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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

#Séries - Doce

 

Quatro actrizes sentadas num sofá, representando as vocalistas da banda feminina "Doce". Elas estão vestidas com roupas coloridas e estilos retro, exibindo sorrisos e expressões de camaradagem. Ao fundo, um placard de neon rosa brilha com o título "DOCE", criando uma atmosfera vibrante e nostálgica que reflete o espírito da série.

Sinopse

A história da maior girls band de sempre numa ficção realista, surpreendente e emocionante. Ana Marta Ferreira, Bárbara Branco, Carolina Carvalho e Lia Carvalho dão vida às Doce. 

Série sobre uma das mais icónicas bandas portuguesas, as DOCE. 

As Doce foram uma das primeiras "girls band" da Europa, abrindo caminho não só no meio musical, como quebrando barreiras e preconceitos na sociedade tradicional portuguesa. 

A série é baseada em acontecimentos reais, acompanhando todo o percurso da banda desde o seu aparecimento em 1979, até ao fim da formação inicial. 

As Doce sobreviveram a todos os críticos e deixaram a sua marca numa geração e num país. 


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Opinião 

Doce é uma minissérie portuguesa, lançada em 2021, no seguimento do filme Bem Bom, que mergulha no universo da icónica banda feminina que fez sucesso nos anos 80 em Portugal. A série retrata a trajetória das quatro integrantes, abordando as suas vivências, desafios e conquistas num cenário musical dominado por homens, ao mesmo tempo que explora a dinâmica dos relacionamentos entre elas. Com uma abordagem que combina drama, música e uma boa dose de nostalgia, Doce celebra os sucessos da banda, que ouvimos até aos dias de hoje, e ainda destaca temas como a amizade, a ambição e os bastidores da indústria da música no pós-revolução. A produção cativa o público tanto pela banda sonora, repleta de hits que marcaram uma geração, quanto pelo retrato humano das artistas por trás do fenómeno. 


A banda é um marco na história da música pop em Portugal, destacando-se pelo seu som cativante e as suas letras que refletiam a efervescência cultural da época e a irreverência das suas integrantes. Composta por quatro talentosas vocalistas - Helena Coelho, Fátima Padinha, Laura Diogo e Teresa Miguel -, as Doce rapidamente conquistaram o coração do público, tornando-se uma das primeiras bandas femininas a atingir grande popularidade. A sua relevância estende-se para lá do sucesso comercial. Afinal, a banda foi pioneira ao abrir caminho para outras mulheres na indústria musical, desafiando estereótipos e promovendo uma nova imagem de empoderamento feminino. Ao longo dos sete episódios, acompanhamos a formação do grupo, as suas experiências e os sacrifícios pessoais que cada uma dela faz nesse percurso. 


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A narrativa desenrola-se em torno dos grandes hits da banda, entrelaçando momentos de euforia e tensão, com brigas internas, romances e a pressão da exposição mediática. A minissérie mergulha no universo da banda enquanto explora temas universais como a amizade, a superação e a inevitável busca pela fama. As protagonistas, que são as quatro vocalistas da banda, capturam a essência e a complexidade do Portugal dos anos 80, um país onde o preconceito e o moralismo ainda condenavam comportamentos modernos e que hoje consideramos normais. Helena e Fátima eram as cantoras mais talentosas da banda, Teresa estava encarregue das coreografias da banda e Laura, Miss Fotogenia no concurso Miss Portugal em 1979, que foi incluída no grupo por ser bonita e loira, sem ter qualquer experiência musical. Juntas, estas quatro mulheres representaram o talento musical, mas também a força e a liberdade das mulheres, para quem a revolução ainda demorou a chegar. 


As quatro atrizes que interpretam as vocalistas da banda "Doce" na mini-série portuguesa de 2021 estão reunidas em um ambiente vibrante. Cada uma delas exibe um estilo único que reflete a estética dos anos 80, com roupas coloridas e acessórios ousados. Sorridentes e cheias de energia, elas representam a força e a amizade que caracterizam a banda, cercadas por um cenário que remete aos shows icônicos da época. A imagem captura a essência da música, da união e da luta pelo reconhecimento das mulheres na indústria musical.

O desenvolvimento dos personagens é um dos aspectos mais cativantes, em comparação com o filme que deixou de lado muitos aspectos. Através dos seus altos e baixos, vemos cada membro enfrentar desafios pessoais e profissionais que moldam as suas identidades e relações interpessoais. Vemos a ambição da Fátima, as inseguranças da Helena, a relação tóxica da Teresa e a sua solidão e, por fim, o escândalo sexual que envolveu Laura Diogo a dada altura e que teve consequências na forma como se retirou da vida pública depois do final da banda. As actrizes escolhidas para interpretar os elementos da banda - Lia Carvalho, Ana Marta Ferreira, Bárbara Branco e Carolina Carvalho - conseguiram capturar a essência dessas mulheres especiais de forma brilhante. Cada actriz traz uma singularidade que enriquece a representação, conseguindo misturar a leveza e a intensidade da juventude daquela época com os desafios e os dilemas enfrentados. 


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A fotografia desta produção nacional é utilizada de forma a capturar a essência vibrante e noltálgica da década de 1980, ressaltando as cores vivas e o estilo estético da época, que se entrelaçam com a trajetória das protagonistas. As composições visuais, que variam entre closes intimistas e planos amplos que evocam a atmosfera dos concertos pelo país, ajuda a transmitir a emoção e a intensidade da experiência musical da banda. A banda sonora, repleta dos sucessos da própria banda Doce, funciona como uma máquina do tempo que transporta o telespectador para um período em que a música pop portuguesa estava em ascensão. Por fim, a ambientação rica em detalhes, desde os camarins de espectáculos até aos ensaios e festas, recria perfeitamente o ambiente que cercava a vida de uma girlsband em ascensão, ancorando a narrativa numa realidade palpável e cativante. 



Ao mostrar a ousadia, irreverência, resiliência e determinação destas mulheres, Doce retrata a busca pela realização dos sonhos, e ainda inspira novas gerações a reivindicarem o seu espaço e voz no mundo da música e na sociedade em geral. Temos aqui um alerta de que o talento feminino deve ser celebrado e que a luta por igualdade e respeito continua a ser uma jornada coletiva e necessária na indústria do entretenimento. Deste modo, a minissérie vem reviver a história da icónica banda feminina portuguesa, servindo como um importante marco cultural ao destacar a luta e as conquistas das mulheres na indústria musical dos anos 80. Acaba por ser uma homenagem muito merecida a um grupo de mulheres que deixam um legado duradouro e impactaram a sociedade portuguesa ainda muito conservadora. Através das suas canções contagiantes, com letras disruptivas e libertadoras do papel da mulher, com figurinos onde a sensualidade era exposta como uma declaração de que seriam donas dos seus corpos - da autoria do talentoso estilista José Carlos -, com uma atitude destemida, a banda abriu mentalidades e fez com que muitas mulheres se sentissem representadas e capacitadas para assumirem os seus destinos. 


Vi e gostei do filme, mas gostei ainda mais da série, que mostrou muito mais sobre a trajetória desta banda tão especial na música portuguesa. Se gostas de música, histórias inspiradoras e retratos de superação, não podes deixar de assistir à minissérie Doce. Com atuações marcantes e uma banda sonora muito nostálgica, podes ter a certeza de que te vais emocionar e divertir com esta história rica em amizade, criatividade e empoderamento feminino. Agora, quero saber a tua opinião! Viste a série? O que mais gostaste nesta produção? Qual momento ou personagem te marcou? Deixa o teu comentário abaixo! 

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