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terça-feira, 15 de outubro de 2024

#Livros - Design para Não-Designers, de Robin Williams

 

Capa do livro "Design para não-designers" de Robin Williams, publicado pela Alma dos livros. A arte apresenta uma explosão de cores vibrantes e uma variedade de símbolos gráficos, ilustrando a diversidade e o poder do design. As formas dinâmicas e os elementos visuais destacam a ideia de que o design pode ser acessível e essencial para todos, independentemente do nível de experiência.

Sinopse

Durante mais de vinte anos, tanto designers como não-designers foram apresentados aos princípios fundamentais de um ótimo design pela autora Robin Williams. Através do seu estilo direto e descontraído, Robin ensinou centenas de milhares de pessoas a dar aos seus designs um aspeto bonito e profissional. 

Design para Não-Designers foi escrito para todas as pessoas que precisam de criar coisas, mas não têm conhecimentos ou formação em design. Este livro é para aqueles cujos chefes agora lhes mandam criar newsletters; para estudantes que percebem que um trabalho mais bonito significa, muitas vezes, uma nota melhor; ou para donos de pequenos negócios que estão a criar os seus próprios anúncios; ou ainda para professores que aprenderam que os alunos reagem positivamente a informação bem estruturada, organizada de uma forma convidativa e não aborrecida, e assim por diante. 

Este livro presume que não tem tempo para estudar design e tipografia, mas gostaria de saber como fazer com que as suas criações tenham melhor aspeto. A maioria das pessoas olha para uma página com um mau design e afirma não gostar, mas não sabe o que fazer para o corrigir. Não vamos fingir que se tornará automaticamente num designer brilhante depois de ler este livro, mas irá aprender conceitos básicos, claros e concretos, usados em praticamente todos os projetos com um bom design. Se o seguir, os seus trabalhos irão parecer mais profissionais, organizados, coerentes e interessantes. E ganhará motivação e realização por isso. 


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Opinião 

Robin Williams é uma reconhecida designer gráfica, autora e educadora, amplamente conhecida pela sua habilidade para traduzir conceitos complexos de design em ideias acessíveis para o público em geral. A autora é famosa pela sua abordagem prática no ensino do design, que estimula a criatividade e a compreensão dos princípios visuais. Assim, o trabalho de Robin Williams é caracterizado pela clareza, pela simplicidade e pela paixão por partilhar o poder do design ao transformar comunicações visuais. Nos dias que correm, o design está presente em todos os aspectos da vida quotidiana, tendo-se tornado numa ferramenta essencial não só para os profissionais da área, mas também para qualquer pessoa que precise comunicar ideias de forma eficaz. Desde a forma como organizamos um documento no trabalho, até à criação de um convite para um evento, o design pode influenciar a percepção e a compreensão da informação. 


Este livro vem reforçar que o design não se limita a criar estéticas agradáveis; ele serve como um meio de facilitar a comunicação, captar a atenção do público e transmitir mensagens de forma clara e impactante. Portanto, a compreensão destes elementos básicos do design tornou-se numa habilidade valiosa para qualquer pessoa que deseje destacar-se e expressar-se de maneira mais eficaz num mundo visualmente saturado como o nosso. Deste modo, o objectivo deste livro é fornecer uma introdução acessível e prática a este tema para pessoas que não possuem formação específica na área. A autora procura aqui desmistificar o processo criativo, oferecendo ferramentas e conceitos que capacitam os leitores a aprimorar as suas habilidades visuais, independentemente do seu nível de experiência anterior. 


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Entre os tópicos destacados no livro, a tipografia é enfatizada como um elemento crucial para legibilidade e a comunicação visual eficaz, com dicas sobre a seleção e uso de fontes. O layout é outro aspecto explorado, onde Williams discute a importância da organização gráfica para criar hierarquia e guiar o olhar do leitor. O uso de cores é tratado com atenção especial, abordando teorias de cores e como elas afetam a percepção e a emoção do público. Além disso, a escolha e a manipulação de imagens são discutidas, ressaltando como elas podem complementar e enriquecer a mensagem visual. Ficamos também a conhecer um dos princípios fundamentais do design eficaz que é a importância do espaço em branco, ou espaço negativo. Ao criar uma sensação de equilíbrio e harmonia, o espaço em branco permite que as informações sejam absorvidas de maneira mais eficaz, evitando a sobrecarga visual, o que torna a comunicação mais directa e impactante. 


