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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

#Livros - Fiesta, de Ernest Hemingway

 

A capa do livro "Fiesta" de Ernest Hemingway, publicado pela Livros do Brasil, apresenta um fundo vermelho vibrante que evoca a paixão e a intensidade da obra. Uma faixa cor de laranja atravessa a parte superior, trazendo um contraste marcante. No centro, uma ilustração poderosa de um touro em preto simboliza a luta, a bravura e a essência da cultura espanhola, elementos centrais na narrativa de Hemingway. Esta composição visual reflete a atmosfera intensa e a busca por significado que permeiam a história, convidando o leitor a mergulhar em uma jornada de descobertas e emoções.

Sinopse

O enredo de Fiesta - O Sol Nasce Sempre decorre na Europa do pós Primeira Guerra Mundial. À exceção do toureiro Pedro Romero, todos os seus heróis são expatriados dos Estados Unidos da América ou da Grã-Bretanha, e todos eles, quer busquem aventura ou algo indefinido com que preencher o vazio das suas vidas, se instalam em Paris. É esta Geração Perdida a protagonista deste que foi o romance que, lançado em 1926, estabeleceu Hemingway como um dos grandes autores do século XX. No centro da história estão Jake Barnes e Brett Ashley - ele, rapaz infeliz; ela, dona de uma exuberância vibrante - e o seu percurso da Paris boémia às brutais praças de touros de Espanha, em dias de falência moral e dissolução espiritual, de amor frustrado e ilusões perdidas. Este é um romance de culto do período de entre as duas guerras e um retrato brilhante de uma geração de jovens intelectuais que para sempre o marcariam. 


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Opinião 

Ernest Hemingway, um dos mais influentes escritores do século XX, é presença habitual por estas paragens, não fosse ele um dos autores que procuro ler todos os anos. Nascido em 1899, o autor trabalhou como jornalista antes de se tornar num famoso romancista, imergindo-se nas experiências que moldariam a sua obra, como a Primeira Guerra Mundial e a sua vivência em Paris nos anos 1920. Hemingway é conhecido pelo seu estilo conciso e directo e pela profundidade emocional que consegue transmitir, revolucionando a narrativa moderna deste modo. Fiesta, também conhecido como O Sol Nasce Sempre, é o segundo romance do autor, publicado em 1926. Passado na década de 1920, o livro retrata a vida dum grupo de expatriados americanos e britânicos que viajam de Paris a Pamplona, para participar da famosa festa de San Firmino e da corrida de touros. 


A obra é considerada um marco da chamada "Geração Perdida", capturando o desencanto e a busca por significado duma geração que viveu as consequências da Primeira Guerra Mundial. Com a sua prosa, Hemingway explora temas como a masculinidade, a desilusão e a busca por identidade, solidificando o seu estilo característico e influenciando profundamente a literatura moderna. No livro, os cenários variam entre cafés parisienses vibrantes e ruas ensolaradas de Pamplona, criando um pano de fundo contrastante para as lutas emocionais e existenciais dos personagens, enquanto todos procuram encontrar-se no mundo pós-guerra. Assim, Hemingway captura não só a exuberância das festas, mas também a tensão subjacente no grupo de amigos que, no meio da alegria e do caos, enfrentam as suas próprias crises pessoais. 


Podes ler também a minha opinião sobre O Adeus às Armas


Jake Barnes, protagonista e narrador, é um jornalista americano que vive em Paris. Ele carrega o peso duma ferida de guerra que o deixou impotente, o que afecta a sua masculinidade e as suas relações, especialmente com Brett. Por seu lado, Lady Brett Ashley, uma mulher independente e carismática, é o objecto de desejo de Jake e representa a liberdade e a modernidade da época, mas também a instabilidade emocional e o vazio da vida do pós-guerra. Outras personagens importantes incluem o irritante Robert Cohn, um escritor inseguro e apaixonado por Brett e Mike Campbell, o noivo de Brett, um aristocrata escocês que lida com as suas próprias inseguranças e frustrações. Assim, cada personagem serve como um reflexo das complexidades temáticas que permeiam a obra, como a busca por identidade, a desilusão e a luta contra a própria vulnerabilidade. 


