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terça-feira, 11 de abril de 2017

Ser Jornalista em 2017



Este é um assunto que me toca particularmente, não tenha sido a profissão de Jornalista a que sonhei ter um dia, como já aqui referi. Apesar de ter tido outros devaneios profissionais durante o início da adolescência, este foi o que perdurou no tempo e o que me fez mais sentido. 

Afinal foi devido a uma paixão que elegi o Jornalismo como a profissão perfeita, a mesma paixão que me levou a criar este blog, a escrita. E a vontade de ser lida, porque quem escreve precisa de leitores. Se assim não fosse, escreveria um diário que esconderia debaixo da cama.

Em pleno ano de 2017, a sensação que tenho foi de que não perdi nada em não ter enveredado por esse caminho. E isto é coisa que nunca imaginei que fosse possível acontecer, nem nos meus piores pesadelos, com desemprego, estágios medíocres ou empregos precários à mistura. Acreditei sempre que ser Jornalista era um profissão nobre, que tinha a missão de informar as pessoas.

Agora, imagina o meu espanto perante esta nova tendência de se escrever uma notícia e, na ânsia de escolher o melhor título para ela, colocar uma manchete falsa e que induz o leitor em erro. A pessoa compra uma publicação ou, na era moderna, clica num link e depara-se com uma notícia que em nada corresponde ao título inicial.

Não que esta seja uma tendência nova. Afinal, já perdemos a conta às vezes que foram noticiadas mortes de famosos que, pelos vistos, têm mais vidas que um gato. Contudo, era um fenómeno associado a publicações de pouca qualidade e sites duvidosos. O espanto maior surge quando me apercebo que esta tendência se alastrou a jornais e revistas que todos consideramos credíveis.

Eu sei que o mundo mudou muito, especialmente com o fenómeno tecnológico. A Internet tem crescido de uma forma assustadora, bem como as próprias redes sociais. Tudo isto tem tirado poder aos tradicionais órgãos de comunicação social. As receitas já não o que eram e a publicidade tem mudado a sua estratégia. Tudo coisas que compreendo e assumo que sejam necessárias estratégias de mudança que acompanhem esta evolução.

Mas, por favor, não me peçam que aceite ou compreenda esta forma de contra informação e de enganar as pessoas. É coisa que me deixa enojada e tenho a certeza de que não seria capaz de ser jornalista em 2017, porque não me sentiria uma boa profissional a fazê-lo com estas novas regras. Ainda que tivesse seguido este sonho antigo e hoje fosse jornalista, quer-me parecer que seria algures em 2017 que iria procurar um novo rumo profissional.

E tu? O que achas desta nova forma de ser jornalista? Aceitas ou rejeitas? 

2 comentários:

  1. Enfim encontrei alguém que pensa como eu. Sou estudante de Jornalismo e trabalho na área, é triste ver como o rumo que o jornalismo anda tomando. Acredito que os jornais não estão sabendo lidar com a lenta morte do impresso, eles migraram para uma mídia totalmente diferente, a internet. O compartilhamento é rápido e a chamada tem que ser incrível para que o clique na noticia seja alcançado. Sem clique, sem dinheiro, sem dinheiro, sem noticia. É um ciclo que ainda ninguém conseguiu se encontrar, o que é triste, porque qualquer um abre um site de noticia e pode dar um furo. Mas fico aqui, torcendo para que o nosso verdadeiro jornalismo prevaleça.
    www.maeeucresci.com

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    1. O que essa malta ainda não percebeu é que o verdadeiro Jornalismo pode (e deve) prevalecer no digital. Agora, o que é preciso é trabalho ainda mais árduo para encontrar as melhores notícias e tirar partido delas, sem jogo sujo e sem jogadas manhosas. Pode ser que um dia percebam que deveria ser esse o rumo a tomar.

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