Outro pilar referido é o da repetição, que não se limita apenas à utilização de elementos visuais semelhantes, mas também abrange a consistência em fontes, cores e estilos que ajudam a criar uma identidade visual coesa. Este princípio é crucial para que o público reconheça e se lembre duma marca ou mensagem, proporcionando uma experiência visual harmoniosa e organizada. Por fim, quero destacar ainda o pilar que é o contraste, que se refere à diferença entre elementos, como cor, tamanho e forma. Por exemplo, um texto em negrito sobre um fundo claro destaca-se mais do que um texto do mesmo peso num fundo semelhante. Também a escolha de cores complementares pode intensificar este efeito, tornando as informações essenciais mais visíveis. Portanto, ao usar estes princípios básicos, todos podemos melhorar significativamente a comunicação visual dos nossos projectos. 


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Além do livro ser muito bonito esteticamente, está repleto de exemplos práticos para ilustrar os princípios fundamentais do design e inúmeros exercícios que permitem ao leitor treinar o seu olho para estes conceitos explorados ao longo dos capítulos. Assim, Design para Não-Designers é um livro fundamental para os que desejam entender os princípios básicos do design de forma acessível e prática. As suas explicações ao longo do livro não são apenas informativas, mas também inspiradoras, tornando o design muito mais próximo do leitor. Considero que este livro será útil para a grande maioria das pessoas, mas destaco o caso dos empreendedores, estudantes e profissionais de marketing. As dicas e os exemplos práticos ajudam a criar materiais atraentes e eficazes, desde cartões de visita ou panfletos, passando por newsletters ou anúncios, até currículos, algo que, em algum momento da vida, todos precisamos fazer. 


Temos aqui uma excelente porta de entrada para o fascinante mundo do design, que oferece a cada leitor a oportunidade de explorar e aplicar conceitos que podem transformar as suas criações. Ao longo da leitura, vais-te sentir desafiada a olhar para o mundo ao teu redor com novos olhos e a experimentar a tua própria criatividade. Portanto, não tenhas medo de testar as tuas ideias, misturar elementos e, acima de tudo, brincar com o design. Até porque este é um caminho sem volta e, depois de ter lido este pequeno livro, fiquei com muita vontade de explorar ainda mais o tema e descobrir de que outras formas posso melhorar as minhas noções de design. Agora, quero-te convidar a partilhar as tuas opiniões e reflexões sobre este livro. Já conhecias esta obra da designer Robin Williams? Qual a lição mais interessante e útil que encontraste no livro? De que forma vais aplicar as dicas que aprendeste? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

#Documentário - Donald Trump: A Faking It Special

 

Imagem em preto e branco de Donald Trump em um palco, com uma expressão intensa e gesticulando durante um discurso. A foto captura a essência de sua retórica poderosa e controversa, refletindo a polarização que seu estilo de liderança gera. O fundo desfocado destaca sua presença forte, simbolizando o impacto e as reações que suas palavras provocam.

Sinopse

Pela primeira vez, especialistas analisam o que Donald Trump diz, porque o diz e o seu comportamento quando o diz. 


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Opinião 

Donald Trump: A Faking It Special é um documentário que explora a vida e a carreira do 45º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, analisando as suas táticas de imagem e comunicação ao longo dos anos. A produção investiga como Trump construiu a sua persona pública, utilizando estratégias de manipulação da mídia e marketing pessoal para se destacar no cenário político e empresarial. Combinando entrevistas analisadas por especialistas de diversas áreas, o documentário oferece uma visão crítica sobre os fenómenos de fama e poder, levantando questões sobre a autenticidade e a verdade na era das redes sociais e das informações manipuladas. 


