigos, e absorver a beleza deste seu papel essencial. Não precisam pensar, apenas aceitar as regras e cumpri-las. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Fahrenheit 451


Apesar da lavagem cerebral generalizada, ainda existem pessoas que combatem o estado de coisas do momento. Que acreditam que é possível concertar e recuperar as vidas que tinham antes. Mesmo sem saber, muitas vezes, o que é feito das pessoas das suas vidas anteriores, a esperança existe e a vontade de lutar também. Todas as pequenas vitórias ou conquistas de privilégios que lhes foram tirados são momentos de felicidade plena e de luz, mas o contraponto é muito pesado por vezes. As descrições do Muro, dos momentos em que são obrigadas a deitar-se com os seus Comandantes ou os Salvamentos são desoladoras e até assustadoras dos limites a que chegam os seres humanos e do que são capazes de fazer uns aos outros. 


"Sou uma refugiada do passado e, à semelhança de outros refugiados, percorro os hábitos e maneiras de ser que deixei, ou fui obrigada a deixar, para trás, e tudo me parece igualmente pitoresco, visto daqui, e continuo igualmente obcecada por tudo." 


Esta é uma leitura fascinante, empolgante, perturbadora, e que todos deviam fazer pelo menos uma vez na vida. Estou muito curiosa com a sequela lançada mais recentemente e também com a série inspirada nesta obra. Mas só pelo que li aqui, em A História de uma Serva, já estou rendida ao talento da autora, à sua escrita simples, acessível, mas que constrói pensamentos e reflexões complexas. Quero ler tudo que esta mulher escreveu e já só penso em arranjar os seus livros para a minha estante. O final é absurdamente aberto e deixa-nos a pensar no que de facto terá acontecido com aquelas pessoas. São mais as perguntas que as respostas que obtemos, por isso, só me resta esperar que em Os Testamentos apresentem o que ficou por contar. 


Se ainda precisas de mais incentivos para ler este livro incrível, podes ver o vídeo do Ler Antes de Morrer e não percas mais tempo e vai ler esta obra distópica tão especial. Agora, conta-me: já leste este livro de Atwood? O que achaste e o que sentiste? Seria possível chegarmos a este estado? Como viverias? Resignada ou rebelde? Deixa o teu comentário e vamos conversar sobre estes temas controversos! 


Podes encomendar o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribuir para as próximas leituras deste blog


Wook | Bertrand | Book Depository 

2 comentários:

  1. Olá bom dia. Gostei muito do seu blogue. Acredito que o livro que aqui anuncia seja fascinante de ler. Fiquei seguidor. Voltarei.
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    Saudações poéticas. Semana feliz .
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    Poema: “” Vivam o Amor com peça de Cristal ””…
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