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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

#Livros - O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago

 

#Livros - O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago

Sinopse

Um tempo múltiplo. Labiríntico. As histórias das sociedades humanas. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro de 1935. Fica até Setembro de 1936. Uma personagem vinda de uma outra ficção, a da heteronímia de Fernando Pessoa. E um movimento inverso, logo a começar: «Aqui onde o mar se acaba e a terra principia»; o virar ao contrário o verso de Camões: «Onde a terra acaba e o mar começa.» Em Camões, o movimento é da terra para o mar; no livro de Saramago temos Ricardo Reis a regressar a Portugal por mar. É substituído o movimento épico da partida. Mais uma vez, a história na escrita de Saramago. E as relações entre a vida e a morte. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro e Fernando Pessoa morreu a 30 de Novembro. Ricardo Reis visita-o no cemitério. Um tempo complexo. O fascismo consolida-se em Portugal. 


Opinião

E o Saramago de 2022 foi O Ano da Morte de Ricardo Reis, um livro sobre o qual tinha uma curiosidade enorme e que me desconcertou desde o início até ao final. Apesar de já ter lido alguns livros do nosso Nobel, este livro é totalmente diferente de tudo o que li antes e mostra uma outra faceta deste autor único. O estilo é o mesmo, peculiar e que torna as suas obras tão orais; mas o enredo é totalmente inesperado e desconcertante. 


Pois que tudo começa quando Ricardo Reis chega a Lisboa, vindo do Brasil depois de passar longos anos nesse país. O que o levou a tomar a decisão de voltar ao seu país de origem foi saber da morte de Fernando Pessoa, através de um artigo de jornal. É assim que reúne os seus pertences e com um valor considerável à sua disposição se põe a caminho de Lisboa, sem saber exactamente o que pretende fazer quando chegar e ainda menos o que o espera na cidade que deixou tantos anos antes. 


Podes ler também a minha opinião sobre As Intermitências da Morte


A narração é feita de forma simples e sem revelar muitos pormenores das reais intenções do nosso protagonista, Ricardo Reis, talvez porque nem o próprio sabe muito bem o que pretende fazer com a sua vida. Esta chegada e os dias que se seguem, revela-se um belo passeio pela Lisboa mais bonita do início do século XX. É tão detalhada a forma como Saramago descreve esta Lisboa de outros tempos, que senti que lá estava também e que, inclusivamente, foram criados roteiros baseados neste livro. 


"E as pessoas nem sonham que quem acaba uma coisa nunca é aquele que a começou, mesmo que ambos tenham um nome igual, que isso só é que se mantém constante, nada mais."


Ricardo Reis fica alojado num pequeno Hotel familiar em Lisboa, onde conhece algumas das mulheres que vão marcar a sua vida. São elas uma empregada do Hotel e uma hóspede, natural de Coimbra, que vem a Lisboa com o pai todos os meses por problemas de saúde. Além disso, depois de procurar Fernando Pessoa no cemitério, começa a receber as suas visitas ocasionais e que se revelam tão estranhas quanto perturbadoras. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre O Evangelho segundo Jesus Cristo


Confesso que esta não foi uma leitura arrebatadora nem tão marcante como as anteriores que fiz do autor, mas, ainda assim, ler Saramago é sempre uma experiência extraordinária e revisitar o seu estilo, a sua escrita, a sua visão do mundo é inevitavelmente algo especial. Gostei particularmente das conversas entre Ricardo e Pessoa e das descrições da minha amada Lisboa, tão ricas e deslumbrantes. No entanto, a verdade é que fiquei com a sensação que preciso conhecer mais sobre a obra de Pessoa e dos seus heterónimos para compreender melhor este livro. Portanto, acredito que, no futuro, irei pegar nele e reler. 


"Nós, vivos, sabemos que morreremos, Não sabem, ninguém sabe, como eu também não sabia quando vivi, o que nós sabemos, isso sim, é que os outros morrem."


Tens lido algum livro de Saramago? Já leste O Ano da Morte de Ricardo Reis? O que achaste? Conta-me a tua experiência nos comentários. 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog


Wook | Bertrand

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