Donald Trump, figura emblemática da política contemporânea, tornou-se num verdadeiro ícone polarizador, simbolizando um novo tipo de liderança que desafia os convencionalismos tradicionais do sistema político americano e até do mundo. Antes da sua ascensão à presidência, já era conhecido como empresário e personalidade mediática, o que ajudou a catapultá-lo para o centro das atenções. A sua retórica muitas vezes provocadora e as suas estratégias de comunicação, baseadas sobretudo nas redes sociais, transformaram a forma como se entendem a política e a participação pública. Na sociedade dos dias de hoje, Trump representa não só a visão conservadora, mas também um reflexo das tensões sociais e culturais que permeiam os Estados Unidos. Assim, este documentário investiga estas facetas complexas da sua persona, aprofundando-se nas narrativas que moldaram a sua imagem e ressaltando o seu impacto inegável na cultura e na política do século XXI. 


Podes ler também sobre o Documentário Lady Gucci


Depois de todo o impacto que a sua presidência teve e da nova candidatura de Donald Trump, cujas eleições serão muito em breve, parece-me muito importante e pertinente analisar esta personalidade controversa. Focado na sua habilidade para manipular a percepção pública, a narrativa é construída a partir de entrevistas, análises críticas e imagens de arquivo. Conseguimos, deste modo, entender as estratégias de marketing e de comunicação que utilizou para moldar a sua imagem ao longo dos anos, desde os seus primeiros dias como magnata do ramo imobiliário até à presidência, ao mesmo tempo que é questionada a autenticidade da sua retórica e da relação entre a sua imagem projetada e as suas acções reais. 


Donald Trump em destaque, vestindo um fato azul elegante, uma camisa branca e uma gravata vermelha. Ele está com o olhar voltado para cima, transmitindo uma expressão de determinação e confiança, simbolizando sua postura emblemática na política.

No documentário, as escolhas narrativas e de edição desempenham um papel crucial na construção duma visão crítica e provocadora sobre a figura do ex-presidente. Com uma montagem ágil que alterna entre fragmentos de discursos, entrevistas e momentos emblemáticos da carreira de Donald Trump, que são analisados por técnicos de diferentes áreas, cria um contraste entre a sua imagem pública e as controvérsias que o cercam constantemente. Como não podia deixar de ser, um dos temas centrais é o conceito de "fake news", que se tornou uma ferramenta estratégica na sua comunicação política. Portanto, somos levados a refletir como a manipulação da informação distorce a percepção pública e alimenta narrativas que podem ser verdadeiras ou enganosas, dependendo do contexto. Portanto, Donald Trump: A Faking It Special torna-se, muito para além da análise da figura do homem, num comentário crítico sobre a dinâmica social e política actual. 


Podes ler ainda sobre o Documentário O. J. & Nicole: An American Tragedy


As análises são feitas por técnicos de linguagem corporal, linguística e de psicologia forense, e revelam como Trump distorceu a realidade ao longo da sua carreira e como impactou emocionalmente em milhões de pessoas, provocando conflitos profundos na política e na sociedade americana e uma polarização nunca antes vista que se propagou para todo o mundo. Nos dias de hoje, onde a desinformação e a manipulação da opinião pública se tornaram corriqueiras, a relevância deste documentário torna-se evidente. Assim, não só documenta uma era, que esperamos que tenha chegado ao fim, como também serve como um aviso para os perigos da desinformação e da superficialidade no debate democrático. 


Tens aqui um documentário que deverá ser interessante para diferentes públicos, especialmente para os interessados por política, comunicação e mídia. Pela minha parte, gostei muito do conceito aqui apresentado e logo fui ver outros episódios, referentes a outros personagens, sobre os quais iremos falar no futuro. Mas agora quero saber a tua opinião! O que achaste deste documentário sobre Donald Trump? Que aspectos mais prenderam a tua atenção? Achaste que as conclusões apresentadas foram justas ou distorcidas? Conta-nos tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 8 de outubro de 2024

#Livros - Wolf Hall, de Hilary Mantel

 

Capa do livro "Wolf Hall", de Hilary Mantel, publicado pela Editorial Presença. O fundo preto realça as pétalas de rosa vermelha que se espalham pela superfície, enquanto uma ilustração dourada da Rosa Tudor ocupa o centro da imagem, simbolizando a conexão entre a narrativa e a história da dinastia Tudor na Inglaterra. O design evoca uma atmosfera de intriga e a riqueza da época retratada na obra.

