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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O primeiro texto no regresso às aulas - parte 2



Tão forte e de tal forma enraizada que foi minha decisão permanecer na cidade pequena, mesmo quando entrei no mercado de trabalho. Uma entrada atribulada, diga-se de passagem.
Quando tinha 19 anos, e durante as férias de verão, sem nada para fazer, fui convidada por um amigo para experimentar um emprego que, segundo ele, seria a minha cara. O emprego consistia, nada mais nada menos, em vender aspiradores.
Aquilo que era para ser apenas um emprego para ocupar as horas vagas do verão e uma forma de ganhar uns trocos, tornou-se numa paixão e uma escola de vida.
Fiquei na empresa durante, aproximadamente, um ano, altura essa em que fechou por má gestão. Mas devo dizer que aprendi grandes lições no decorrer desse ano. Ganhei poder de argumentação, aprimorei a rapidez de raciocínio e acumulei inúmeras técnicas de venda. Tudo ferramentas extremamente úteis e as quais usei ao longo dos anos que se seguiram. Descobri também como distinguir a variedade e intenções de inúmeras empresas do ramo empresarial. As que crescem connosco e, ao mesmo tempo, nos ajudam a crescer.  E as que nos usam em proveito próprio sem nos dar muito em troca.

No decorrer desta experiência profissional, tive o meu primeiro contacto com os célebres recibos verdes. Algo deveras interessante e moderadamente proveitoso quando se tem 19 anos e se está a usufruir do primeiro ano de isenção.
Nesse ano, tudo parece um mar de rosas. Até mesmo os 20% que se desconta para as Finanças conseguem ser recuperados com a apresentação das despesas certas e, por vezes, dão-nos a ilusão de um subsidio de férias.
Como é óbvio, os anos passam e vamos tomando consciência real da diferença entre o lucro e as despesas. Porque afinal não são só os 20%, mas o que temos de descontar para a Segurança Social. E se atingir o regime de IVA, vem de lá mais descontos. Então e se no mês de Agosto for de férias e não trabalhar? Isso não interessa muito para a Segurança Social que vem buscar a parte dela, basta somente ter a actividade aberta.
Um sem número de "quês" e de "ses" que ninguém nos ensina antecipadamente. É trabalhar com muitos deveres e ter poucos direitos. No meu entender, é um trapézio sem rede. Que não nos oferece qualquer segurança. Aos 20 anos, com os apoios familiares comuns, é possível. Com uma família ou com contas para pagar no final do mês, parece-me menos sustentável.

1 comentário:

  1. Lá nisso tens razão... Na actual conjuntura, ter trabalho já é uma sorte!

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