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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

#Livros - D. Maria II, de Isabel Stilwell

 

A capa do romance histórico "D. Maria II" de Isabel Stilwell retrata uma atmosfera delicada e feminina, com um fundo em tons suaves de cor de rosa. Em primeiro plano, destaca-se um elegante leque dourado, símbolo de elegância e refinamento, que remete aos costumes da época retratada.  Logo acima do leque, encontra-se um retrato pequeno de D. Maria II, jovem rainha de Portugal, cuja expressão transmite força e determinação. O retrato ressalta a importância da figura central da história, revelando-a como protagonista de sua própria trajetória.  Espalhadas ao redor do leque e do retrato, encontram-se algumas rosas cor de rosa, símbolo de amor, beleza e delicadeza. Elas adicionam um toque romântico à capa, conferindo-lhe um ambiente encantador e envolvente.  No conjunto, a capa transmite uma sensação de romance, história e feminilidade, convidando o leitor a mergulhar em uma narrativa cativante sobre a vida e os desafios enfrentados por D. Maria II.

Sinopse

Com apenas 7 anos, Maria da Glória torna-se rainha de Portugal. Um país do outro lado do oceano que nunca havia pisado. A sua infância foi vivida no Brasil, entre o calor e os papagaios coloridos que admirava na companhia dos seus irmãos e da sua adorada mãe, D. Leopoldina. A ensombrar esta felicidade apenas Domitília, a amante do seu pai, imperador do Brasil e D. Pedro IV de Portugal. Em 1828 parte rumo a Viena para ser educada na corte dos avós. Para trás deixa a mãe sepultada, os seus adorados irmãos e a marquesa de Aguiar, sua amiga e protetora. Traída pelo seu tio D. Miguel, que se declara rei de Portugal, e a quem estava prometida em casamento, D. Maria acaba por desembarcar em Londres onde conhece Vitória, a herdeira da coroa de Inglaterra a quem ficará para sempre ligada por uma estreita relação de amizade. Aos 15 anos, finda a guerra civil, D. Maria pisa pela primeira vez o solo do seu país. Seria uma boa rainha para aquela gente que a acolhia em festa e uma mulher feliz, mais feliz do que a sua querida mãe. Fracassada a sua união com o tio, agora exilado, casa-se com Augusto de Beauharnais que um ano depois morre de difteria. Maria era teimosa, não desistia assim tão facilmente da sua felicidade e encontra-a junto de D. Fernando de Saxo-Coburgo-Gotha, pai dos seus onze filhos, quatro deles mortos à nascença. 


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Opinião 

D. Maria II é uma obra escrita pela incrível Isabel Stilwell, a minha escritora favorita de romances históricos em Portugal, que nos transporta para o século XIX em Portugal, apresentando a vida e o reinado duma das figuras mais marcantes da História do país. Com uma narrativa fluente e envolvente, a autora mergulha no contexto histórico do período, retratando os desafios políticos, sociais e pessoais que D. Maria II enfrentou ao longo da sua curta vida. Nessa época, Portugal vivia um período conturbado de revoluções e movimentos liberais, e a figura da rainha-menina tornou-se um símbolo de resistência e luta pelos ideais constitucionalistas. Assim, a obra oferece-nos não apenas uma visão profunda sobre a figura histórica, mas também uma compreensão ampla do panorama político e social do século XIX. 


A rainha D. Maria II foi uma figura fundamental para Portugal, pois desempenhou um papel crucial na consolidação do regime constitucional no país, além de ter sido a única rainha reinante nascida fora da Europa. Como rainha, ela foi responsável por enfrentar várias crises políticas e sociais, bem como por promover importantes reformas institucionais. Além disso, D. Maria II teve uma influência significativa na cultura e nas artes, apoiando o desenvolvimento de novas ideias e correntes artísticas, sendo esse um dos grandes motivos por que recebeu o cognome de A Educadora. A sua trajectória e legado são essenciais para compreender a construção da identidade e da História recente de Portugal, tendo em conta a importância do século XIX para as verdades e mitos que chegaram até nós aos dias de hoje. 


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No seu livro, Isabel Stilwell apresenta uma narrativa envolvente e rica em detalhes sobre a vida da rainha portuguesa. A trama desenrola-se desde a infância de Maria da Glória no Brasil até à sua ascensão ao trono e todo o seu reinado, explorando a sua personalidade marcante, os seus casamentos e as suas lutas políticas. Além disso, a autora aborda temas relevantes e fascinantes como o papel da mulher na sociedade, o poder feminino e as dificuldades enfrentadas pelas soberanas numa época dominada por homens. Tendo por base uma pesquisa minuciosa, como é seu hábito, e uma escrita cativante, Stilwell oferece aos leitores um retrato humano da rainha D. Maria II. 