Sinopse

Inglaterra, década de 1520. Henry VIII ocupa o trono, mas não tem herdeiros. O cardeal Wolsey, o seu conselheiro principal, é encarregue de garantir a consumação do divórcio que o papa recusa conceder. É neste ambiente de desconfiança e de adversidade que surge Thomas Cromwell, primeiro como funcionário de Wolsey e, mais tarde, como seu sucessor. 

Thomas Cromwell é um homem verdadeiramente original. Filho de um ferreiro cruel, é um político genial, intimidante e sedutor, com uma capacidade subtil e mortal para manipular os outros e as circunstâncias. Impiedoso na perseguição dos seus próprios interesses, é tão ambicioso na política quanto na vida privada. A sua agenda reformadora é executada perante um parlamento que atua em benefício próprio e um rei que flutua entre paixões românticas e acessos de raiva homicida. 

Escrito por uma das grandes escritoras do nosso tempo, Wolf Hall é um romance absolutamente singular. 


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Opinião 

Wolf Hall é um aclamado romance histórico, género que tanto me aquece o coração, escrito pela autora britânica Hilary Mantel, publicado em 2009. O livro passa-se na Inglaterra do século XVI e oferece uma visão detalhada da ascensão de Thomas Cromwell, um dos conselheiros mais influentes do rei Henrique VIII. Com uma prosa rica e complexa, a obra mergulha nas intrigas políticas e nas dinâmicas sociais da época, destacando as nuances do poder e a luta pela sobrevivência num mundo repleto de corrupção e traição. O reconhecimento deste livro é considerável, tendo sido agraciado com o Man Booker Prize, em 2009, uma conquista que solidificou a sua carreira e mostrou como Mantel foi uma das mais importantes autoras do século XXI. 


Passado no tumultuado reinado de Henrique VIII, um período histórico marcado por profundas transformações políticas e religiosas, incluindo a ruptura com a Igreja Católica e a formação da Igreja Anglicana. A autora retrata com maestria as intrigas da corte, as rivalidades e os jogos de de poder que moldaram a era Tudor, proporcionando uma visão complexa e multifacetada dos personagens históricos que a habitaram. A grande relevância desta obra, que faz parte de uma trilogia, reside na sua capacidade de humanizar figuras históricas muitas vezes vistas de maneira unilateral, com o foco a recair, ao contrário do que é habitual, no misterioso Cromwell, cuja ascensão meteórica causou surpresa, inveja e ressentimento aos seus contemporâneos. 


Podes ler também a minha opinião sobre Catarina de Aragão


Assim, a narrativa acompanha a trajetória de Thomas Cromwell, desde a infância obscura, passando pelas suas experiências no estrangeiro, até ao seu papel fundamental nas intrigas políticas da corte, sobretudo depois da queda do Cardeal Wolsey. Estamos perante um protagonista intrigante, nome incontornável da corte Tudor, mas sempre envolto em mistério e dúvidas sobre o que é verdade e o que é mito, inventado pelos seus inimigos ou pelos seus amigos. Tornou-se na figura chave na implementação das reformas que acompanham o desejo de Henrique VIII de se divorciar da rainha Catarina de Aragão e se casar com Ana Bolena. É uma personagem repleta de camadas, retratado como um outsider, um filho de ferreiro que ascende na hierarquia social e política através da sua inteligência aguçada e das suas habilidades diplomáticas. A sua trajetória revela um homem que, por trás da sua frieza calculada e pragmatismo, carrega as cicatrizes dum passado tumultuado, incluindo perdas pessoais que moldaram a sua visão do mundo. 