"É muito importante descobrir saídas graciosas como esta, na vida jornalística, da qual é uma tão importante parte da ética profissional o nunca parecer que se trabalha." 


O amor, tratado de maneira ambígua e muitas vezes efémera, é uma batalha constante entre a necessidade de conexão e a incapacidade de se comprometer plenamente, especialmente num contexto onde a masculinidade é questionada e redefinida. O autor capta, assim, a tensão entre o ideal e a realidade, onde as esperanças e os sonhos são frequentemente ofuscados pela dura realidade da vida. A obra é também marcada pelo simbolismo do toureiro e da tourada, que transcende a mera representação duma tradição cultural espanhola, refletindo uma profunda meditação sobre a vida e a morte. O toureiro, figura central e heroica, encarna a coragem e a habilidade, enfrentando a força bruta do touro, que simboliza tanto a natureza indomável da vida quanto a inevitabilidade da morte. Deste modo, a tourada torna-se uma metáfora da luta existencial do ser humano, onde cada movimento e cada passe do toureiro representam a dança entre a vida e o destino. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre Por quem os sinos dobram


Por outro lado, a influência da Primeira Guerra Mundial é palpável e manifesta-se nas vidas dos personagens, que carregam as marcas emocionais, psicológicas e até físicas do conflito. A guerra não só moldou as suas identidades, mas também afetou as suas relações interpessoais, criando um sentimento de desilusão num mundo que parece ter perdido a sua inocência. As experiências traumáticas e a luta para encontrar um propósito tornam-se temas centrais, revelando a complexidade emocional de homens e mulheres que tentam reconstruir as suas vidas num cenário permeado por um profundo desencanto. A tudo isto junta-se a prosa concisa e directa que se tornou na marca registrada de Hemingway. Reflete, assim, uma estética simples que, paradoxalmente, carrega profundidade emocional e complexidade temática. O seu estilo minimalista, caracterizado por frases curtas e diálogos realistas, permite que os leitores mergulhem na experiência dos personagens sem a interferência de adornos excessivos. 


"As mulheres dão amigos extraordinários. Formidáveis de verdade. Em primeiro lugar, há que sentir amor por uma mulher para a amizade ter base."


Já as descrições de ambientes, como as ruelas de Pamplona e a festividade da corrida de touros, são ricas em detalhes sensoriais, estabelecendo um contraste entre a exuberância do cenário e a angústia interna dos protagonistas. Em Fiesta, encontramos também a técnica do subtexto, utilizada magistralmente pelo autor e que se torna uma característica distintiva da sua escrita. Esta técnica permite a transmissão de emoções profundas de maneira subtil e impactante. As pausas, os olhares e os gestos falam mais alto do que as palavras, criando um espaço onde o leitor pode sentir a carga emocional subjacente. Estamos perante mais uma obra-prima deste autor fantástico, que retrata como poucos o pós-guerra, quando ainda se acreditava que esses horrores não se iam repetir nunca mais, ainda que as feridas ainda não tivesse cicatrizado. 


Posto isto, só posso recomendar que dês uma oportunidade a este livro incrível, que pode muito bem cativar diferentes tipos de leitores. É uma escolha perfeita se te interessas pela literatura moderna, se és amante de viagens e culturas diferentes, e se procuras os temas universais, quer sejas adulto ou jovem adulto, este é o livro para ti! Agora, quero saber o que tens a dizer sobre Fiesta! Já leste? O que achaste desta história peculiar? Qual o teu personagem favorito? Que acontecimento mais te surpreendeu? Conta-me tudo nos comentários! 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog 


Wook | Bertrand 

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