"Penso muitas vezes que somos ainda mais frágeis do que as outras mulheres, porque não temos forma de fugir ao que decidem por nós, e somos obrigadas a esconder os nossos sentimentos de mil olhares curiosos, para não dizer maldosos. Não posso confessá-lo a ninguém, mas sinceramente não me parece que as mulheres tenham qualquer vantagem em casar, ficando para sempre servas dos seus maridos, sem bens próprios, quase sem vontade própria." 


No livro D. Maria II, somos apresentados a diversos personagens históricos de relevância para a História de Portugal no século XIX. Dentre eles, destaco a figura central, a própria Maria da Glória, que ascendeu ao trono português com apenas sete anos de idade, enfrentando desafios e influências políticas na sua senda por estabelecer um governo estável. Além dela, outros personagens notáveis figuram na trama, como D. Pedro IV, pai de Maria e personagem de grande importância nas lutas pela independência do Brasil e pelo liberalismo em Portugal. Outras figuras relevantes da política da época marcam presença, nomes que conhecemos até de nomes de ruas, como o Duque de Saldanha, o Duque de Palmela, o Conde do Lavradio ou o Costa Cabral, mais tarde Conde de Tomar, só para referir alguns exemplos emblemáticos. 


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Não é novidade para ninguém a minha paixão por este género literário, mas também por esta autora nacional tão talentosa. Neste livro, voltamos a constatar como a escrita de Isabel Stilwell é cativante e envolvente, perfeita porque transporta o leitor facilmente para o século XIX português e mergulha-o na vida, na personalidade complexa e no reinado conflituoso desta rainha. Voltei a comprovar a habilidade única de Stilwell para combinar factos históricos com uma narrativa fluída, tornando a sua escrita acessível para todos os tipos de leitores. Além disso, demonstra um domínio elevado na criação de personagens fortes e complexos, tornando-os palpáveis, despertando a empatia do leitor e conseguindo construir as relações públicas e privadas de um modo fascinante. Com esta leitura, fui capaz de obter uma visão da época e das personalidades retratadas e de refletir sobre a importância da figura de D. Maria II na História de Portugal e na sua verdadeira influência no desenvolvimento deste país. 


"O calor de Maria não tinha nada a ver com o Sol envergonhado da sua Alemanha, e se a princípio a intensidade com que a mulher vivia cada momento o chocara, hoje admirava-a profundamente." 


A obra, mais uma vez, destaca-se pela impressionante precisão histórica presente ao longo das suas páginas. Apesar de todos os aspectos romanceados, que é normal e necessário neste estilo literário, nota-se que a autora realizou uma meticulosa pesquisa, mergulhando nos registos da época, a fim de reconstruir de forma o mais fiel possível os eventos vividos pela rainha que dá título ao livro. Desde a sua infância conturbada, que a obrigou a crescer muito rápido e a perder a inocência própria das crianças, até à sua ascensão ao trono, numa verdadeira batalha efectiva e diplomática, sem esquecer os conturbados anos do seu reinado, repletos de revoltas e polémicas, com muitos homens que nunca perdoaram nem entenderam uma mulher que não entregava o poder nas mãos do marido, que segurava a sua coroa, que tanto lhe custou obter, e a mantinha firme, nunca se colocando à margem dos acontecimentos, mesmo quando tinha filhos atrás de filhos. 


O que torna esta obra ainda mais relevante é a reflexão profunda sobre a representação das mulheres na História. Ao explorar a vida e o reinado de D. Maria II e colocando a sua amizade com a rainha Vitória com grande destaque, Stilwell mostra como as mulheres foram muitas vezes subestimadas e subvalorizadas, relegadas a papéis secundários ou esquecidas completamente nos registos históricos. Já é habitual que a autora desafie o estereótipo de que as mulheres são meramente figuras decorativas na política e na sociedade no passado, mas aqui estamos perante mulheres que não podem ser ignoradas pelo seu reconhecimento efectivo como protagonistas, mas constatamos que o seu legado foi muito corrompido, deturpado e até vilipendiado precisamente por serem mulheres com poder numa sociedade profundamente machista e até misógina. 


Isabel Stilwell nunca desilude e D. Maria II não foi excepção. Esta foi uma viagem fantástica e reveladora duma época bem conturbada da nossa História e que tem um impacto gigante no país que herdámos, repleta de personalidades incontornáveis que aqui pudemos conhecer e compreender melhor. Se gostas deste género literário e ainda não leste nada desta autora, não sei o que andas a fazer da vida! Agora quero saber a tua opinião sobre o livro, sobre a autora e sobre esta rainha portuguesa. Deixa o teu comentário abaixo para podermos conversar sobre esta época extraordinária! 


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Wook | Bertrand 

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