"A Inglaterra sempre foi, diz o cardeal, um país miserável, pátria de um povo proscrito e abandonado, que trabalha lentamente para a sua salvação e que é castigado por Deus com tribulações especiais." 


Em Wolf Hall, Mantel apresenta Henrique VIII como um rei carismático e volúvel, que reflete os paradoxos do poder: ele é ao mesmo tempo um governante inquieto e um homem profundamente emocional. A autora explora brilhantemente as suas ambições e inseguranças, revelando um homem atormentado por questões de legado e imagem pública. Através da lente de Cromwell, o protagonista da narrativa, Henrique emerge como uma figura de autoridade, mas também como um instrumento das forças sociais e políticas em jogo, cuja fome de poder e desejo de liberdade religiosa fomentam mudanças que impactaram por gerações. Além do rei, outras figuras históricas orbitam em torno do protagonista. Por exemplo, Ana Bolena, a rainha que ele colocou no trono, aparece como uma figura carregada de ambição e desejo de poder. A relação entre eles é marcada por uma aliança estratégica, onde Cromwell reconhece o potencial de Ana como uma catalisadora de transformação, mesmo quando se vê preso nas teias de intrigas e traições que a cercam. Por outro lado, temos Thomas More que se destaca como um idealista em conflito com as ideias inovadoras que chegam por todos os lados e contra as quais não desiste de combater. A tensão entre a fé inabalável de More e o pragmatismo cínico de Cromwell acentua a narrativa, revelando os dilemas morais duma época repleta de mudanças. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Os Últimos Dias de Henrique VIII


Foi a minha estreia com esta autora e posso já adiantar que fiquei rendida à elegância e precisão da sua prosa. Com uma narrativa rica em detalhes, permite que o leitor mergulhe na complexidade do período Tudor e na mente dos seus personagens. O ritmo da narrativa é cuidadosamente elaborado, alternando entre momentos de introspecção profunda e diálogos ágeis que trazem à tona a tensão política da época. Partindo sempre da perspectiva de Thomas Cromwell, o romance explora a fragilidade das alianças e a natureza volátil da lealdade num cenário repleto de intrigas. Cromwell navega habilidosamente entre os interesses em conflito da nobreza, o desejo insaciável do rei por um herdeiro e os desafios impostos pela Igreja, demonstrando que a sobrevivência num ambiente assim exigia astúcia e uma profunda compreensão das fraquezas humanas. A narrativa sugere ainda que, no jogo político, a linha entre o certo e o errado torna-se nebuloso, demonstrando como se pode sacrificar a ética em nome do pragmatismo e da eficácia, sobretudo quando servimos um rei caprichoso e capaz de executar quem quer que se coloque no caminho dos seus desejos. 


"Poderíamos observar Henry todos os dias, durante dez anos, que nunca veríamos a mesma coisa. Escolhei o vosso príncipe: cada vez admira mais Henry. Por vezes, parece infeliz, por vezes fraco, às vezes parece uma criança, outras vezes parece dominar o seu ofício. Amiúde, parece um artista, na forma como o seu olhar consegue ver além da sua obra; por vezes, a sua mão move-se, e parece que ele não a vê mover." 


Esta época não me é de todo desconhecida, dado que já li inúmeras obras, de ficção e não ficção, sobre este período fascinante. Mas tenho de reconhecer a capacidade extraordinária de Hilary Mantel para humanizar as figuras históricas, mesmo as menos exploradas ao longo dos séculos, como é o caso do homem que escolheu para protagonizar a sua trilogia. A forma como apresentou as motivações e dilemas internos desafiou a minha visão tradicional sobre os heróis e os vilões da era Tudor. Além disso, a habilidade da autora para apresentar a história de forma não linear, intercalando passado e presente, revela-se um desafio para leitores mais desatentos, pois podem perder o fio da meada e sentirem-se perdidos em relação aos acontecimentos que estão a ler e até sobre os muitos personagens que fazem parte desta narrativa, alguns que partilham o mesmo nome. 


Em suma, estamos perante uma obra fundamental na Literatura Histórica, sobretudo pela forma inovadora como reinterpreta um período crucial da História Britânica. Através da perspectiva de Thomas Cromwell, Mantel humaniza figuras frequentemente relegadas a estereótipos, ao mesmo tempo que oferece uma visão íntima e complexa do poder, da ambição e da luta política na corte de Henrique VIII. Leitura indispensável para os amantes do romance histórico, como eu, bem como os que apreciam narrativas ricas em detalhes e personagens complexos. Vale relembrar que Wolf Hall é o primeiro volume da trilogia, seguido por O Livro Negro e O Espelho e a Luz, que continuam a saga de Cromwell e prometem desdobramentos ainda mais fascinantes e perigosos na história. Pela minha parte, podes contar que vou continuar a ler os próximos volumes sobre os quais iremos falar muito em breve. 


Agora, quero saber a tua opinião sobre esta obra! Já leste a trilogia? Quais foram as tuas impressões sobre a trajetória de Thomas Cromwell e a sua ascensão social? O que achaste da escrita de Hilary Mantel? Partilha as tuas opiniões ou sugestões nos comentários abaixo! 


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Wook | Bertrand 

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

#Moda - XXVIII Gala Globos de Ouro 2024

 

Passadeira vermelha da XXVIII Gala Globos de Ouro 2024, repleta de famosas portuguesas deslumbrantes, cercada por uma multidão de fotógrafos capturando os momentos de glamour e estilo dos vestidos apresentados.

Devo dizer que não via uma Gala dos nossos Globos de Ouro há muitos e longos anos, o que voltou a acontecer agora em 2024 e me permitiu perceber algumas alterações face ao que recordava sobre este evento. Para começar, acho que a apresentadora da Gala tem muito pouco protagonismo, aparecendo muito pouco tendo em conta que tem uma duração de cerca de quatro horas. Talvez por isso deixou de existir troca de roupa, pois a Clara de Sousa permaneceu com o mesmo vestido toda a longa noite. Outro aspecto que me surpreendeu foi a redução de categorias, pois tinha na memória que eram entregues muito mais estatuetas anualmente. Agora, parece que fazem um resumo, e ainda assim, a gala é interminável. 


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Este blog tem doze anos, mas só uma vez referi a passadeira vermelha deste evento, em 2018. Tenho passado pelas galas sem lhes prestar muita atenção, ou sem nenhum visual que me salte à vista e me dê vontade de destacar por aqui. Mas, depois de passar quatro horas a ver entregas de prémios, apresentações musicais, momentos de humor e homenagens merecidas, dei por mim a tentar perceber melhor os looks dos convidados. Assim, fui procurar as fotos da passadeira vermelha e decidi que é hora de dar mais atenção aos Globos de Ouro nacionais por estas paragens. Vens comigo nesta viagem pela passadeira vermelha do Coliseu dos Recreios? 


1. Áurea


A cantora Áurea deslumbra na XXVIII Gala Globos de Ouro 2024, usando um vestido nude brilhante que destaca sua elegância e estilo. O modelo, com detalhes refinados, reflete a luz, acentuando sua beleza e presença no evento.

2. Liliana Campos 


Apresentadora Liliana Campos deslumbra na XXVIII Gala Globos de Ouro 2024, vestindo um elegante vestido castanho que destaca sua beleza e estilo, com cortes sofisticados e detalhes que ressaltam sua silhueta.

3. Débora Monteiro


Débora Monteiro deslumbrante na XXVIII Gala Globos de Ouro 2024, usando um elegante vestido preto que destaca sua silhueta, com detalhes sofisticados e uma cauda fluida, expressando um estilo contemporâneo e glamoroso.

4. Júlia Palha


Júlia Palha deslumbrante na XXVIII Gala Globos de Ouro 2024, usando um elegante vestido azul escuro que destaca sua silhueta. O design sofisticado e os detalhes refinados refletem a beleza e a graça da atriz, tornando-a uma das mais memoráveis da noite.

5. Inês Aires Pereira


Inês Aires Pereira impressiona na XXVIII Gala Globos de Ouro 2024, deslumbrando com um elegante vestido preto, que destaca sua silhueta e combina sofisticação e estilo.

6. Sofia Arruda


A atriz Sofia Arruda brilha na XXVIII Gala Globos de Ouro 2024, vestindo um deslumbrante vestido branco com uma longa cauda elegantes, que destaca sua beleza e estilo sofisticado.

7. Mariana Pacheco 


Mariana Pacheco deslumbra na XXVIII Gala Globos de Ouro 2024 com um elegante vestido brilhante bege, que realça graciosamente sua barriga de grávida, destacando sua beleza radiante e a alegria da maternidade.

8. Joana Ribeiro


Joana Ribeiro deslumbrante na XXVIII Gala Globos de Ouro 2024, vestindo um elegante vestido branco que realça a sua beleza e sofisticada presença no evento.

Foram estes os looks que me aqueceram o coração e, devo dizer, que não deixam nada a dever às estrelas internacionais. Inclusive as figurinhas tristes, que hoje não tiveram lugar aqui, são dignas daquelas que encontramos em qualquer gala americana. Agora, quero saber se viste a gala e a passadeira vermelha destes Globos de Ouro nacionais! Qual o look favorito da noite? Vestirias algum destes que aqui partilhei? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 1 de outubro de 2024

#Livros - Antologia Poética, de Cecília Meireles

 

A imagem de capa do livro "Antologia Poética" de Cecília Meireles apresenta um fundo verde escuro que evoca uma atmosfera sóbria e contemplativa. Em destaque, o título "Antologia Poética" e o nome da autora, "Cecília Meireles", estão escritos em letras brancas, criando um contraste elegante e harmonioso com o fundo. A composição reflete a profundidade e a sensibilidade da obra, convidando o leitor a mergulhar na rica poesia da autora, cuja voz única ressoa com lirismo e introspecção.

Sinopse

Cecília Meireles (1901-1964) é uma dos maiores poetas da língua portuguesa (como dizia Vitorino Nemésio, "da linhagem de Camões, de Fr. Agostinho e António Nobre). Nascida no Rio de Janeiro, não chegou a conhecer o pai, que morreu antes do seu nascimento, e a mãe morria três anos depois. Cecília foi criada pela avó materna, emigrante portuguesa dos Açores e viveu em Portugal entre 1934 e 1936. Em 1938 recebeu pelo seu livro Viagem o Prémio da Academia Brasileira de Letras, pela primeira vez concedido a uma mulher. 

A escolha dos poemas para esta antologia, que foi pela primeira vez publicada após a sua morte, foi feita pela autora, que no prefácio afirma que havia procurado o essencial de cada um dos seus catorze livros. Esta edição portuguesa conta ainda com dois posfácios. Um, do poeta José Bento, um texto publicado na revista O Tempo e o Modo, pouco depois da morte de Cecília Meireles (e onde diz dela que "o seu segredo - como o de toda a grande poesia - é tão fundo como sedutora a voz com que chama quem se debruçar sobre os seus versos"), e um outro, de João Bénard da Costa, escrito no centenário do nascimento, onde escreve: "Cecília Meireles não foi só um dos maiores poetas brasileiros do século passado. Foi uma dos maiores poetas da língua portuguesa." 


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Opinião 

Cecília Meireles foi uma das mais importantes poetisas brasileiras, marcando o seu lugar na Literatura com uma obra rica em sensibilidade e musicalidade. Nascida no Rio de Janeiro, Cecília perdeu a mãe ainda muito jovem e, desde então, teve uma vida marcada por mudanças e desafios. A sua carreira literária começou na década de 1920, quando publicou o seu primeiro livro de poemas, Espectros, e logo se consagrou como uma das vozes mais autênticas da poesia modernista no Brasil. Além de poesia, escreveu contos, ensaios e livros para crianças, sempre com a expressão da profundidade das experiências humanas e a beleza efémera da vida. Assim, esta Antologia Poética é uma obra fundamental para entender a riqueza e profundidade da poesia da autora, que só agora descobri. 


Aqui nesta coletânea estão reunidos os versos mais importantes da autora, numa síntese do seu olhar profundo e reflexivo, com uma selecção que revela a evolução do seu estilo e do seu pensamento ao longo das décadas. A poesia de Cecília Meireles é profundamente marcada por influências de movimentos literários como o simbolismo e o modernismo, que contribuíram para a construção da sua estética singular. Esta mistura de influências resulta numa poesia rica e multifacetada, que transita entre a introspecção e a crítica social e que comprova a relevância das suas inquietações num contexto mais amplo. O livro está dividido pelas obras de onde foram retirados os poemas, proporcionando uma experiência verdadeiramente imersiva. 


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Os seus versos, frequentemente, destacam-se pela musicalidade e ritmo, evidenciando a habilidade da autora para articular sonoridades que dialogam com as emoções. Além disso, a poética de Cecília destaca-se pela simplicidade que contrasta com a profundidade dos conteúdos. A sua linguagem, muitas vezes marcada pelo uso de metáforas e personificações, revela um universo onde a subjetividade e a transcendência estão sempre presentes, o que faz com que o leitor se sinta parte duma meditação sobre a condição humana e as nuances da vida. Nos poemas encontramos a reflexão sobre a vida e a morte como um dos temas principais. A autora explora a transitoriedade da existência humana, evidenciando a fragilidade da vida e a inevitabilidade da morte, que se entrelaçam de forma indissociável. 


"Perdido, perdido. Ai, tudo foi perdido!

Eu e tu perdemos tudo. 

Suplicávamos o infinito. 

Só nos deram o mundo." 


Outro tema central é a relação com a natureza, revelando a profunda conexão da poetisa com o mundo natural. Deste modo, são utilizados elementos da flora e fauna como reflexos das emoções e estados de espírito, criando uma atmosfera onde a natureza é muito mais do que um cenário, mas um agente activo na construção da sua lírica. Questões de identidade e memória também estão presentes, mostrando as inquietações e os anseios que definem a experiência humana. Nos seus versos encontramos reflexões sobre a passagem do tempo e a efemeridade da vida, conduzindo-nos por uma viagem introspectiva emocionante. Incontornável é também a presença do amor e da solidão nos seus poemas. São exploradas várias facetas do amor, desde a paixão ardente até ao amor perdido, mostrando a fragilidade e a intensidade dos sentimentos. A solidão, por outro lado, é captada como uma experiência universal, colocando o eu-lírico imerso nas suas próprias reflexões e anseios mais secretos. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre os Poemas de Mário de Sá-Carneiro


Na minha saga de ler um poema por dia, projecto pessoal que tenho levado a cabo nos últimos tempos com bastante sucesso e prazer, esta foi uma experiência de leitura muito enriquecedora e permitiu-me conhecer uma grande poeta que me parece que não tem o devido reconhecimento em Portugal. A cada poema, somos confrontados com emoções que oscilam entre a melancolia e a esperança, revelando uma alma inquieta e contemplativa. Deste modo, a musicalidade das palavras de Cecília, aliada à profundida dos temas, provoca uma reflexão acerca da condição humana e das subtilezas da vida quotidiana. Ler Cecília Meireles é, acima de tudo, um exercício de autoconhecimento, onde nos permitimos ser tocados pela beleza da palavra e pela universalidade das experiências humanas que ela tão bem traduz. 


"Toda vez que um justo grita, 

um carrasco o vem calar.

Quem não presta fica vivo: 

quem é bom mandam matar." 


Portanto, esta Antologia Poética de Cecília Meireles pode muito bem ser uma excelente porta de entrada para os que desejam descobrir a rica tradição da poesia brasileira. Através dos versos de Meireles, o leitor é convidado a explorar a técnica e a musicalidade da sua poesia, além do contexto sociocultural do Brasil do século XX. Cada poema é uma janela aberta para as nuances da experiência humana, que enriquece a alma e eleva o espírito. Agora, quero saber a tua opinião! Já conheces a poesia da Cecília Meireles? Leste esta Antologia Poética? Qual o teu poema favorito da autora? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 


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